Na VEJA -- ações de empresas de etanol disparam na Bovespa. É o "rali Marina"

Publicado em 27/08/2014 17:13 e atualizado em 27/08/2014 17:58
por Geraldo Samor, do blog Mercados, em veja.com (+ Lauro Jardim e Rodrigo Constantino).

Etanol dispara no ‘rali Marina’

Você leu aqui primeiro.

O mercado comprou a tese, ventilada aqui na sexta-feira, de que, com a oposição mais perto do Planalto, o próximo setor a avançar na Bolsa seria o etanol.

Cosan e São Martinho sobem forte hoje, com volume mais do que o dobro da média.

De sexta-feira até hoje, Cosan já subiu 13% e São Martinho, 10,6%.

O índice Bovespa, de lá pra cá, sobe 3,8%.

Por Geraldo Samor

 

Antes Geni, agora Gisele, Petrobras ainda tem gás

A virada da oposição na campanha eleitoral explica como a Petrobras se transformou, ao longo de poucos meses, da Geni da Bolsa na Gisele dos mercados.

É verdade que, ao contrário da original, essa Gisele é cheia de estrias, perebas e até coisa pior.gisele bundchen

De acordo com a consultoria Empiricus, que acompanha de perto a deterioração financeira da empresa e está perplexa com o rali de 75% na ação desde as mínimas de março, a Petrobras “queimou 13,4 bilhões de reais de caixa na primeira metade do ano, viu sua dívida líquida crescer 9% em três meses, apesar das captações de dinheiro no mercado, e sua alavancagem atingir níveis preocupantes … um possível gatilho para a perda de seus ratings.”

Mas há um fator, ainda pouco discutido, que pode cristalizar essa metamorfose — e manter as ações da empresa em alta nos próximos meses.

Só no mês de julho, a produção de petróleo e gás da Petrobras cresceu 8,6%, e deve terminar o ano em alta de cerca de 5% em relação a 2013, estimam analistas. Isso será uma melhora dramática em relação aos últimos quatro anos, quando a Petrobras crescia produção entre zero e 1%. E essa nova fase de crescimento deve continuar até 2020, quando a Petrobras espera chegar a uma produção o dobro da que tem hoje.

O que explica esse novo momento?

Depois de cerca de cinco anos de investimentos, os campos do pré-sal estão finalmente entrando em produção. Apesar dos atrasos gerados pela exigência de conteúdo nacional, as plataformas, os navios FPSOs e as sondas de que a Petrobras precisa estão finalmente sendo entregues.

Nos últimos anos, enquanto o investimento do pré-sal estava maturava [a empresa investia sem ter nenhuma produção], a produção na Bacia de Campos, a maior do País, despencou num ritmo muito maior do que os modelos estimavam. Uma possível explicação que corre entre os especialistas: para permitir que o então Presidente Lula anunciasse a autossuficiência do petróleo, a Petrobras teria feito uma gestão agressiva dos seus poços em Campos, injetando mais água nos poços para extrair petróleo do que seria recomendado para uma curva normal de produção.

Neste ínterim, a dívida da Petrobras foi crescendo e, com o preço da gasolina congelado, a empresa foi ficando sem caixa, num lento e humilhante espetáculo de autoimolação financeira — noves fora as manchetes de corrupção.

Agora, a empresa está num ponto de inflexão do ponto de vista de sua produção.

“Os fundamentos da empresa estão entrando numa fase muito boa”, diz o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), e ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo. “Daqui para frente, a produção de petróleo vai crescer, e se você somar a isso a perspectiva de ter um governo que vai profissionalizar o comando da empresa, retomar o calendário de leilões de concessões, e dar previsibilidade aos preços da gasolina e do diesel, a ação ainda pode andar muito. Não há motivos para a Petrobras valer menos do que a Ecopetrol (a estatal colombiana de petróleo).”

Em 2007, no auge da euforia do pré-sal, a Petrobras valia 450 bilhões de reais na Bolsa. Hoje, mesmo depois do rali, sua ação ainda vale 38% menos que em 2007.

Um outro motivo para a alta das ações continuar nos próximos meses: dado o descrédito com o Brasil e o balanço frágil da Petrobras (muita dívida e pouco crescimento de geração de caixa), ainda há muitos investidores globais longe da ação. Na medida em que a incerteza política diminuir e a produção aumentar, esses investidores tendem a voltar a investir na estatal.

E, se o próximo governo resolver que a Petrobras deve deixar seu gigantismo de lado e focar em sua atividade principal (achar e extrair petróleo), isso aumentaria ainda mais o potencial de alta da ação. Entre as iniciativas que um Governo Marina Silva ou Aécio Neves poderia tomar estão a venda da participação da Petrobras na Braskem, um IPO da BR Distribuidora e a venda da participação que a Petrobras detém em gasodutos e distribuidoras de gás natural. (É claro que isso deixaria alguns políticos mais pobres, mas os acionistas da Petrobras finalmente veriam a cor do dinheiro.)

A Petrobras não é mais a barganha que era em março — na época, quase ninguém dizia que a reeleição da Presidente estava em cheque — mas também não é um assalto. A Petrobras PN negocia hoje ao redor de 22 reais, o que equivale a 9 vezes a expectativa de lucro da empresa no ano que vem. Por empresas de petróleo comparáveis, os investidores pagam 11 vezes o lucro estimado, ou seja, também por esta métrica, a ação ainda tem espaço para subir.

Mas, notam gestores que acompanham a ação, a melhora na produção de petróleo só tem importância porque o cenário político está mudando. “Se a Dilma estivesse com pinta de ganhar, essa recuperação de produção não daria esse rali na Petrobras,” diz um gestor.

***

PS: Gisele, perdoe a analogia (e o retrato).  O petróleo é nosso, mas ninguém é de ferro.

Por Geraldo Samor

Viva a autossuficiência

lula petro

“Autossuficiência” com déficit

Entre 2006 e junho deste ano, a balança comercial de petróleo e derivados – a conta-petróleo – acumulou um déficit de 27,6 bilhões de dólares. O recorde foi em 2013 com um déficit de 13,2 bilhões de dólares. Viva  a autossuficiência proclamada em 2006 por Lula.

Por Lauro Jardim

Internet

Assunto do dia

presidenciaveis

Debate comentado nas redes sociais

O debate de ontem na Band não alavancou a audiência da emissora, pelo contrário (leia maisaqui), mas nas redes sociais não se falava de outra coisa. No Twitter, à parte os outros quatro candidatos, Dilma RousseffAécio Neves e Marina Silva foram mencionados em 121 000 tweets. No Facebook, entre curtidas, compartilhamentos e comentários, foram registradas 5,1 milhões de interações sobre o assunto.

Dilma foi a mais lembrada pelos tuiteiros e chegou a ser mencionada em 90 000 tweets durante o debate. Ultrapassado por Marina nas últimas pesquisas eleitorais, Aécio também ficou atrás da ex-senadora nas postagens em 140 caracteres. O tucano foi mencionado em 14 000 tweets, enquanto Marina apareceu em 17 000.

Dilma também é a campeã de menções no Facebook, seguida por Marina e Pastor Everaldo. Aécio Neves só foi mais mencionado que Levy Fidelix na rede social de Mark Zuckerberg.

Por Lauro Jardim

Ibope baixo

O mediador

Ricardo Boechat: o mediador

O debate entre os candidatos à presidência  que a Band promove agora é um sucesso no Twitter, no Facebook,  em outras redes sociais e, certamente, dará muita repercussão nos próximos dias. Mas é um fracasso de audiência na TV aberta. A Band ocupou o quarto lugar na briga pela audiência.

Aos números: a média de audiência do debate até agora, com duas horas no ar, de acordo com números prévios do Ibope para a Grande São Paulo, foi de cinco pontos. A Record e o SBT, no mesmo horário, cravaram seis pontos. E a Globo liderou com folga: 21 pontos.

(Atualização, às 2h03: do início ao fim, o debate rendeu à Band cinco pontos. No horário, a Globo registrou treze pontos, o SBT seis pontos; a Record, cinco) 

Por Lauro Jardim

Confiança da indústria cai para o menor nível em 5 anos

Indicador da FGV recuou 1,2% em agosto, oitavo mês consecutivo de queda

Índice da Situação Atual (ISA) também caiu 3,6%, para 82,7 pontos, o menor nível desde março de 2009

Índice da Situação Atual (ISA) também caiu 3,6%, para 82,7 pontos, o menor nível desde março de 2009(Divulgação/VEJA)

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,2% em agosto ante julho, passando de 84,4 para 83,4 pontos, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com a oitava queda consecutiva, o índice permanece no menor nível desde abril de 2009. As avaliações de empresários sobre o momento atual pioraram. O Índice da Situação Atual (ISA), um dos itens avaliados pela FGV na composição do indicador, caiu 3,6%, para 82,7 pontos, o menor nível desde março de 2009. Já o Índice de Expectativas (IE) registrou a primeira melhora no ano, com alta de 1,4% para, 84,1 pontos.

A percepção sobre o ambiente de negócios piorou: o indicador de situação atual recuou 7,1% entre julho e agosto. Já a proporção de empresas que consideram a situação hoje boa caiu de 10,8% para 8,1%, enquanto a parcela de empresas que a avaliam como fraca aumentou de 26% para 29,3%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), outro subíndice, manteve-se estável em 83,2%.

O indicador de situação futura dos negócios caiu pela sexta vez consecutiva, com 30% dos entrevistados, em agosto, esperando melhora na economia nos próximos seis meses. Em julho, essa proporção estava em 25,6%.

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Em contrapartida, houve uma leve melhora na proporção de empresas que preveem elevar a produção nos próximos três meses (de 27,6% para 27,8%), enquanto a parcela de empresas que esperam diminuir a produção no mesmo período passou de 20,8% para 16,1%. 

Mas, a FGV acredita que essa "melhora" não é suficiente para mostrar que a tendência está mudando. "As previsões tornaram-se mais favoráveis para a produção, com a normalização do número de dias úteis após o fim da Copa, mas, no horizonte de seis meses, o pessimismo continua aumentando", diz o superintendente adjunto de ciclos econômicos da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Jr. 

(Com Estadão Conteúdo)

O “tarifaço” que Dilma acusa a oposição de desejar já começou!

A marca registrada do governo Dilma na gestão econômica é seu voluntarismo, fruto da arrogância de que basta “vontade política” para resolver tudo com base na intervenção estatal. O mecanismo de preços livres, fundamental para transmitir informações relevantes aos investidores, foi totalmente destruído. Preços foram represados pelo governo, com anúncios populistas em cadeia nacional de televisão. Algo insustentável.

O custo da irresponsabilidade chegou. E o que faz a presidente Dilma? Acusa a oposição de desejar impor um “tarifaço” se eleita. Mas vejam a ironia da coisa: o “tarifaço” já está em curso, sob o próprio governo Dilma! Desta vez serão os consumidores do Piauí, Alagoas, Maranhão e Paraíba que sofrerão aumento de até 30% na conta de luz:

A Aneel aprovou nesta terça-feira o aumento na conta de luz em quatro estados do Nordeste. Os reajustes entram em vigor partir da próxima quinta-feira. No Piauí, a Eletrobras Distribuição Piauí (Cepisa) a tarifa vai aumentar 24,93% para os consumidores residenciais e comerciais (baixa tensão), enquanto para as indústrias (alta tensão) será de 29,14%. A distribuidora presta serviço para um milhão de unidades consumidoras localizadas em 224 municípios do Piauí.

Em Alagoas, os consumidores residenciais e comerciais (baixa tensão) da Companhia Energética de Alagoas (Ceal) vão ter um reajuste de 30,02%. Para os industriais (alta tensão), será de 37,08%. A distribuidora atende 950 mil unidades consumidoras localizadas em 102 municípios alagoanos. Os aumentos foram aprovados nesta terça-feira durante reunião pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Outro aumento autorizado pela Aneel foi o da Cemar, distribuidora do Maranhão, que presta serviço para 2,1 milhões de unidades consumidoras localizadas em 217 municípios do estado. Para as residências e comércio, o reajuste será de 24,11%, e para a indústria de 24,16%. O aumento começa a vigorar nesta quinta-feira, dia 28.

Na Paraíba, o valor da conta de luz vai subir em 1,265 milhão de unidades consumidoras de 216 municípios do estado. A tarifa dos consumidores residenciais e comerciais vai aumentar 21,43% e das indústrias 22,75%.

A quem Dilma quer continuar enganando com seu discurso? Às próprias vítimas de suas trapalhadas? Os nordestinos vão mesmo ter de escutar a “presidenta” afirmando que vem “tarifaço” por aí se Aécio Neves ou Marina Silva vencerem, enquanto são obrigados a pagar quase 30% a mais na tarifa de luz a partir de agora?

Rodrigo Constantino

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veja.com

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