Moody’s alerta para risco de ingerência política na Petrobras: será censurada pelo governo também?

Publicado em 29/07/2014 15:35 e atualizado em 28/08/2014 14:25
por Rodrigo Constantino, de veja.com.br

EconomiaInvestimentosPolítica

Moody’s alerta para risco de ingerência política na Petrobras: será censurada pelo governo também?

Agora foi a vez de a Moody’s, agência de risco americana, emitir um alerta sobre os riscos políticos na Petrobras:

A Petrobras representa o maior risco operacional entre as petroleiras estatais da América Latina, além de alto risco financeiro decorrente da política de represamento dos preços de combustíveis no País. A avaliação é da agência de classificação Moody’s, que divulgou nesta manhã um relatório em que analisa o cenário de crédito para as empresas nacionais de petróleo da região. De acordo com a agência, as grandes estatais do setor enfrentarão deterioração dos indicadores de crédito até 2016, em função dos investimentos estimados em US$ 100 bilhões para cumprir suas estratégias de crescimento. 

 

No caso da Petrobras, a agência destaca que a estatal irá enfrentar também “riscos políticos substanciais” pois está “cerceada pelas políticas de preços para gasolina e óleo diesel”. A Moody’s ressalta ainda que o cenário macroeconômico do País tem “desacelerado” desde a crise de 2009, e a expectativa da agência é de crescimento de apenas 1,5% no PIB brasileiro. 

“A menor atividade econômica levou o governo brasileiro a depender mais pesadamente da Petrobras para controlar a política econômica em relação à inflação. Os preços domésticos para a gasolina e diesel, que variaram entre 10% a 20% abaixo do preço internacional (dependendo da taxa de câmbio), coloca um obstáculo significativo na rentabilidade da Petrobras”, diz o relatório. 

A Moody’s também criticou a ingerência do governo na estatal brasileira, citando a sua presença no conselho de administração da companhia. “O governo utiliza rotineiramente a empresa para ajudar a cumprir os seus objetivos políticos como, por exemplo, a construção de refinarias em regiões não econômicas para estimular o desenvolvimento, e o controle da inflação, mantendo os preços da gasolina e do diesel abaixo valor de mercado”.

Tudo bastante óbvio para quem acompanha o dia a dia do noticiário político no país ou as ações da estatal, que só caíam até as pesquisas mostrarem melhora de Aécio Neves e queda de Dilma. Resta apenas perguntar: será que o governo vai exigir um “pedido de desculpas” da Moody’s também, e obrigá-la a se retratar e demitir os analistas responsáveis?

Rodrigo Constantino

 

DemocraciaEconomiaPolítica

Mais do caso Santander: PT gostaria que Brasil fosse como a China

A reação do PT ao comunicado óbvio do banco Santander a seus clientes com ativos em bolsa demonstra o viés autoritário do partido. O tema é tão relevante que merece inúmeros artigos, pois todo alerta é pouco. Aqui, comento a excelente coluna de Merval Pereira hoje no GLOBO. Diz ele:

Numa democracia capitalista como a nossa, que ainda não é um “capitalismo de Estado” como o chinês — embora muitos dos que estão no governo sonhem com esse dia —, acusar um banco ou uma financeira de “terrorismo eleitoral”, por fazerem uma ligação óbvia entre a reeleição da presidente Dilma e dificuldades na economia, é, isso sim, exercer uma pressão indevida sobre instituições privadas.

Daqui a pouco vão impedir o Banco Central de divulgar a pesquisa Focus, que reúne os grandes bancos na previsão de crescimento da economia, pois a cada dia a média das análises indica sua redução, agora abaixo de 1% este ano.

[...]

Justamente é este o ponto. A cada demonstração de autoritarismo e intervencionismo governamental, mais o mercado financeiro rejeita uma reeleição da presidente Dilma, prepara-se para enfrentá-la ou comemora a possibilidade de que não se realize.

Isso acontece simplesmente porque o mercado é essencialmente um instrumento da democracia, como transmissor de informações e expressão da opinião pública.

Atitudes como as que vêm se sucedendo, na tentativa de controlar o pensamento e a ação de investidores, só reforçam a ideia de que este é um governo que não tem a cultura da iniciativa privada, e não lida bem com pensamentos divergentes, vendo em qualquer crítica ou mesmo análise uma conspiração de inimigos que devem ser derrotados.

Exatamente. Qualquer pessoa minimamente antenada nos acontecimentos políticos e econômicos do país já sabe o que o PT representa em termos de perigo à frente, tanto para a democracia como para o crescimento e os empregos. A reação do PT ao caso Santander demonstra isso com perfeição para quem ainda era cético ou se fazia de cego.

O ex-presidente Lula, em seu típico linguajar chulo, chegou a cobrar a demissão da responsável pela análise do banco: “Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma. Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente… Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim”. O baixo nível de nosso ex-presidente dispensa comentários…

Ele disse isso em um evento da CUT, em que o verdadeiro “terrorismo eleitoral” esteve presente, de forma ilegal inclusive. Houve ameaças de que as “conquistas sociais” seriam perdidas caso Aécio vença as eleições. E Lula ainda apelou, uma vez mais, para a patética narrativa de que “eles”, os tucanos, só querem saber do “andar de cima”, ou seja, das “elites”.

Curiosamente, o ex-presidente fanfarrão é desmentido pelo própria aliado do PT, Jorge Viana, senador pelo Acre, que disse: “Eu não entendo a elite. Os que mais se beneficiaram nesses dozes anos são os mais raivosos contra o governo”. Ou seja, Viana, como o próprio Lula já fez antes, reconhece que os ricos ganharam muito dinheiro com o PT no poder, especialmente os banqueiros.

Já Aécio Neves condenou a postura do PT em relação ao banco, e disse: “Não adianta um dirigente partidário questionar, cobrar demissões dentro de uma instituição financeira porque teriam que demitir praticamente todos os analistas de todas as instituições financeiras. Todos eles são muito céticos em relação ao cenário da economia brasileira se continuar o atual governo”.

E acrescentou: “A resposta adequada do governo não é de questionamento ou pedir que cabeças rolem, mas seria o de garantir um ambiente estável, de confiança, regulado para que os investimentos possam voltar ao país”. Mas esperar isso do PT é esperar ações altruístas e abnegadas dos terroristas do Hamas, que usam as próprias crianças como escudo humano.

O PT adoraria transformar o Brasil em uma China – do ponto de vista político, pois em termos de crescimento econômico nem preciso comentar – e ter o poder de simplesmente calar toda a crítica. Está em seu DNA o autoritarismo dos comunistas. Basta ver como os petistas, inclusive a presidente Dilma, derretem-se diante dos assassinos ditadores cubanos da família Castro.

PS: Aguarda-se a defesa do Corecon dos economistas demitidos pelo Santander. Por que pagamos todo ano esse sindicato inútil? Para defender o modelo venezuelano? O Corecon vai tomar o partido do governo nessa disputa, ou defenderá os economistas injustamente demitidos?

Rodrigo Constantino

 

DemocraciaPolítica

Ainda o caso Santander: o estranho é o pedido de desculpas

O caso Santander ainda não foi digerido completamente. É bizarro demais, bolivariano demais. Expõe um perigo crescente no país, que cerceia a liberdade de expressão e coloca todos como reféns do governo. Que o presidente do PT, Fui Falcão, saia em campo com seu tradicional autoritarismo virulento, vá lá; mas a presidente Dilma afirmar que é inadmissível o “mercado” interferir nas eleições e que pretende cobrar explicações na sabatina ontem na Folha? Isso, sim, é inadmissível.

Dora Kramer, em sua coluna de hoje no Estadão, tocou no assunto, mostrando espanto justamente em relação ao pedido de desculpas do banco espanhol. Diz ela:

Os analistas do banco traçaram um cenário – trabalho para o qual se imagina que devam ter sido contratados – e serão demitidos por isso. Por quê? Porque o governo não gostou.

E se a situação fosse oposta: se o informe dissesse aos clientes que o risco de deterioração na economia estivesse justamente na possibilidade de vitória de algum dos candidatos da oposição?

Dificilmente essa ou qualquer outra instituição ver-se-ia obrigada a pedir desculpas aos oposicionistas que, porventura, se sentissem prejudicados. O gesto de retratação decorre da força de intimidação do governo.

Isso, sim, é uma vantagem e não o contrário, como quis fazer crer o presidente do PT, Rui Falcão. Para ele o que houve é proibido. “Não se pode fazer manifestação em uma empresa que por qualquer razão interfira na decisão do voto”, disse. Por essa lógica as consultorias não poderiam se manifestar, as pesquisas de opinião não deveriam ser publicadas, muito menos interpretadas pelos especialistas, veículos de comunicação estariam proibidos de explicitar suas posições e o governo estaria impedido de usar suas prerrogativas para se dedicar em tempo integral a procurar interferir na decisão do voto.

Gravei um vídeo ontem sobre o assunto, tamanha a importância que dou a ele. Estamos diante de algo deveras estarrecedor, que pode muito bem ser um passo a mais, dos grandes, rumo ao bolivarianismo brasileiro. Vejam:

?list=UUsQZuqvj2yp6DK39TooDd6Q

Acorda, Brasil!

Rodrigo Constantino

 

Privatização

Dilma celebra recorde da Vale: ato falho em defesa da privatização

Vejam o que foi postado napágina oficial da Dilma no Facebook:

Vale bate recorde

A VEZ DO FERRO

A Vale quebrou recorde histórico de produção de minério de ferro para o segundo trimestre.

Entre abril e junho, a empresa produziu 79,4 milhões de toneladas do minério. Alta de 12,6% em relação ao mesmo período de 2013.

A melhor marca da empresa havia sido no segundo trimestre de 2012, com a produção de 77,8 milhões de toneladas de minério de ferro.

No acumulado do semestre, a Vale registrou uma alta de 11,1%, em relação ao mesmo período de 2013. Foram 150,5 milhões de toneladas de minério.

Os números positivos reforçam a confiança da empresa em atingir a meta de produção de 312 milhões de toneladas e vender 321 milhões de toneladas neste ano.

Fantástico! É incrível ver a Vale bater recordes de produção, não é mesmo? Resta perguntar por que Dilma está celebrando tanto? Seria um reconhecimento tardio de que a privatização da estatal, tão condenada pelo PT, foi boa afinal? Seria um ato falho que mostra como a própria presidente sabe que privatizar faz bem para a empresa e o país?

É isso mesmo, Dilma! Celebremos os recordes da Vale, cada vez empregando mais gente, trazendo mais divisas para o país, gerando mais riqueza, produzindo mais, tudo de forma bem mais eficiente pois focada no lucro e com o escrutínio de sócios privados que desejam bons retornos para seus investimentos.

Compare-se a isso a Petrobras ainda estatal, braço partidário do PT, envolvida em infindáveis escândalos de corrupção, torrando bilhões dos acionistas em trapalhadas ou projetos dúbios, acumulando apenas mais dívida sem conseguir transformar isso em mais caixa. Que coisa, não?!

Rodrigo Constantino

 

LegislaçãoLei e ordem

Pacifismo: uma gostosa perdição

Por Lucas Pessoa Alexandre, publicado no Instituto Liberal

Estava checando meu Facebook quando, de repente, deparo-me com uma postagem de um rapaz, na qual cita um trecho retirado do livro “Conversas Sobre Política”, de Rubem Alves. Dizia o seguinte:

“O crime não começa com o dedo que puxa o gatilho, ele começa naquele que fabrica as armas. Pois é claro: quem quer que fabrique uma arma tem uma intenção de morte, da mesma forma como quem fabrica um violão tem uma intenção de música e quem fabrica panela tem uma intenção de comida. Ao punir como criminosos os que puxam os gatilhos e condecorar como heróis os que fabricam armas, o Estado revela sua estupidez moral.”

Pois bem, não busco aqui aplicar nenhuma lição no referido responsável pela postagem, também sou estudante. Quiçá não posso sequer incumbi-lo plenamente de responsabilidade pelo ato. Meramente compartilhou umas poucas frases de seu agrado. No entanto, isso não me impede de contrapor a perversidade contida nestas palavras. Afinal, nada me obriga a compactuar com nenhuma linha de pensamento.

Se alguém lhe golpeia na cabeça com um pé-de-cabra, quebrando-lhe o crânio, logicamente o agressor é culpado e não a barra de ferro. Se um indivíduo é morto a facadas, o problema está com quem matou, não com o instrumento utilizado. Se a morte é causada no trânsito, a culpa é do motorista ou do carro? Ou então devemos proibir o uso de carros, facas ou de qualquer outro instrumento potencialmente letal, o que poderia incluir até uma simples caneta. É incrível como existem montoeiras de jovens, mal saídos da escola que, ao efeito da primeira influência externa transformam-se em atuantes desarmamentistas, vociferando “abaixo às armas” e atestando que, “o bandido não é culpado por tirar a vida de ninguém, mas sim, as armas”.

Graças a Deus, ainda podemos dizer que os criminosos são minoria na sociedade e, embora existam em menor número que os cidadãos honestos, suas facções desfrutam de amplo poder sobre o restante da população. Sim, isso se deve ao seu poder de fogo, das armas, em outras palavras, o poder de matar. Seria então a solução para a questão exigir que o Governo feche as empresas responsáveis pela fabricação de armas? Obviamente, a resposta é não.

Se, como diz Rubem Alves, a indústria bélica de um país causasse o recrudescimento da criminalidade, deveríamos ser um dos países mais pacíficos do mundo. Afinal de contas, quem foi que disse que o Brasil é algo significante perante o restante do planeta no quesito “produção de armas”? Somos responsáveis por apenas 0,1% do fabrico de armas de fogo em escala mundial e sua grande maioria nem sequer chega às mãos de nossos habitantes que, por sua vez, são inibidos de adquiri-las pela força externa de uma legislação tirana, dotada de processos burocráticos impossíveis de se cumprir. E, mesmo em posse de uma indústria bélica exígua, assassinamos mais de 56 mil pessoas por ano. Os Estados Unidos que, sozinhos, respondem a um terço da produção total de armas no planeta, por seu turno, contabilizam, aproximadamente, algo entre 14 mil homicídios anuais, considerando-se os dolosos e culposos, além dos 100 milhões de habitantes a mais.

Ademais, mesmo que todas as fábricas fossem fechadas, os bandidos continuariam tendo acesso às armas. Presentemente, o armamento dos criminosos provém do contrabando, do tráfico entre fronteiras sul-americanas (até da chamada “fabricação caseira”), mas não da indústria nacional, muito menos pertencia aos cidadãos comuns, como afirmava fervorosamente a atriz global Maitê Proença, na campanha do SIM, em 2005. E, convenhamos, qual pai de família possuía, até 2005, fuzis de 50 mil reais em casa para serem roubados e utilizados no tráfico? Em última instância, por mais impossível que seja, mesmo que conseguíssemos desarmar todos os bandidos, eles continuariam sendo aquilo que são, ou seja, pessoas sem caráter e nem amor ao próximo que enxergam no crime a forma mais fácil para satisfazer seus vícios e prazeres mais sórdidos; são culpados de seus atos, e cabe a nós, cidadãos de bem, defender-nos destes indivíduos, e o único meio de legítima defesa realmente eficaz se dá pelo uso das armas. Apenas isso já basta para revelar o quão presunçoso e falso é o conteúdo deste excerto. Mas podemos ir além.

“(…) quem quer que fabrique uma arma tem uma intenção de morte, da mesma forma como quem fabrica um violão tem uma intenção de música e quem fabrica panela tem uma intenção de comida. (…) ’’ . Suponhamos, a partir destas afirmações, que a intenção do consumidor equipare-se à daquele que produz em uma relação de interdependência. Exemplificando: é necessário que o violão produza um bom som para que agrade os clientes e venda bem, logo, o fabricante deve se preocupar em fornecer um produto apto a emitir boa melodia. O consumidor, por sua vez, deseja adquirir um instrumento de excelência – ou, no mínimo, bom o suficiente para tocar. Desta forma, fabricante e cliente ficam satisfeitos (este com a nova aquisição, aquele com a nova venda), sem que percam a intenção fundamental, a música.

Contudo, no caso das armas, ao suprimir dos fabricantes a intenção de proteção familiar, a qual esteve presente em suas propagandas durante décadas, o “co-autor” da Teologia da Libertação reduz proteção e defesa em desejo de matar, mesmo tendo plena consciência de que tirar a vida de outrem em legítima defesa não é homicídio e nem pecado. Disso tudo concluímos que, todos, absolutamente todos aqueles que possuem armas de fogo são homicidas de plantão, esperando a hora certa para nos meter uma bala nos miolos. Assim sendo, o conjunto total de caçadores, atiradores esportivos, colecionadores de armas, cidadãos comuns que as possuem (mesmo que legalmente) e até os policiais são covardemente rebaixados à condição de assassinos – não importando se jamais cometeram um crime ou se apresentam boa índole.

Ou seja, ao mesmo tempo em que absolve o comportamento do assassino, Rubem Alves inculpa toda a sociedade honesta, classificando-a como imprudente e incapaz de viver em liberdade sem que o Estado dite as regras, mesmo aquelas mais invasivas à individualidade e propriedade privada. Este pensamento artificial, pseudomilagroso, tanto quanto sedutor e de fácil assimilação é despejado aos montes aos nossos ouvidos diuturnamente. Cabe a nós investigá-lo, buscando as retrospectivas da ideologia desarmamentista (que não é nada exemplar) para, só então, tomarmos posição a respeito. Não cairemos nesta lábia maligna que há anos assola nosso país.

Tags: desarmamentoLucas Pessoa AlexandreRubem Alves

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário