Balanço da SAFRAS para soja, trigo, feijão, arroz. açucar e etanol

Publicado em 14/09/2014 09:26
boletim semanal elaborado pela equipe da SAFRAS & MERCADO

NÚMEROS DO USDA DERRUBAM PREÇOS DA SOJA EM CHICAGO 

      O relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) praticamente monopolizou a atenção do mercado brasileiro e mundial de soja nesta semana. O USDA indicou safra americana recorde e acima do esperado pelo mercado, resultando em queda nas cotações futuras em Chicago e travando os negócios no Brasil.

     Após a divulgação dos baixistas números do USDA, os preços da soja cederam e os negócios travaram nas principais praças do país na quinta, 11. Ao indicar produção recorde e acima do esperado para os Estados Unidos, o USDA aprofundou as perdas em Chicago e o mercado físico também sentiu o impacto.

     O analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque, frisa que houve negócios no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, mas somente antes do relatório e com níveis acima dos de fechamento. "Foram pequenos volumes, no disponível. O mercado futuro seguiu travado", disse.

     Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 59,00 para R$ 59,00 por saca. Na região das Missões, o preço recuou de R$ 58,50 para R$ 56,50 a saca. No porto de Rio Grande, as cotações baixaram de R$ 61,00 para R$ 59,50 saca. 

Em Cascavel, no Paraná, o preço diminuiu de R$ 58,00 por saca para R$ 56,50 por saca. No porto de Paranaguá (PR), a cotação baixou de R$ 60,50 para R$ 60,00. Em Rondonópolis (MT), o preço caiu de R$ 57,50 para R$ 56,50 por saca. Em Dourados (MS), a cotação passou de R$ 56,50 para R$ 54,00 a saca.

     Na Bolsa de Chicago, a maior parte dos contratos fechou em níveis inferiores a US$ 10,00 por bushel, atingindo o menor patamar em quatro meses. A posição novembro, a mais negociada, teve desvalorização de 1,23%, cotada a US$ 9,81 1/2. Na mínima do dia, o contrato chegou a operar abaixo de US$ 9,70 por bushel.

     USDA

     A safra norte-americana está agora estimada em 3,913 bilhões de bushels, contra 3,816 bilhões no relatório de agosto. Os estoques passaram de 430 milhões para 475 milhões de bushels. O mercado esperava números de 3,882 bilhão e 452 milhões, respectivamente.

     As exportações foram elevadas de 1,675 bilhão para 1,7 bilhão de bushels, enquanto o esmagamento passou de 1,755 bilhão de bushels para 1,770 bilhão. Para a safra 2013/14, o Departamento reduziu a expectativa de estoques de 140 milhões para 130 milhões de bushels. O mercado apostava em corte, para 136 milhões de bushels.

     Se confirmada, a produção americana será a maior da história, equivalente a 106,5 milhões de toneladas. A previsão do USDA superou a expectativa do mercado e provocou forte baixa na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).

     Segundo o do USDA, para a safra 2014/15, a produção mundial deverá ficar em 311,13 milhões de toneladas, contra 304,69 milhões de agosto. O USDA trabalha com safra americana de 106,5 milhões de toneladas. O Brasil deverá produzir 94 milhões de toneladas e a Argentina, 55 milhões. As estimativas anteriores eram de 91 milhões e 54 milhões, respectivamente.

     Para a China, principal comprador mundial, a expectativa é de uma safra de 12 milhões e de importações de 74 milhões de toneladas. Em agosto, os n

úmeros eram de 12 milhões e 73 milhões respectivamente.

     Em relação à temporada 2013/14, o USDA indicou produção de 283,13 milhões de toneladas e estoques finais de 66,91 milhões de toneladas. A safra americana está projetada em 89,51 milhões de toneladas. Os números da América do Sul foram indicados 86,7 milhões para o Brasil e em 54 milhões de toneladas para a Argentina. A China deverá produzir 12,2 milhões de toneladas e importar 69 milhões de toneladas.

     Dylan Della Pasqua ([email protected]) / Agência SAFRAS

FEIJÃO CARIOCA REGISTRA ELEVAÇÃO NOS PREÇOS COM BOA DEMANDA 

     O feijão carioca, no decorrer desta semana, apresentou altas consideráveis nas cotações, o que dá fôlego ao mercado e aumenta as expectativas para a próxima semana. Com a recuperação na demanda e a oferta escassa na Bolsinha paulistana, os preços sofreram elevação considerável.

     “Apesar da boa entrada do produto, na quarta-feira já se percebeu que haveria pouco feijão para o resto da semana, mesmo com o baixo número de negociações. Assim, espera-se que, independente da oferta do primeiro dia da semana que vem, os preços sejam guiados novamente pela demanda, que deve ser alta”, comenta o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Staudt Pinheiro.

     O carioca extra voltou a se aproximar do preço mínimo no atacado paulista, ofertado a R$ 90,00 no final desta semana – elevação de 17,65% em relação ao início da semana. Muito próximo disso, o carioca especial apresentou acréscimo de 17,86%, negociado a R$ 82,50 a saca de 60 quilos.

     O feijão carioca comercial nota 8 foi o que mais subiu, valorizando 23,33% e passando a ser oferta a R$ 74,00 a saca, enquanto o comercial nota 7 aumentou 21,05%, vendido no momento a R$ 57,50 a saca. “Agora é esperar para ver se as expectativas com a próxima semana se concretizam e se as cotações conseguirão se manter”, pontua Pinheiro, analista de SAFRAS.

Feijão preto não oscila

     Já o feijão preto não apresentou oscilação, ofertado pelo mesmo preço médio do início da semana. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Staudt Pinheiro, o mercado está lateralizado, pois a demanda é de preto extra, dificultando as negociações e as mudanças nas cotações.

     O preço médio para o carioca extra se encontra em R$ 137,50 a saca de 60 quilos, enquanto o preço médio do preto especial é de R$ 122,50 a saca – valores que chegam a ser 6,8% inferiores em relação ao mês anterior para o preto extra e 3,9% mais baixos para o preto especial.

     Cândida Schaedler ([email protected]) / Agência SAFRAS

TRIGO TEM FRACO VOLUME DE NEGÓCIOS NO BRASIL 

      As negociações com trigo da safra nova ainda seguem buscando um ponto de equilíbrio em relação aos preços. Os produtores bem capitalizados seguem indicando preços muito acima dos referenciados pela indústria. Aqueles com necessidade reportam negócios entre R$ 520,00 e R$ 540,00 a tonelada. No interior de São Paulo foram reportados negócios a R$ 520,00 a tonelada, o que corresponde a cerca de R$ 550,00 a tonelada no CIF paulistano. Segundo o analista da SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, “o volume produzido no estado é pequeno, mas, neste momento acaba sendo uma opção ao produto paranaense”.

     No Rio Grande do Sul a indústria local segue adquirindo de forma pontual. Com o interesse do mercado internacional cerca de R$ 50,00 a tonelada abaixo das pedidas, a pressão sobre as cotações permanece. Isso porque, uma eventual intervenção governamental no estado acontecerá apenas depois que a colheita ganhar força.

     Segundo boletim semanal de informações agropecuárias no Rio Grande do Sul, divulgado na última quinta-feira pela Emater/RS, a cultura de trigo se encontra, na maioria dos casos, na fase de perfilhamento com rápida evolução para os estádios produtivos de emissão da espiga, floração e formação de grão, com bom padrão de lavouras e sem problemas maiores com pragas e doenças.

     A grande oscilação da temperatura e da umidade relativa do ar, registrada recentemente, tem preocupado os produtores, uma vez que essas condições tornam a cultura mais suscetível à doenças. Com a queda dos preços e o aumento da aplicação de insumos os custos de produção podem comprometer a renda da cultura. Em preços do produto, estes estão cada vez mais baixos. Quando negociado durante a última semana, o produtor recebeu em média R$ 25,85 pela saca de 60 kg. Uma desvalorização de 3,44% em uma semana. A atual cotação é 37,16% menor que há um ano nesta mesma época (R$ 41,15).

     O Departamento de Economia Rural (Deral), do Paraná, informou, em seu levantamento semanal, que a colheita de trigo atingiu 18% da área cultivada de 1,350 milhão de hectares, que é 35% maior frente aos 1 milhão de hectares plantados na temporada 2012/13. Conforme o departamento, 85% das lavouras se encontram em boas condições, 13% em condições médias e 2% em situação ruim. As lavouras se dividem entre as fases de desenvolvimento vegetativo (13%), floração (14%), frutificação (33%) e maturação (40%). A comercialização da safra atinge 4% até o momento.

     No mercado internacional, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo oscilou durante a semana. Na segunda-feira, o mercado encerrou as operações com preços em baixa, pressionado pela realização de lucros após os ganhos da semana anterior. Na sessão de terça-feira, as cotações começaram a ser pressionadas pela expectativa de ampliação na safra global. Na quarta-feira (10), o mercado seguiu pressionado pela espera do relatório USDA.

     Na última quinta-feira (04), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou relatório de oferta e demanda de grãos de setembro. O mercado encerrou as operações com cotações acentuadamente mais baixas, repercutindo os dados baixistas aos preços do relatório. Os contratos com entrega em dezembro fecharam negociados a US$ 5,09 1/2 por bushel, recuo de 10,25 centavos de dólar. Os contratos com entrega em março/15 fecharam negociados a US$ 5,26 1/4 por bushel, com queda de 9,75 centavos em relação ao fechamento anterior.

     Segundo o relatório, a safra mundial 2014/15 está estimada em 719,95 milhões de toneladas, acima das 716,09 milhões de toneladas indicadas em 
agosto, e das 714,07 milhões de toneladas estimadas para a temporada anterior. 
Os estoques finais mundiais de trigo em 2014/15 estão estimados em 196,38 
milhões de toneladas, contra 192,96 milhões de toneladas em agosto e 186,45 
milhões de toneladas de 2013/14.

Os Estados Unidos deverão colher 55,24 milhões de toneladas em 2014/15, mesmo valor projetado em agosto. As exportações do país estão projetadas em 24,49 milhões de toneladas, contra 25,17 milhões de toneladas em agosto. A China tem projeção de safra 2014/15 em 126 milhões de toneladas, sem alterações ante o mês anterior. Os estoques finais do país seguiram estimados em 63,27 milhões de toneladas.

     Gabriel Nascimento ([email protected]) / Agência SAFRAS

PREÇO DO ARROZ GAÚCHO MANTÉM TENDÊNCIA DE ALTA

      O preço do arroz gaúcho – principal referencial nacional -, manteve a tendência de alta nesta última semana, reflexo do período de entressafra. A saca de 50 quilos no Rio Grande do Sul terminou em R$ 36,15, o que corresponde a uma valorização de 0,4% em relação à semana passada. Confrontada com igual período de agosto – R$ 35,55 -, a elevação é de 1,7%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, é verificada uma alta de 6,3%, quando o valor registrado era de R$ 34,02 a saca.

     O décimo segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra brasileira 2013/14 de arroz, divulgado dia 09, indica produção de 12,161 milhões de toneladas, o que representa um acréscimo de 2,9% sobre as 11,819 milhões de toneladas de 2012/13. No décimo primeiro, eram esperadas 12,182 milhões de toneladas.

     A área plantada com arroz na temporada 2013/14 foi estimada em 2,386 milhões de hectares, ante 2,399 milhões semeados na safra 2012/13. A produtividade das lavouras foi estimada em 5,095 mil quilos por hectare, superior em 3,4% aos 4,926 mil quilos por hectare na temporada passada.

     O Rio Grande do Sul, maior produtor do país, deve ter uma safra de 8,112 milhões de toneladas, equivalendo a avanço de 2,3%. A área prevista é de 1,120 milhão de hectares, ganho de 5% ante os 1,066 milhão de hectares de 2012/13, com rendimento esperado de 7.243 quilos por hectare, ante 7.438 quilos da anterior.

     Em Santa Catarina, a produção deverá avançar 4,1%, totalizando 1,067 milhão de toneladas. O estado é o segundo maior produtor do país. Para o Maranhão, terceiro lugar, a Conab está estimando uma safra de 658,4 mil toneladas, ante 495,7 mil toneladas calculadas para 2012/13.

     Rodrigo Ramos / Agência SAFRAS

PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ETANOL SEGUE MAIOR QUE A DO ANO PASSADO  

       Conforme novo relatório de acompanhamento de safra da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) divulgado nesta semana, o volume de cana moída na safra 2014/15 até 31 de julho cresceu 1,99% Centro Sul, na comparação com o mesmo período do ano passado, atingindo 372,721 milhões de toneladas.

     Já a produção de açúcar cresceu 4,36%, totalizando 20,934 milhões de toneladas. A produção de etanol total aumentou 4,88%, atingindo 16,152 bilhões de litros. Já a produção de anidro cresceu 7,51%, para 6,988 bilhões de litros, enquanto a de hidratado subiu 2,96%, para 9,164 bilhões de litros.

     Segundo o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, "o avanço da moagem em agosto já era esperado, pois normalmente esse é o período de maior processamento de cana na região Centro-Sul". O fato que chamou a atenção em relação aos meses anteriores é a alteração do mix de produção das usinas, o qual começou a ser revertido em prol da fabricação de etanol, acrescentou.

     Os volumes apurados mostram um recuo significativo da proporção de matéria-prima direcionada à produção de açúcar. Nos últimos 15 dias de agosto, esta proporção totalizou 45,31%, ante 45,72% contabilizados na quinzena anterior e 48,70% verificados no mesmo período da safra 2013/2014 (queda superior a três pontos percentuais).

     Com isso, apesar do crescimento da moagem na segunda metade de agosto, a produção de açúcar neste período ficou aquém daquela observada em idêntica quinzena de 2013: 3,02 milhões de toneladas, contra 3,23 milhões de toneladas apuradas naquele ano - redução de 6,36%, assinalou Rodrigues.

     Fábio Rübenich ([email protected]) - Agência SAFRAS

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Fonte:
Safras & Mercado

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