Café: Semana de análises e debates dominados pelas estimativas para a safra nova brasileira

Publicado em 15/05/2015 17:58
No Brasil, as análises e debates sobre o mercado de café foram dominados esta semana pelas diversas estimativas para a nova safra brasileira de café, a 2015/2016, que começa agora a ser colhida. 

Na quarta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, maior consumidor mundial de café, divulgou que estima que a safra do Brasil suba para 52,4 milhões de sacas em 2015/2016. É o maior número até agora e mesmo que se confirme será insuficiente para as necessidades brasileiras de exportação e consumo. Como todos os anos, imediatamente apareceram reações indignadas com os números apresentados, bem distantes dos divulgados pela CONAB em janeiro (entre 44,11 milhões e 46,61 milhões de sacas) e mais longe ainda dos da fundação PROCAFÉ, divulgado em março (entre 40,3 milhões e 43,25 milhões de sacas), os mais baixos, entre as diversas estimativas que apareceram no mercado.

Os números do USDA são sempre criticados pelas lideranças dos cafeicultores, mas nos últimos anos têm se mostrado os mais próximos da realidade. Em 2014, o USDA estimou que a produção brasileira no ano safra 2014/2015 seria de 51,2 milhões de sacas, bem acima dos números da CONAB - 45,35 milhões de sacas – confirmados por ela em dezembro último. 

Faltando apenas os embarques de maio e junho para fecharmos nossas exportações no ano safra 2014/2015, já é possível prever que elas ficarão próximas de 36 milhões de sacas. Usando as estimativas da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café como referência, o consumo brasileiro de café no mesmo período deverá ficar acima das 20 milhões de sacas. Portanto desaparecerão de nossos armazéns mais de 56 milhões de sacas. Volume maior que a produção 2014/2015 estimada pelo USDA (51,2 milhões de sacas) e muito distante das 45,35 milhões de sacas estimadas pela CONAB. É urgente uma resposta da CONAB e do Ministério da Agricultura. 

Os contratos de café com vencimento em julho próximo ganharam na semana 360 pontos e a cotação do dólar frente ao real termina a semana sem grande variação em relação ao fechamento de sexta-feira passada. O mercado físico brasileiro movimentou-se mais, mas os preços permaneceram praticamente estáveis. São poucos os lotes finos que chegam ao mercado.

Até o dia 14, os embarques de maio estavam em 636.507 sacas de café arábica, 71.114 sacas de café conillon, mais 45.563 sacas de café solúvel, totalizando 753.184 sacas embarcadas, contra 733.212 sacas no mesmo dia de abril. Até o dia 14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em maio totalizavam 1.116.951 sacas, contra 1.007.745 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 15, subiu nos contratos para entrega em julho próximo, 360 pontos ou US$ 4,76 (R$ 14,20) por saca. Em reais, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 8 a R$ 531,32 por saca e hoje, dia 15, a R$ 545,71 por saca.

Hoje, nos contratos para entrega em julho a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 75 pontos. 

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Fonte:
Escritório Carvalhaes

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Se houver comprovação da estimativa da pró-café, o Brasil precisará de no minimo 16 milhões de sacas de café em estoque, para exportar e abastecer a população brasileira. E aí diante da disparidade de dados, fico pensando na ineficiência, ineficácia, dos órgãos de governo, somados a incompetência das entidades representativas dos produtores, em no mínimo cobrar pelos resultados corretos. Afinal o Brasil tem estoque ou não? É uma pergunta simples, e que qualquer pessoas mais ou menos qualificada, dispondo dos meios, pode responder em espaço relativamente curto de tempo. A diferença entre saber os dados corretos é a de vender a 500, um produto que poderá ser revendido a 1000. Custo a acreditar que isso se deva apenas a vagabundagem de dezenas de milhares de funcionários públicos. Há algum interesse por trás dessa politica de manter o produtor fraco, destacando aqui que, quanto mais fraco fica o produtor, menos tem condições de reagir. É mais que passada a hora de cobrar das autoridades e lideranças o por que da conivência com esse tipo de situação.

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