Petrolão: Paulinho silencia e petistas impedem reunião secreta na CPI

Publicado em 17/09/2014 19:13 e atualizado em 18/09/2014 17:37
em veja.com (com articulistas)

Lava Jato

Delator silencia em depoimento à CPI da Petrobras

Parlamentares da base aliada votaram contra requerimento que transformava sessão em secreta; ex-diretor da Petrobras se recusa a responder

Marcela Mattos e Gabriel Castro, de veja em Brasília
O ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, chega ao Senado para prestar depoimento à CPI na tarde desta quarta-feira (17)

SILÊNCIO – O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, chega ao Senado para prestar depoimento à CPI (Alan Marques/Folhapress)

(Atualizado às 17h30)

Paulo Roberto Costa, o homem que fez Brasília acordar apreensiva nesta quarta-feira, não deu nenhuma declaração em depoimento à CPI mista da Petrobras. O ex-diretor da estatal foi conduzido pela Polícia Federal ao Congresso Nacional, mas afirmou aos integrantes da comissão de inquérito que usará o direito de permanecer calado – e evitar produzir provas contra si.

Uma articulação de PT e PMDB sepultou qualquer chance de que Costa, delator do esquema de corrupção na Petrobras, contasse o que sabe ao Congresso Nacional. Quando a oposição tentou transformar a sessão aberta em secreta, para tentar convencer o depoente a falar, os governistas se opuseram.

Preso no Paraná, o ex-executivo da estatal, cujos passos assombram o Palácio do Planalto e uma constelação de políticos, foi levado ao Congresso por determinação da Justiça – usava terno, gravata e deixou o bigode. Por não ser acusado de praticar crimes com violência ou ameaça grave na Operação Lava Jato, Paulo Roberto Costa não foi algemado. 

Já havia a expectativa de que Paulo Roberto Costa se negasse a comentar as informações que repassou à Polícia Federal como parte de um acordo de delação premiada – porque isso colocaria em risco o próprio acordo dele com os investigadores, e também porque Costa já esteve na CPI e desmentiu todas as acusações.

A primeira frase do depoente confirmou as expectativas: "Queria colocar para o presidente que eu vou me reservar o direito de ficar calado", disse ele – e repetiu outras dez vezes. Ainda assim, as perguntas se iniciaram. O primeiro a indagar o ex-diretor foi o relator da CPI, Marco Maia (PT-RS). Ele perguntou sobre a compra da refinaria de Pasadena, as irregularidades na construção da refinaria de Abreu e Lima e o superfaturamento de contratos da Petrobras. Costa se recusou a falar. 

O deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder de seu partido, sugeriu que a sessão fosse tornada secreta, para que os parlamentares pudessem tentar convencer Costa a falar. Mas a proposta foi rejeitada por 10 votos a 8.

Os parlamentares governistas, liderados por PT e PMDB, votaram pela sessão aberta. Ou seja: pela garantia de o delator ficasse calado. O argumento era o de que a população merecia uma audiência pública: "Nós somos pela manutenção da sessão aberta e queremos esclarecer todos os fatos", alegou Afonso Florence (PT-BA).

Os oposicionistas denunciaram a manobra: "Há os que querem iluminar e os que querem iludir. Manter a sessão aberta é jogo combinado. A investigação só tem uma chance: é fechar esta reunião", disse Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Mantida a sessão aberta, o silêncio de Costa continuou.

Reunião – Diante de uma sessão inócua, o colegiado solicitou ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e ao relator da Operação Lava Jato na corte, Teori Zavascki, um encontro para tentar obter a íntegra da delação de Costa. A reunião foi agendada para as 18h desta quinta-feira. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já se posicionou ser contrário à liberação dos documentos sob o argumento de que correm em segredo de justiça.

 
NO COMEÇO DA TARDE, NO Congresso:

Começou o sangramento

dilma e paulo

O que PRC escrevia?

Com a resistência de Paulo Roberto Costa a falar na CPMI da Petrobras, a oposição deu início aos bombardeios, sob a mudez de PRC.

O tucano Antonio Imbassahy lançou a primeira provocação: ergueu a clássica foto de Paulo Roberto escrevendo sobre as costas de Dilma Rousseff e mandou, argumentando em favor de que a sessão fosse fechada:

- Gostaria de saber o que foi que o Paulo Roberto Costa escreveu nas costas da presidente.

Por Lauro Jardim

O vídeo mostra como deve agir o líder de uma bancada oposicionista na Câmara

O deputado Antonio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara, mostrou na sessão da CMPI da Petrobras como deve agir um genuíno oposicionista. Durante o depoimento de Nestor Cerveró ─ o ex-diretor da Petrobras que planejou a compra da sucata em Pasadena e outras tantas maracutaias bilionárias ─, nem foi preciso que o depoente respondesse com sinceridade e clareza. Como atesta o vídeo de 2min07, bastaram as perguntas de Imbassahy para deixar claro que Dilma Rousseff sempre soube de tudo.

Movimento brusco

prc

PRC: novo visual

É nítido que Paulo Roberto Costa vem se esforçando ao máximo para manter a expressão inalterada, evitando fazer caras e bocas que atraiam os flashes em seu depoimento, que corre agora na CPI.

Mas não adianta, o notório ex-diretor da Petrobras, que agora ostenta um bigode, é a coqueluche do momento. Agora há pouco, uma cena bizarra. Bastou Paulo Roberto erguer a mão para coçar o olho para os cerca de quarenta fotógrafos ali dispararem suas máquinas na direção de PRC.

Por Lauro Jardim

Agora com um farto bigode, o que o deixa mais parecido consigo mesmo, Paulo Roberto Costa se cala na CPI

A CPI Mista da Petrobras poderia ter um pouco de bom senso. Alguns parlamentares, como o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) e o senador José Agripino (DEM-RN), até que tentaram suspender a sessão, mas, até agora, em vão. E por que escrevo isso? Paulo Roberto Costa, agora com um farto bigode, o que acentua o seu jeito Paulo Roberto Costa de ser, está determinado a não falar nada. Obedecendo à orientação de advogados, reserva-se o direito de ficar calado. De onde vem isso? Do fundamento do direito segundo o qual ninguém pode ser constrangido a se incriminar.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já afirmou que ele não poderá passar à CPI, nem em sessão fechada, informações prestadas à Polícia Federal e ao Ministério Público que fazem parte do seu acordo de delação premiada. E ele, obviamente, não vai fazê-lo. Nem sobre a delação nem sobre coisa nenhuma. Não fala e pronto!

Incrível o seu ar, ali, na cadeira dos depoentes. Chegou escoltado pela polícia. Conserva a expressão plácida. Mais de uma vez, sorriu para a sua advogada, sabe-se lá do quê. Vamos ver, ao fim de tudo, quanto tempo vai ficar preso. Burro não é. Sairá da prisão e não terá dificuldades para levar a vida adiante. Apesar de alguns percalços, terá razões pessoais para acreditar que o crime compensa.

As perguntas dos parlamentares, até agora, vão se sucedendo. Tenham paciência. Paulo Roberto até que tenta cuidar do lado estético da coisa: vai buscando variações em torno do mesmo tema: “Eu me reservo o direito de ficar calado”, “eu não tenho nada a declarar”; “mais uma vez, vou ficar calado”…

É surrealista! É preciso pôr fim à sessão para não desmoralizar o Congresso.

Por Reinaldo Azevedo

Segundo passo na rua

Concursado à espera da convocação

Diligências

As informações contidas na delação de Paulo Roberto Costa começaram a mexer com a Polícia Federal. As equipes de investigação envolvidas no caso Petrobras e suas ramificações já estão nas ruas, fazendo diligências para checar as versões relatadas por PRC.

Por Lauro Jardim

NO ESTADÃO:

Marina associa Dilma a Paulo Roberto Costa

'Foi um funcionário de confiança da presidente Dilma', afirmou a ex-ministra que voltou a criticar a gestão da presidente à frente da estatal (LUCIANA NUNES LEAL - O ESTADO DE S. PAULO)Marcos de Paula/Estadão

Ex-ministra associa Paulo Roberto Costa a Dilma e critica gestão petista na estatal

A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) associou nesta tarde a presidente Dilma Rousseff (PT) ao ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato acusado de lavagem de dinheiro. "Paulo Roberto Costa foi funcionário de confiança da presidente Dilma. Isso é resultado da governabilidade que as pessoas reivindicam que não pode mudar", afirmou em entrevista coletiva no Rio. A ex-ministra voltou a afirmar que a estatal está "reduzida a seu valor", o que precisa ser explicado.

As declarações da ex-ministra ocorrem no mesmo dia em que Costa foi à CPI mista da Petrobrás no Congresso para prestar depoimento. Como era esperado, contudo, o ex-diretor se manteve em silêncio e não respondeu a nenhuma pergunta dos parlamentares, pois firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. O ex-diretor citou na delação mais de 30 políticos que estariam envolvidos em um esquema de pagamento de propina em contratos da estatal na delação. Parte dos nomes vazaram pela imprensa e a expectativa da CPI era de que Costa se dispusesse a comentar os detalhes da delação em uma sessão fechada, o que não ocorreu. Caso revelasse algum detalhe do que disse ao MPF, o acordo que prevê a redução da pena de Costa poderia ser rompido.

A ex-ministra disse também que sua candidatura está deixando os adversários "desesperados". Marina também criticou a presidente sobre empréstimos dos bancos públicos para uma pequena parte do empresariado. Para a ex-ministra, Dilma deve explicar "por que seu governo deu R$ 500 bilhões para meia dúzia de empresários, o que equivale a 20 anos de Bolsa Família".

Marina insistiu na promessa de que, se eleita, irá governar com os "melhores nomes" de cada partido."Acredito que boa gestão é aquela feita de forma compartilhada, com os melhores". Questionada sobre o resultado da pesquisa Ibope, divulgada ontem, afirmou: "A nova política já está acontecendo: estar onde estamos, não pelas estruturas, mas pelas propostas que apresentamos". (Estadão).

 

Quadro ruim

Lula e Dilma: agenda conjunta não aconteceu

Dilma: análise pessimista do Vox Populi

Numa reunião que teve na semana passada com Lula e Dilma Rousseff, Marcos Coimbra, dono do Vox Populi, instituto que faz as pesquisas para o PT,  fez uma análise pessimista do quadro eleitoral. Pessimista em relação ao PT e Dilma.

Por Lauro Jardim

Dilma ensaia novo discurso do medo contra Marina: “Não mexo em 13º e férias”

Por Talita Fernandes, na VEJA.com:
Um dia depois de a candidata Marina Silva (PSB) afirmar que, se eleita, pretende fazer mudanças na legislação trabalhista do país, a presidente Dilma Rousseff (PT) já ensaiou nesta quarta-feira mais uma versão do discurso do medo que pontua sua campanha: “Décimo terceiro, férias e hora extra não se mudam nem que a vaca tussa”, disse, durante agenda em São Paulo.

Ontem, Marina apontou as leis trabalhistas como um dos entraves ao empreendedorismo e disse que sua equipe irá buscar mudanças – mas, já temerosa da interpretação de adversários, disse que seu objetivo é trazer melhorias tanto para empregadores quanto para trabalhadores, sem abrir mão dos ganhos da atual legislação.

Dilma reuniu-se com empresários acompanhada do ministro Guilherme Afif Domingos, da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Também participaram do encontro o deputado Guilherme Campos (PSD), líder da frente parlamentar mista da pequena empresa e vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo.

Depois do encontro, a presidente se reuniu com professores da Unicamp, entre eles Rogério Cerqueira Leite, físico que criticou Marina Silva em artigos na imprensa. Na sequência, seguiu em carreata pelas ruas da cidade. Ao longo do percurso, um carro de som afirmava que Dilma é a presidente do Minha Casa Minha Vida, do ProUni e do Pronatec, algumas das principais bandeiras eleitorais da petista.

No palanque, Dilma fez críticas genéricas aos adversários. Embora sua campanha seja justamente a que lidera a artilharia pesada nesta corrida eleitoral, afirmou: “Tem muita mentira e ódio nessa eleição. Quando ouvirem mentiras, respondam com a verdade, que é uma só – o país mudou, e mudou para melhor.”

Por Reinaldo Azevedo

ELEIÇÃO NO RS: PT acusa candidata favorita de ter feito o que Dilma também fez — assessorar o próprio marido político

dilma e araujo previdi.blogspot.com.br

Dilma e o ex-marido: ela também foi assessora da bancada em que ele era deputado, tal como o PT acusa candidata ao governo gaúcho Ana Amélia (PP) de ter feito quando o marido era senador. A diferença é que Dilma recebia dois salários, ambos provenientes dos cofres públicos  (Foto:previdi.blogspot.com.br)

Como ocorre em nível nacional, também nos Estados o PT está apelando para tudo a fim de manter-se no poder. No Rio Grande do Sul, os petistas estão fazendo um carnaval com a revelação, publicada pelo site Sul21, de que a candidata até o momento favorita ao Palácio Piratini, senadora Ana Amélia (PP), exerceu um cargo em comissão no gabinete do marido no Senado, em Brasília, entre os anos de 1986 e 1987. Ao mesmo tempo, acumulava, como jornalista, a função de diretora da sucursal do Grupo RBS.

A informação foi e confirmada pela senadora. Na época, Ana Amélia atuava como secretária parlamentar no gabinete do marido, o senador biônico Otavio Omar Cardoso, falecido há três anos.

Tudo bem: assessorar o próprio marido recebendo dos cofres públicos, ainda que por um período curto (entre junho de 1986 e março de 1987) e mesmo que o fato se tenha passado há três décadas, não é a melhor recomendação do mundo para quem aspira a um governo do Estado.

Mas e se coisa muito parecida tiver sido feita por alguém que pleiteia a Presidência da República? E se esse alguém É a atual presidente da República, Dilma Rousseff?

Pois é exatamente isso que revelou o jornalista gaúcho José Luiz Prévidi,em seu blog: a presidente Dilma fez exatamente a mesma coisa, assessorando, no começo dos anos 90, a bancada do PDT na Assembleia Legislativa gaúcha, da qual fazia parte seu então marido, Carlos Franklin Araújo.

Com um detalhe: ela recebia dos cofres públicos, na Assembleia, e também dos cofres públicos como integrante dos quadros da Fundação de Economia e Estatística, entidade ligada à Secretaria de Planejamento do Rio Grande do Sul.

Fábrica bilionária da Foxconn empaca por falta de sócio brasileiro. Lá se foi a primeira promessa de Dilma…

Na VEJA.com:
A construção da fábrica de telas para celulares, TVs e computadores da taiwanesa Foxconn no Brasil empacou depois que a companhia desistiu de buscar um sócio brasileiro para o projeto. Na época do anúncio, em 2011, o governo informou que o investimento chegaria a 12 bilhões de dólares. A saída para o impasse seria aumentar para mais de 30% a participação acionária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas o banco não aceita ultrapassar este valor, que é o limite estabelecido em sua política para o BNDESPar, braço de participações acionárias da instituição. 

Além do apoio fundamental do BNDES, a equipe econômica do governo contava com a sociedade de um grande empresário brasileiro (chegou-se a falar em Eike Batista, antes da crise). Sem sócio, as negociações pararam e nem o governo acredita mais na concretização do megainvestimento.

Visita à China
A construção da fábrica de telas no país foi o primeiro grande anúncio do governo Dilma Rousseff, feito em fevereiro de 2011 durante visita à China. O então ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, chegou se reunir com o fundador da Hon Hai (controladora da Foxconn), Terry Gou. A ideia, segundo o ministro, era construir um complexo industrial que empregaria até 100 mil pessoas no Estado de São Paulo.

O desenho do negócio apontava para uma primeira etapa com investimento de 4 bilhões de dólares, dos quais 1,2 bilhão de dólares seriam bancados pelo BNDES e 500 milhões de dólares ficariam por conta de Eike. Além de procurar mais sócios, o governo tentou convencer Terry Gou a entrar com capital sem contar a tecnologia. O Palácio do Planalto estava tão certo do negócio que Mercadante chegou a divulgar um cronograma. A companhia fabricaria telas para celulares e tablets entre 2011 e 2013 e passaria a fabricar telas para TVs a partir deste ano.

Atualmente, a empresa taiwanesa atualmente conta com três unidades no país, com montagem de celulares em Manaus e Indaiatuba e montagem de smartphones e fabrica notebooks, computadores e periféricos em Jundiaí.

Conjuntura
Mercadante, que é ministro-chefe da Casa Civil, foi questionado sobre os empecilhos que travaram as negociações para a construção da fábrica de telas da Foxconn no Brasil. A assessoria de imprensa da Casa Civil informou que a posição de Mercadante estaria contemplada na resposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Em relação à construção de unidade de fabricação de telas, o investimento previsto não foi realizado até o momento devido à conjuntura internacional e pelo fato de a empresa não ter conseguido um sócio nacional.”

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação afirmou ainda ter informações de que a Foxconn estuda fazer novos investimentos e abrir novas unidades no Brasil. Os projetos, entretanto, não teriam relação com construção da fábrica de telas. Procurada para confirmar a informação, a companhia disse que não se pronunciaria.

BNDES
Alguns desses projetos aguardam aprovação de aportes do próprio BNDES. O banco confirmou que participou das negociações para a instalação da fábrica de telas, sem sucesso. “O banco continua em contato com a Foxconn e tem trabalhado para viabilizar investimentos no Brasil em setores de alto conteúdo tecnológico”, informou o banco por meio da assessoria.

Por Reinaldo Azevedo

Horizonte estreito

Skaf: sem fotos

Skaf: muito atrás de Alckmin

Bateu um clima de desânimo na campanha de Paulo Skaf.

Por Lauro Jardim

“Ninguém governa sem o PMDB”, diz vice de Marina. Ah, bom! Ou: De tomadas e nariz de porcos

Atenção para esta fala: “Ninguém governa sem o PMDB, mas não é preciso entregar o governo para o PMDB para ter governabilidade. Assim como não precisa entregar o governo ao PSDB se nós vamos ter quadros do PSDB governando. Ou seja, o governo tem um programa, esse é o nosso pilar de negociação, entendimento e escolha daqueles que terão funções. Por que eu, no governo, tenho que perguntar para Renan Calheiros quem devo indicar para ministérios ou para a Transpetro? Não que as indicações de partidos e lideranças sejam ruins. Mas tem que ter perfil”.

A afirmação é do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), candidato a vice-presidente na chapa de Marina Silva (PSB), em entrevista ao Estadão. Aos poucos, como se vê, o discurso da chamada banda dos “sonháticos” vai se tornando mais “realático”. O que vai acima, diga-se, seria endossado por qualquer partido. Afinal, ninguém admite que as indicações obedeçam a critérios puramente políticos. Sempre se vai alegar que o sujeito indicado é competente.

É claro que a fala de Albuquerque ainda aponta para aquela história de só governar com os melhores, mas há mais do que uma discreta inflexão no discurso. Quanto mais o poder se torna uma possibilidade palpável, mais próximos Marina e ele próprio vão se tornando da realidade. É evidente que ninguém tem de perguntar nada a Renan, mas, como sabe o candidato a vice, para que se tenha o necessário apoio do partido de Renan, é preciso que a escolha conte com o endosso da legenda. Afinal, Marina e seu parceiro sabem muito bem que de pouco adianta ter um peemedebista na equipe sem o… PMDB! A esse realismo se entregaram todos, e também se entregará Marina se for eleita.

É certo que o realismo exclui o surrealismo, né? Nomear, por exemplo, Edison Lobão para as Minas e Energia, um homem que não distinguiria uma tomada das antigas do nariz de um porco, não é realismo, mas só um agrado a Sarney. A propósito: creio que a tomada jabuticaba inventada no Brasil só tenha o propósito de distingui-la do nariz de um porco para evitar que Lobão se confunda.

E, sim, Beto Albuquerque voltou a abusar da nossa paciência ao afirmar que o caso do avião não é assunto do PSB. Pois é… Isso significa que, se a turma vencer a eleição, já começa com um jatinho no armário. Não é bom.

Quanto ao mais, saúdo a adesão do marinismo à realidade. Mas sem Lobão, por favor!

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
veja.com + Estadão

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1 comentário

  • neori toniato Ivatuba - PR

    o governo do pt e uma mentira atras da outra quando que o povao vai acorda

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