Os custos da produção agropecuária e os custos políticos das lideranças do setor produtivo

Publicado em 29/07/2014 11:26 e atualizado em 05/03/2020 08:02
Por Valdir Edemar Fries

O setor produtivo Brasileiro vive momentos de incertezas.Com juros em alta e inflação galopante, o Governo se perde em meio as próprias medidas econômicas por ele anunciada.

A politica do toma lá, da cá, já perdeu folego, não há mais razões para acreditar nos PLANOS e PROJETOS MIRABOLANTES lançados pelo atual Governo, muito menos nas PROMESSAS POLITICAS que devem se desencadear neste período eleitoral.

O mundo, segundo as pesquisas divulgadas recentemente, neste ano de 2014, ao todo deve garantir um crescimento econômico de 3 a 4 pontos percentuais, enquanto a economia Brasileira capengou no primeiro semestre e deve fechar ao final do ano entre 0.5 a 1.0 pontos percentuais, se tudo der certo daqui até dezembro.

Diante da instabilidade econômica, os custos da PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA devem ter atenção especial por parte dos produtores rurais, uma vez que as políticas públicas anunciadas no PLANO AGRÍCOLA 2014/2015 devem sofrer as consequências  com o contingenciamento orçamentário da União. Isto não quer dizer que o produtor não vai ter acesso ao crédito, mas sim porque o Governo não disponibilizará recursos suficiente para garantir a comercialização da produção, com a garantia dos preços mínimos por ele estabelecido. Até porque em partes, não pagou nem o que comprou ainda no ano passado.

O mercado agropecuário, ou seja, a comercialização da produção obtida, a cada ano tem sido uma das principais preocupação do produtor rural, e agora em 2014 as coisas parecem se complicar ainda mais, uma vez que os bons resultados de produtividade vem pressionando os preços, principalmente do produto soja em grão e do milho. Duas commodities que promovem um verdadeiro festival no comércio de papéis junto ao mercado nacional e internacional.

Os papéis das commodities que circulam hoje no mercado mundial, em volume fixado no papel, são muito superior ao volume de produção. Tão embora, em certos momentos este mercado futuro possa proporcionar melhores preços promovendo resultados positivos em determinados contratos em beneficio para o produtor rural. Estas oportunidades para o produtor são poucas, mas acontecem em determinadas épocas; é só acompanhar e saber aproveitar.

São estes papéis comercializados no “mercado futuro” que alteram o mercado físico a qualquer anuncio de relatórios de previsão de safra. No entanto, é quando se antecede a estimativa de uma grande safra, que estes papéis são colocados à venda, em tempo do mercado especulativo “aferir seus lucros”.Concorrendo de forma negativa para os produtores rurais, uma vez que pressionam os preços para patamares mais baixos também no mercado físico.

Sem muito conhecimento de todo este mercado “futuro e especulativo”, os produtores rurais perdem o sono, choram e reclamam mas nada resolve quando se tem pela frente uma super safra de grãos.  Nestas ocasiões os preços dos grãos no mercado físico em determinadas épocas e regiões, o valor pago ao produtor não cobrem os custos da sua produção. Fatos assim, levam grande maioria dos produtores rurais a comprometer sua renda ou a ficarem a mercê da politicagem do Governo. Uma “politicagem” em torno do que se define em termos de apoio à politica de comercialização da produção com a garantia dos preços mínimos pré estabelecidos pela própria equipe do Governo Federal…

Esta “politicagem” do Governo Federal em cima do setor produtivo do AGRONEGÓCIO BRASILEIRO não é de hoje, nem será daqui pro final do ano que irá mudar, até porque se fosse por conhecimento da realidade da situação do AGRONEGÓCIO BRASILEIRO, poderíamos dizer que o MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO esta em boas mãos. Esta sob o comando de pessoas que realmente conhecem as dificuldades do dia a dia de todo produtor rural Brasileiro, mas infelizmente, bem infelizmente foram aludidos a aceitar o convite para assumir o cargo a que se propunha, sem estar ciente do custo politico da sua própria liderança junto ao setor produtivo.

Não é de hoje. Já foram muitos os Ministros de Agricultura que chegaram ao cargo através da liderança que assumiram junto a classe produtora em defesa do AGRONEGÓCIO BRASILEIRO, no entanto quando lá chegaram, não puderam desenvolver e levar a diante os seus objetivos de causa em beneficio do setor.

O custo politico das lideranças do Agronegócio que assumem o Ministério, como também das demais lideranças agropecuárias que se comprometeram “politicamente” com o este Governo, através de suas Associações, Sindicatos, Federações e Confederação, acabou por comprometer grande parte de tudo que eles mesmos vinham defendo e conquistando ao longo de sua trajetória em defesa do agronegócio…

O custo politico é muito alto para todos que de certa forma foram aludidos a participar deste Governo do PT. São lideranças do setor que assumiram suas posições publicas junto ao Governo em troca de promessas mirabolantes em beneficio da sua causa, porém nada ou quase nada conseguiram ter de respaldo efetivo no cumprimento das Politicas Publicas estabelecidas, no entanto diante de todo comprometimento politico partidário junto ao atual Governo, ficam sem coragem de bater o martelo na mesa em defesa dos interesses do Agronegócio, e mesmo que este Governo esteja remando contra seus próprios ideais inicialmente estabelecidos,continuam no debate, debatendo os problemas que já conhecem de cabo a rabo, e mesmo estando no poder não tem a liderança para solucionar, mas diante do comprometimento politico partidário participam do debate para tentar aludir você, em busca do seu voto.

Resta aos velhos líderes sentar em uma mesa e debater o que sempre foi debatido e mesmo no poder nada poder resolver. Muito bem disse nosso amigo João Batista Olivi em seu Programa Mercado & Companhia no Canal Rural, “infelizmente o Neri Gueller assumiu o Ministério de um Governo que esta desenfreado ladeira abaixo”…

Este é o custo politico de uma liderança agropecuária que apesar de seu conhecimento, não conseguiu implementar as políticas públicas para amenizar os custos de produção.

 

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Vocês querem saber o que penso sobre a desordem existente na representação da agropecuária brasileira? O deputado Hauly è aquele do imposto da soja, vocês devem estar lembrados, foi derrotado naquela ocasião. Entretanto ele possui um projeto de desoneração à muito tempo, um projeto amplo, abrangente e que de fato beneficiarà todos os produtores com o grande mérito de beneficiar também a parcela trabalhadora e pobre desse nosso triste Brasil. O deputado Hauly è oposição ao governo. A derrota que sofreu foi liquida e certa ( no imposto da soja ), mas e agora, o que ocorrerà? Como votarão os ditos representantes do agronegócio que apóiam o governo Dilma-Lula? E toda a base do governo que teoricamente apóia a agricultura familiar, como se comportarà diante de um excelente projeto elaborado por um deputado oposicionista? Como votarão os deputados petistas do Brasil inteiro? O deputado Hauly nos oferece uma grande oportunidade, e o Sr. Valdir Fries pode nos ajudar e muito, a aproveita-la. Os representantes ordinários, que perderam qualquer noção de vergonha sabemos quais são, essa corja que busca lucro fácil votarà contra os produtores e contra os trabalhadores, a corja de cínicos que diz o que não faz e faz o que não diz. Ocorre que essa votação, assim como a desoneração de insumos e ele devia incluir na desoneração o maquinário, do mesmo deputado, tem o mérito implícito de esclarecer de uma vez por todas quem è a favor e quem è contra a agropecuária e o Brasil. Para os que negociam o poder dos mandatos isso não tem importância alguma, no entanto o deputado Hauly nos darà a oportunidade de corrigir uma das mais graves e cruéis distorções existentes no Pais, o pobre, o assalariado, aqueles a quem o PT diz proteger, ser obrigado a pagar ao governo para poder comer.

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