Luciano Coutinho quer evitar a todo custo a CPI do BNDES. Diz temer uma derrocada semelhante à da Petrobras...

Publicado em 25/02/2015 15:02
BLOG DE Reinaldo Azevedo, em VEJA.COM

Luciano Coutinho adota o Paradigma Saddam Hussein, de Lula, e quer evitar a todo custo a CPI do BNDES. Diz temer uma derrocada semelhante à da Petrobras. É mesmo? Se isso acontecesse, seria por excesso de virtude?

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ora vejam, está se movimentando freneticamente nos bastidores, informa reportagem da Folha, para tentar impedir que se instale uma CPI para investigar contratos de financiamento do banco feitos durante a gestão petista. Segundo apurou o jornal, ele falou com pelos menos três senadores. Uma das alegações é que a investigação poderia prejudicar operações sigilosas do banco. A outra é que a instituição poderia ser colhida por uma onda de descrédito, a exemplo do que ocorreu com a Petrobras.

Eu até poderia compreender as preocupações do presidente do BNDES, não fosse a sua argumentação tão ruim. Vamos lá. É possível resguardar o sigilo de determinados documentos e operações, desde que não se trate de ilícitos e que se esteja protegendo o interesse nacional. As operações que o doutor pretende que fiquem distantes dos nossos olhos são dessa natureza? Ou o BNDES, agora, virou o braço financeiro da Abin (Agência Brasileira de Informação)?

E não fica bem, obviamente, acenar com o fantasma da derrocada da Petrobras para tentar impedir que uma CPI apure as operações feitas pelo BNDES. Afinal, a estatal está na lona porque se descobriu que estava entregue a uma quadrilha, que atuava em favor de um esquema político, gerenciado pelo PT, com benefícios também a outras legendas.

O temor de Coutinho certamente não está a indicar que quadrilha semelhante atue no BNDES, pois não? Eu nem sou adepto da frase “que não deve não teme”. Em processos de investigação, marcados, muitas vezes, por vazamentos, irresponsabilidades, populismo, demagogia, quem não deve, a depender do caso, tem, sim, de temer. Coutinho que trate, então, de melhorar a sua argumentação.

O presidente do BNDES deveria ser mais prudente. Segundo o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, a oito dias do segundo turno — quando a empreiteira buscava dinheiro no banco para obras no aeroporto de Viracopos, em Campinas — foi Coutinho quem anunciou que ele, Pessoa, seria procurado por Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma. O presidente do BNDES nega a conversa.

Ah, sim: o requerimento da oposição para a criação da CPI do BNDES cita empréstimos para empreendimentos, considerados sigilosos, em Cuba, na Venezuela, no Equador e em Angola. O documento pede ainda para que se apurem empréstimos no Brasil para a JBS e a Sete Brasil. Coutinho, pelo visto, acha que essas coisas não nos dizem respeito. Prefere que a gente se mantenha longe disso. Ou, prevê ele, o BNDES também vai para o buraco.

É mesmo? Tomara que não! Mas, se fosse, certamente não seria por excesso de virtudes. É bem verdade que Lula já deu a linha moral desse tipo de raciocínio, não é mesmo? Falando a seus milicianos, ele lembrou que o Iraque vivia em paz no tempo de Saddam Hussein. Uma paz de quase meio milhão de homicídios, claro! É isso! A turma do Saddam Hussein brasileiro não quer que a gente saiba o que se fez com os muitos bilhões do BNDES.

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma, a anti-Sócrates, a Moody’s e a Teoria do Conhecimento

Dilma Rousseff afirmou nesta quarta que “rebaixar a nota é falta de conhecimento do que está acontecendo na Petrobras”. Que coisa! Quem está cuidando da, vá lá, “comunicação” da governanta? A presidente vir a público para acusar “falta de conhecimento” da Moody’s quando a estatal não consegue nem fechar o seu balanço é piada involuntária, não é mesmo? Aliás, ela não costuma se dar conta das pilhérias que diz. Como pode acusar a agência de “falta de conhecimento” se o rebaixamento se dá, entre outros motivos, porque a nem a Moody’s nem ninguém conhecem o balanço da empresa?

É Dilma!”” Esta senhora nunca foi socrática. Ela nunca soube o que não sabe.

A propósito: a piada que circula há tempos na Internet ainda acaba virando a realidade. Como é mesmo? Eike Batista dizia que as ações da sua petroleira ainda valeriam tanto quanto as da Petrobras. Pois é…

Por Reinaldo Azevedo

 

Ações da Petrobras despencam após rebaixamento pela Moody’s

Na VEJA.com:

As ações da Petrobras abriram em forte queda neApsta quarta-feira, após a agência de classificação de risco Moody’s rebaixar os ratings da empresa para grau especulativo, diante das investigações sobre corrupção e das pressões de liquidez.

Com apenas quinze minutos de operação do mercado, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto no Conselho) da estatal já caíam 6,5%, enquanto as ordinárias (ON, com direito a voto) recuavam 6%. No mesmo momento o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores do país, perdia 1,3%. Por volta de 11h45, os papéis PN e ON ainda derretiam: 6,49% (9,22 reais cada) e 6,06% (9,15 reais), respectivamente, depois de chegarem a cair mais de 7% no meio da manhã. O Ibovespa recuava 1,19% (51.256 pontos) no mesmo horário.

O rating da dívida em moeda estrangeira da Petrobras foi rebaixado em dois degraus, passando de Baa3, que é a última nota da escala da Moody’s considerada grau de investimento, para Ba2. Além disso, a Moody’s manteve a classificação da estatal em revisão para novo rebaixamento.

A Moody’s foi a primeira das três grandes agências de risco a cortar o rating da Petrobras para o nível especulativo (junk). Fitch e Standard & Poor’s avaliam a estatal atualmente como “BBB-”, no piso do nível de grau de investimento. Mas a Fitch colocou essa classificação em observação negativa, o que significa que um rebaixamento é possível nos próximos meses.

Um segundo corte para junk pode ter um impacto significativo sobre títulos e ações da Petrobras, uma vez que muitos gestores de fundos só podem investir em empresas que são classificadas como grau de investimento por pelo menos duas agências de risco.

Por Reinaldo Azevedo

Em fevereiro de 2003, a inflação alta refletia as incertezas sobre governo Lula; em 2015, a inflação alta reflete as certezas sobre o governo Dilma

O IPCA-15, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15, tomado como uma prévia da inflação oficial, alcançou 1,33% em fevereiro, depois de uma elevação de 0,89% em janeiro. É a maior taxa mensal desde fevereiro de 2003, quando chegou a 2,23%. A economia, há 12 anos, refletia, então, as incertezas sobre o governo Lula. Agora, reflete as… certezas sobre o governo Dilma. Que bom, né? O PT é o caminho mais longo e penoso entre o baixo crescimento com inflação alta e… o baixo crescimento com inflação alta.

A gente pode dar uma de Poliana lesa e comemorar. “Ah, sabe o que foi? É que o grupo Transporte pesou demais, com o reajuste dos ônibus. Ele responde por 0,37 ponto percentual desse 1,33%. E há também o grupo Energia, que responde por 0,23 ponto percentual. Sabem como é… Coitada da Dilma! Teve de baixar o tarifaço… Se a gente tira esses dois itens, a elevação cai para 0,73%…”

Bem, 0,73% já não é número que se comemore, como sabe qualquer pessoa prudente. Mas o raciocínio é supinamente estúpido porque cada mês tem a sua própria agonia, não é? Eu sempre parto do princípio de que, se a gente tirar as más notícias da realidade ruim, ela, então, fica boa. Ora…

De resto, há que notar que transporte e energia tiveram de incidir ao mesmo tempo na inflação por causa de barbeiragens feitas anteriormente nos dois setores, por obra, sim, do governo federal. No caso da energia elétrica, dispensam-se explicações. No dos transportes, é preciso lembrar que o governo federal pressionou os prefeitos a represar as tarifas no ano passado para… conter a inflação. Adiantou?

Foram duas das “escorregadinhas”, como disse Joaquim Levy, dadas pelo governo Dilma. Ah, sim: esse tipo de inflação não se corrige com elevação da taxa de juros.

O PT chegou lá: recessão, inflação nas estrelas e juros na estratosfera. Tem o seu charme. É preciso ser singularmente incompetente para obter esse resultado.

Por Reinaldo Azevedo

 

O que penso sobre a hostilidade a Mantega e sua mulher num hospital. Ou: Sobre conteúdo e métodos

Se alguém quiser saber o que escrevi quando Lula e Dilma anunciaram que estavam com câncer, é só recorrer ao arquivo. Também não incentivo ou endosso práticas que hostilizem pessoas nas ruas ou em ambientes públicos, mesmo que de acesso restrito, como restaurantes ou hospitais. Nunca incentivei. Não vou começar a fazê-lo agora. Se alguém espera encontrar isso aqui, pode botar o burro na sombra. Ao contrário: lerá é uma crítica muito severa a esse tipo de comportamento.

Considero, por exemplo, José Eduardo Cardozo uma das figuras mais deletérias do governo Dilma. Acho que só a sua arrogância supera a sua incompetência. Depois de reuniões que andou mantendo com advogados, em que discutiu detalhes da Operação Lava-Jato, como revelou VEJA, acho que tem de ser demitido — nunca deveria ter sido nomeado, eis a verdade. Já escrevi vários posts a respeito. Mas critiquei aqui, no dia 18, a decisão de se marcar um protesto em frente à sua casa.  O arquivo diz o que penso sobe Sérgio Cabral — e também a minha opinião sobre os protestos em frente ao prédio em que mora.

Não! Por aí, não vamos a um bom lugar.

Eu não sou nem bonzinho nem mauzinho. Apenas sigo alguns princípios de civilização que, creio, se seguidos por todos, tornam o mundo um ambiente menos hostil. Prepotência? Não! Apenas não faço a terceiros o que não gostaria que fizessem comigo. Isso tem história no pensamento. Pesquisem a respeito. Por isso rejeito os petralhas desde a sua origem. Por isso criei a palavra. E não me comportarei como um deles nem sob o pretexto de combatê-los. Eu não os combato apenas em razão do conteúdo do que pensam. Eu repudio também os seus métodos. Às vezes, estes são até mais importante do que aquele.

O ex-ministro Guido Mantega e sua mulher, Eliane, foram hostilizados na lanchonete do hospital Albert Einstein no dia 19, informa Vera Magalhães, na Folha.  Alguns se dirigiram ao ex-ministro recomendando que fosse “para o SUS” ou “para Cuba”.

Não dá! Posso entender a gênese dessas manifestações. A palhaçada patrocinada e estrelada por Lula, nesta terça, no Rio, colabora para coisas assim. O seu ato “em defesa da Petrobras” (Santo Deus!), com milicianos vestidos de vermelho a espancar pessoas, alimenta a hostilidade. O seu discurso estúpido sobre supostas conquistas jamais vistas na história da humanidade, a sua permanente beligerância com os que divergem, tudo isso colabora para exaltar os ânimos. E há, por obvio, os desastres fabricados pelo petismo, inclusive na área econômica, que estava sob a gerência de Mantega.

Eu sei de tudo isso. E, sabendo de tudo isso, continuo a reprovar severamente o que se viu no hospital — com o agravante, e é um agravante, de ser um hospital. “Ah, então a gente não pode protestar?” Pode. Aliás, considero um dever. Mas a agressão a autoridades, a ex-autoridades ou a adversários de pensamento é só uma das etapas da barbárie. Além de servir para criar vítimas de ocasião. As pessoas têm todo o direito de achar que Lula, Dilma, Mantega e seus respectivos familiares deveriam se tratar no SUS. Sim, eu me lembro de quando Lula disse que o sistema estava “próximo da perfeição”. Que isso seja feito no local  adequado.

Não caiam nessa! Existe a praça pública para o protesto. Existem os canais próprios para manifestar descontentamento. Existe, em suma, a luta política, que dispensa a agressão pessoal. Se Mantega passar por mim no Einstein ou em qualquer lugar e me cumprimentar, vou cumprimentá-lo, como um cavalheiro deve fazer. E isso nunca me impediu, não me impede nem me impedirá de dizer o que penso DE SUA GESTÃO à frente do Ministério da Fazenda.

Não se esqueçam! Nós rejeitamos também os seus métodos, não apenas o conteúdo do seu pensamento.

Por Reinaldo Azevedo

 

Petistas, à “porrada”

Quaquá: incitação à violência

Quaquá: incitação à violência

Enquanto o PT nacional se esforça para não esquentar a temperatura da briga política, o intrépido Washington Quaquá, presidente do PT do Rio de Janeiro, foi ao Facebook para incitar a violência.

Sem meias palavras, defendeu que os petistas deem “porrada”.

Por Lauro Jardim

 

20 bilhões de reais

Dilma na TV: promessas vãs

Dilma na TV: promessas vãs

Com o novo aporte de 2,6 bilhões de reais que, em março, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) dará às distribuidoras de energia, o total de empréstimos já concedidos superará os 20 bilhões de reais – mais precisamente, serão 20.378.887.694,91 reais, somando-se os empréstimos de abril, e agosto de 2014 e este agora de março.

O pior é que este aporte que sai no mês que vem servirá para cobrir rombos de novembro e dezembro. Outros estão sendo formados. A conta dessa brincadeira será paga pelos consumidores… Haja aumento da conta de energia.

Por Lauro Jardim

 

Direita Miami: rumo aos Estados Unidos por longa temporada, por Rodrigo Constantino

Caro leitor, sabe qual é uma das diferenças básicas entre a esquerda e a direita? Eu digo: é que os liberais e conservadores da direita costumam viver de acordo com o que pregam, enquanto a esquerda adota a hipocrisia como estilo de vida. Não acredita? Discorda? Então permita-me dar um exemplo com minha própria vida, em comparação com aquela de meus queridos oponentes socialistas.

Sou um defensor dos Estados Unidos. Não como modelo de perfeição, pois tal coisa não existe quando se trata de sociedade de seres humanos imperfeitos. Mas como uma nação que merece todos os créditos por ter sido a grande responsável por preservar boa dose de liberdade individual no mundo, ser o farol dos ideais iluministas e um ícone do capitalismo meritocrático.

Ou seja, sou um legítimo “nascido em 4 de julho”, que sente profunda admiração pelo que a América representa, especialmente num mundo dominado pelo coletivismo autoritário. Sustento que o capitalismo é o melhor modelo, que os Estados Unidos, apesar de seus inúmeros defeitos, são um local em que se respira ares mais livres para se viver, sob um maior império das leis.

E não digo tudo isso da boca para fora. Não! Ao contrário: já visitei o país diversas vezes, e sem deixar de notar as falhas, sempre voltei admirado, lamentando o fato de que nosso querido Brasil vive preso nas armadilhas do populismo de esquerda, culturalmente asfixiado pelo jeitinho e a malandragem de quem se julga muito esperto, mas acabou por construir um país de otários. Volto de viagem invariavelmente deprimido com a clara noção do que poderíamos ser, mas não somos, por excesso de “esperteza”, por ignorância, por miopia e cegueira ideológica, especialmente das elites.

Nós, brasileiros, esquecemos os direitos mais básicos e elementares, como desfrutar da segurança no ir e vir, sair de carro sem a paranóia em cada sinal de trânsito, sem medo de uma bala perdida ou um assaltante. Somos os recordistas em homicídios no mundo, com quase 60 mil assassinatos por ano. No trânsito caótico, nas estradas esburacadas, na falta de respeito e cidadania do motorista, outros quase 50 mil perdem a vida todo ano. Mas repetimos que somos um povo pacífico!

Eu dizia acima que nós, liberais e conservadores, colocamos nossas ações onde nossas palavras estão, ou seja, agimos de acordo com aquilo que pregamos, ao contrário da esquerda, principalmente a caviar. Pois é: o leitor conhece algum desses artistas defensores do socialismo que efetivamente viva de acordo com o que prega? Conhece algum desses “intelectuais” encantados com Cuba ou Venezuela que realmente queira viver nesses “paraísos” socialistas? Claro que não! Justamente porque são hipócritas, dizem uma coisa e fazem outra, diametralmente oposta.

Não nós, admiradores do capitalismo liberal e dos Estados Unidos. Não defendemos a América nos discursos e depois vamos curtir o “paraíso” socialista em Caracas como quem não quer nada. Os nossos colegas da esquerda caviar adoram odiar o capitalismo, mas não suportam ficar longe dele. Nós defendemos o capitalismo, e queremos ficar cada vez mais perto dele. A diferença entre o embuste e a honestidade intelectual. Um abismo ético intransponível.

E tudo isso, caro leitor, foi para chegar na novidade que lhe trago: vou passar uma longa temporada longe do Brasil, pois minha mulher resolveu estudar fora e vou acompanhá-la. Não escolhemos Cuba, com aquela “educação” fantástica. Tampouco optamos por Caracas, onde a “justiça social” substituiu a ganância do capital. E também não vamos para Paris, que pode ser um charme para visitar, mas está cada vez mais decadente para se viver, exatamente pela contaminação das ideias esquerdistas de uma elite intelectual desvirtuada.

Nós vamos é para a Flórida mesmo, como tantos brasileiros decentes têm feito, cansados desse clima de subversão de valores em nossa sociedade, de doze anos ininterruptos de incompetência e roubalheira escancaradas sob a conivência de boa parte da população, dessa sensação de insegurança constante, apesar de uma das maiores cargas tributárias do mundo que somos “convidados” a pagar como “contribuintes”.

Nossa decisão é condizente com o que acreditamos: a oportunidade de estudar nos Estados Unidos é única, pois lá se aprende coisas realmente úteis, em um ambiente mais livre dos preconceitos ideológicos que pululam em nossas universidades. Sabemos que há por lá a turma gauche caviar também, os “liberais limusine” (lembrando que liberal lá é “progressista” de esquerda), que gostam de aplaudir as estultices de Michael Moore ou citar com ar de inteligente as baboseiras de Paul Krugman.

Mas é diferente. Ao contrário daqui, esses alienados ou oportunistas não se criam tanto por lá, mesmo levando em conta que conseguiram colocar um de seus representantes no comando do país. As instituições são bem mais sólidas, a cultura da liberdade individual sobrevive e está enraizada em boa parte da população, e poucos chegam realmente a questionar o capitalismo e a economia de mercado como a melhor receita disponível.

Nada muda na essência de meu dia a dia. Continuarei escrevendo no blog sobre Brasil, lutando contra o esquerdismo no Brasil, expondo as falcatruas do PT, condenando a hipocrisia de nossa elite socialista. Mas farei isso tudo de lá por um tempo, respirando ares “ligeiramente” mais civilizados e tranquilos, distante do epicentro do furacão que começa a causar maiores estragos no país, após tanto tempo de descaso e irresponsabilidade dessa quadrilha instaurada no poder. Creio que isso me dará inclusive uma perspectiva nova, e quiçá uma ousadia ainda maior.

O PT não vencerá, e o Brasil não será a próxima Venezuela. É nisso que acredito, mas não será fácil evitar o pior, não cairá em nosso colo um destino melhor. Teremos de lutar por ele, contra os inimigos da Sociedade Aberta. Precisaremos aprofundar reformas liberais, fortalecer instituições republicanas, impedir as constantes tentativas dessa gente de censurar a imprensa, solapar nossa democracia, asfixiar nossas liberdades. Continuarei sendo um soldado desta causa, longe fisicamente, mas sempre aqui em pensamento. E se tudo der certo, estarei de volta, com mais experiência na bagagem, para ver uma oposição mais organizada e corajosa colocar os petistas no olho da rua em 2018.

PS: Aproveito para deixar uma pergunta no ar: quem é John Galt?

Rodrigo Constantino

 

 

Sérgio Moro, as condições da cadeia e a resposta atravessada

O segredo do sucesso deste blog é escrever o que pensa, não o que querem que escreva — mesmo quando a demanda parte de milhares de leitores. Felizmente, o PT ainda não logrou seu intento, o mundo é vasto, e as pessoas são livres para escolher. Tenho verdadeiro horror a rasgos populistas. E, quando eles se manifestam, expresso meu desagrado.

Causou certo frisson o despacho de ontem do juiz Sérgio Moro, que afirmou jamais ter recebido reclamações dos advogados dos presos da Lava-Jato sobre as condições da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. No arremate, ele pediu que os advogados se manifestem se seus clientes preferem ir para prisões estaduais.

Vamos ver. A Folha publicou relatos sobre as condições em que vivem os presos. Reproduzo síntese que o próprio jornal fez da reportagem:
“Os presos fazem faxina das celas, comem a carne com as mãos porque os talheres são de plástico e usam o vaso sanitário na frente dos outros. A ala em que os executivos presos estão é formada por três celas de paredes brancas, unidas por uma sala comum. Com beliche, mesa e banco de concreto, cada uma delas está preparada para receber duas pessoas. Cada cela tem um vaso sanitário de aço pregado no chão e uma pia. Os presos até hoje só têm direito a duas horas de sol. É quando lavam meias e cuecas. Na hora do banho, têm que fazer fila, pois só há dois chuveiros, com água quente.”

Parece que os petistas na Papuda viviam em situação bem mais confortável. Escreveu Moro, para gáudio de alguns:
“As celas da carceragem da Polícia Federal têm as suas limitações, já que trata-se (sic) apenas de prisão de passagem, mas entendeu-se que a permanência nelas, ao invés da transferência, era do interesse dos próprios acusados. Não houve, perante este juízo, qualquer reclamação formal sobre as condições das celas ou qualquer pedido de transferência ao sistema prisional estadual”.

E ele voltou a fazer essa oferta.

Ora, é sabido que, em regra, as condições dos presídios estaduais são ainda piores. É impossível não ler um esgar de ironia na oferta, como a dizer: “Ah, é? Tá ruim na cela federal? A alternativa…”. Com a devida vênia, meu humor não alcança essas altitudes.

De resto, convenham: uma prisão preventiva que já vai entrando no quarto mês não é, assim, tão de passagem. Ademais, parece haver certa indisposição meio ranheta com a reclamação. E, lamento, entre culpados e inocentes, santos e bandidos, bons e maus, reclamar é parte do jogo.

Prefiro que o estado de direito siga caminhos mais contidos. Este blog não tem nem heróis nem bandidos de estimação. 

Por Reinaldo Azevedo

 

Youssef pretende desvelar, em novo depoimento, a real natureza do jogo: tratava-se de servir a um esquema de poder; o centro do petrolão está na política. É coisa dos “marginais do poder”  

Alberto Youssef pode atrapalhar uma pizza bastante sofisticada que alguns estão tentando assar na Operação Lava-Jato. Ele pode agir assim por precisão, não por boniteza, como o sapo do Guimarães Rosa, mas isso não tem a menor importância. O que interessa é que se revele, já escrevi aqui tantas vezes, a natureza do jogo. Por que isso?

Youssef entrou com um pedido na Justiça para prestar um novo depoimento. Ele quer ser ouvido outra vez pelo juiz Sérgio Moro em um dos processos de que é réu, acusado de ter participado de uma organização criminosa para tirar do país R$ 444,6 milhões. A ação aguardava a homologação da delação premiada.

Aquele que é considerado peça central nas investigações da Lava-Jato deverá deixar claro — desta feita, mais do que nunca — que atuou a serviço de uma engrenagem, de uma organização de poder. Youssef pretende demonstrar como esse esquema não dependia nem mesmo de pessoas; se uma saísse, outra poderia entrar no lugar sem mudar a, escrevo de novo a expressão, “natureza do jogo”.

Youssef julga ter conhecimento e experiência o bastante para afirmar que as três últimas eleições presidenciais foram marcadas por um forte desequilíbrio econômico em razão do poder que essa “máquina” exercia. Tudo indica que o braço político do escândalo do mensalão não vai gostar do que ele tem a dizer.

Lembro aqui trechos de voto proferido pelo ministro Celso de Mell0 no julgamento do mensalão, na sessão do dia 1º de outubro de 2012. Leiam com atenção. Volto em seguida.

“Quero registrar, neste ponto, Senhor Presidente, tal como salientei em voto anteriormente proferido neste Egrégio Plenário, que o ato de corrupção constitui um gesto de perversão da ética do poder e da ordem jurídica, cuja observância se impõe a todos os cidadãos desta República que não tolera o poder que corrompe nem admite o poder que se deixa corromper. Quem transgride tais mandamentos, não importando a sua posição estamental, se patrícios ou plebeus, governantes ou governados, expõe-se à severidade das leis penais e, por tais atos, o corruptor e o corrupto devem ser punidos, exemplarmente, na forma da lei.
Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder, como se o exercício das instituições da República pudesse ser degradado a uma função de mera satisfação instrumental de interesses governamentais e de desígnios pessoais.
(…)
Esses vergonhosos atos de corrupção parlamentar, profundamente lesivos à dignidade do ofício legislativo e à respeitabilidade do Congresso Nacional, alimentados por transações obscuras idealizadas e implementadas em altas esferas governamentais, com o objetivo de fortalecer a base de apoio político e de sustentação legislativa no Parlamento brasileiro, devem ser condenados e punidos com o peso e o rigor das leis desta República, porque significam tentativa imoral e ilícita de manipular, criminosamente, à margem do sistema constitucional, o processo democrático, comprometendo-lhe a integridade, conspurcando-lhe a pureza e suprimindo-lhe os índices essenciais de legitimidade, que representam atributos necessários para justificar a prática honesta e o exercício regular do poder aos olhos dos cidadãos desta Nação.
Esse quadro de anomalia, Senhor Presidente, revela as gravíssimas consequências que derivam dessa aliança profana, desse gesto infiel e indigno de agentes corruptores, públicos e privados, e de parlamentares corruptos, em comportamentos criminosos, devidamente comprovados, que só fazem desqualificar e desautorizar, perante as leis criminais do País, a atuação desses marginais do Poder.”

Retomo
Alberto Youssef deve depor de novo. E se espera, com delação premiada, que apresente as evidências de que, mais uma vez, os “marginais” atuaram no “controle do aparelho de Estado, transformando a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder”.

É essa a natureza do jogo, sem que se deixem de considerar os demais crimes, cometidos pelos agentes não-políticos.

Por Reinaldo Azevedo

 

 

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Blogs de veja.com.br

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    4:17- Petro ladeira abaixo

    O rebaixamento da classificação de risco da Petrobras para grau especulativo provoca o derretimento das ações.

    Dentre os inúmeros problemas de Petro, o maior deles, na minha opinião, é o estrangulamento da estrutura de capital. O alerta é antigo: as contas da estatal simplesmente não fecham.

    A maior dívida corporativa do mundo, 70% em dólar, sem balanço, e, portanto, sem alternativa de captação via tomada de mais dívida, tendo de tocar o maior plano de investimento do mundo e ainda pagar dividendos para alimentar superávit primário do governo... Algo que não encaixa.

    Polilema impossível, cuja saída (talvez única) seja pedir mais dinheiro para o mercado via emissão de novas ações, ainda mais agora que a captação via emissão de mais dívida fica cada vez mais cara.

    A esta altura do campeonato, todos estão cansados de saber do problema. No mercado de dívida, os títulos da Petrobras já pagavam prêmio semelhante aos títulos de empresas de grau especulativo, ou “junk”.

    Portanto, o rebaixamento pela agência de classificação de risco, apesar de ser a segunda vez no ano e de manter Petro sob observação negativa para possível rebaixamento adicional, na verdade é tardio e reativo.

    A presidente Dilma, no entanto, afirmou que o rebaixamento revela “falta de conhecimento sobre Petrobras”.


    Ela precisa decidir se sabe ou se não sabe da Petrobras.

    Por: Empiricus.

    0