Chegou a estagflação! Expectativa de crescimento ladeira abaixo (menos de 1%!!!)

Publicado em 21/07/2014 11:41 e atualizado em 28/08/2014 10:27
por Rodrigo Constantino, de veja.com.br

EconomiaInflação

Expectativa de crescimento ladeira abaixo: chegou a estagflação!

O relatório Focus, divulgado hoje pelo Banco Central e que compila a estimativa dos principais analistas do mercado, projeta um crescimento abaixo de 1% pela primeira vez para 2014. Historicamente, os analistas costumam errar para cima, sempre se mostrando mais otimistas do que a realidade permite.

O que estamos vendo é um rápido ajuste nas previsões de todos, diante de um cenário cada vez mais sombrio. A queda nas expectativas está ocorrendo de forma bastante acentuada a cada nova semana de divulgação:

Fonte: Bloomberg

Fonte: Bloomberg

Quando lembramos que o ministro Guido Mantega falava em crescer mais de 3% no ano, com inflação sob controle, vemos o quão distante da realidade está o governo Dilma. A equipe econômica parece completamente perdida, sem compreender como chegamos nesse quadro tão preocupante, que praticamente já se configura numa estagflação.

O governo estimulou artificialmente a demanda, expandiu gastos e crédito públicos, e acreditou que era possível simplesmente intervir de cima para baixo no lado da oferta, com subsídios pontuais ou controle de preços. Eis o resultado: a produção não é capaz de acompanhar a demanda, a inflação sobe, a economia retrai. Acabamos sem crescimento e com elevada inflação.

O economista Samuel Pessôa, em sua coluna deste domingo na Folha, fez um resumo da anatomia da estagflação. Usando como exemplo o caso do setor automotivo, ele conclui:

A indústria automobilística é somente um exemplo do impacto desastroso de uma política microeconômica cujo princípio básico é ser discricionária e de uma política macroeconômica que reduz a previsibilidade e aumenta a expectativa de inflação. Em ambos os casos, trocam-se regimes e regras por medidas “ad hoc”, sem fundamento na teoria econômica padrão.

A demanda cai em razão da política monetária mais apertada e a oferta cai como resultado da desorganização produtiva induzida pela política econômica. Oferta e demanda para baixo resultam em atividade em retração apesar da estabilidade da inflação. O longo prazo chegou. Construímos a estagflação.

Construímos, aqui, quer dizer o governo. A estagflação é uma política deliberada de governo, pois a inflação depende diretamente das políticas fiscal e monetária, controladas pelo governo. O excesso de intervencionismo afugentou os investidores também, prejudicando o lado da oferta. Outra política escolhida pelo governo Dilma.

Não chegamos aqui por acaso, por obra do destino, por ganância de empresários ou por consipiração mundial. Chegamos nessa situação horrenda por equívocos cometidos por um governo incompetente e arrogante, que abraçou o nacional-desenvolvimentismo, uma ideologia completamente fora da realidade. E não há indício algum de que Dilma e sua equipe reconheçam isso…

Rodrigo Constantino

 

Protecionismo

Protecionismo em alta: cota de importação pela via terrestre passa para míseros US$ 150

Turistas enfrentam fila na Ponte da Amizade, fronteira com Paraguai. Fonte: GLOBO

Deu no GLOBO:

A cota de isenção para importação de produtos por via terrestre foi reduzida de US$ 300 para US$ 150, segundo portaria do ministro da Fazenda, Guido Mantega, publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira. Quem exceder o valor terá de pagar Imposto de Importação de 50% do valor dos produtos transportados.

A redução da cota foi incluída na portaria que regulamenta o funcionamento de free shop em cidades brasileiras que tenham fronteira direta com municípios de países vizinhos.

A nova cota entra em vigor imediatamente e vale também para quem chega ao Brasil de navio ou outro transporte fluvial. Não houve alteração para quem vem ao Brasil de avião, que continua tendo isenção até US$ 500.

A medida protecionista representa mais um retrocesso para o país, e uma grande perda de liberdade para os brasileiros. O governo tenta “aliviar” a balança comercial com suas gambiarras, apelando para mais barreiras, e acaba punindo o consumidor brasileiro.

Em nome da “proteção” às nossas indústrias, já tivemos aberrações como a Lei da Informática, e carroças vendidas por preço de Ferrari (após o Collor melhorou, e hoje pagamos por carroças “apenas” o preço de uma BMW).

O alvo da medida são os “sacoleiros”, mas é preciso olhar para a raiz dos problemas, não para o sintoma. Por que tantos brasileiros compram no exterior? Porque o Brasil é muito caro! E por que o Brasil é muito caro? Porque o governo arrecada imposto demais! E por que o governo arrecada imposto demais? Porque o governo gasta demais!

E por que o governo gasta demais? Porque o brasileiro acha, via de regra, que cabe ao governo ser uma espécie de messias salvador, locomotiva do crescimento e agente da “justiça social”. Ou seja, temos um sério problema cultural, e o povo, ao demandar mais governo para tudo, acaba dando um tiro no próprio pé.

É hora de atacar o problema de verdade, reduzir o Custo Brasil, e não tapar o sol com a peneira e erguer novas barreiras protecionistas, que tornam nossos produtos ainda mais caros.

Rodrigo Constantino

 

InstituiçõesReligiãoSocialismo

Silas Malafaia denuncia uso da Receita Federal pelo PT para perseguição política e religiosa

Vejam o vídeo abaixo, de apenas 14 minutos, que o Pastor Silas Malafaia divulgou em seu canal no dia 18/07/2014:

Isso é uma denúncia da maior seriedade, que vai ao encontro daquilo que Romeu Tuma Jr. já havia exposto em seu livro. O PT aparelhou tudo, toda a máquina estatal, inclusive a Receita Federal. Isso é coisa de Venezuela!

A Receita Federal é um órgão fundamental de Estado, e deve ficar totalmente blindada contra uso partidário indevido. Há muita gente séria trabalhando lá, mas a ordem vem de cima, e precisam obedecer ou pedir demissão.

O PT joga muito sujo, não vê limites para seu projeto de poder. A resposta, como disse Malafaia, precisa vir nas urnas!

Rodrigo Constantino

 

Lei e ordem

Black blocs: criminalizaram os movimentos sociais!

Uma “manifestação”, segundo a nossa esquerda radical

Deu no GLOBOO relatório final do inquérito da Polícia Civil sobre atos de violência em manifestações mostra que o grupo investigado tem uma hierarquia rígida. Há comissões voltadas para o planejamento de ataques, confecção e distribuição de bombas, coquetéis molotov e ouriços (peças feitas com pedaços de vergalhões), que seriam lançados nas ruas para ferir PMs e furar os pneus das patrulhas. O documento do inquérito — que resultou na Operação Fire Wall — levou a Justiça a decretar, sexta-feira, a prisão preventiva de 23 pessoas. Dezoito estão foragidas. No domingo, o Tribunal de Justiça negou habeas corpus a todos os suspeitos, segundo o G1.

O GLOBO teve acesso ao relatório policial, de duas mil páginas, sobre a investigação iniciada em setembro, com monitoramento de telefonemas e e-mails. Um dos suspeitos, por exemplo, revoltado por ter sido condenado a prestar serviços comunitários, diz que mataria um PM ao final da Copa. De acordo com o documento, uma ação de guerrilha, com uso de bombas de fragmentação, coquetéis molotov e ouriços, estava sendo articulada para marcar a final da Copa do Mundo, dia 13, no Maracanã. O ato vinha sendo preparado para marcar o “Junho negro”.

O assunto foi debatido no “Liberdade de expressão” hoje, na rádio CBN. Viviane Mosé resumiu muito bem a coisa: a polícia está certa! É preciso lembrar que depredar patrimônio público, queimar ônibus e jogar bombas caseiras em policiais são crimes!

Os defensores dos vândalos e criminosos alegam, como sempre, que se está “criminalizando” os “movimentos sociais”. Mas movimento social era colocar milhares de pessoas espontaneamente nas ruas para protestar. O que os black blocs fizeram foi retirar tais pessoas pacíficas das ruas.

Artur Xexéo ficou mais em cima do muro, disse que o tema é delicado e fácil de desfazer amizades, pois se aplaudir a polícia será acusado de criminalizar os movimentos sociais, de ser um antidemocrata. Desce do muro, Xexéo! Aplaudir a polícia nesse caso é apenas defender o império das leis, algo fundamental para a… democracia!

Carlos Heitor Cony veio falar da tomada da Bastilha e Revolução Russa. Ainda disse que ninguém acusaria a tomada da Bastilha de “baderna”. Falso! Muitos acusaram justamente disso. Um bando de arruaceiro bêbado que ajudou a instaurar o Terror da guilhotina depois. Revolucionários ou baderneiros com um verniz ideológico?

A esquerda radical sempre vem com a desculpa de que a direita quer criminalizar “movimentos sociais”, ignorando que são esses grupos que escolhem o crime como meio aceitável. Matar cinegrafista não é protesto. É assassinato! Lançar bombas em policiais não é protesto: é crime!

O trabalho aponta a ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, como principal articuladora do grupo, que teria à frente da comissão de organização a professora de filosofia Camila Rodrigues Jourdan, que, de acordo com conversas captadas, participou da confecção de coquetéis molotov e ouriços. Num diálogo de 28 de junho passado, ela não esconde a revolta com o fato de PMs terem apreendido 178 ouriços e 20 bombas escondidos numa bolsa numa área de vegetação da Praça Saens Peña, na Tijuca. O material seria usado num protesto naquela tarde. “Foram três dias de trabalho jogados fora. Perdemos tudo, é isso?”, pergunta Camila ao interlocutor. Indignada, ela se desentende, em ligações, com Igor D’Icarahy e Rafael Caruso, a quem chama de irresponsável.

Que meigas! Que doces! Umas pobrezinhas em busca de um “mundo melhor”, apenas “protestando”… com bombas caseiras! E o PT, não custa lembrar, saiu em defesa desses criminosos!

Camila Jourdan é professora de filosofia na UERJ. Pergunto: como ter esperança no futuro do país, em nossa educação, em nossos jovens que sofrem tal lavagem cerebral por parte de criminosas mascaradas de filósofas?

Quem financia essa turma? De onde vem a grana para adotarem a “profissão” de revolucionário? Quem sustenta essa gente? Eis o que ainda precisa ser melhor investigado.

Mas a polícia está de parabéns nesse caso. Durante as “manifestações”, estava de mãos atadas, pois havia forte pressão da imprensa a favor dos baderneiros e criminosos. Se a polícia botasse para quebrar lá, não resta dúvida de que cairiam de pau nela.

Preferiu fazer um trabalho de investigação minuciosa, com escutas autorizadas pela Justiça, montando um inquérito completo, com testemunhas e tudo mais. Agora não dá mais para negar que eram criminosos e nada mais por trás dos movimentos mascarados.

Claro, isso não é garantia de que a esquerda radical, formada por nossos artistas e “intelectuais”, deixará de defender os black blocs. A prática do crime nunca foi rejeitada por essa turma quando feita em nome da “justiça social”.

Criminalizaram os movimentos sociais sim! E quem o fez foram justamente os black blocs. Que apodreçam na cadeia, pois é o que merecem os criminosos.

Rodrigo Constantino

 

GuerrasHistória

Marketing geopolítico: a disputa é pelo coração das pessoas

hamas

Centenas de mortos na Palestina com a presença terrestre de Israel na Faixa de Gaza, após os terroristas do Hamas ignorarem a trégua. Quem pode defender Israel quando imagens de inocentes mortos em seus ataques ganham as páginas de todos os jornais e as telas das TVs mundo afora?

Luiz Felipe Pondé, em sua coluna de hoje, toca em um ponto fundamental para esse debate: o marketing geopolítico. Israel está preocupado em proteger sua população, sempre sob a ameaça de terroristas que simplesmente não admitem sua existência. Não está preocupado em fazer marketing, propaganda na mídia. Isso acaba sendo monopólio do lado de lá, dos palestinos e da esquerda anti-judaica.

Foi como na “Primavera Árabe”, que encantou a intelligentsia ocidental, que adorava falar do “despertar democrático” do mundo islâmico em cafés seguros do próprio Ocidente. O resultado prático nada teve a ver com toda aquela ilusão vendida pela imprensa ocidental, dominada pela esquerda.

Hamas finge querer a paz e lutar apenas pelo direito de um Estado Palestino. Balela. Mas há quem acredite, pois os terroristas palestinos contam com amplo apoio dos (de)formadores de opinião ocidentais. Israel precisa ser pintado como o grande vilão, poderoso aliado do próprio Satã, os Estados Unidos.

Um país com 8 milhões de habitantes, com território nada fértil, em um regime democrático, em meio a inúmeros países ditatoriais com grupos terroristas que desejam nada menos do que sua destruição: mas Israel é o Golias contra o pobre Davi. Tudo marketing. Diz Pondé:

Como dizia antes, Israel não trabalha no plano da propaganda geopolítica como o Hamas. O Hamas se esconde atrás da população civil porque sabe que quando Israel é obrigado a revidar, muita gente morre e a mídia internacional embarca de novo no estelionato geopolítico.

Quer exemplos? 1. No dia 15 de julho, um hospital em Gaza foi danificado por mísseis. Por quê? Porque o Hamas colocou uma base de lançamento de foguetes contra Israel ao lado do hospital. 2. Você já se perguntou por que só aparece foto de criança chorando em Gaza? 3. Quando Israel lança panfletos dizendo para as famílias saírem de casa por conta de ataques na região, se você sair, o Hamas considerará você colaborador do sionismo.

Os defensores da política de “judeus ao mar” sabem que militarmente perderam todas as guerras, do contrário Israel não existiria mais. Por isso, investiram na mídia: esperam que muitos palestinos morram para dizer que Israel é mau e eles uns “docinhos de coco”.

Não quero, aqui, afirmar que o governo de Israel não merece críticas, ou que não podemos lamentar profundamente as perdas inocentes do lado palestino. O que não dá é para tratar a complexa questão como vítimas inocentes do lado palestino contra invasores cruéis do lado israelense. Tal absurdo não se sustenta por um segundo de reflexão honesta ou conhecimento dos fatos.

Os palestinos são vítimas sim, na maioria dos casos. Mas principalmente dos próprios palestinos! São vítimas de grupos terroristas como o Hamas, que os obriga a servir de escudos humanos. O Hamas vibra quando tem imagens de suas próprias crianças mortas em ataques israelenses, pois isso significa mais alguns pontos no marketing de vitimização contra Israel.

Enquanto a prioridade de Israel é proteger sua própria população e minimizar ao máximo a perda de civis do outro lado, a prioridade do Hamas é matar civis inocentes de Israel, mesmo que usando suas próprias crianças como escudo ou arma de marketing geopolítico. Há um abismo moral intransponível aqui.

Em qualquer guerra haverá morte de inocentes. Em pleno século 21, isso significa imagens midiáticas chocantes. O Hamas sabe muito bem disso, e explora tal fenômeno a seu favor. O que disputa é o coração dos inocentes úteis. Já Israel está mais preocupado em efetivamente proteger seu povo, não em fazer propaganda enganosa.

Rodrigo Constantino

 

Economia

Ferguson x Krugman: o nocaute do escocês no Nobel americano. Ou: A direita venceu!

Na esquerda, Krugman; na direita, Ferguson. A direita venceu!

Sou profundo admirador de Niall Ferguson, quem considero um dos melhores historiadores econômicos da atualidade. Seus livros e artigos são de uma objetividade ímpar. Por outro lado, sou um grande crítico de Paul Krugman, quem julgo um panfleteiro irresponsável, um militante esquerdista que passou a defender uma nota só: aumento de gastos públicos como panaceia para todos os males do mundo.

Nem preciso dizer, portanto, que acompanhei com regozijo o embate entre ambos, o qual terminou com um nocaute definitivo do escocês sobre o americano. Krugman tem se escondido atrás de seu Prêmio Nobel há anos, usando-o como escudo de proteção para sua falta de embasamento e argumentos nos debates econômicos recentes.

Kenneth Rogoff chegou a ficar espantado em um debate com Krugman, quando este defendeu que seria positivo para a economia americana investir bilhões na defesa contra uma hipotética invasão alienígena. Pagar gente para cavar e depois tampar buracos, só para estimular o emprego via gastos públicos: algo que um aluno do primeiro ano de economia não levaria a sério, mas defendido com seriedade por um Nobel de Economia!

Na Veja desta semana, Eurípedes Alcântara faz um breve resumo da disputa entre ambos, e conclui:

Ferguson x Krugman

No mercado financeiro ninguém mais escuta o que diz Krugman, visto como um fanfarrão, um maluco ou oportunista. Resta saber se depois desse massacre público nossa imprensa vai continuar levando Krugman a sério e traduzindo seus panfletos partidários.

Rodrigo Constantino

 

Cultura

Feminismo: a guerra contra os homens

O feminismo virou uma guerra contra os homens. Há farta evidência disso, mas recomendo, para quem ainda duvida, o ensaio de Suzanne Venker, The War on Men, que custa menos de um dólar na Amazon. Convidada frequente da Fox News, Venker escreveu um artigo com o mesmo título em novembro de 2012, que se tornou “viral”. O pequeno e-book é uma elaboração um pouco mais profunda do tema.

A tese da autora é de que, em poucas décadas, desde o advento do movimento feminista, os Estados Unidos rebaixaram os homens de provedores e protetores respeitados para palhaços supérfluos e desnecessários. Os termos usados por feministas retratam a figura masculina muitas vezes como um inconveniente, como alguém que em breve será totalmente dispensável.

Venker faz um exercício hipotético interessante: seleciona algumas passagens de feministas ou atrizes famosas sobre os homens, e substitui por declarações direcionadas às mulheres. Seria simplesmente algo impensável, impossível. Isso mostra como passou a ser natural a aceitação de que as mulheres podem desmerecer abertamente o sexo oposto, enquanto o contrário jamais seria igualmente permitido.

O que fica claro em seu livro é que as feministas transportaram para a questão sexual a luta de classes marxista, onde há um opressor e um oprimido. O movimento feminista não quer direitos iguais, tampouco luta por mais opções para as mulheres. Não importa o quanto as feministas tentem embalar sua agenda com eufemismos: Venker está convencida de que se trata de uma simples guerra contra os homens.

Quem esperar uma defesa incondicional de um passado idealizado, ou uma visão machista que reduza a importância da mulher independente e trabalhadora, não irá encontrar nada parecido no livro. Venker, ela mesma filha de uma mulher que trabalhou por 15 anos no mercado financeiro, não prega nada disso.

O que ela condena é a visão idealizada da “libertação” feminina, que impõe um grande fardo a muitas mulheres que simplesmente apreciam a maternidade e hoje sofrem grande preconceito por isso. Para as feministas, a mulher da década de 1950 era uma “escrava confortável”, uma submissa total, que não valia nada. Absurdo, diz Venker. E pergunta: como a mulher podia valer pouco se os homens se levantavam assim que uma mulher entrasse no ambiente?

O ato de reverência ou respeito era justamente prova de como as mulheres eram valorizadas no passado. Quando o Titanic afundou, a maior parte dos sobreviventes era de mulheres e crianças. Isso não combina com a descrição de que os homens tinham as mulheres em baixa conta na hierarquia de valores. Hoje não podemos dizer o mesmo, e muito disso se deve ao próprio discurso feminista, que insiste em quanto os homens são supérfluos ou até inimigos das mulheres modernas.

A autora contrapõe essa visão “libertadora” do feminismo com a natureza humana, que não se altera da mesma forma que discursos vazios ou sensacionalistas. O resultado é o casamento cada vez mais desvalorizado, pois o homem tem necessidade da conquista, e se as mulheres se oferecem cada vez mais, sem ligação afetiva qualquer, então os homens serão incapazes de estimá-las da mesma maneira.

O que Venker busca é resgatar a noção de que homens e mulheres não são a mesma coisa, tampouco inimigos, mas sim complementares. Ela condena a agenda elitista das feministas, que enxergam a maternidade como algo inferior ao trabalho fora de casa, ou como se fossem inconciliáveis. Ela critica o hedonismo moderno também, que não tolera nenhum tipo de sacrifício em prol da família e dos filhos. Tudo que importa é a satisfação pessoal do aqui e agora.

O que os estudos sobre o feminismo mostram é que suas líderes, como Betty Friedman ou Virginia Wolf, eram pessoas com famílias muito complicadas, com sérias questões relativas ao matrimônio, com casamentos fracassados ou casos de abusos na infância. O feminismo seria uma espécie de fuga, de revanche, de vingança contra os homens.

Mas a existência de maridos ou pais ruins ou violentos não quer dizer que se pode generalizar, afirmar que todos são assim. Existem homens terríveis, como existem mulheres terríveis, péssimas esposas ou mães. O feminismo foca nas exceções como se fossem regras, para condenar a instituição familiar tradicional como um todo, e prometer uma panaceia libertadora.

Para Venker, na raíz dessa guerra contra os homens está o medo – medo de que o casamento não seja um investimento sólido. Ela acredita que as chances de felicidade aumentariam muito se as mulheres abaixassem suas armas e investissem de verdade em seus casamentos, sem abandonar suas carreiras, mas sem colocá-las como as únicas coisas realmente importantes. Nada substitui a família como fonte de estabilidade emocional, fundamental para a felicidade genuína.

O casamento não é uma guerra, uma disputa sobre quem é melhor ou pior. É uma união, em que cada um contribui com alguma coisa. O feminismo, segundo Venker, alterou profundamente nossa visão de mundo sobre isso, ao colocar o poder, a fama e o dinheiro acima dos relacionamentos e da família. Ao masculinizar a mulher, o feminismo acabou afeminando os homens, e o núcleo familiar passou a ser visto como descartável ou ultrapassado.

Para ela, o amor e a família devem voltar a ser o centro das atenções, o verdadeiro objetivo na vida, não o sexo e a independência – que, por si sós, são ótimos e muito bem-vindos, desde que não à custa dos primeiros.

Rodrigo Constantino

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Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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