Brasil terá que produzir 72 mi/scs de café em 10 anos para manter demanda mundial

Publicado em 26/12/2014 17:34

Vivemos um período magnífico para o consumo de café em todo o mundo! O consumo e a boa imagem do café crescem a cada ano, conquistando novos países, novos consumidores, difundindo novas maneiras de preparar e beber café.

O ano de 2015 termina com o Brasil batendo seu recorde histórico de exportação e consumo de café. Os números oficiais só serão conhecidos no decorrer de janeiro próximo, mas fecharemos o ano com embarques perto de 36 milhões de sacas e consumo interno de 21 milhões de sacas. Entre exportação e consumo são 57 milhões de sacas de 60kgs em um ano!

Com esses números, o café produzido no Brasil atinge 38% do consumo mundial e se aproxima da significativa marca dos 40% de todo o café consumido no mundo. Isso em um mercado de 150 milhões de sacas que, segundo a OIC, deve crescer em média 2% ao ano nos próximos dez anos. Se essa previsão se confirmar, serão acrescidas ao consumo mundial mais de 30 milhões de sacas em dez anos, volume superior ao produzido pelo Vietnã, segundo maior produtor mundial.

Para conquistar e manter uma fatia de 40% desse mercado, em dez anos o Brasil terá de produzir safras médias de 72 milhões de sacas (nos anos de safra alta quantas sacas serão?) em um ambiente de aquecimento e mudanças climáticas.

É um desafio enorme para todos nós. Teremos de lutar bastante para conseguir atingir esse patamar, garantindo lucros e qualidade de vida para toda a cadeia do agronegócio café.

Apesar desse quadro positivo, a cafeicultura brasileira mostra desânimo e preocupação. Mesmo em um ano difícil, em que passou por uma seca histórica, o preço médio por saca recebido pela maioria dos cafeicultores brasileiros foi baixo e não remunerou adequadamente o capital investido, o trabalho e os altos riscos envolvidos na produção. Já sabem que devido à seca de 2014 terão em 2015 uma safra abaixo de seu potencial de produção, com inflação e custos em alta.

Em nossa opinião, se os cafeicultores brasileiros não conseguirem ter uma fatia mais significativa nos lucros desse negócio bilionário em que se transformou o consumo de café, o Brasil não conseguirá manter sua participação na cadeia mundial de produção.

Apesar das fortes chuvas que caíram sobre o sudeste brasileiro nos últimos dias, os níveis de água de nossos reservatórios continuam bem abaixo do que estavam no final de 2013.

Nesta semana de Natal o mercado de café apresentou-se bastante calmo, praticamente paralisado. Vendedores e compradores não mostraram interesse e se mantiveram fora do mercado. Muitas empresas entraram em férias coletivas e só retornarão ao trabalho no próximo dia 5 de janeiro.

Até o dia 26, os embarques de dezembro estavam em 1.693.876 sacas de café arábica, mais 266.408 sacas de café conillon somando 1.960.284 sacas de café verde, mais 123.477 sacas de café solúvel, totalizando 2.083.761 sacas embarcadas, contra 2.096.259 sacas no mesmo dia de novembro. Até o dia 26 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 2.754.923 sacas, contra 2.736.662 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 19, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 26, caiu nos contratos para entrega em março próximo, 610 pontos ou US$ 8,07 (R$ 21,60) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 19 a R$ 612,78 por saca e sexta-feira, dia 26, a R$ 597,04 por saca. Hoje nos contratos para entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 155 pontos.

Escritório Carvalhaes

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2 comentários

  • JANIO ZEFERINO DA SILVA Brasilia - DF

    Manter mercado é fundamental. Aumento da produção deve ocorrer de forma ordenada e de acordo com o aumento da demanda e também deve vir do aumento da produtividade.

    Prioridade total no aumento da oferta de cafés especiais para mercados dos países do G20

    Agregar valor à produção enquanto não resolvemos os gargalos atuais que impedem o avanço das exportações de cafés industrializados.

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  • JANIO ZEFERINO DA SILVA Brasilia - DF

    Manter mercado é fundamental. Aumento da produção deve ocorrer de forma ordenada e de acordo com o aumento da demanda e também deve vir do aumento da produtividade.

    Prioridade total no aumento da oferta de cafés especiais para mercados dos países do G20

    Agregar valor à produção enquanto não resolvemos os gargalos atuais que impedem o avanço das exportações de cafés industrializados.

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