Fluxo de processos e o aumento de rentabilidade no agronegócio, por Roberto Gregori Jr

Publicado em 01/09/2016 15:35
Roberto Gregori Jr. é engenheiro agrícola pela Unicamp e Mestre em Agronomia pela Universidade de Bonn/Alemanha. Consultor de gestão e reestruturação.

Gostaria de discutir neste texto a importância do aumento da rentabilidade da produção agropecuária.

O agronegócio brasileiro é hoje a locomotiva do Brasil. Mesmo em um cenário econômico negativo, o aumento de empregos vem ocorrendo principalmente e quase unicamente neste setor. Mesmo com tantas vitórias do agronegócio estamos vivenciando o pedido de recuperação judicial de vários grupos agrícolas ou a falência de vários produtores rurais.

As causas são muitas e diversificadas, mas seguem a famosa lei de padaria: o montante de capital que sai deve ser sempre menor do que a receita. Fácil falar, difícil de se realizar em uma atividade dependente do clima, do preço das commodities, da falta de infraestrutura do país, do ambiente político e suas políticas erráticas de custeio, da falta de um seguro rural garantindo o faturamento perdido. Empresários e agropecuaristas são verdadeiros heróis neste país.

Mas como reduzir os riscos de prejuízos na atividade? Nos meus artigos anteriores destaco a importância do planejamento e gestão financeira. Entretanto, causa-me surpresa a imensa quantidade de empresas agrícolas, muitas delas com faturamento até na casa do meio bilhão de reais, conduzidas sem a publicação interna e o treinamento em normas, regulamentos e gerenciamento de processos, que sejam de conhecimento de todos os seus funcionários.

Em uma atividade de alto risco como esta, deve-se minimizar o risco de perdas de materiais e recursos diversos, que levam ao retrabalho e ao desperdício. Como é possível administrar uma propriedade que cultive p.e. 40 mil hectares sem que cada funcionário saiba o que deve receber de seus pares e o que deve entregar através de sua atuação para o próximo na cadeia de tarefas? Como é possível administrar uma atividade de alto risco sem um plano de gestão de riscos? Por não ser possível, ano após ano estas empresas escrevem em seus balanços perdas ocasionadas também pela ausência destes fluxos de processos e de risco.

Durante a atividade agropecuária, muitos fatores interagem - seja o adiamento de um plantio por muita ou pouca chuva, seja o ataque de insetos e fungos, seja uma máquina que quebra no meio da colheita, ou a ausência de uma variedade de semente – e o conhecimento de todos os envolvidos destes processos de como superar estas ocorrências é fator primordial para que o rendimento seja maximizado e as perdas minimizadas.

A agropecuária hoje não é a mesma de 30, 20, 7 e mesmo 3 anos atrás: As variedades mudaram, o porte das plantas e animais são outros, a biotecnologia está presente nas sementes, nos químicos, na composição da alimentação dos animais, as exigências dos importadores e consumidores e a demanda por profissionais capacitados em informática aumentaram.

Assim sendo, dos valentes produtores, que em sua maioria deixaram os estados do Sul e abriram as fronteiras do Centro-Oeste e MATOPIBA nos anos 70 e 80, são demandados hoje a promoverem uma verdadeira revolução em suas empresas. Uma revolução chamada profissionalização de gestão. Nesta profissionalização os instrumentos mais modernos de gestão serão implementados, os melhores profissionais em suas áreas de atuação serão contratados, a empresa deixa de ser uma extensão dos impulsos do fundador e passam a seguir um plano estratégico para os próximos 5 a 10 anos. A experiência dos fundadores é parte importante da construção deste plano, mas ele deve se tornar o farol que sinaliza a meta a se alcançar, mas seus gestores profissionais serão responsáveis pela condução do barco.

Somente assim teremos garantida a sustentabilidade na atividade agropecuária, sem a necessidade de que as empresas queimem seus ativos para redução do passivo. Gestão profissional é a Solução!

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Fonte:
Roberto Gregori

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