Corrupção na Petrobras foi o foco do debate quente na Record. Dilma demonstrou irritação...

Publicado em 29/09/2014 05:23 e atualizado em 30/09/2014 11:16
em veja.com

Corrupção na Petrobras pauta debate quente na TV

Por Talita Fernandes e Mariana Zylberkan, na VEJA.com:
A uma semana das eleições, os três principais candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), protagonizaram o mais tenso debate na televisão até agora, promovido pela TV Record, com embates diretos e os escândalos de corrupção na Petrobras no centro das discussões.

Visivelmente irritada, Dilma pediu direito de resposta quatro vezes e reclamou que estava impedida de rebater ataques laterais dos adversários. A emissora acatou somente uma queixa. A petista tentou usar seus trinta segundos extras dizer que demitiu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que revelou em delação premiada um esquema de propina e desvios da estatal para políticos e partidos – inclusive a campanha de Dilma em 2010, conforme revelou a edição de VEJA desta semana. Dilma, entretanto, não conseguiu completar seu raciocínio porque estourou o tempo.

Numa estratégia arriscada, a própria presidente-candidata tentou virar o jogo e levar a Petrobras para o debate: ao questionar Aécio Neves, citou um discurso de 1997 no qual o então deputado disse que a privatização da estatal petroleira “estava no radar” do governo Fernando Henrique Cardoso. A pergunta resultou num tiro no pé. Na resposta, o tucano disparou: “Não vou privatizá-la, vou reestatizá-la, tirá-la das mãos do grupo que aí está. O coordenador de campanha do PT pediu recursos para sua campanha nesse esquema e não vejo em você uma reação de indignação”.

A partir daí, a maioria dos candidatos manteve o tema no centro do debate. Pastor Everaldo, do PSC, aproveitou para lembrar que a campanha de Dilma acionou a Justiça Eleitoral contra uma peça de propaganda do PSC que apontava a corrupção na Petrobras. E até o folclórico Levy Fidelix, do nanico PRTB, abriu mão de falar do seu aerotrem para alfinetar a presidente-candidata: “Já tivemos alguns escândalos recentes, como o mensalão e outros. Ao que tudo indica, o Youssef (o doleiro Alberto Youssef) vem com novos escândalos”.

Dilma ainda tentou voltar ao tema da corrupção num embate direto com Aécio ao afirmar que “deu autonomia para a Polícia Federal prender Paulo Roberto Costa”. Aécio devolveu, constrangendo a rival: “A senhora não tem que autorizar a Polícia Federal a prender ninguém porque isso é uma prerrogativa constitucional”.

Marina
Quando teve a oportunidade de escolher para quem dirigiria sua pergunta, Dilma escolheu inicialmente o confronto com Marina, sempre repetindo a linha de sua propaganda na televisão de desconstrução da imagem da rival – que esteve mais apagada do que nos debates anteriores. “A senhora mudou de partido quatro vezes em três anos, mudou de posição em questões como a CLT e a homofobia. Qual foi sua posição em relação a CPMF?”, disse. Na TV, o PT tem pregado que a ex-senadora disse ter votado a favor o antigo imposto do cheque, mas os registros do Legislativo apontam o contrário. Marina evocou o senador petista Eduardo Suplicy, falou em “oposição raivosa” e tentou revidar: “Mudei de partido para não mudar de ideais e de princípios”. E Dilma emendou: “Não entendo como a senhora pode esquecer que votou quatro vezes contra a criação da CPMF”.

Aécio também mostrou suas armas contra Marina: além de manter o tema da corrupção na Petrobras orbitando o debate para desgastar Dilma, lembrou diversas vezes o passado de Marina no PT. Ao falar sobre o combate à inflação no governo Fernando Henrique Cardoso, cutucou: “Lutávamos contra o PT e na época a senhora era do PT”.

O tucano também aproveitou uma dobradinha com Pastor Everaldo para lembrar as lamentáveis declarações de Dilma defendendo diálogo com terroristas durante a Assembleia da ONU. “Foi um dos mais tristes episódios da política externa brasileira, para perplexidade de diplomatas. A presidente usou a Assembleia da ONU para fazer autoelogios ao seu governo e também propôs diálogo com o Estado Islâmico, que está cortando a cabeça de pessoas.”

Por Reinaldo Azevedo

Televisão

O ibope do debate da Record

Um debate sem novidades

Um debate morno, exceto pelo histriônico Levy Fidelix

A primeira hora de debate entre os presidenciáveis na Record registrou nove pontos de audiência, de acordo com dados prévios do Ibope para a Grande São Paulo (no mesmo horários, ou seja, entre 22h30 e 23h30, a Globo cravou dezessete pontos e o SBT, onze pontos).

Esses nove pontos significam mais que a soma dos debates da Band e SBT. Mas de agora até o final, a tendência é naturalmente cair o número de telespectadores.

(Atualização, às 00h49:  até o final, o debate rendeu à Record nove pontos de audiência, muito bom quando se considera a emissora e o horário em que foi exibido.  Surpreendentemente, manteve até o fim o ibope da primeira hora de transmissão. No mesmo horário, a Globo registrou quatorze pontos, o SBT, nove; e a Band quatro pontos.)

Por Lauro Jardim

 

Na Folha, artigo de VALDO CRUZ:

Petropesadelo

BRASÍLIA - Dilma Santana virou o jogo e já mira o segundo turno. De súbito, lançou cinco propostas para acabar com a praga da corrupção. Uma vacina contra o petropesadelo que pode atormentá-la na reta final da eleição presidencial.

De olho no teor explosivo das delações premiadas que vão expor as maracutaias na Petrobras no período petista, o mago João Santana fez a máquina federal produzir antídotos para neutralizar a bomba que pode estragar a festa do PT.

A encomenda foi revelada no último programa de TV da petista. Nele, a candidata Dilma anuncia cinco projetos que, segundo ela, vão combater sem tréguas corruptos e corruptores e se transformarão num golpe fortíssimo na impunidade.

A iniciativa, em tempos normais, seria digna só de elogios. Afinal, a corrupção é um mal antigo, que todos governantes prometeram combater, mas não deram conta do recado. Alguns nem poderiam, porque dela fizeram uso em causa própria.

A pergunta que fica no ar é por que só agora. Por que o governo Dilma Rousseff foi acometido desta febre produtiva na geração de projetos contra a corrupção apenas na reta final do mandato da petista? Não dava para enviá-los antes?

Sim, era possível, mas faltava, diríamos, um motivador. Surgiu agora com as revelações sobre os malfeitos na maior empresa brasileira. Então, a ordem é mostrar uma presidente defensora da ética e que não tolera qualquer tipo de corrupção.

Uma propaganda, ao contrário de tantas outras divulgadas no programa petista, que tem base na realidade --até os adversários de Dilma reconhecem que ela não é de meter a mão no dinheiro público. Mas, lançada agora, soa oportunista.

Revela o receio de os escândalos da Petrobras provocarem um reviravolta no segundo turno da eleição. Curioso, mas justo, foi ouvir a presidente dizer que tudo será feito assegurando o mais amplo direito de defesa a todos. Os aliados agradecem. (Folha de S. Paulo).

NO ESTADÃO: (por Marcelo de Moraes):

'É pouco provável que saraivada sobre presidente tenha efeito'

Na largada para a última semana de campanha, Dilma Rousseff decidiu aproveitar o debate da TV Record para manter a bem sucedida estratégia de desconstrução da imagem de Marina Silva. Com isso, pretende abrir a maior vantagem possível sobre a adversária no 1º turno e chegar ao segundo turno com uma frente que dificilmente poderia ser revertida em curto tempo.

Dilma escolheu para sua primeira pergunta no debate justamente Marina. Criticou as mudanças de partido da adversáriae disse que ela não falava a verdade quando não assumia ter votado contra a manutenção da CPMF. Talvez tenha sido o único momento de tranqüilidade da presidente.

A partir daí, passou a ser o alvo de praticamente todos os adversários, especialmente em relação às denúncias de corrupção na Petrobrás, e teve dificuldades para administrar suas respostas.

A maior surpresa foi ter gasto sua pergunta para Aécio Neves abordando exatamente a hipótese de privatização da estatal em caso de vitória do tucano. O tucano não perdeu a deixa e usou o tempo para associar novas denúncias da Petrobrás à campanha da petista.

A presidente foi atacada até mesmo pelos candidatos nanicos, que também exploraram o tema corrupção. A saraivada de críticas foi tão forte que Dilma pediu direito de resposta por três vezes apenas no primeiro bloco e foi atendida uma vez. Durante uma pergunta de Marina sobre uso do etanol acabou preferindo responder à críticas feitas por outros adversários em debates que não lhe incluíram.

Com apenas uma semana para o fim da campanha no 1º turno, é pouco provável que apenas um debate cause prejuízos ou alavanque alguma campanha. Na verdade, todos os debates até agora provocaram pouco ou nenhum efeito sobre a opinião pública. Mas na sua tática de desconstrução de Marina, Dilma, dessa vez, passou longe do sucesso. Pior: não conseguiu tirar os escândalos da Petrobrás do centro das discussões. Precisou falar várias vezes sobre a defesa das investigações.

A seu favor Dilma tem, porém, uma confortável vantagem sobre os demais postulantes ao Planalto. É essa blindagem política que ajuda a candidata a não sofrer um impacto significativo dos ataques recebidos no domingo.

 

Duda vai para cama

 

Depois de botar Paulo Skaf para dizer que Geraldo Alckmin não tinha “tesão” para governar São Paulo, Duda Mendonça levará novamente a disputa eleitoral para a cama.

Num comercial que irá ao ar a partir de amanhã,  um casal se beija na cama, preparando-se para transar, quando o homem pergunta, referindo-se a luz:

- Acesa ou apagada?

Ele responde:

- Não sei, hoje estou na dúvida.

Um jovem entra, na cena isqueiro aceso em punho,  e sugere:

-Tá na dúvida? Então, vota no Skaf para ter segundo turno.

O comercial faz parte de uma série criada por Duda. A aposta agora, seja de que campanha for, é fisgar os indecisos.

Por Lauro Jardim

 

A madrinha da corrupção promete castigar os delinquentes que sempre acobertou

“Uma das prioridades do meu governo é o combate sem tréguas à corrupção”, recitou Dilma Rousseff em Nova York, esforçando-se para envergonhar o Brasil na ONU sem parar de tapear o eleitorado. Na sexta-feira, já de volta ao Planalto, a protetora da turma que, patrocinada pelo governo, faz bonito no campeonato mundial da corrupção recomeçou o espancamento da verdade.

“No meu segundo mandato, uma das coisas que pretendo atacar é a impunidade, com o fortalecimento das instituições que fiscalizam e punem atos de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros”, fantasiou já na abertura da entrevista coletiva. Foi a continuação da interminável Ópera dos Vigaristas, que estreou há 12 anos com reedições mensais, tornou-se um clássico no capítulo do mensalão (veja o vídeo do Implicante) e hoje afronta o país com atualizações semanais.

Até um estagiário sem filiação ao PT sabe que Dilma fez, faz e continuará a fazer o diabo para perpetuar a corrupção impune que Lula institucionalizou. Os entrevistadores presentes, caprichando na cara de paisagem, limitaram-se a anotar o que a candidata dizia. A cordura sugere que concordam com Dilma: o papel da imprensa é divulgar o que diz um governante, sem incomodar o declarante com réplicas, dúvidas ou mesmo pedidos de esclarecimento.

Nenhum deles ousou perguntar por que a presidente não fez no primeiro mandato o que a candidata promete fazer no segundo. Ninguém lembrou à defensora das instituições fiscalizadoras ou punitivas que o seu governo emasculou os órgãos de controle interno, vive obstruindo o avanço de investigações da Polícia Federal que sobressaltam meliantes de confiança e intensifica o aparelhamento do Judiciário com nomeações repulsivas, fora o resto.

A caçadora de corruptos só existe enquanto dura um palavrório eleitoreiro. No Brasil real, o que há é uma nulidade que, no comando do governo formado por incapazes capazes de tudo, age o tempo todo como amiga, admiradora e comparsa de todos os companheiros delinquentes. Foi assim no escândalo do mensalão, inspirador do vídeo em que contracenam vilões e homens da lei. No primeiro grupo, falta a presidente que desfigurou o elenco com a substituição de ministros honrados por ministros da defesa de culpados. Fez isso para garantir aos corruptos condenados um final menos infeliz.

Na coletiva, os entrevistadores nem tocaram no assunto. Coerentemente, tamb[em ficou fora da conversa o papel desempenhado por Dilma na sequência de absurdos que reduziram a Petrobras a uma usina de bandalheiras bilionárias. A ministra de Lula avalizou a infiltração de corruptos na cúpula da estatal. A chefe da Casa Civil negou-se a apurar as primeiras denúncias sobre o ovo da serpente. A presidente do Conselho endossou negociatas de dimensões amazônicas.  A chefe do governo só não presidiu o velório da Petrobras porque a Polícia Federal capturou alguns coveiros e interditou o necrotério.

O amável diálogo de sexta-feira passou ao largo de questões incômodas porque, aos entrevistadores, pouco importa o que efetivamente interessa aos brasileiros que bancam o prejuízo. Como a entrevistada, eles também imaginam que besteirol presidencial é notícia a divulgar com destaque e sem ressalvas. E acham que merece virar manchete qualquer mentira de bom tamanho contada mãe da pátria.

A mais recente fez de conta que a madrinha dos corruptos resolveu castigar os afilhados cujos crimes sempre acoberto.

(por Augusto Nunes)

 

“Papel de centroavante não é o de fazer gols”, de Fernando Gabeira

Publicado no Estadão desta sexta-feira

Dilma Rousseff não para de nos surpreender. Agora disse que o papel da imprensa não é o de investigar, mas, sim, divulgar as informações que produzem os órgãos do governo. Minha surpresa é maior ainda. Dilma apresentou a Lei de Acesso à Informação, depois de longo trabalho da Associação Brasileira do Jornalismo Investigativo.

A lei foi impulsionada pelo trabalho do jornalista Fernando Rodrigues, que sugeriu a criação de uma frente parlamentar, monitorou todas as reuniões da comissão da Câmara que analisou o projeto, organizou seminários e trouxe gente de vários países para falar sobre o tema. Por que tanto empenho dos repórteres na aprovação de uma lei de acesso? O próprio nome de sua entidade é uma pista que Dilma não poderia desprezar: jornalismo investigativo.

 

 

UM VERMELHO-E-AZUL COM BEBEL, A PROFESSORA PETISTA QUE É CHEFONA DA APEOESP E ESPANCA A LÍNGUA PORTUGUESA, O BOM SENSO E A BOA EDUCAÇÃO! OU: ANALFABETISMO CRUZADO

Bebel, em 2010, posa para o fotógrafo Caio Guatelli (Folhapress)

Bebel, em 2010, posa para o fotógrafo Caio Guatelli (Folhapress)

Na quinta-feira passada, escrevi aqui um post sobre uma manifestação promovida por Izabel Noronha, conhecida como “Bebel”, presidente da Apeoesp, o sindicato de professores da rede oficial de ensino de São Paulo. Por quê? O dissídio da categoria é em março. Bebel houve por bem convocar uma manifestação de docentes com seis meses de antecedência para, supostamente, tratar do reajuste. Conversa mole. Era apenas campanha eleitoral em favor do PT, como evidência reportagem da Folha. Esta senhora e seu sindicato são conhecidos esbirros do partido.

O link do que escrevi está ali. Como vocês poderão constatar, não desferi uma única ofensa pessoal contra esta senhora. Fiz crítica política apenas. Ah, ela ficou muito zangada e resolveu responder — uma resposta, em tese, pessoal. Mas quê… Os impropérios de Bebel, procurei no Google, já se espalharam por todos os sites e blogs que trabalham para o PT — alguns por convicção, outros (a maioria!) por dinheiro.

Muito bem! Abaixo, em vermelho, segue o ataque que ela desferiu contra mim. Respondo, ponto a ponto, em azul. Vamos ao divertimento (eu adoro isso!!!).

*
Senhor Reinaldo Azevedo,
Vergonha deveria ter a imprensa brasileira por dar abrigo a um pseudo-jornalista como o senhor.
Não por isso, dona Bebel! Na condição de professora de português, envergonhe-se de sua gramática e de sua ortografia. Mas compreendo: a senhora está longe da sala de aula faz tempo, né? Há muito não sabe o que é acordar cedo para encarar os estudantes. Fez carreira como burocrata sindical e, estou certo, não pretende voltar à lida tão cedo. Em tempo: o certo é “pseudojornalista”. Ou “pseudoprofessora”.

Não me surpreende que a Revista Veja o mantenha como um de seus colunistas, porque o senhor e essa revista se merecem, tal o baixíssimo nível de vossos textos.
Tenho três empregos, dona Bebel. Os três em empresas jornalísticas privadas. Não mamo nas tetas do dinheiro público. Sei que a senhora e seu partido adorariam decidir quais jornalistas poderiam e quais não poderiam trabalhar. Vocês lutam por isso. Por enquanto aos menos, a senhora vai ter de me engolir. Sobre o “vossos” do seu texto, leia no fim do post.

Sou líder, sim, reconhecida e reconduzida pelos professores e professoras à Presidência da minha entidade, o maior sindicato da América Latina, pela quarta vez.
Noto que ela sente orgulho daquilo de que deveria se envergonhar: presidente pela quarta vez do sindicato!!! Então esta é agora a sua profissão: presidente de sindicato! Professora de português provavelmente sofrível, esta senhora não deve ser melhor com a matemática. Vamos ver.

Sabem quantos professores votaram neste 2014 na eleição que decidiu a presidência da Apeoesp? Segundo o site do próprio sindicato, 67.810. Ocorre que havia, na rede, no ano passado, DUZENTOS E TRINTA E DOIS MIL. Assim, participaram do processo eletivo apenas 29,22% — 70,78% não quiseram nem saber.

Ainda segundo a Apeoesp, a petista Bebel obteve 53,06% do total dos votos — arredondando, isso dá 35.980. Ah, entendi: ela ocupará pela quarta vez a presidência da entidade, eleita com os votos de 15,5% da categoria — 84,5% não votaram nela!!! Isso é que legitimidade! É por isso que ela lidere greves sem adesões! E olhem que, acreditem, dos males possíveis, Bebel é o menor: as chapas que perderam, pela ordem, eram do PSTU, do PSOL e do PCO — os dois primeiros integram a atual diretoria. Entenderam? A Apeoesp deixou de ser uma entidade que representa os professores para ser um campo de guerra de partidos de esquerda. Agora Bebel julga que vai encaixar um golpe matador. Leiam.

Quanto ao senhor, é assalariado de uma empresa jornalística e sua função, que o senhor executa com muito gosto por ordem de seus patrões, é achincalhar pessoas.
O seu pensamento só não é pior do que a sua pontuação. Sugiro voltar aos livros de gramática, ‘fessora! Não sou “assalariado de uma empresa”, mas de três, que pensam coisas diferentes entre si. Escrevo e digo o que quero em cada uma delas. E a senhora? Quem é o seu patrão, dona Bebel? Respondo: é o PT! Só que quem paga o seu salário e financia o seu sindicato é o dinheiro público. Entendeu a nossa diferença, entre muitas?

Vamos lá: os 232 mil professores da rede estadual de educação são obrigados a pagar, por lei, o imposto sindical — desconta-se um dia do salário de cada profissional. Esse dinheiro enche as burras da Apeoesp, não é mesmo? Professores que votam no PSDB, no PMDB, no PT, no PCdoB, em outras legendas, em ninguém… Todos pagam! A senhora tem a obrigação moral de ser apartidária no seu trabalho! No entanto, na quinta-feira, mais uma vez, saiu à rua para defender a candidatura de Dilma Rousseff e dos petistas, a exemplo do que fez em 2010.

Eu trabalho 18 horas por dia e vivo com o fruto do meu esforço; é ele que financia as minhas convicções. Quem financia as suas? Como é que a senhora tem coragem de pegar o imposto sindical de um professor tucano, por exemplo, e ir para a praça fazer campanha eleitoral para o seu partido? Não se envergonha?
ANTES QUE CONTINUE, DUAS NOTAS:
1: considero o Imposto Sindical um dinheiro público porque o desconto é obrigatório, feito em folha de pagamento, em virtude de lei, e repassado pelo Estado aos aparelhos sindicais. O trabalhador não tem o direito de não pagar. É uma obrigação legal.
2: o salário dos sindicalistas do serviço público continuam a ser pagos pelos entes estatais. Adiante com Bebel e suas malcriações.

O senhor é mal informado e mente. Luto por um plano de carreira justo para a minha categoria. Luto por salários dignos e não por bônus. Luto por formação continuada em serviço, no próprio local de trabalho, e me opus, sim, a um curso de formação que criava mais um obstáculo desnecessário para a aprovação dos professores em concurso. Graças à nossa luta, hoje o curso de formação está no local correto, dentro do período de estágio probatório.

Tanto tínhamos razão em nossa greve de 2010 que o Secretário Voorwald, tão logo tomou posse, retirou as restrições para que os professores pudessem assumir aulas, tornando a prova de seleção de professores temporários classificatória. Fez também outras modificações na rede, muitas delas negociadas, porque lutamos para isso. Hoje continuamos lutando por novos avanços. Mas o senhor não sabe disso porque nada entende de educação e não conhece nada da rede estadual de ensino.
Vou deixar a sua primeira frase deste bloco para o debate na Justiça, minha senhora, conforme a senhora anuncia que fará. Consulte antes os advogados para não gastar inutilmente o dinheiro da Apeoesp. Comecemos pelo óbvio: o fato de o secretário Herman Voorwald concordar com a senhora neste ou naquele aspectos não o torna certo, como sugere o seu texto. Aliás, não tenho a menor simpatia pelo trabalho dele — muito pelo contrário: torço para que Geraldo Alckmin o substitua no próximo mandato. Aliás, ele já foi desautorizado algumas vezes pelo governador — e por bons motivos.

Quem espanca a verdade é a senhora ao tentar negar que se mobilizou contra o melhor programa de qualificação de professores que houve em São Paulo e contra a promoção por méritos. O fato de a senhora ser uma burocrata do sindicalismo da área não quer dizer que entenda do assunto. Eu e todo mundo sabemos que só integra o Conselho Nacional de Educação em razão de suas vinculações políticas, não de seus méritos intelectuais. Convenha: a senhora é incapaz de tratar bem até a língua na qual, supostamente, é uma especialista. E talvez se esqueça de que, antes de ser jornalista, fui professor.

Não perderei mais meu tempo polemizando com uma pessoa como o senhor. O Poder Judiciário, ao qual recorro, tomará as providências cabíveis para recolocar as coisas em seu devido lugar.
Perfeito! Vamos a ele! Vamos ver, então, quem deixou de lado os argumentos e partiu para a agressão, dona Bebel. Vamos ver quem saiu espalhando pela Internet um texto que não rebate uma só das críticas objetivas, preferindo a pancadaria.

Se o senhor não sabe, recentemente venci disputa judicial contra seu grande amigo José Serra.
Não sei porque não é problema meu. Nem entro no mérito, porque não lhe diz respeito, se o futuro senador de por São Paulo é ou não meu amigo. Uma coisa é certa: eu não uso dinheiro público ou dos trabalhadores para expressar minhas afinidades eletivas. E a senhora?

Desejo que o senhor permaneça em sua insignificância e eu me manterei na minha luta.
Maria Izabel Azevedo Noronha – Bebel
Presidenta da APEOESP
Pô, dona! Por insignificante, a senhora deveria, então, ter ignorado a minha crítica. Eu não a considero “insignificante”, e tal declaração, obviamente, nada tem a ver com seus dotes intelectuais. Só me ocupei da sua diatribe grosseira — e o farei quantas vezes considerar necessário — porque Bebel não é Bebel! Bebel é uma legião. Obviamente, a presidente da Apeoesp não é a única a liderar uma entidade de trabalhadores para submetê-la à ditadura de um partido.

A senhora sabe muito bem que não é uma sindicalista que se tornou petista. Ao contrário: é uma petista que se tornou sindicalista para submeter o aparelho que pertence a 232 mil professores aos interesses de um partido político.

A gente se encontra, então, na Justiça. Vamos lá para que o juizado decida, palavra a palavra, quem ofendeu quem. Mais: noto, dado o primeiro parágrafo do seu texto, que, por seu gosto, eu estaria sem emprego. Eu, mais generoso, penso o contrário a seu respeito: acho que deveria voltar a trabalhar.

Se bem que não… Lá no começo de seu texto ofensivo e malcriado, a senhora escreve: “o senhor e essa revista [VEJA] se merecem, tal o baixíssimo nível de vossos textos (…)”. Pois é… “Senhor”, um pronome de tratamento, é terceira pessoa do singular; “essa revista” também é terceira pessoa do singular. Juntas, formam a terceira pessoal do plural, cujo pronome possessivo, no caso em questão, é “seus”, não “vossos”, que corresponde à segunda pessoa do plural.

De um outro, eu não cobraria esse ajustamento de conduta gramatical. Da senhora, uma professora de português, cobro, sim. E isso quer dizer que a senhora não é apenas uma analfabeta política. É também uma analfabeta na língua em que deveria ser uma especialista. Afinal, o povo de São Paulo paga o seu salário para ter a sua sabedoria, não a sua ignorância.

Por Reinaldo Azevedo

 

No Paraná, Gleisi não lidera nem entre os petistas, diz Datafolha

A pesquisa do Datafolha sobre a corrida ao governo do Paraná, divulgada na sexta-feira (26), mostra uma grande dificuldade da candidata do PT, Gleisi Hoffmann, de ligar sua candidatura com a da presidente Dilma Rousseff.

Ex-ministra da Casa Civil de Dilma, Gleisi tem 10% das intenções de voto, contra 45% do governador Beto Richa (PSDB) e 30% do senador Roberto Requião (PMDB). A candidata não lidera nem entre os eleitores que citam o PT como o partido preferido.

Abaixo, curiosidades do levantamento:

Richa, Requião e Gleisi, candidatos ao governo do Paraná

Richa, Requião e Gleisi, candidatos ao governo do Paraná

1) Voto petista

O Datafolha questionou o partido de preferência dos entrevistados.

O PT foi a sigla mais citada, mas, entre os simpatizantes do partido, o voto se distribui de maneira praticamente igual entre os três principais candidatos. Nesse segmento, Requião tem 31% das intenções de voto, Gleisi está com 30% e Richa, 29%.

A presidente Dilma têm no Estado índices bem superiores a Gleisi. O PT nunca governou o Paraná nem a capital.

2) Segundo turno

Para o Datafolha, não é possível afirmar se haverá segundo turno no Estado.

Hoje, Richa soma 52% dos votos válidos, critério que exclui brancos e nulos. Para definir a disputa na primeira votação, o candidato precisa somar 50% dos válidos, mais um voto. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, a situação é incerta.

A seu favor, o tucano tem o fraco desempenho de outras candidaturas. Além dos três principais concorrentes, disputam a eleição mais cinco candidatos. Mas só dois deles já conseguiram pontuar nas quatro pesquisas feitas pelo instituto.

3) Preferência em Curitiba

Na pesquisa anterior, feita há duas semanas, Requião tinha seu melhor desempenho na região metropolitana.

Agora, Richa abriu uma boa vantagem entre esse eleitorado. A diferença entre os dois candidatos cai de 15 pontos percentuais para sete na capital do Estado. Anteriormente, esse índice era de quatro pontos percentuais.

4) Rejeição

Desde a primeira pesquisa, em agosto, Requião é o candidato mais rejeitado pelos eleitores. Agora, sua taxa de rejeição está em 26%.

Na região metropolitana de Curitiba, porém, as três principais candidaturas têm rejeição parecida. O peemedebista é rejeitado por 26%, Gleisi por 24% e Richa, 25%. Curiosamente, os três fizeram carreira na capital do Estado.

Requião e Richa já foram prefeitos. A petista concorreu à prefeitura em 2008 e ficou em segundo lugar.

5) Renda familiar

O candidato do PMDB se aproxima do governador no segmento dos eleitores com renda familiar mensal de até dois salários mínimos.

Nesse enfoque, a vantagem do tucano cai para cinco pontos percentuais. Entre os eleitores com idades entre 16 e 24 anos, Richa amplia sua liderança para 22 pontos percentuais.

6) Senado

O tucano Alvaro Dias deve ter uma das votações mais folgadas do país para o Senado.

Em votos válidos, critério que exclui os brancos e nulos, o candidato chega a 82% das intenções de voto. O segundo colocado, Ricardo Gomyde (PC do B), tem 10%.

Governador nos anos 80 e senador em segundo mandato, ele amplia sua vantagem em pequenos municípios.

A pesquisa do Datafolha está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com os números PR-00039/2014 e BR-00782/2014.

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Fonte:
veja.com (+ Folha/Estadão)

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