Aproximação de Marina com o Agro começa pelo setor sucroenergético

Publicado em 27/08/2014 13:48 e atualizado em 27/08/2014 15:35

A candidata a presidência da república, Marina Silva e sua equipe tem um difícil trabalho de reaproximação com o agronegócio. O setor já sentiu na pele o comportamento autoritário e a dificuldade em dialogar da então Ministra do Meio Ambiente, durante as complicadas discussões sobre o novo Código Florestal. 

Em busca do diálogo, na próxima sexta-feira (29), a  candidata pretende  se encontrar com empresários do setor sucronergético em um jantar, na casa do empresário Plínio Nastari, que é consultor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

A equipe de Marina tenta uma aproximação do agronegócio por meio do setor que se mostra insatisfeito com o atual governo.  A presidente Dilma praticamente interrompeu o  projeto de expansão da política de energia renovável iniciada durante a gestão de seu antecessor, o presidente Lula, além de subsidiar os  preços da gasolina, impondo um teto para a comercialização do etanol e levando o setor a uma nova crise.

Segundo reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo, o interlocutor da campanha de Marina com os produtores é João Paulo Capobianco, que coordena uma ONG sobre sustentabilidade. Para ele "Não existe uma posição consolidada do agronegócio em relação a Marina. O que existe é uma insegurança, e a equipe de campanha de Marina deve esclarecer que isso não tem fundamento”.

Para o presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), Gustavo Diniz Junqueira que confirmou sua participação no jantar da próxima sexta-feira, o encontro não tratará do apoio à candidatura de Marina mas sim da apresentação das demandas do setor, como já aconteceu em outras oportunidades com os demais candidatos. “Precisamos passar para a candidata as informações sobre o funcionamento do agronegócio e orientá-la sobre o potencial do setor para o futuro do país”. 

O presidente da SRB fez questão de lembrar que o desalinhamento de opiniões que ocorreu no passado, precisa ser realinhado. “ Nesse momento não podemos [agronegócio] ter uma posição arrogante e interromper o diálogo. O desafio para todos é consolidar  o agronegócio como importante instrumento para o desenvolvimento econômico, social e ambiental.”  

Economia


Para o economista chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, a candidata a presidência Marina Silva subiu muito forte nas pesquisas e já desponta como favorita ao Planalto. No entanto ele considera essa tentativa da equipe de Marina de se buscar um governo de União Nacional um tanto quanto perigosa e de difícil consenso.

O economista lembra que parte do mercado financeiro tende a olhar Marina com bons olhos, porque vê na presidente Dilma, alguém que usou as empresas públicas como instrumentos para implantação de políticas econômicas. “O mercado gostaria de ver uma gerência mais voltado ao lucro, por isso mesmo, qualquer coisa que não seja a presidente Dilma, soa tão bem “. 

No entanto, até agora o mercado não sabe exatamente o que é Marina Silva. “Essa reação, na minha opinião é um tanto irracional, porque se espera da Marina, coisas que são difíceis de se conciliar. Na questão do Agronegócio a gente sabe que a posição dela originalmente é bastante ambientalista. Não tem nada errado nisso e é o que ela representa."

O problema será aliar a teoria e a prática. É difícil saber se o discurso de conciliação resultará em medidas concretas que realmente auxiliarão o agronegócio. " O problema é que ela [Marina] está tentando fazer várias coisas ao mesmo tempo. Esse jantar com o agronegócio pode ser esclarecedor", alerta Perfeito.

No ESTADÃO: Goldman, coordenador da campanha de Aécio, diz:

"não há mais como Dilma ganhar essa eleição"...

O ex-governador Alberto Goldman, coordenador da campanha do candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta terça-feira que a pesquisa Ibope, encomendada peloEstado e pela TV Globo, é uma mostra de que Dilma Rousseff, presidente e candidata à reeleição pelo PT, é a que mais perde nesta corrida eleitoral. Na mostra divulgada hoje, Dilma tem 34%, Marina Silva, que foi alçada à cabeça de chapa após a morte de Eduardo Campos, tem 29% e Aécio Neves 19%.

Nas projeções de segundo turno, Marina venceria Dilma por 45% a 36% e Aécio Neves por 41% a 35%. "Avalio que não há mais como Dilma ganhar essa eleição presidencial", destacou o coordenador da campanha tucana, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, acrescentando que a candidatura da petista vem perdendo fôlego a cada pesquisa. "Ela está desidratando", frisou.

Indagado se a campanha de Aécio Neves, que figurava no segundo lugar da disputa nas pesquisas eleitorais, antes da entrada de Marina Silva como cabeça de chapa, deverá fazer alterações para conseguir chegar ao segundo turno dessa disputa, Goldman disse que a proposta, que já vinha sendo executada, é tornar o presidenciável do PSDB mais conhecido do eleitorado de todo o País.

"Aécio é o menos conhecido dos três concorrentes mais bem pontuados, portanto, ele tem ainda margem para crescer, ao contrário de Marina, que deve ter atingido o seu teto com os 29% registrados hoje na pesquisa Ibope e de Dilma que está em trajetória descendente." Ele disse crer que, sob o aspecto de uma disputa eleitoral acirrada como a atual, os 40 dias que restam para a realização do primeiro turno (5 de outubro) representam "uma eternidade", onde tudo pode mudar.

Para o ex-governador, o que mais lhe chamou atenção na pesquisa é que a soma das intenções de voto de Marina Silva e Aécio Neves, de 49 pontos porcentuais, superam muito os 34% obtidos por Dilma na mostra do Ibope. "Isso é uma prova de que Dilma foi a quem mais perdeu e mostra a inviabilidade de sua candidatura." 

Na sua avaliação, este cenário indica a estratégia acertada da campanha tucana em focar os ataques no governo do PT, sobretudo na gestão da presidente Dilma. "Temos de continuar nos qualificando como o partido de oposição que tem condições de mudar a situação em que se encontra hoje o País, com a volta da inflação e baixo crescimento."

Com relação à Marina, ele é mais cauteloso e diz que é cedo para alterar uma estratégia em função de um pico de crescimento que a campanha tucana avalia que irá retroceder. "Marina não tem estrutura, não tem aliados, diria que ela não tem mais nada além dela mesma."

Dilma retomará vantagem no 2º turno, diz José Guimarães (vice-presidente do PT)

O vice-presidente do PT, deputado federal José Guimarães (PT-CE), creditou o bom desempenho de Marina Silva (PSB) na pesquisa Ibope, divulgada no início da noite desta terça-feira, 26, a uma "onda midiática" que, segundo ele, impulsionou a candidatura da ex-ministra após a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo. "Depois de todo o massacre midiático e promocional, estamos bem posicionados", disse Guimarães. "O Brasil não vive dessas ondas", acrescentou.

De acordo com o levantamento encomendado pelo Estadão e pela TV Globo, a presidente Dilma Rousseff (PT) marca, no primeiro turno, 34% das intenções de voto, ante 29% de Marina. O candidato do PSDB, Aécio Neves, soma 19% da preferência do eleitorado. No segundo turno, Marina venceria Dilma por 45% contra 36% das intenções de voto, caso as eleições fossem hoje.

Ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Guimarães disse que a vantagem de Marina sobre a presidente no segundo turno é "reversível" e que o partido vai trabalhar nos próximos 40 dias para reassumir a liderança. Para o parlamentar, a campanha da petista precisa partir agora para o confronto de ideias com a candidata do PSB.

"O PSB vai ter que explicar as opiniões (da Marina). Por que ela não consegue dialogar com o agronegócio e o setor produtivo?", provocou. "É preciso estabelecer o confronto com as ideias dos candidatos e mostrar as contradições de cada um".

Cautela

O vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), adotou um tom menos otimista do que seu correligionário e disse que é preciso aguardar para ver se Marina conseguirá se estabilizar em um patamar elevado na preferência do eleitorado. "Não dá para comemorar", comentou o petista, ao referir-se à distância de nove pontos percentuais aberta entre Marina e Dilma no segundo turno.

Para o petista, o cenário apresentado pela pesquisa tira Aécio do segundo turno porque dificilmente Marina cairá abaixo do patamar alcançado hoje. "A primeira vítima é a candidatura do Aécio", disse.

O vice-presidente da Câmara também argumentou que a consolidação de Marina e de Dilma como as duas candidaturas mais competitivas levará a um embate de propostas entre as duas candidaturas a partir de agora. Para ele, Marina precisará explicar ao eleitorado como pretende perseguir um meta de inflação de 3% ao ano a partir de 2019. "Isso só é feito com alta da taxa de juros e aumento do desemprego", disparou Chinaglia.

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Fonte:
Notícias Agrícolas + Estadão

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2 comentários

  • Marcio Genciano dos Santos Ivaiporã - PR

    A um tempo atrás Marina Silva era uma ameaça ao Agronegócio isso por defender assiduamente os interesses do Meio Ambiente, em menos de uma semana surgi como a salvação para o Brasil,o dólar desaba,as ações da PETR explodem e a enxurrada de dólar esta para entrar no Brasil, dólar volta rondar R$-2,2500 - os juros americanos vão subir, bom isso é inevitável, mas esta tudo bem... Elevamos nossa taxa básica de juros para segurar dólares aqui, mas esta tudo bem...temos a única moeda dos países emergentes que não se desvaloriza frente o dólar, que orgulho...

    Pessoal, Rolagens de Swaps Cambiais tem limite,Bradesco e Itau que o digam....

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  • Telmo Heinen Formosa - GO

    No setor sucroenergético, que atualmente tem dezenas de Usinas sob "Recuperação Judicial" algumas com 20 anos para pagar parcelamentos e prorrogações, aconteceu um problema do qual recomendamos CAUTELA a todos os empresários em geral. Nossa [IN]Justichia concedeu a tal recuperação judicial entretanto não livrou os Avalistas. Então ocorre o seguinte, Usina em recuperação e os credores executando os avalistas sem dó nem piedade, arrastando todos os créditos porventura existentes em contas bancárias destas Empresas e seus avalistas, permitido pop este nojento Novo Código Civil Brasileiro. Por isto nem Pastor Everaldo, nem Levy Fidelix e muito menos Aécio, Dilma ou Marina no comando da Nação darão jeito no crescimento econômico visto que nossa legislação está impregnada de ideologia socialista. Nosso currículo escolar da creche à Faculdade também está impregnada de ideologia socialista o que aliado à sovietização instituida pelo Decreto 8243 nos indica o rumo de uma socialização bolivariana, pouco discutida pelos candidatos.

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