Mercado de café: PRODUÇÃO CRESCE EM PRATICAMENTE TRÊS PAÍSES

Publicado em 23/06/2015 08:53
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

A semana no café foi agitada com o destaque para a explosão do spread Jul15-Sep15 do contrato de robusta da ICE que no dia 12 de junho negociava a um desconto de US$ 11.00 por tonelada e na quinta-feira atingiu incríveis US$ 116.00 de prêmio.

A inversão do switch começou na segunda-feira passada, mas foi na quarta-feira que o solavanco foi maior, provocado pelo exercício de quase três mil lotes de opções de compra de preço de exercício de US$ 1800, quando o mercado negociava a US$ 1785, ou seja, 15 dólares fora do dinheiro.

O vencimento das opções Londrinas se dá no meio do pregão, as 12:30pm do horário local. Há um atraso entre o detentor exercer a opção e quem estava vendido tomar ciência de ter sido exercido, e quando o último se deu conta do que aconteceu então a movimentação foi brusca.

Parece improvável que o squeeze se mantenha durante o período de notificação daquele contrato que começa em 1 de julho, dado que há mais de 3 milhões de sacas certificadas. Imagina-se também que com um estoque deste tamanho o desconto volte à tela, isso tudo seguindo um raciocínio lógico. Por outro lado as regras do contrato podem ser testadas levando a um comportamento pontualmente desconexo. Veremos.

O dólar americano continuou a escorregar mais na semana, ainda que o imbróglio grego permaneça enrolado. Os investidores mantêm o otimismo de que um acordo acontecerá até o fim do mês, com as bolsas de ações em geral reagindo de forma positivas.

O contrato de arábica de Nova Iorque cedeu, como previsto, com o COT mostrando os fundos menos vendidos, entretanto não fez, ainda, nova mínima, ficando a apenas US$ 1.60 centavos por libra dos US$ 126.30 centavos que negociou no dia 27 de maio último. A atividade se concentrou nas rolagens de posição já que o período de entrega começa nesta segunda, dia 22 de junho.

No físico têm sido reportados mais negócios a diferenciais estreitos para quem precisa cobrir suas necessidades, tanto para este ano como para a primeira metade de 2016. Ouvi também que há apetite de venda para diferenciais largos de alguns, não em volume, mas que leio como sendo muito perigoso principalmente para 2016 quando o “aperto” de qualidade deve acontecer.

Uma multinacional revisou para cima sua expectativa da safra brasileira 15/16 de 49.75 milhões de sacas para 51.8 milhões de sacas. A colheita do arábica esperada é de 35.7 milhões de sacas e do conilon de 16.1 milhões de sacas. É possível que outras casas ajustem seus números dependendo do volume de embarque do Brasil e da renda apurada ao final da colheita.

O USDA soltou seu relatório que resume os números de produção mundial. A entidade espera que a produção de 15/16 aumente em 6.4 milhões de sacas para um total de 152.7 milhões de sacas, mas ao mesmo tempo vê uma queda para os estoques mundiais para o menor patamar em quatro anos, 31.54 milhões de sacas.

No evento de altíssimo nível promovido pela BM&F sobre as perspectivas para o Agribusiness apresentações macroeconômicas sugeriram uma desvalorização do câmbio tanto para este ano como para o próximo, com o real batendo pelo menos R$ 3.40 ainda em 2015. Se isto acontecer vai ficar mais complicado para o café subir demais.

No painel que tive o prazer de participar e fazer uma apresentação sobre o café, eu resumi o pensamento chamando a atenção para a questão da disponibilidade não ser suficientemente abundante mesmo que a safra 16/17 do Brasil venha a ser grande como o potencial, prematuramente, possa indicar. Com um consumo global crescendo a taxas vegetativas, ou levemente mais altas, só três países tem demonstrado capacidade de acompanhar a necessidade de mais grãos, mas para tanto o preço tem de estimular.

Preço, diga-se de passagem, nas moedas locais dos produtores, portanto não podemos deixar de monitorar o dólar nas análises e leitura do mercado.

Uma excelente semana e muito bons negócios a todos,

Rodrigo Costa*
 

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Fonte:
Archer Consulting

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