Entrevista de Dilma à Al Jazeera pode indicar um princípio de rompimento da presidente com a realidade. Preocupante!

Publicado em 13/07/2014 21:01 e atualizado em 11/08/2014 13:21
por Reinaldo Azevedo, Lauro Jardim e Augusto Nunes, em veja.com.br

Entrevista de Dilma à Al Jazeera pode indicar um princípio de rompimento da presidente com a realidade. Preocupante!

O povo brasileiro ainda nem se refez do maior vexame em cem anos do futebol brasileiro, e eis que ressurge Dilma Rousseff, no noticiário, a dar uma opinião: segundo ela mesma, o povo brasileiro deveria lhe dar um segundo mandato. A afirmação foi feita em entrevista à TV Al Jazeera, do Catar, aquela emissora que pertence a um tirano influente e que costuma sair por aí insuflando revoltas árabes — menos no Catar, é claro, que, de resto, financia extremistas mundo afora. Mas sigamos.

Disse a governanta: “Eu acredito que o povo brasileiro deve me dar oportunidade de um novo período de governo pelo fato de que nós fazemos parte de um projeto que transformou o Brasil”. E prosseguiu: “O Brasil tinha 54% de sua população entre pobres e miseráveis em 2002. Hoje, todos aqueles que vivem na classe C para cima representam 75%, três em cada quatro brasileiros. Nós transformamos a vida dessas pessoas. O Brasil mudou de perfil e foi feito isso com a democracia vigente”.

Por esse especioso raciocínio de Dilma, o Plano Real, por exemplo, que pôs fim à hiperinflação não mudou o Brasil — o mesmo Plano Real contra o qual o PT lutou bravamente. Mais do que isso: recorreu ao Supremo contra ele e também contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Quanto a essa tal Classe C, já passou da hora de desmistificar essa falácia.

O oficialismo inventou a tal nova classe média. Segundo a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos, são as famílias com renda per capita, atenção!, entre R$ 300 e R$ 1.000. Um casal cujo marido ganhe o salário mínimo (R$ 678) — na hipótese de a mulher não ter emprego — já é “classe média” — no caso, baixa classe média (com renda entre R$ 300 e R$ 440). Se ela também trabalhar, recebendo igualmente o mínimo, aí os dois já saltarão, acreditem, para o que a SAE considera “alta classe média” (renda per capita entre R$ 640 e R$ 1.020). Contem-me aqui, leitores, como vive e onde mora que tem um renda per capita de R$ 640! O aluguel de um único cômodo na periferia mais precária não sai por menos de R$ 250… Segundo a SAE, renda per capita acima de R$ 1.020 já define classe alta. Na minha casa, somos da classe alta os que aqui moramos e a nossa empregada, além de todos os porteiros do prédio.

Desde que chegou ao poder, o PT vem se dedicando, já escrevi aqui, com a preciosa colaboração teórica dos chamados “economistas da pobreza”, a criar a classe média por decreto e a erradicar a miséria por decreto. Dilma está a um passo de declarar o Brasil um país “sem miseráveis”. Está por um triz. E como isso foi feito? Inventou-se a existência de milhões de pessoas que estariam na “pobreza extrema”, as famílias com renda per capita de até R$ 70 mensais — R$ 2,33 por dia. Caso se faça um levantamento a sério, vai-se constatar que essas pessoas até podem existir no campo (e olhem lá!) — na cidade, não! Na zona rural, acabam sobrevivendo porque, ainda que precariamente, produzem parte do que comem. Nas cidades, fazendo bico aqui e ali, a renda é maior do que isso. Muito maior! Mesmo a daqueles oficialmente listados entre os extremamente miseráveis. Os pobres desgraçados do crack, que já estão sem casa, sem calçado, quase sem roupa, têm renda superior a R$ 2,33 por dia. Sabem por quê? Cada pedra custa de R$ 5 a R$ 10! O que estou dizendo é que existe uma economia informal que eleva essa renda. A propósito: se formos considerar o número de pedras consumidas nas cracolândias da vida e o que isso significa em termos de renda, vamos concluir que aquela gente que vaga como zumbi pelas ruas compõe a classe media alta, segundo o oficialismo. É uma piada!

Maluquice
A presidente entrou numa espécie de surto megalômano. Ela reconhece as dificuldades econômicas do país e afirma: “Temos tomado todas as medidas para entrar em um novo ciclo. Temos que melhorar a produtividade da economia brasileira. Nós estamos numa fase de baixa de ciclo econômico, mas sabemos que vamos entrar em outra fase do ciclo. Estamos nos preparando para melhorar a competitividade do país, aumentar as condições pelas quais nós vamos poder enfrentar essa nova etapa. Se não entrar para o resto do mundo [fase econômica], eu lhe asseguro que entra para o Brasil”.

Heeeinnn?

A presidente inventou o Brasil como uma ilha. Há uma boa possibilidade de o país crescer menos de 1% neste 2014, e a nossa soberana, ora vejam, diz que, se o resto do mundo não seguir o nosso país, iremos sozinhos. É patético!

Como se fosse uma candidata da oposição, afirma: “O Brasil é um país que tem demorado muito para modernizar seu Estado. Nós precisamos de um pais sem burocracia, de um Estado mais amigável tanto para os cidadãos quanto para os empresários, empreendedores e trabalhadores”.

É mesmo? O PT está no poder há 12 anos. A última iniciativa da soberana para modernizar o estado foi fazer um decreto que entrega a gestão da coisa pública a conselhos populares. Tenham paciência!

Por Reinaldo Azevedo

 

Os despudorados: Dilma e 15 ministros convocam coletiva para demonizar a imprensa. E, para isso, usam a… imprensa!

Não adianta! Eles não aprendem nada nem esquecem nada. Se faltava alguma evidência de que havia um gigantesco esquema de marketing preparado para esmagar a oposição caso o Brasil vencesse a Copa do Mundo, agora não há mais. Mesmo com a derrota humilhante, Dilma Rousseff passou o ridículo, nesta segunda-feira, de convocar uma entrevista coletiva, acompanhada de 15 ministros, com um único propósito: demonizar a imprensa. Boa, claro!, é a Al Jazeera, a emissora do tirano do Catar. Para esta, a presidente diz o que bem entender. E ninguém contesta. Se bem que não foi contestada por aqui também, mesmo sem tiranos… O objetivo da entrevista era demonstrar que “o Brasil perdeu a taça, mas ganhou a Copa”, como resumiu Aloizio Mercadante, ministro-chefe da Casa Civil.

Afirmou a presidente: “Os vaticínios, os prognósticos que se faziam sobre a Copa eram dos mais terríveis possíveis. Começava com o ‘não vai ter Copa’ até ‘nós teremos a Copa do caos’. O estádio do Maracanã, que ontem foi palco de um evento belíssimo, ia ficar pronto só em 2038, ou 2024. Enfim, não ficaria pronto nunca”. Vamos ver.

Quem, com um mínimo de seriedade, afirmava o “Não vai ter Copa”? A imprensa? Não! A oposição? Não! Isso era coisa de grupelhos radicalizados de extrema esquerda com os quais, diga-se, Gilberto Carvalho estava negociando, conforme confessou em entrevista.

Mercadante resolveu fazer uma alusão à revista VEJA e à Folha: “A revista de maior tiragem do Brasil fez uma manchete: ’2038: por critérios matemáticos, os estádios da Copa não ficarão prontos a tempo’. Tinha uma foto do Maracanã, que vocês viram na final da Copa, a beleza não só daquela arena, mas também de todas as outras arenas que foram apresentadas. O jornal de maior tiragem do país, no dia de abertura da Copa, tinha a seguinte manchete: ‘Copa começa hoje com seleção em alta e organização em xeque“.

É evidente que Mercadante está se referindo à VEJA e à Folha, que apenas cumpriram a sua função. Não me lembro de aquela formulação ter sido “manchete” da revista. Ainda que seja verdade (verifico depois), as obras estavam atrasadas mesmo. E é mais do que legítimo — na verdade, é uma obrigação — fazer a advertência. Por que o ministro não bate boca também com a Fifa, que, mais de uma vez, demonstrou irritação com o ritmo das obras?

Mais: Mercadante estudou economia, é isso? Deve ter passado por rudimentos de matemática, ao menos. Considerando as obras de mobilidade que não foram e não serão feitas, o prazo para a realização das obras de multiplicou ao infinito, senhor ministro. Deu pra entender ou quer que eu desenhe?

A mais indigna das falas, e isso não me surpreende, ficou com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. Referindo-se sabe-se lá a quais governadores, afirmou: “Há ainda hoje quem acredite que o governo federal deve passar recursos para os Estados fazerem a política da segurança pública”. Por que ele não diz quem pediu — e, pelo visto, não recebeu — recursos? Falo do que vi de perto: em São Paulo, enquanto a polícia se organizava para combater a baderna nas ruas, Gilberto Carvalho negociava, conforme confessou, com criminosos.

Eis aí. Provado está. Com a derrota acachapante, Dilma convoca uma entrevista coletiva com 15 ministros. Imaginem se o Brasil vence a Copa… Dilma tentaria mandar para o degredo os “inimigos da pátria”…

Por Reinaldo Azevedo

 

O brado retumbante

O povo que pôs fim à ditadura, que depôs um presidente na lei e na ordem e que venceu a inflação, convivendo com duas moedas, merece uma Seleção melhor, um governo melhor, uma oposição melhor, uma classe política melhor e um futuro melhor.

Já chegou a hora de aposentar a tese de que “todo povo tem o governo que merece”. A população brasileira já passou, e passa ainda, poucas e boas. Ainda assim, acredita no futuro, recebe bem quem vem de fora, luta — a esmagadora maioria ao menos — para ganhar a vida honestamente. Merece ser governado por uma classe política mais decente.

Esse povo está cansado, sim, de empulhação, de roubalheira, de um estado que não funciona. Quando pede “escola e saúde padrão Fifa”, está despertando para o fato de que é um dos maiores pagadores de impostos diretos e indiretos do mundo, sem que o Poder Público lhe dê o devido retorno.

A resposta para isso, claro!, não é a tal democracia direta dos conselhos populares, como agora ameaçam os petistas. Essa democracia direta é justamente o contrário do que querem milhões de pessoas: o que se pede é uma República dos Iguais, não uma República dos Diferentes — porque ligados a um partido, a um sindicato ou pertencentes a uma classe.

O governo petista está batendo cabeça para tentar entender o que se passa e não consegue porque se apega à ortodoxia de esquerda, dos movimentos organizados, o que levou Gilberto Carvalho, por exemplo, a negociar com criminosos, já que confessou ter se encontrado várias vezes com black blocs.

Qualquer que seja o resultado nas urnas neste 2014, vença o governo de turno ou a oposição, é preciso que o estado se abra mais para ouvir a sociedade, não entregando a administração pública a minorias, a conselhos e a sovietes. Precisamos é de indivíduos mais livres para empreender, dentro das regras do jogo. Vença Dilma, Aécio ou Campos, quem não entender o “brado retumbante” corre o risco, numa situação econômica não muito favorável que vem pela frente, de ter sérios problemas com a governabilidade.

O brado retumbante pede governantes mais sérios. O brado retumbante quer um governo melhor, uma Seleção melhor, uma escola melhor, uma saúde melhor. A razão é simples: o povo paga caro por isso tudo. E não recebe a mercadoria. Está cansado de ser vítima de uma espécie de estelionato da cidadania.

Por Reinaldo Azevedo

 

A Alemanha triunfa! O povo brasileiro triunfa! Presidente é vaiada cinco vezes e ouve o coro: “Ei, Dilma, vai tomate cru!”

Dilma entrega a taça ao capitão alemão, Philipp Lahm (foto: Kamil Krzaczunski/EFE)

Dilma entrega a taça ao capitão alemão, Philipp Lahm (foto: Kamil Krzaczunski/EFE)

Acabou! A melhor seleção da Copa ficou com o título, e essa é, sem dúvida, uma boa notícia para o futebol. A Alemanha mereceu! À diferença do que previram aquelas pessoas com quem Gilberto Carvalho andou dialogando à socapa, “teve Copa”, sim, e o evento, em si, foi um sucesso. A infraestrutura necessária para o evento funcionou. O que os brasileiros, como povo, lucraram com isso? Nada! E, pra começo de conversa, vamos parar com essa cascata de sair dizendo por aí que os brasileiros surpreenderam ao receber bem os estrangeiros. Por quê? Quando foi que o nosso povo tratou mal os turistas? Tenham paciência! O vexame da equipe em campo só não foi maior do que o do governo petista, que tentou usar o torneio para se promover e para demonizar a oposição e os críticos do oficialismo. Deu-se mal! Dilma Rousseff teve de contar com a boa-vontade da Fifa, que a manteve no ar o mínimo possível. Nas raras vezes em que a presidente apareceu no telão, o estádio explodiu numa vaia inequívoca. Cadê os bocas de bagre do puxa-saquismo oficial para acusar a “elite branca carioca”?

Dilma foi hostilizada cinco vezes, com mais intensidade quando entregou a taça para o capitão alemão, Philip Lahm. Os apupos cederam, então, àquele xingamento que já se tornou um clássico: “Ei, Dilma, vai tomate cru” se fez ouvir com uma intensidade e uma clareza que rivalizou com a da abertura do torneio, no Itaquerão. O jornalismo a soldo, cuja pança é alimentada pelas estatais, inventou a tese de que tudo era coisa da “elite branca de São Paulo”. A quem culpar desta vez?

Nunca antes na história destepaiz um tiro saiu tão espetacularmente pela culatra. E não pensem que Dilma foi vaiada porque o Brasil levou aquele nabo de 7 a 1 da Alemanha. Ainda que Thiago Silva estivesse no lugar de Lahm, aposto que a reação do público teria sido a mesma. A população rejeitou a tentativa do Planalto de se apropriar do espetáculo. Quaisquer que tenham sido os sacrifícios para realizar o torneio no Brasil, eles foram feitos pelo povo brasileiro, não pelo oficialismo. Este, ao contrário, reitero, não cumpriu o que prometeu à população.

O Planalto tentou manipular o espetáculo de todas as maneiras. Se dependesse de Franklin Martins, até a derrota teria servido à exploração vigarista. O país ainda vivia seu luto futebolístico quando se plantou na imprensa a informação de que o governo queria intervir na CBF. O site “Muda Mais”, comandado por Franklin, lançou a tese de que a derrota deveria ser jogada nas costas da confederação – que certamente tem suas responsabilidades. Mas pergunto: devemos atribuir as vitórias de 1994, 2002 e a Copa das Confederações, em 2013, à corrupção da CBF? Ou será que ela só serve de argumento quando o time perde? Lugar de corrupto de qualquer área é a cadeia, claro!, mas vamos parar de conversa mole. Ainda voltarei a esse tema, usando a lógica como instrumento.

O PT sonhou usar a Copa do Mundo para esmagar seus adversários. O partido criou até uma lista negra de jornalistas, da qual, gloriosamente, faço parte. Tive a honra de ser o primeiro da lista. Não obstante, quem não consegue sair às ruas é Dilma Rousseff. Quem não pode dar as caras no estádio é Dilma Rousseff. Quem consegue falar apenas a plateias rigidamente controladas pelo Planalto é Dilma Rousseff.

Para o futebol brasileiro, foi um fim melancólico. Para o petismo, foi um desfecho melancólico. Para os oportunistas, foi um epílogo melancólico. O povo brasileiro, ah, meus caros este é, sim, vitorioso. Resistiu à máquina bilionária de propaganda e mandou comer tomate cru os que tentaram sequestrar a sua vontade.  

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo

Mais vaias para Dilma

dilma

Sentindo sua popularidade no Maracanã

A massa presente ao Maracanã hoje não deu moleza: Dilma Rousseff era vaiada a cada vez que sua imagem aparecia no telão do estádio.

A presidente Dilma Rousseff foi vaiada e ofendida com intensidade quando sua imagem surgiu nos telões do Maracanã, durante a entrega das premiações aos melhores da Copa do Mundo. Durante e após a decisão da Copa do Mundo, ela foi hostilizada cinco vezes ao todo por parte do público que compareceu ao estádio.

A manifestação se repetiu quando ela apareceu cumprimentando o técnico da Argentina, Alejandro Sabella e foi mais forte no momento em que Dilma entregou o troféu de campeão para o capitão do time alemão, Philipp Lahm. Nesse instante, as vaias se transformaram num cântico ofensivo à presidente. 

Ela ficou o troféu em mãos por apenas três segundos. Antes, quando os alemães recebiam apenas as medalhas pelo título, a euforia da torcida alemã abafou outras vaias à presidente. A música alta no estádio também ofuscou os apupos. Os telões evitaram mostrar a presidente sozinha em meio a outras autoridades, durante a cerimônia. (No Estadão).

 

Copa joga por terra tara autoritária petista. Agora é preciso vencer os tarados do estatismo, que querem criar a “Futebras”. Ou: O SEGREDO ALEMÃO

Jogadores da Alemanha posam com a Taça da Copa do Mundo após vencerem a Argentina no Maracanã, no Rio (Ivan Pacheco/VEJA.com)

Jogadores da Alemanha posam com a Taça da Copa do Mundo depois de vencer a Argentina no Maracanã, no Rio (Ivan Pacheco/VEJA.com)

Já está mais do que evidente, a esta altura, que os petistas pretendiam transformar a Copa do Mundo numa espécie de máquina mortífera da política. Ânimos exaltados, nacionalismo à flor da pele, a Seleção Canarinho esmerilhando em campo e, ao fundo, aquela velha canção: “Duzentos milhões em ação/ Pra Frente Brasil/ Salve a Seleção…”. A síntese era uma só: “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Depois que o PT incluiu, por exemplo, meu nome numa lista negra de nove jornalistas que estariam torcendo contra a Copa e seriam responsáveis pelas hostilidades a Dilma nos estádios, passei a receber insistentes convites: “Por que você não vai embora do Brasil? Por que você não muda para Miami?”. A pergunta me é feita, claro!, por pessoas que insistem em não morar em Cuba, na Coreia do Norte ou na Venezuela. Um recado: não mudo, não! Fico aqui mesmo e quero o Brasil de volta. Sigamos. A pantomima nacionalista-autoritária estava ensaiada, mas deu tudo errado! A Copa, organizada pela Fifa, deu certo. A infraestrutura básica funcionou. As obras de mobilidade não vieram. O país volta a ser nesta segunda o que quer que fosse antes do início do torneio.

Sem ter uma resposta eficiente a dar, na expectativa de uma nova e estrondosa vaia — que chegou neste domingo! —, o governo lançou, então, a operação “Caça-CBF”, com o auxílio do subjornalismo áulico e de certa crônica esportiva que ficaria melhor se fosse embalsamada e posta no museu, numa atividade com o patrocínio da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e da Petrobras. Descobriu-se que a confederação é a grande vilã e se falou abertamente na intervenção do estado no futebol — o mesmo estado que não conseguiu entregar as obras. Os mais afoitos tinham uma explicação simples e errada para o desastre: a corrupção na CBF, sua estrutura encarquilhada etc. Digamos que tudo isso seja verdade: que tal a gente devolver, então, os títulos de 1994, 2002 e da Copa das Confederações? Só a derrota é filha da corrupção? A vitória não?

É claro que eu acho que a CBF tem de mudar, mas vamos parar de conversa mole! Há, sim, na expressão feliz de Aécio Neves, gente tentando criar a Futebras, e eu insisto que é preciso é ter menos estado e mais mercado no futebol. Ao estado cabe, aí sim, cuidar de algumas leis estruturantes do futebol — já chego lá. Em maio de 2013, a revista alemã Der Spiegel publicou uma excelente reportagem (clique aqui para ler versão em inglês) sobre a revolução havida no futebol do país nos 12 anos recentes. O gancho era o fato inédito de dois times alemães disputarem a final da Liga dos Campeões: o Bayern de Munique e o Borussia Dortmund. Como aquilo era possível? Vale a pena ler o texto

Uma lei obriga, por exemplo — e, neste ponto, sim, o estado pode entrar — os times da primeira e segunda divisões do país a manter o que eles chamam “academia” de jogadores. No Brasil, conhece-se a “escolinha”. Mas não se trata da coisa bisonha que funciona por aqui, não, de improviso. É preciso manter funcionando centros de treinamento especialmente voltados para essa atividade. Antes que técnicos de outros países começassem a visitar a Alemanha para descobrir os seus segredos, como acontece atualmente, a liga profissional do país mandou técnicos em peregrinação pelos grandes centros de futebol do mundo — como Espanha e Holanda — para saber como os outros trabalhavam.

O futebol alemão passou, revela a revista, por uma revolução tática. Os alemães chegaram à conclusão, também, de que seu jogo era duro demais. Era preciso mudar uma cultura. Um trecho da reportagem chama a atenção. Referindo-se a jogadores como Philipp Lahm (capitão da Seleção) e Bastian Schweinsteiger — que todos vimos sair quase destruído de campo, com o rosto ferido — diz a revista (traduzo):

“De fato, eles são algo feminis, retraídos, versáteis. No passado, os fãs do futebol estavam acostumados com os chamados machos Alfa, jogadores como Oliver Kahn e Stefan Effenberg, que venceram a Liga dos Campeões de 2001 com o Bayern de Munique. (…) Ou Lothar Matthäus, o líder do time que ganhou a Copa do Mundo de 1990. Eles chamavam a atenção por seu estilo de jogo duro e poderoso, por seu comportamento grosseiro e por seus casos rumorosos com mulheres. Em outras palavras: eram ‘homens de verdade’. Mas isso também os fazia tediosos. Lahm e Schweinsteiger, ao contrário, parecem eternos garotos. (…) E isso é uma coisa boa porque o jogo moderno depende de um grupo de jogadores capazes de fazer quase tudo. Todos eles são igualmente importantes, e ninguém precisa de um companheiro de equipe que determine tudo e domine o time. Eis por que foi correta a decisão do técnico da Seleção, Joachim Löw, que tirou da equipe Michael Ballack, o último dos machos Alfa (…) Ninguém mais precisa de homens oriundos de um modelo velho e selvagem. Dá-se o mesmo na sociedade. Nós entramos na era do trabalho de equipe.”

Retomo
Percebam que essa Seleção Alemã formada de caras que são “uns fofos”, para recorrer à expressão de uma das minhas filhas, é parte de um trabalho de educação e de uma tomada de decisão. A Seleção Alemã não começou a ganhar o campeonato quando decidiu criar seu próprio centro de treinamento nas terras quentes da Bahia — os brasileiros ficaram naquela soturna, nesse período ao menos, Granja Comary… Os homens do gelo prefeririam o calor tropical; os dos Trópicos, a neblina… O trabalho vem de longe. Não homenagearam os pataxós por acaso nem mandaram mensagens de agradecimento ao povo brasileiro só porque são bons moços, quase “feminis”, ou “eternos garotos”, como diz a Der Spiegel. Isso tudo é parte de uma estratégia.

Então, sim, está claro que a CBF tem de mudar, que o mundo avançou nessa área. Mas resta evidente que não será com intervenção estatal que se vai lograr esse feito. Quando muito, a legislação pode forçar os grandes clubes a investir efetivamente na formação de jogadores.

Fim da caipirice
E é preciso também romper o cerco da caipirice, que impede que tanto os grandes clubes como a Seleção contratem técnicos estrangeiros. Não só é preciso que eles venham como urge enviar jovens técnicos para conhecer o trabalho que se faz lá fora. Isso, sim, pode mudar o futebol brasileiro. E, claro!, é preciso tomar cuidado com as cabecinhas tacanhas. Aqui e ali, ouvi e li idiotas a exaltar a equipe costa-riquenha, que só teria jogado aquele bom futebol porque livre das garras do capitalismo e coisa e tal… Trata-se de uma bobagem monumental. Quem está levando a taça para casa é o milionário futebol alemão.

É evidente que é bom uma equipe contar com Cristiano Ronaldo, com Lionel Messi, com Neymar Jr. Quem não quer? Mas, só com eles, não se vence uma Copa do Mundo. Sem organização, disciplina e planejamento, o talento se dissipa e tudo termina no ralo. Com organização, disciplina e planejamento, consegue-se tudo: até talentos.

Quanto às taras estatistas do governo e de parte da crônica esportiva, dizer o quê? Fazem parte de um mundo velho e selvagem. Quem precisa deles?

Texto publicado originalmente às 5h07

Por Reinaldo Azevedo

 

A cara de Dilma diz tudo, não é mesmo? Mais: faltou elegância!

DILMA CARA FEIA

Um close na cara de Dilma entregando a taça ao capitão alemão, Philipp Lahm, diz tudo. E olhem que a foto não tem som, não é mesmo? Presidente se comportou mal também quando a Alemanha fez o gol. Angela Merkel, claro, levantou-se entusiasmada. E olhem que ela não é, assim, o retrato da animação tropical. Dilma permaneceu sentada, com os braços cruzados. Foi ridículo. Deveria ter se levantado imediatamente para aplaudir. Se, em algum momento, fez isso, não sei. Enquanto Merkel vibrava, a presidente brasileira ficou lá, com ar desenxabido.

Por Reinaldo Azevedo

 

Futebol

O Ibope da final no Maracanã

Argentinos invadem Maracanã

Argentinos invadem Maracanã

A audiência da vitória da Alemanha sobre a Argentina hoje rendeu números semelhantes à goleada da Holanda contra o Brasil ontem.

Os dados prévios do Ibope mostram que na Grande São Paulo a Globo manteve a liderança com 29 pontos, contra oito da Band. Record e SBT não transmitiram a partida e obtiveram três e quatro pontos, respectivamente.

A final da Copa da África do Sul, entre Espanha e Holanda, em 2010, registrou 31,7 pontos de audiência para a Globo e 7,6 para a Band.

O passeio alemão em cima do Brasil, na semana passada, deu à Globo 34 pontos e dez à Band.

Nas demais praças a audiência do jogo de hoje no Maracanã ficou assim:

RJ – 33 pontos com 57% de participação, um crescimento de +15 pontos ou +85% em relação à faixa horária.
A Band bateu quatro pontos, a Record três e o SBT também três.

BH – 29 pontos com 59% de participação, um crescimento de +16 pontos ou +128% em relação à faixa horária.
Band e Record ficaram com quatro pontos cada e o SBT, três.

DF – 36 pontos com 62% de participação, um crescimento de +20 pontos ou +128% em relação à faixa horária.
Band e Record com três pontos e SBT com seis.

Recife – 38 pontos com 60% de participação, um crescimento de +22 pontos ou +138% em relação à faixa horária.
Band, Record e SBT somaram cinco pontos cada.

Por Lauro Jardim

 

Economia

Em queda

dilma

Más notícias só depois das eleições

Pelo andar (muito vagaroso) da carruagem, o terceiro trimestre será o pior do ano em termos de atividade econômica. A população começa a sentir um pouco disso desde já, mas, para a sorte do governo, o IBGE só divulgará oficialmente estes dados depois das eleições.

Por Lauro Jardim

 

Eleições 2014

Ano eleitoral

pf

Polícia Federal: investigações continuam

As empreiteiras conseguiram calar os integrantes das duas CPIs sobre a Petrobras em andamento no Congresso. Devem ter lançado mão de bons argumentos. A PF, contudo, continua investigando o caso.

Por Lauro Jardim

 

Governo

Alta temperatura

Dilma: um momento difícil da ex-pedetista com o responsável por sua eleição

Dilma: irritação com Franklin

Fechou o tempo entre Dilma Rousseff e Franklin Martins no início da noite de anteontem. O motivo foi a publicação no Muda Mais, o site de campanha coordenado por Franklin, de um feroz ataque à CBF e a José Maria Marin.

Irritada, Dilma ligou para Franklin e exigiu a retirada do post do ar. Ele não queria cumprir a ordem. Discutiram. Franklin ainda não absorveu o golpe, reclamou pesadamente com Rui Falcão. Os ânimos continuavam exaltados até a tarde de  ontem.

(Atualização, às 17h56. O ministro Thomas Traumann enviou o seguinte esclarecimento: “Não é verdade que a presidenta Dilma Rousseff tenha conversado com o ex-ministro Franklin Martins sobre conteúdos do site Muda Mais”. O Radar mantém a informação de que houve um estresse na relação entre Dilma e Franklin Martins. Até Lula foi informado do desconforto de Dilma na quinta-feira.  Entre quinta-feira e sexta-feira houve duas reuniões no Palácio do Planalto que trataram do tema. Nelas, estavam presentes, entre outros, Giles Azevedo, Rui Falcão, Aloizio Mercadante, Edinho Silva.)

Por Lauro Jardim

 

Opinião

‘O país da Felipona’, de Carlos Brickmann

Publicado na coluna de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN

O ex-ministro Delfim Netto, um dos conselheiros econômicos de Lula, costuma dizer que, se o Governo comprar um circo, o anão vai crescer. O economista Milton Friedman tem frase semelhante: se o Governo administrar o Deserto do Saara, em poucos anos vai faltar areia. O ministro dos Esportes de Dilma, Aldo Rebelo, do PCdoB, cuja única ligação prévia com o Esporte era torcer pelo Palmeiras, defende maior intervenção estatal no setor. Sem palpite estatal, o Brasil foi cinco vezes campeão do mundo. Com palpite estatal, perdeu duas Copas em casa, em 1950 e 2014. Mas, quando os fatos vão contra a ideologia vigente, pior para os fatos. O mundo que mude para amoldar-se aos preconceitos.

O Estado já se intrometeu em Copas. Em 1950, não houve governante que não aparecesse na concentração para tirar sua casquinha. Em 1954, um dirigente indicado pelo Governo exigiu dos atletas que vingassem os mortos de Pistóia (se bem que Pistóia fique na Itália, onde brasileiros morreram na luta contra o nazismo e o fascismo; a Copa se realizasse na Suíça; e o principal adversário fosse a Hungria). Em 1970, o presidente Médici exigiu que o centroavante Dario, do Atlético Mineiro, fosse convocado. Foi, mas não jogou. O Brasil ganhou a Copa. Agora, com declarações diárias de Dilma “É Tóis”, a Copa deu no que deu.

Se a sugestão de Médici, que adorava futebol, era ruim, imagine as de Dilma, que disse ter visto jogos no Mineirão antes que o estádio existisse. Até garantiu, em julho de 2013, que seu Governo era “padrão Felipão”.

Não é que tinha razão?

 

Tempo, tempo, tempo
Proposta de um cartão de crédito, pouco antes do jogo contra a Alemanha: troque mil pontos por um Fuleco de 30 cm. Enorme! Ainda bem que é macio.

E a vida continua
A Câmara Federal funcionou devagarzinho durante a Copa. Mas Suas Excelências sabem o que não pode parar. Neste período, a Câmara alugou três carros topo de linha, com motorista: um por três dias, de 8 a 10 de julho; dois por quatro dias, de 7 a 10 de julho. Custo: R$ 3.500,00. Não é muito; mas para quê?

É de cinco!
O levantamento é de Alan Alex, do Painel Político: Rondônia pode ter cinco ex-presidentes da Assembléia presos por corrupção, no mesmo período. Aliás, quatro, porque um está foragido. Os atingidos são Marcos Donadon (PMDB), Valter Araújo (PTB), Carlão de Oliveira (PSL – ainda recorre), Kaká Mendonça (PTB – aguarda a ordem de prisão) e Natanael Silva, o foragido, do PP.

Os bons que se vão
Plínio de Arruda Sampaio morreu de câncer aos 84 anos. Radicalíssimo, ligado à esquerda católica, mas sempre bem humorado, foi fundador do PT, do qual saiu para fundar o PSOL. Esteve no poder sem por a mão no Tesouro; esteve na oposição, sem bravatas ou acusações gratuitas. Seus projetos sempre foram de boa qualidade. E, com quase 60 anos de política, mereceu o respeito de aliados e adversários.

Plínio nasceu na política no Partido Democrata Cristão paulista, com o governador Carvalho Pinto. Foi o coordenador do primeiro plano de Governo do país, o ótimo PAG. Fez o projeto de reforma agrária para o Governo Goulart. Em 64, foi cassado e viveu exilado no Chile e nos Estados Unidos, aproveitando para estudar. Nunca pediu votos dizendo-se vítima da repressão; justo ele que foi. Há poucos como Plínio.

E são estes que estão nos deixando.

Geleia goiana
Ronaldo Caiado, DEM, um dos mais duros adversários de Lula, apoia em Goiás o candidato do PMDB, Íris Rezende — que está com Lula e Dilma. E que já recebeu todas as críticas possíveis de Caiado, que o chamava de “mercador de ilusões”. Marconi Perillo, PSDB, candidato à reeleição, foi aliado de Caiado, hoje adversário. Íris, que foi senador, prefeito de Goiânia, duas vezes governador de Goiás, ministro de Sarney e Fernando Henrique, usa o slogan “ética e renovação”.

Em resumo, está tudo como era, só que mais ou menos ao contrário.

Sai ou não sai?
O ministro Joaquim Barbosa anunciou sua aposentadoria para o fim de junho. Mas pediu adiamento por alguns dias e aproveitou para tirar férias, que terminam em 31 de julho. Barbosa não quer sair sem antes garantir a colocação de seus assessores de confiança em outros gabinetes. Só que não há vagas: cada ministro tem seus assessores de confiança. Agora, Barbosa decidiu assistir ao final da Copa ao lado de Dilma.

E a aposentadoria? É esperar: quem sabe o dia de amanhã?

Faça suas apostas
O Ministério Público de São Paulo entrou com ação de cobrança das multas impostas pela Justiça ao Sindicato dos Metroviários, mais prejuízos causados à população durante a recente greve, no valor total de R$ 354 milhões. Haverá também processo de cobrança contra o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus, também envolvendo multa e prejuízos, de R$ 131,7 milhões. Os prejuízos foram calculados tendo como base 1/30 do salário mínimo por passageiro que ficou sem transporte.

Será um processo interessante: até hoje, quantas dessas multas aplicadas a sindicatos foram efetivamente cobradas?

 

Opinião

‘Voltando ao país real’, por Vlady Oliver

VLADY OLIVER

Depois de duas fragorosas derrotas sucessivas, a Seleção e sua comissão técnica ficam cada dia mais parecidas com o bolivarianismo rombudo que professam por aqui na latrino américa, caprichando na empáfia, nas desculpas esfarrapadas de sempre e na maldita mania de substituir a verdade pelo que eles acham que seja a verdade para enganar trouxas, cheia de furos, rombos e dinheiro escondido em cuecas, para a decepção geral da patuleia sempre feita de besta a cada nova declaração destes meliantes com cargo, crachá e sem a mínima vergonha na cara. O país não pode ser reduzido a uma repartição pública, onde cretinos fundamentais culpam sua elite trabalhadora pelo roteiro vigarista que promovem sem resultados e alardeiam sem um pingo de escrúpulos para com a sociedade que lhes paga os salários indecorosos.

Passou da hora de dar um basta nesta camorra, meus caros. Já são vinte anos sucessivos de vigarice socialista, barranco para encostar o lombo e dependência química das bolsas-miséria para dar continuidade ao golpe em andamento. Formou-se uma geração inteira de pedintes e dependentes desavergonhados. Se exportamos até futuros craques do futebol é porque falimos até mesmo na administração de nossos próprios sonhos. Não dou a mínima para o fato de perdermos de sete a um para a Alemanha: eu perco diariamente de lavada quando sento diante de minhas máquinas para trabalhar. É nesse momento que vejo o país-tribo, que se recusa a sair do pântano e pedir ajuda, que cacareja uma ideologia porca e vê como inimigos aqueles que tem alguma coisa a dizer e contribuir para sairmos deste beco em que nos metemos.

 

É nesse mesmo momento que vejo as escolhas erradas de um país brotarem como um esgoto a invadir nosso meio campo, comprometer nossa zaga e inviabilizar nosso contra ataque. O país vive uma crise de educação sem precedentes, capitaneada por um bando de vigaristas que não quer que o conhecimento ponha em risco suas intenções mundanas, que acha mesmo que pingar um dinheirinho no cartão de um encostado é uma grande política de inclusão social. Um bando de talibãs do esporte também acha que pode montar um escrete canarinho e convocar duzentos milhões de técnicos para execrar nossa obsolescência. São uns canalhas.

Modéstia à parte, eu me dei muito bem na vida nos bastidores de algumas campanhas políticas vitoriosas que optaram por dizer a verdade com algum talento, e não mentiras milionárias. Eu jamais seria um João Santana de vida, porque sou honesto por premissa. Deve ser difícil para um tal de “ícone do capitalismo rombudo” ter que embrulhar este comunismo safado e este bolivarianismo tacanho para o consumo dos incautos, o tempo todo. Minha conta num paraíso fiscal qualquer estaria abarrotada do nosso rico dinheirinho público tungado pela quadrilha da vez que ora nos assalta. Como deveriam fazer os Freds e os Felipões, além das Dilmas. Enganadores até a medula, querem morrer abraçados ao dinheiro público como cracas em mares revoltos.

Pois eu dou um conselho aos nossos “oposicionistas”: coloquem TODOS OS DIAS no horário eleitoral gratuito as declarações de nossa vigarista-em-chefe afirmando que SOMOS NÓS, a elite branca deste país, os responsáveis pela indignação que estamos vendo pipocar em todo o bananão glorioso. Eu disse TODOS OS DIAS, como um mantra, até que o desgosto com essa prova acabada de estupidez mentirosa doa nos ouvidos eleitorado decente, que quer ao menos um jogo limpo. Enquanto nossa Seleção fugia do campo no fim do último jogo, a torcida aplaudia em campo os nossos algozes vitoriosos. Era só um jogo, meus caros. Mas um jogo que mostra o quanto somos mal educados, convencidos e tacanhos, além de jogar um futebol chinfrim e mascarado diante de seleções verdadeiras. O país não suporta mais a mentira como método, meus amigos. Que saibam perder, daqui pra frente. E que devolvam o que nos roubaram nessa empulhação maldita.

 

"Muita inflação pela frente", editorial do Estadão

Publicado no Estadão desta sexta-feira

As bolas de cristal do mercado financeiro continuam errando para menos nas projeções de inflação. Se há algum jogo especulativo nessas previsões, deve estar funcionando ao contrário – e isso já ocorre há um bom tempo. Com 6,52% até junho, a alta de preços acumulada em 12 meses furou com um mês de antecedência o limite da margem de tolerância, de 6,5%. Pelas contas oficiais, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,4% no mês passado, pouco acima da mediana das projeções do mercado, de 0,33%. Por essas estimativas, ainda haverá um recuo neste mês, para 0,25%, e em seguida uma nova aceleração – de 0,30%, em agosto, até 0,64%, em dezembro. Esses números integram a série coletada na sexta-feira 27 de junho, antes de conhecido, portanto, o último dado. O resultado final do ano será de 6,48%, de acordo com a mesma série, atualizada semanalmente pelo Banco Central (BC). Na avaliação do governo, complacente com a alta de preços e com a própria política, a inflação ainda estará dentro da meta – embora a meta oficial, em sentido próprio, seja de 4,5%.

De acordo com aquelas projeções, a inflação acumulada em 12 meses ficará sempre acima do limite até novembro. O pico, de 6,80%, está previsto para setembro. Apesar do recuo dos preços por atacado e, especialmente, da acomodação dos preços dos alimentos, economistas do mercado têm mantido a expectativa de recrudescimento da inflação a partir de agosto. Pode parecer estranho, até porque uma parte dos aumentos de junho foi classificada como “inflação da Copa”. Esse é o caso das tarifas aéreas e das diárias de hotéis. Esses aumentos serão provavelmente anulados nos próximos meses, ou, como se diz no jargão obviamente impreciso dos especialistas, “devolvidos”.O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,muita-inflacao-pela-frente-imp-,1526927

» Clique para continuar lendo

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
veja.com.br

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Sebastião Ferreira Santos Fátima do Sul - MS

    ESTATIZAR O FUTEBOL SIGNIFICA COLOCAR O "ANDRÉS SANCHES", COMO PRESIDENTE DA CBF JUNTAMENTE COM O EX. PRISIDENTE COMANDANDO COMO COMANDA O GOVERNO DILMA!!!

    JÁ IMAGINARAM O QUE SERÁ DA CBF, SENDO ADMINISTRADA COMO O BRASIL ESTÁ SENDO NO GOVERNO PT,SERIA IGUAL OU PIOR QUE O RICARDO TEIXEIRA??? É PRA SE PENSAR E MUITO NÃO???

    0