Leite: Captação aumenta 3,2% em 2012, impulsionada principalmente pelo Sul do Brasil

Publicado em 30/01/2013 07:58
A captação de leite nos sete principais estados produtores do Brasil aumentou em 2012, conforme pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite), em 2012, foi 3,2% maior que o de 2011, puxado principalmente pelos estados do Sul. O maior aumento percentual ocorreu em Santa Catarina (7,3%), seguido por Rio Grande do Sul (4,8%) e Paraná (4%). A produção formal mensurada pelo ICAP-Leite/Cepea em São Paulo avançou 2,8%. Em Goiás e Minas Gerais, ficou praticamente estável, com leve avanço de 0,6% no primeiro e nulo no segundo estado, que é o maior produtor nacional. Devido aos problemas climáticos no Nordeste, a Bahia teve recuo de 6,4% em sua produção.

De novembro para dezembro, especificamente, o volume captado por laticínios/cooperativas pesquisadas pelo Cepea aumentou 2,35% na média ponderada dos sete estados, o que pressionou os valores pagos aos produtores. As chuvas favoreceram o desenvolvimento das pastagens na maioria das regiões da pesquisa do Cepea. Em Minas Gerais, a oferta chegou a aumentar 4,9%, o maior avanço do mês. Em Goiás, mesmo com chuvas irregulares em dezembro, a produção aumentou 4,3%. Em São Paulo, houve aumento de 3,2% na captação de dezembro, sendo relatado inclusive excesso de chuvas em algumas regiões produtoras. Na Bahia, houve aumento de 2,8%, devido principalmente à volta das chuvas nas áreas sul e centro-sul do estado. Porém, a situação ainda esteve crítica na região centro-norte baiana, segundo agentes consultados pelo Cepea.

Num cenário distinto, a região Sul apresentou decréscimo de 1% na produção de dezembro, frente à de novembro. Mesmo com condições climáticas boas para a produção sulista, agentes consultados pelo Cepea relatam que os altos custos de produção frearam os investimentos nas propriedades. A quantidade de concentrado fornecida aos animais diminuiu e, em algumas situações, em que a pastagem é de qualidade, foi fornecido concentrado com menor teor de proteína bruta. Além disso, a falta de chuva na safrinha de silagem de milho no Sul prejudicou a qualidade desse alimento, o que também pode ter impedido o avanço na produção no mês. 

No segmento de derivados, agentes consultados pelo Cepea relatam que o aumento no volume de leite favoreceu a formação de estoques no começo deste ano, no entanto, com a demanda firme, os preços do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo continuam praticamente nos mesmos patamares de dezembro. O leite UHT em janeiro (cotado até o dia 28) tem média de R$ 1,92/litro, e o queijo muçarela, de R$ 11,63/kg – neste caso, com leve redução de 0,3% frente a dezembro. Essa pesquisa do Cepea é feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

AO PRODUTOR - Em janeiro, o preço médio recebido pelos produtores de leite (entregue em dezembro) foi 1,4% menor que o do mês anterior, considerando-se a “média nacional”, que é ponderada pela produção dos estados da BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP. Conforme levantamentos do Cepea, a média líquida foi de R$ 0,8110/litro e a bruta, de R$ 0,8829/litro (inclui frete e impostos). O valor bruto, se comparado ao do mesmo período de 2012, foi 0,9% maior em termos reais (valores deflacionados pelo IPCA de dezembro/12).

No estado de Goiás, houve redução de 2,5% (ou 2,3 centavos por litro) no preço bruto pago pelo leite, sendo a maior baixa entre os estados da pesquisa, com a média a R$ 0,9050/litro (preço bruto). Na Bahia, o preço foi 1,8% menor (1,5 centavos por litro) frente a dezembro, com o litro a R$ 0,8274. São Paulo teve a terceira maior desvalorização, de 1,7%, ou 1,6 centavos por litro, com a média a R$ 0,9103/litro. Na sequência, esteve o Paraná, com queda de 1% e média de R$ 0,8839/litro, o que significa 0,9 centavo a menos por litro frente a dezembro. 

Os estados de Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul também tiveram reduções. Em Santa Catarina, a baixa foi de 1% (0,9 centavo por litro), com o preço bruto de janeiro a R$ 0,8639/litro. Os estados mineiro e gaúcho tiveram quedas de 0,74% e 0,25%, com o litro cotado a R$ 0,8925 e a R$ 0,8254, respectivamente.

Entre os estados que não fazem parte da “média nacional” do Cepea, Mato Grosso do Sul teve a maior redução, de 2,9%, com o litro a R$ 0,8010 (valor bruto). No Rio de Janeiro, o recuo foi de 2,5% (2,4 centavos por litro), com a média indo para R$ 0,9401/litro. No Espírito Santo, o preço manteve-se praticamente estável, como leve queda de 0,11%, ficando a R$ 0,8681/litro. Entre todos os estados da pesquisa do Cepea, somente o Ceará teve aumento no preço pago pelo leite. De dezembro para janeiro, o avanço foi de 1,8 centavo por litro (cerca de 2%), com a média indo para R$ 0,9530/litro.

Para o mês de fevereiro (produção de janeiro), a maior parte dos representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea (53,8% dos entrevistados, que representam 58,4% do volume de leite amostrado) acredita em estabilidade nos preços. Para 36,6% dos entrevistados (que representam 27,1% do volume de leite amostrado), a expectativa é de queda nos preços e 9,7% dos consultados (14,6% do volume amostrado) acreditam que deve haver alta.

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Cepea

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