Leite: Captação no Sul avança 7% em junho; preço cai em julho

Publicado em 01/08/2012 12:10
A safra de inverno no Sul do País ganhou força em junho com o clima favorável à produção de forrageiras. No Rio Grande do Sul, o Índice de Captação de Leite (ICAP-Leite) elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, registrou significativo aumento de 11% frente ao mês de maio. Em toda a região Sul, o acréscimo foi de 7,4% no período. A expectativa, segundo agentes do setor consultados pelo Cepea, é de que a captação continue aumentando até agosto, quando deve ocorrer o pico de produção. 

Na média geral, considerando-se os sete estados incluídos nesta pesquisa (RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA), o índice subiu 4%. Houve aumento da captação em todos os estados. Em relação a junho/11, o ICAP-Leite/Cepea esteve em patamar 6% superior; no primeiro semestre do ano, o índice apresentou aumento de 2,4% se comparado a igual período do ano passado.

Além do aumento da oferta – especialmente nos últimos meses –, também a maior pressão das indústrias/cooperativas em função da queda da margem de lucro que estão tendo pesou para nova baixa dos preços do leite recebidos pelo produtor em julho (referente à produção entregue no mês anterior). A média ponderada dos sete estados caiu 1,2%, indo para R$ 0,7821/litro - valor líquido. O preço bruto (com frete e impostos) também recuou, 0,9%, com média de R$ 0,8478/litro. Comparando-se com o mesmo período do ano passado, houve o preço médio esteve 7% menor em termos reais, ou seja, já descontando a inflação (IPCA, jun/12). Ao mesmo tempo, os custos continuam se elevando, impulsionados pela alta do milho e do farelo de soja.

Segundo apuração do Cepea junto a compradores de leite, para o pagamento de agosto (referente à produção de leite entregue em julho), 53% dos entrevistados (responsáveis por 62% do volume de leite amostrado) têm expectativa de estabilidade de preços ao produtor. Para 37% desses compradores (que representaram também 37% do volume de leite), pode haver nova queda de preços, e apenas 10% dos agentes (responsáveis por 1% do volume da amostra) esperam alta.

No mercado de derivados, graças a uma retomada da demanda, os preços tiveram ligeira alta, após alguns meses de estabilidade. No caso do leite UHT comercializado no atacado do estado de São Paulo, o preço médio de julho foi de R$ 1,79/litro (incluídos frete e impostos), 1,1% superior ao valor observado em junho. Em relação a julho/11, porém, houve queda de 5,3% no preço médio em termos nominais. O mercado de queijo muçarela também reagiu levemente, com alta de 1,1% em julho, com o quilo indo para R$ 10,48. Já no comparativo com julho/11, o preço médio também apresentou queda, de 1,9% em termos nominais. Essas médias mensais provêm dos valores diários apurados pelo Cepea com apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL). 

De acordo com agentes do setor, a expectativa é de que os preços de derivados se sustentem nesses patamares em agosto. O elevado volume importado – especialmente de leite em pó e queijos –, segundo eles, continua atrapalhando as vendas do produto nacional.

Nota Metodológica: A partir deste mês, o Cepea passa a divulgar também os valores mínimos e máximos líquidos recebidos pelo produtor de leite. O preço líquido é isento de impostos e frete, sendo que o pagamento do transporte do leite até a plataforma de processamento difere entre os laticínios/cooperativas. Assim, os valores líquidos podem ser uma referência mais precisa para o acompanhamento do mercado, bem como para a comparação entre as regiões produtoras. Os preços brutos continuarão sendo divulgados, mantendo o encadeamento da série Cepea iniciada em 1991. O Cepea também divulga os preços médios líquidos desde agosto de 2004.

AO PRODUTOR: Entre os sete estados considerados para a “média nacional”, em julho, a maior queda no preço médio recebido pelo produtor ocorreu novamente no estado de Goiás. Houve redução de 2,3% no valor líquido, com média de R$ 0,7940/litro. Em Minas Gerais, o recuo foi de 0,8%, a R$ 0,7939/litro. No estado de São Paulo, houve queda de 1%, o que levou a média para R$ 0,8078/litro. No Espírito Santo – ainda não integrado à “média nacional” –, o preço médio foi de R$ 0,7814/litro, recuo de 3,4% frente a junho.

No Rio Grande do Sul, houve recuo de 2,1% entre junho e julho, com média de R$ 0,7423/litro. Em Santa Catarina, o preço médio foi de R$ 0,7489/litro, baixa de 1,4%. Já no Paraná, houve leve aumento de 0,7%, com o litro indo para R$ 0,7635.

Na Bahia, o valor médio foi de R$ 0,8627/litro, leve aumento de 0,5% frente a junho. No Ceará, a alta foi mais significativa, de 5%, com a média indo para R$ 0,8171/litro. No Rio de Janeiro, o preço médio foi de R$ 0,8279/litro, recuo de 1% em relação a junho. Em Mato Grosso do Sul, houve queda de 4%, com média de R$ 0,6506/litro.

Clique aqui para ampliar!

Clique aqui para ampliar!

Clique aqui para ampliar!

Clique aqui para ampliar!

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Cepea

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário