Alerta contra a erosão, por Fernando Penteado Cardoso

Publicado em 25/08/2014 15:48
Fernando Penteado Cardoso é engenheiro agrônomo no Escritório Técnico Agrícola - ETA

Dos problemas que se apresentam ao agricultor é o da erosão um daqueles que exige especial atenção, porquanto culmina ele no empobrecimento gradativo e fatal das terras cultivadas, pela ação das águas pluviais.

São desastrosos os feitos da erosão em campos de cultura nos quais nada se há feito no sentido de oferecer resistência a essa verdadeira sugadora do “húmus” das propriedades fertilizantes do solo.

Na fazenda “Anhumas”, de propriedade do Sr. Caio Ramos, os agrônomos Srs. Cassio Lanari e do Val, Eduardo Lacerda Camargo, Fernando Penteado Cardoso, João Lanari do Val, João Pacheco e Chaves, Jorge Duprat Cardoso e José Rafael Borba, do “Escritório Técnico Agrícola”, estão introduzindo um novo processo de combate à erosão, mediante os chamados “terraços”.

Sexta-feira úlitma, estiveram em visita aos campos daquela propriedade já dotado de “terraços” os Srs. Paulo Vageler, Felisberto de Camargo, Bierrembach de Castro, chefes de seção do Instituto Agronômico; Otávio Gali, Flávio Beltrame, José Setzer, Amaury Egydio de Souza Aranha, Brasil de Souza Costa, Angelo Covizza e representantes da imprensa de Campinas e dessa capital.

Os “terraços” constituem o sistema de combate à erosão mais empregado atualmente nos Estados Unidos. São grandes camalhões ou leiras de terra, guarnecendo o lado de baixo de um canal de bordos rampados, dispostos aproximadamente, segundo as curvas de nível do terreno. O canal de lado da leira tem um ligeiro declive, mais ou menos de 1:1000, permitindo o esgotamento da água em excesso. A distância entre um “terraço” e outro é variável, de acordo com a declividade do terreno e a qualidade do solo. É possível construir terraços em declive até de 12%. A profundidade do canal é, em média, de 50 centímetros e a largura total, compreendendo camalhão e canal, é de 4 metros.

Uma das vantagens deste sistema é não deixar o terreno “dividido”. As culturas em terras dotadas de “terraços” não são interrompidas, pois tanto o camalhão como o canal são plantados. Outra vantagem é a de que as linhas de plantas acompanham os “terraços”, ficando, portanto, também em nível, o que vem facilitar bastante os trabalhos mecânicos, tais como riscação, semeadura e cultivos.

Em chuvas normais, haverá uma retenção da água dentro dos canais. Todavia, para precipitações muito intensas, está previsto o esgotamento da água que não puder ser absorvida pelo solo. A água em excesso correrá pelos canais dos “terraços” até um “canal de esgotamento” comum, bem largo e protegido por tufos de capim. Essa proteção impedirá qualquer arrastamento de terra, embora a quantidade de água seja grande.

Os “terraços”, segundo informaram os agrônomos já nomeados, são um melhoramento permanente. Uma vez demarcados e construídos, a sua conservação depende apenas de observância de certas regras técnicas por ocasião das arações. Assim, as despesas com a construção constituem uma capitalização e não vem sobrecarregar uma determinada cultura durante um só ano. Atualmente o preço para construção de “terraços” é pouco superior ao de uma aração bem feita.

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Fonte:
Fundação Agrisus

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1 comentário

  • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

    Acho que já ouvi falar disso aí. Há uns 40 anos quandro entrei na universidade, no curso de Eng. agronomica. Tenho uma vaga lembrança de que já tive isso em minha propriedade.

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