Pesquisa Ibope: números estão no patamar dos do Datafolha; só os do 2º turno de Aécio e Campos não batem. Quem errou ou não deu

Publicado em 23/07/2014 06:37 e atualizado em 28/08/2014 12:39
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Pesquisa Ibope: números estão no patamar dos do Datafolha; só os do 2º turno de Aécio e Campos não batem. Quem errou ou não deu sorte?

Há tantas pesquisas eleitorais nos Estados Unidos que sites especializados costumam tirar uma média entre elas para orientar os leitores. No Brasil, o procedimento seria impossível, tantas são as discrepâncias. A TV Globo acaba de levar ao ar os números da mais recente pesquisa Ibope/Rede Globo. Há quatro dias, o Datafolha divulgou os seus números. Vamos ver.

O Ibope traz a avaliação do governo Dilma: para 31%, ele é ótimo ou bom; para 33%, é ruim ou péssimo. Consideram-no regular 36%. São números praticamente coincidentes com os do Datafolha, a saber: ruim/péssimo (29%), ótimo/bom (32%) e regular (38%). São, sim, institutos diferentes. Considerando, no entanto, as respectivas margens de erro, os dois institutos acham a mesma coisa.

É o que também acontece no primeiro turno. Eis os números de agora do Ibope:
Dilma Rousseff (PT) – 38%
Aécio Neves (PSDB) – 22%
Eduardo Campos (PSB) – 8%
Pastor Everaldo (PSC) – 3%
Brancos e nulos – 16%
Não sabem – 9%
Outros candidatos – 3%

Que números encontrou o Datafolha no caso dos quatro primeiros? Estes:
Dilma – 36%
Aécio – 20%
Eduardo Campos – 8%
Pastor Everaldo – 3%

Observaram? Praticamente tudo coincide até agora, dentro da margem de erro. Quando se chega, no entanto, ao segundo turno, aí as variações são consideráveis.
Ibope
Dilma – 41%
Aécio – 33%
Comparem com o Datafolha:
Dilma – 44%
Aécio – 40%

Ou por outra: no Ibope, Dilma pode ter entre 39% e 43%; no Datafolha, entre 42% e 46%. Logo, os dois institutos chegam mais ou menos ao mesmo lugar. No que diz respeito a Aécio, no entanto, a divergência é grande: no primeiro instituto, ele teria entre 31% e 35%; no outro, entre 38% e 42%. A diferença é grande.

O mesmo se dá com Campos. No Datafolha, ele aparece no segundo turno com 38% (entre 36% e 40%); no Ibope, com apenas 29% (entre 27% e 31%): a diferença é ainda mais gritante. A petista conserva os mesmos 41%.

Coisas diferentes
“Ah, você está comparando pesquisas diferentes!” Errado! Eu não estou especulando sobre a evolução dos candidatos a partir de levantamentos distintos. Estou apenas considerando que os dois institutos falam num intervalo de confiança de suas respectivas pesquisas de 95%. Segundo eles, se a pesquisa fosse repetida 100 vezes, em 95 delas, os números estariam dentro da margem de erro.

Sendo assim, convenham, estamos diante de uma de três alternativas: a) muita coisa mudou em quatro dias; b) um dos dois institutos está errado; c) um dos dois institutos não deu sorte e incidiu em uma — das apenas cinco em 100!!! — chances de colher um resultado diferente.

E não! Não há falha no meu raciocínio. E que se note outra diferença importante: o Ibope ouviu 2002 pessoas; o Datafolha, 5.337.

Por Reinaldo Azevedo

 

Previsão de crescimento do governo é o dobro da do mercado. Adivinhem quem está mais próximo da verdade…

Ai, ai… A previsão do mercado, que acerta mais do que o governo, aponta um crescimento neste ano de 0,9%. Não se trata de um chute; não se trata de uma impressão; não se trata de uma avaliação política: ela é feita com base em dados da economia. Pois bem. Até esta terça, oficialmente ao menos, a perspectiva oficial era de uma expansão da economia de 2,5% — quase o… triplo! Aí, então, decidiram fazer a correção: agora o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, vejam vocês!, reviu o dado para baixo e já admite um crescimento de 1,8%. Se a gente coloca os números em termos percentuais, a maluquice fica mais clara. Querem ver?

O mercado fala em crescimento de 0,9%, e o governo, de 1,8% — diferença: 100%. A perspectiva oficial era de 2,5%; da noite para o dia, houve uma redução de 28%. Também houve correção da projeção de alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): os 5,6% viraram 6,2% (o mercado prevê 6,44%…) — uma elevação de 11%. Só para cotejo: no primeiro relatório de 2014, a previsão de inflação era de 5,3%; ou seja, uma diferença de 17% em relação ao índice de agora.

Por que faço essas contas? Ou temos um governo que mente para nós, o que é ruim; ou um governo que perdeu o pé da realidade e qualquer possibilidade de antever os lances futuros da economia, e isso é ainda pior. Flagrado, um mentiroso pode até se corrigir. A incompetência costuma não ter remédio.

Há em tudo isso um lance patético adicional. Os agentes econômicos não costumam dar a menor bola para o que diz o governo porque partem do princípio de que está falando para omitir a realidade. O incrível é que, nos bastidores, nem os assessores mais fanáticos admitem que o país possa crescer 1,8%. Então qual é a razão da pantomima? Eu, sinceramente, não sei.

As pessoas envolvidas com a campanha eleitoral de Dilma insistem que, caso ela seja reeleita, tudo vai mudar. Até agora, ninguém sabe como.

Por Reinaldo Azevedo

 

Entendi: o primeiro mandato de Dilma foi só a fase “Escolinha do Professor Raimundo”! Ela promete corrigir os erros se for reeleita!

Chico Anysio na pele do professor Raimundo: Dilma chegou ao Palácio sem saber...

Chico Anysio na pele do professor Raimundo: Dilma chegou ao Palácio sem passar pela Escolinha…

Leio uma reportagem muito impressionante na Folha, de autoria de Valdo Cruz. Ela informa que “Dilma promete a aliados que corrigirá erros se for reeleita”. Ah, bom! Entendi! Então o país deveria franquear um segundo mandato a Dilma para lhe dar a chance de consertar as besteiras feitas no primeiro por… Dilma! É um modo de ver as coisas.

O texto informa ainda que os assessores listam aqui e ali os, digamos, errinhos que foram cometidos. Um deles, coisa pouca, é o do setor elétrico, com a redução das tarifas — e suponho que entre no rol de bobagens a antecipação das concessões. Não é nada, não é nada, a nossa governanta praticamente quebrou um setor. E teve de injetar alguns bilhões de recursos públicos para tentar minimizar o estrago. Mas ora vejam: ela parecia tão segura, não é mesmo? Procurem neste blog os posts que trazem a expressão populismo elétrico. E eu, obviamente, não sou da área! Nove entre dez especialistas alertavam para a bobagem. Mas sabem como é… A ignorância é sempre mais convicta do que a sabedoria porque não tem medo de errar. E Dilma já demonstrou que não tem nenhum.

Ah, claro! O PT agora diz que foi, sim, um erro represar as tarifas. Se Dilma for reeleita, não acontece mais. Ok. Não estivessem, no entanto, represadas, e tudo o mais constante, em que patamar estaria a inflação? Afinal, o governo não avançou contra o caixa da Petrobras, por exemplo, porque repudie aumentos de combustíveis, mas porque estava dando um jeito de conter o índice inflacionário.

E a coisa vai por aí. Há também quem reclame das desonerações, que teriam agredido a saúde fiscal do governo, sem que os incentivos tenham resultado em crescimento da economia. Em suma, Dilma promete não repetir mais as barbeiragens que fizeram o Brasil conjugar uma inflação que flerta com os 7%, um crescimento abaixo de 1% e juros nos cornos da Lua: 11%.

Acho que estou começando a entender. A Presidência da República, para Dilma, nos primeiros quatro anos, foi uma espécie de “Escolinha do Professor Raimundo”. Ela estava lá para aprender a governar. Um errinho bilionário aqui, outro ali… Mas, doravante, ela jura fazer tudo certo. Sempre há o risco de que alguém acredite nisso, não é mesmo?

Os petistas e a própria presidente já deixaram claro que têm também outra agenda caso conquistem mais quatro anos: a reforma política, que o partido quer que seja feita por meio de uma Constituinte exclusiva, combinada com decisões plebiscitárias. Uma das teses mais caras ao partido é o financiamento público de campanha — o que está para ser concedido, na prática, pelo Supremo, por via cartorial.

Se e quando isso acontecer, grandes partidos, como o PT, terão a grana de que precisam para se financiar fornecida pelo próprio Estado. A legenda nem mesmo precisará fazer suas juras de amor à economia de mercado para conseguir alguns milhõezinhos para a campanha eleitoral. Estará mais livre. E, nesse caso, negociar o quê, com quem e pra quê? O financiamento público permitirá aos partidos atuar como instâncias autocráticas.

Um dos setores que estão na mira da presidente e dos petistas é o empresariado. Ela pretende reconquistá-lo. Bem, quem quiser que caia na conversa, não é mesmo? Estou enganado ou a ação estrepitosa mais recente da nossa soberana foi enviar um decreto que entrega parte da administração pública federal a “conselhos populares”?

Sim, sim… Alguns dirão que o que vai a seguir é um reducionismo, mas tomem como medida as ações dos movimentos de sem-teto ou de sem-terra, por exemplo. Ou bem se governa com a lei, ou bem se governa com os tais “movimentos sociais”. Avaliem vocês com que lado está a chance de um futuro virtuoso para o Brasil, muito especialmente para os pobres. Num caso, tem-se uma sociedade paralisada por minorias radicalizadas e corporações de ofício; do outro, a previsibilidade das regras, democraticamente pactuadas.

Atenção! As disposições subjetivas de Dilma, à boca da urna, não têm a menor importância. A questão é o que ela representa e o que quer o seu partido.

Por Reinaldo Azevedo

 

Lula está fazendo campanha para a eleição de… 2010!!!

Luiz Inácio Lula da Silva é um cidadão conhecido. Afinal, ele é o ex-presidente Lula. Está fazendo o contrário do que prometeu. Não só passou quatro anos assombrando o governo Dilma, com suas declarações, como manteve uma buliçosa equipe de braços operativos no governo, que fizeram, muitas vezes, não a política da presidente, mas a política de… Lula. O caso mais notório e notável é Gilberto Carvalho. Pouco antes de encerrar seu mandato, em 2010, o então chefe do Executivo concedeu uma entrevista em que afirmou que iria se retirar para sua chácara, em Ribeirão Pires, e cozinhar coelho. Mas, como se vê, ele gosta é mesmo é de cozinhar o galo.

Nesta segunda, falou a trabalhadores do setor químico na Praia Grande, cidade da Baixada Santista. Está com um diagnóstico estranho. Ele atribui o baixo crescimento brasileiro, que não deve chegar, neste ano, a 1%, às dificuldades externas. Afirmou: “Temos uma crise mundial que fez o comércio do mundo diminuir e temos o problema de investimento interno, que já foram anunciadas obras; já tem bilhões de reais colocados e que essas obras estão sendo preparadas, canteiros estão sendo preparados. A Petrobras está pegando no breu para atingir 4 milhões por dia, estou muito tranquilo com o crescimento do Brasil”.

A fala é um tanto confusa na sintaxe e nas ideias, como costuma acontecer, mas dá para deduzir o que ele quer dizer. Dificuldades da economia mundial? Praticamente todos os países com alguma relevância na América Latina vão crescer mais do que o Brasil. E com inflação menor e juros menores. O nosso país é o que soma os piores indicadores entre os chamados Brics, com quem acaba de criar um banco.

Lula estava fazendo campanha eleitoral. Eu não faço. Trato dos fatos. Desafio aqui o “companheiro” a dizer onde estão os bilhões de investimentos. Qual é a origem? Quem está investindo? Onde está esse dinheiro? É evidente que se trata, com todo o respeito, de conversa mole.

Há um dado evidente na fala de Lula: ele perdeu o pé da realidade. Afirmou, por exemplo, ter sido achincalhado quando propôs fortalecer o mercado interno. Bem, ele não foi achincalhado por ninguém. O que se apontava, então, e os críticos estavam certos, é que um modelo ancorado apenas no consumo, com baixo investimento e elevação crescente do custeio da máquina pública, acabaria conjugando, no médio prazo, baixo crescimento, inflação alta e juros elevados. E nós temos, ora vejam, baixo crescimento, inflação alta e juros elevados.

Lula, em suma, está bravo porque seus críticos estavam certos. Lula está fazendo campanha para a eleição de 2010.

Por Reinaldo Azevedo

 

Absurdo! Santa Casa de SP suspende atendimento do pronto-socorro alegando falta de recursos; primeira providência é destituir o administrador

Eu não entendo nada de hospital, mas entendo um pouco de lógica. Não entendo muita coisa sobe o preço dos procedimentos médicos, mas sei, por exemplo, que a tabela do SUS é ridiculamente baixa e não cobre o custo das instituições conveniadas. Dito isso, mando ver: a Santa Casa de São Paulo só parou de receber, do dia para a noite, pacientes no pronto-socorro em razão de um problema de gestão. É isso mesmo! Lamento escrever o que segue, mas a minha dúvida a respeito é zero: o sr. Kalil Rocha Abdalla, provedor da Santa Casa, em seu terceiro mandato, tem de ser destituído. Por que afirmo isso sem nem mesmo examinar as contas do hospital?

Porque não se faz o que ele fez. Está usando a saúde dos pobres no que parece ser um braço-de-ferro com autoridades municipais, estaduais e federais de saúde. Um hospital, quando é bem administrado, sabe com pelo menos seis meses de antecedência se está ou não para fechar as portas do seu pronto-socorro. Logo, que o sr. Abdalla tivesse convocado uma coletiva há dois meses, há um que fosse, e anunciasse: “Se eu não tiver dinheiro, suspenderei o atendimento no pronto-socorro no dia X”. Fazer como fez, lamento dizer, é demagogia — e das mais perigosas, porque lida com vidas alheias.

Que ele não seja o rei da gestão, dá para ter certeza. Em seu terceiro mandato, há seis anos no comando do hospital, ele gerencia um orçamento R$ 1,5 bilhão, mas a entidade deve R$ 350 milhões. Quando ele chegou ao comando, a dívida era de apenas R$ 70 milhões. Há algo de profundamente errado nessa trajetória — e tem, sim, a ver com gestão.

É claro que as três esferas de governo se mobilizam agora para “salvar” a Santa Casa. Que o façam! Mas me parece que ela tem de ser salva, também, da gestão de Abdalla. É lamentável, chega a ser asqueroso, que uma entidade desse porte suspenda o atendimento a pacientes sem um prévio aviso à sociedade — sim! À sociedade.

Digamos que este senhor estivesse andando de gabinete em gabinete em busca de dinheiro. Digamos que só tivesse ouvido “não” e “promessas”… Ora, que trouxesse, então, a questão a público precocemente, antes de optar por essa ação que só atenta contra os interesses dos mais pobres. A situação da Santa Casa me comove; a de Abdalla, não.

Vai entrar certamente mais dinheiro público na instituição. Acho, no entanto, que não se pode dar um tostão sem que se proceda a uma rigorosa auditoria nas contas. Atenção! Não estou aqui a levantar a suspeita de malversação dolosa de recursos, não. Não que eu saiba. Mas que há má administração culposa, há, sim. Ou uma pantomima macabra como essa não teria acontecido.

Vocês não sabem como fico aqui a me coçar para jogar a responsabilidade nas esferas políticas — e certamente elas têm sua parcela de culpa. A gestão federal da Saúde, em particular, é uma calamidade. E isso é praticamente consenso. Mas não cair no truque do sr. Abdalla, não! Isso jamais deveria ter acontecido.

Que o Poder Público, nas três esferas, preste a devida assistência à Santa Casa e que Abdalla seja destituído do seu cargo. A menos que tenha reivindicado um terceiro mandato com o intuito de fechar o pronto-socorro só para provar uma tese.

Não é preciso ser especialista em custos hospitalares para saber que algo está profundamente errado nessa história — e não é só falta de repasse de recursos. Este senhor perdeu a condição de comandar um hospital desse porte. Ele foi eleito para que isso não acontecesse. Se aconteceu, ninguém precisa dele.

Por Reinaldo Azevedo

 

A marcha dos irresponsáveis e a recuperação da sanidade. Ou: A mãe de um “ativista” é o quê? Uma ideia? Um ideologia? Uma tese? Uma antítese? Uma síntese?

Enquanto a Polícia do Rio e o Ministério Público investigavam a rede criminosa que se formou para depredar o patrimônio público e privado, para atacar a Polícia e os Poderes Instituídos e para provocar o caos no país, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, conversava com black blocs. Foram várias reuniões. Os filoterroristas trocavam telefonemas para fabricar coquetéis molotov e planejavam incendiar a Câmara dos Vereadores, mas um dos principais ministros de Dilma Rousseff batia papinho com marginais. Setores majoritários da imprensa — e não adianta a gente tentar dourar a pílula — não estavam menos doidões do que Carvalho: chamavam baderneiros de “manifestantes” e violência explícita de “manifestação pacífica”. Aliás, tratam ainda hoje militantes de grupos de extrema-esquerda, alguns com clara vocação terrorista e que fazem profissão de fé na violência, como “ativistas”. Eu continuo a não saber o que é isso.

Quando a prisão preventiva de 23 investigados foi decretada, o PT — sim, o PT! — veio a público para criticar a Justiça. Sem conhecer os dados do inquérito e sem ter informações sobre as investigações, emitiu uma nota em que afirmou: “O PT repudia a criminalização das manifestações e defende a ampliação dos espaços de diálogo e participação popular na relação do Estado com os movimentos sociais. A violência de Estado e a intimidação de manifestantes devem ser repelidas por todos os que defendemos a democracia e a liberdade de manifestação, motivo pelo qual também reivindicamos a liberdade dos ativistas que ainda se encontram presos.”

A nota é assinada por Rui Falcão, presidente do partido; Bruno Elias, secretário de Movimentos Populares, e Rodrigo Mondego, coordenador do Setorial de Direitos Humanos do PT. Esse Rodrigo acompanhou, por exemplo, a advogada Eloísa Samy ao Consulado do Uruguai, junto com um casal de black blocs. Foram pedir asilo político! Nota: o rapaz tem 18 anos; a moça é menor. Impressionante!

Lembrem-se de tudo o que aconteceu no país de junho do ano passado a esta data, incluindo os dias que antecederam a Copa do Mundo. Não lhes parece impressionante que a Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça — cujo titular é José Eduardo Cardozo —, não tenha conduzido uma única investigação de fundo? Nada!!! A marcha da irresponsabilidade só fazia crescer. A própria OAB-RJ se comportou, e já pontei isso aqui, como babá de black blocs.

Gravações que vieram a público dão conta da articulação criminosa. Agora, a Polícia investiga as fontes de financiamento da baderna. Uma delas seria o Sindipetro-RJ, o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, que é filiado à CUT — e isso quer dizer que é vinculado ao PT. Outro é o Sindicato dos Professores do Rio. E, nesse caso, não há surpresa nenhuma. A direção da entidade é ligada ao PSOL (já volto ao partido). Na greve dos professores das redes estadual e municipal do Rio, a entidade emitiu uma nota em que admitia a parceria com os black blocs.

Do PSOL também é a deputada estadual Janira Rocha, aquela que usou um carro da Assembleia Legislativa para transportar a foragida Eloisa Samy. Ou por outra: uma parlamentar deu fuga a uma procurada pela Polícia. É a mesma Eloísa que se fazia acompanhar pelo tal Rodrigo Mondego, do PT. Entenderam?

O partido, que emitiu a nota em solidariedade aos que tiveram a prisão preventiva decretada, agora se cala diante das evidências dos crimes que cometeram. O mesmo faz Gilberto Carvalho. Dilma não age de modo diferente. Toda essa gente, em algum momento, achou que o caos lhe poderia ser útil.

Assistam a um vídeo que circula nas redes, produzido pela notória “Mídia Ninja”. Esta senhora que fala aí é Jandira Mendes, mãe de Igor, um dos que tiveram a prisão preventiva decretada e que estão foragidos.

Peço a vocês, por favor, que comentem com moderação. Afinal, ela é mãe, embora sua visão de mundo não pudesse ser mais equivocada. Não sei se a Polícia atuou como ela diz. É o relato de quem sustenta haver “presos políticos” no Brasil… Dizer o quê? Sei lá que desvio cognitivo leva essas pessoas a reagir como se o país fosse uma feroz ditadura. A única tirania que enfrentamos, convenham, é a dos valores de esquerda, não é mesmo?

Torço para que Justiça, Ministério Público e a Polícia não se intimidem. Eu não sei o que a Dona Jandira fazia quando o Brasil era, de fato, uma ditadura. Eu sei o que eu fazia. E posso assegurar a esta senhora que ela não sabe o que diz, embora respeite o amor da mãe por seu “ativista”. Não sei como é isso. Eu tenho filhos apenas. E por isso sou seu pai. A mãe de um ativista é o quê? Uma ideia? Uma ideologia? Uma tese? Uma antítese? Uma síntese talvez…

O desespero dessa gente indica que o país pode estar recuperando a sanidade.

Por Reinaldo Azevedo

 

Coordenação da campanha de Aécio questiona Dilma sobre nota do PT em defesa dos black blocs presos

No dia 17, o PT emitiu uma nota em defesa desses que setores da imprensa chamam “ativistas” — uma palavra cretina — e que tiveram a prisão decretada pela Justiça com base em evidências apresentadas pelo Ministério Público. Ninguém conhecia, então, os indícios reunidos pelos promotores. Mesmo assim, a direção do partido se apressou em sair em defesa dos acusados, afirmando que “as prisões representam grave violação de direitos e das liberdades democráticas”. Assinam o texto o presidente do partido, Rui Falcão; o secretário de Movimentos Populares, Bruno Elias, e o coordenador do Setorial de Direitos Humanos, Rodrigo Mondego. Este último, diga-se, acompanhou a advogada Eloísa Samy ao Consulado do Uruguai. Vale dizer: um membro da cúpula do PT acompanhou ao consulado uma foragida. E foragida continua.

Nesta terça, a coordenação da campanha do presidenciável Aécio Neves cobrou da presidente Dilma Rousseff, por meio de uma nota, um posicionamento a respeito e elogiou o trabalho da polícia do Rio.

Na nota, os tucanos dizem respeitar o direito à manifestação, mas não “compactuar com o crime e com grupos que usam a violência para tomar à força as ruas, lugar que pertence, com legitimidade, à população e suas reivindicações”. O texto encerra afirmando que “é preciso saber qual a posição da presidente Dilma Rousseff sobre a nota de seu partido”. E indaga: “Ela também apoia os que usam a violência contra o patrimônio público que pertence aos brasileiros e atacam as instituições ou condena a posição de seu partido?”.

Por Reinaldo Azevedo

 

Aécio: “A campanha começou como nossos adversários gostam: com mentiras e ataques à honra”. Ou: MP já tinha investigado aeroporto e arquivado a questão

No Globo Online:
Em um pronunciamento breve em sua chegada ao comitê de campanha em São Paulo nesta terça-feira, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou que escolheu, quando governador de Minas Gerais, uma área que pertencia a um tio-avô dele para a construção de um aeroporto no município de Cláudio porque era a opção “mais barata”. Aécio entregou à imprensa no início desta noite dois pareceres que ele solicitou a ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso. Os ex-ministros Ayres Britto e Carlos Velloso atestam, no documento, a legalidade do processo realizado pelo tucano quando governador.

“Era o (terreno) mais barato. Já tinha uma pista de terra nele. Seria sim um ato contra o erário se eu fizesse uma obra muito mais cara numa área onde a topografia não justificasse”, justificou Aécio.

“A campanha começou e como nossos adversários gostam, com mentiras e ataques à honra. Essa é uma praxe dos nossos adversários do PT. Portanto, quero dizer duas coisas. O que circulou na imprensa é que teria havido a construção de um aeroporto por parte do governo de Minas numa área de um tio-avô meu em Cláudio. Essa informação é mentirosa. Não existiu nenhuma construção em nenhuma área privada. A área foi desapropriada em benefício do estado como atestam todos os documentos que vocês vão receber hoje. A desapropriação foi feita pelo estado em R$ 1 milhão. O proprietário, na época, apresentou proposta de R$ 9 milhões, mas ela foi desapropriada com o valor depositado de R$ 1 milhão. Se houve alguém favorecido nisso foi o estado e não o meu parente.”

Pouco antes, o coordenador-geral da campanha, Agripino Maia, também sugeriu uma ação eleitoral por parte dos adversários. “A denúncia foi feita, claro, que por vazamento de algum órgão de governo que tem a informação, que é quem controla o funcionamento de aeroporto, quatro anos depois, no início da campanha eleitoral”, disse.

A campanha do tucano entregou à imprensa também uma cópia das justificativas do Ministério Público de Minas Gerais para o arquivamento de uma investigação sobre a obra do aeroporto em fevereiro deste ano.

“A investigação é muito bem-vinda, mas quero dizer que, assim como aconteceu em inúmeras obras em Minas, nossos adversários sempre de forma anônima, na maioria das vezes, buscava que o MP fizesse investigação. Eu soube ontem que o MP investigou essa obra neste ano e arquivou esse processo porque não encontrou nenhuma ilegalidade.”

Por Reinaldo Azevedo

 

Desapropriação não depende de concordância de antigo proprietário para se efetivar. Ou: Quem é o homem da área jurídica da campanha de Dilma

Cada um diga o que quiser, e isso vale também para mim, onde quer que eu escreva ou fale. O aeroporto de Cláudio (MG) não foi construído em terreno privado, mas público, porque a área já tinha sido desapropriada. O fato de o proprietário anterior — e, se é o “anterior”, quer dizer que não é o atual — contestar na Justiça o valor da desapropriação não anula o ato oficial, que é definitivo. Não fosse assim, não haveria obras públicas no Brasil.

Imaginem se a construção de estradas, avenidas e hospitais só tivesse início depois de zerado o passivo das contestações. Com a devida vênia, não existe esse limbo jurídico. Uma vez desapropriado, e o Estado pode fazê-lo porque a lei lhe garante, o terreno é público. E ponto. É uma garantia constitucional, diga-se (Inciso XXIV do Artigo 5º). Sim, é preciso haver a prévia e justa indenização. Se o desapropriado não concorda, pode recorrer do valor, mas isso não anula o ato.

O PT, como está em todos os sites noticiosos, decidiu tirar uma casquinha. Resolveu entrar nesta terça na Procuradoria-Geral da República com um pedido de instauração de inquérito. O partido sustenta que houve a utilização de recursos públicos em favor de interesses privados. Para que assim fosse, seria necessário que o terreno continuasse privado e que seus, então, proprietários fossem beneficiários únicos do aeroporto. Nem uma coisa nem outra são verdadeiras. A própria reportagem da Folha informa que a utilização da área é gratuita. Bem, que se investigue.

O esforço do petismo para transformar o episódio num caso gravíssimo é evidente. Flávio Caetano, o coordenador jurídico da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, saiu por aí dando declarações pelos cotovelos. Pois é… Flávio Caetano, Flávio Caetano… Lembrei! Este rapaz, até outro dia, era nada menos do que Secretário da Reforma do Judiciário, um cargo diretamente ligado ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de quem foi chefe de gabinete. Lá naquele mundo, eles são assim mesmo: transitam do governo para o estado, do estado para o partido, sem a menor cerimônia.

É uma estratégia?
A reação do petismo é uma estratégia? Claro! Parcelas consideráveis do partido avaliam que Dilma não tem como recuperar parte importante do seu prestígio por sua própria conta. A palavra de ordem é desgastar Aécio Neves o máximo possível. Convenham: a candidatura do PT recorrer à PGR nesse caso do aeroporto de Cláudio caracteriza um partido que está sendo acuado pela realidade das ruas.

Por Reinaldo Azevedo

 

Pela primeira vez, mercado projeta crescimento abaixo de 1% para este ano

Escrevi hoje de manhã umpost afirmando que a presidente Dilma também vai encerrar o mandato com o seu 7 a 1: 7% de inflação contra 1% de crescimento! E até brinquei que alguém poderia me acusar de superestimar a inflação, que está em 6,44%. Mas observei então que eu também superestimava o crescimento…

Pois é… Pela oitava semana consecutiva, acreditem, os analistas de mercado, que fazem o chamado boletim Focus, com perspectivas sobre a economia, reviram para baixo a previsão de crescimento e, pela primeira vez, ela ficou abaixo de 1%: agora é de 0,97%. Isso é menos do que um gol inteiro, presidente Dilma Rousseff! No futebol, seria o mesmo que zero, já que não existe 0,97 gol. Essa revisão para o Produto Interno Bruto acompanha a redução nas projeções para a produção industrial. Agora, espera-se uma queda de 1,15% nesse setor. Na semana passada, previa-se uma retração menor: de 0,9%.

Os números ruins de agora já projetam um péssimo PIB também para 2015, com crescimento de apenas 1,5%. Na semana passada, a CNI, a Confederação Nacional da Indústria, informou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que é um indicador antecedente utilizado para identificar mudança de tendência na produção da indústria, chegou, em maio, ao menor nível em 15 anos: 48,4. Quando cai abaixo de 50, isso quer dizer um empresariado pouco confiante e que, portanto, vai investir pouco — ou não vai investir.

Digamos que o crescimento neste ano fique em 0,9%. Com 2,7% em 2011; 0,9% em 2012 e 2,3% em 2013, os quatro anos de gestão Dilma terão produzido um dos menores crescimentos médios da história: 1,7%. Só para comparar: o crescimento médio da primeira gestão FHC foi de 2,53%, e o da segunda, de 2,2%. O da primeira gestão Lula chegou a 2,88%; o da segunda, a 4,65%. É bem verdade que, nesse caso, o antecessor de Dilma preparava as armadilhas que trouxeram as dificuldades que aí estão. Não vou entrar nisso agora. Mas é bom notar: quando o PSDB perdeu a eleição, em 2002, o Brasil crescia a 2,7% — ou seja, o triplo do crescimento atual.

Todo o arcabouço publicitário que estava armado indica que o Planalto se preparava para usar a Copa do Mundo para criar uma razia, uma aniquilação, da oposição. Em vez disso, assistimos àquele patético 7 a 1 contra a Alemanha. Estou entre aqueles que acham que a população tira as chuteiras na hora de decidir o seu destino. Convém não desprezar o povo assim.

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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