Leite: Mercado reverte quedas e estabiliza-se em agosto

Publicado em 31/08/2012 13:34 e atualizado em 31/08/2012 14:04
Pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, apontam que o preço médio recebido pelo produtor se manteve praticamente estável frente a julho, conforme esperavam os agentes de mercado. Em agosto, o valor líquido foi de R$ 0,7872/litro, ligeira alta de 0,8% frente ao mês anterior – o preço médio bruto (inclusos frete e impostos) foi de R$ 0,8547/litro. Esses valores representam as médias dos estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA ponderadas por suas respectivas produções.

No mês de julho, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) registrou avanço de 7% na região Sul. Houve aumento em torno de 9% no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e de 2,7% no Paraná. Na média ponderada dos mesmos sete estados, o Índice avançou 2,7% sobre junho, atingindo nível 7,9% maior que o do mesmo mês de 2011. Pesquisadores do Cepea, no entanto, ressaltam que, naquele período, a safra na região Sul havia diminuído em função de adversidades climáticas, o que justifica o expressivo aumento anual. De modo geral, agentes do setor afirmam que não há excedente de oferta de leite. Apesar da maior produção sulista, a captação de leite diminuiu nas demais regiões do País, tendo em vista a entressafra, agravada, na região Nordeste, pela forte estiagem.

Pesquisadores do Cepea avaliam que o cenário atual é crítico tanto para os produtores quanto para as indústrias. Pesquisas do Centro mostram que os custos de produção de leite continuam avançando com a alta do milho e do farelo de soja, e não há expectativa de melhora desse quadro no curto prazo para o pecuarista leiteiro. Isso tem agravado o endividamento desses produtores e tende a reduzir os investimentos na atividade. Quanto aos preços que têm recebido, estão 2% inferiores (em termos nominais) aos de agosto/11, observam os pesquisadores. 

No caso dos laticínios, os preços no atacado também continuam abaixo dos registrados no mesmo período de 2011. Considerando-se a média das cotações diárias no estado de São Paulo, em agosto, o leite UHT (média de R$ 1,81/litro) esteve 8% abaixo da média de um ano atrás e o queijo muçarela (R$ 10,61/kg), 7% também inferior, em termos nominais – essa pesquisa do Cepea tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL). Dessa forma, pesquisadores estimam que a margem bruta da indústria (considerando-se apenas os custos com a matéria-prima) caiu 13% no caso do leite UHT e 24% no caso do queijo muçarela no mesmo período. No comparativo com julho, os dois derivados lácteos tiveram leve reação em agosto, em torno de 1%. Ainda assim, agentes do setor relatam que a demanda segue retraída, limitando as negociações. 

A expectativa da maior parte dos representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea é de estabilidade dos preços no pagamento de setembro aos produtores (referente à produção de leite entregue em agosto): 67% dos entrevistados, responsáveis por 80% do volume de leite amostrado, acreditam que o preço se mantenha estável no próximo mês. Para 19% dos compradores (que representaram 8% do volume de leite), deve haver alta de preços, e apenas 14% dos agentes (responsáveis por 12% do volume da amostra) esperam queda. 

AO PRODUTOR: No mês de agosto, houve ligeiros aumentos de preço do leite na maior parte dos estados pesquisados pelo Cepea no Sudeste e Centro-Oeste. Em São Paulo, o preço médio líquido foi de R$ 0,8243/litro, alta de 2% frente a julho. Em Minas Gerais, o valor médio foi de R$ 0,8020/litro, acréscimo de 1% em igual período e, em Goiás, a alta foi de 0,7%, com média de R$ 0,7993/litro. No Rio de Janeiro, houve aumento de 1% no preço médio, a R$ 0,8357/litro. Em Mato Grosso do Sul, a reação chegou a 7%, com a média indo para R$ 0,6968/litro. Já no Espírito Santo, houve ligeira queda de 0,2%, com o litro a R$ 0,7798. 

No Sul do País, o preço médio líquido registrou ligeiro recuo de 1,2% no Rio Grande do Sul, com média de R$ 0,7334/litro. No Paraná, houve alta de 0,2%, com o litro a R$ 0,7653 e, em Santa Catarina, o ajuste positivo foi de 2,6%, com média de R$ 0,7682/litro. No estado catarinense, agentes consultados pelo Cepea argumentam que o aumento de preços (apesar da maior produção) é explicado pela tentativa de se estimular os produtores a manter o fornecimento de leite, especialmente na mesorregião oeste catarinense. Nos últimos meses, alguns laticínios sentiram redução do número de fornecedores em função da queda de preços. Entre fevereiro e julho, houve redução de 7% no preço médio, a maior queda entre os estados acompanhados no período.

Na Bahia, de julho para agosto, houve leve recuo de 0,3%, com preço médio a R$ 0,7951/litro. No Ceará, a variação, também pequena, de 0,2%, foi positiva, com o produto a R$ 0,8187/litro.


Clique aqui para ampliar!

Clique aqui para ampliar!

Clique aqui para ampliar!

Clique aqui para ampliar!

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Cepea

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário