Venezuela está “toda indignada e comovida” com assassinato de opositor da ditadura amiga do PT

Publicado em 26/11/2015 18:40
"É um regime criminoso disposto a tudo para manter o poder", diz Maria Corina Machado (por FELIPE MOURA BRASIL, DE VEJA.COM)

O assassinato de um dirigente do partido de oposição Ação Democrática (AD) na quarta-feira (25), durante um comício, deixou a “Venezuela toda indignada e comovida”, segundo a deputada Maria Corina Machado.

“Não se tratam de acontecimentos isolados. É um regime criminoso disposto a tudo para manter o poder. O mundo tem que reagir”, escreveu ela no Twitter.

Luis Manuel Díaz morreu atingido por tiros disparados de dentro de um carro, em Altagracia de Orituco, a 160 quilômetros a sudeste de Caracas.

Ele estava em um palanque, ao lado de Lilian Tintori, mulher de Lepoldo López, o líder do partido oposicionista Vontade Popular (VP) que foi condenado em setembro a quase 14 anos de prisão.

(Detalhe: um promotor de Justiça foragido acusou a ditadura amiga do PT de tê-lo pressionado para forjar provas que justificassem a prisão e a condenação de López, a quem senadores brasileiros de oposição foram proibidos de prestar uma visita na cadeia quando estiveram no país.)

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Lilian Tintori e Luis Manuel Díaz

Lilian Tintori escreveu no Twitter uma série de mensagens:

– “Denunciarei em detalhes o terror, o acosso e a violência do regime.”

– “Hoje sofri dois atentados em Altagracia de Orituco.”

– “Nossas condolências à família Días, irmãos de Adguarico.”

– “Dor profunda pelo assassinato de Luiz Manuel Díaz em um ato da unidade.”

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O porta-voz da Ação Democrática, Henry Ramos Allup, responsabilizou o Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv, o partido do governo) e supostos aliados de Maduro, incluindo grupos armados, pelo assassinato de Siaz e por outros ataques a membros da oposição ocorridos em menos de 48 horas na Venezuela, que está em campanha eleitoral para as eleições parlamentares de 6 de dezembro.

“Queremos dizer que o Estado venezuelano é responsável, por ação e omissão, por qualquer ato de violência na Venezuela. O incitamento à violência feito ao mais alto nível do Estado semeia o ódio”, diz o comunicado da Mesa de Unidade Democrática, que agrupa os partidos da oposição.

Cúmplice moral da violência na Venezuela, Dilma Rousseff, como de costume, está calada.

Pouco antes do crime, no entanto, Corina havia agradecido ao senador tucano Aloysio Nunes pela “solidariedade” demonstrada em seu discurso – traduzido para o espanhol em vídeo do Youtube – na Comissão de Relações Exteriores do Senado brasileiro na terça-feira.

“É uma indignação o que estamos vendo na Venezuela”, dissera Nunes.

“O mundo democrático tem seu olhos sobre a Venezuela e não permitirá o atropelo da soberania popular”, acrescentou Corina.

O fato é que todos que ameaçam o poder de gente sem escrúpulos correm risco de vida.

Este blog torce para que os integrantes da Operação Lava Jato se mantenham sempre seguros.

* Veja também aqui no blog:
– Candidato de Lula perde na Argentina e vencedor virá ao Brasil educar Dilma Rousseff (Macri quer suspender Venezuela do Mercosul)

Venezuela

Corina discursa em San Antonio Del Golfo: “Aconteça o que acontecer, no dia 7 de dezembro começa uma nova Venezuela”

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Na Reuters: Assassinato de ativista opositor agita Venezuela antes de eleições

CARACAS (Reuters) - A Venezuela abriu nesta quinta-feira uma investigação sobre o assassinato de um líder local de oposição dias antes das eleições legislativas, levantando temores sobre a volta da violência política no volátil país sul-americano.

O líder do partido de oposição Ação Democrática no Estado de Guarico, Luis Díaz, na região central da Venezuela, foi baleado no fim de uma reunião pública na quarta-feira à noite, no mais recente incidente violento ocorrido durante a campanha.

A Promotoria Pública afirmou nesta quinta-feira que dois dos seus promotores, ajudados por investigadores policiais, irão liderar a investigação.

"Houve um estouro de dez tiros, e ele caiu coberto de sangue no chão", disse Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, líder da oposição que está preso. Ela estava no palanque perto de Díaz quando ele foi alvejado.

A Ação Democrática é parte de uma coalizão opositora que disputa a eleição de 6 de dezembro para a Assembleia Nacional. Pesquisas mostram que os socialistas, à frente do governo, podem perder a legislatura pela primeira vez em 16 anos.

A disputa tem aumentado a ansiedade sobre uma possível retomada da violência política. Protestos de oposição no ano passado provocaram uma onda nacional de violência, que deixou 43 mortos e centenas de feridos.

O governo do presidente Nicolás Maduro e a coalizão Unidade Democrática acusam um ao outro de manter uma linha violenta. O bloco regional sul-americano Unasul, que enviou uma missão para observar as eleições, condenou a morte de Díaz.

"Fazemos um chamado às autoridades nacionais relevantes para realizar uma investigação exaustiva sobre esse incidente terrível, para evitar a impunidade, e nós apelamos com veemência a todos os setores políticos para que contribuam com a paz e a harmonia", disse o comunicado do bloco.

 

Lilian Tintori, esposa de Leopoldo López: “Querem me matar” (no EL PAÍS)

Lilian Tintori, esposa do oposicionista venezuelano Leopoldo López, condenado a quase 14 anos de prisão, denunciou nesta quinta-feira uma tentativa de matá-la, já que se encontrava ao lado do dirigente local Luis Manuel Díaz, que morreu ao ser alvo de um disparo na quarta-feira, no encerramento de um ato de campanha na cidade de Altagracia de Orituco.

 

“Querem me matar", afirmou Tintori em uma coletiva de imprensa, na qual responsabilizou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pelo “atentado” do qual, disse, foi vítima na quarta-feira no Estado de Guarico (centro do país).

O Ministério Público venezuelano anunciou a abertura de uma investigação para conhecer todos os fatos desse assassinato. Dois procuradores se encarregarão de dirigir o caso e coordenar a Polícia Científica. O Ministério Público já inspecionou o lugar, analisou a trajetória das balas e entrevistou testemunhas.

Luis Manuel Díaz, líder local do partido Ação Democrática (AD), era sindicalista, casado e com dois filhos, e estava havia quase dois anos militando no partido. O assassinato ocorreu às 19h30, quando estava a ponto de finalizar um ato de campanha, do qual Lilian Tintori participava.

Depois de uma breve passagem por Valle de la Pascua, onde denunciou também que tinha sido hostilizada por governistas, Tintori voltou a Altagracia em um pequeno avião, acompanhada pelos candidatos Rummi Olivo e Carlos Prosperi. Ao aterrissar, a aeronave de seu chefe de imprensa apresentou falhas e, segundo Abraham Fernández, dirigente local do partido Primeiro Justiça, os ocupantes estavam muito abalados porque isso poderia ter resultado em um trágico acidente.

Condenações

Os Estados Unidos condenaram nesta quinta-feira o assassinato de Luis Manuel Díaz e instou o Governo de Maduro a garantir a segurança de todos os candidatos nas eleições de 6 de dezembro. O assassinato de Díaz é “o mais mortífero de uma série de ataques e atos de intimidação recentes contra candidatos da oposição”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, em um comunicado. “As campanhas de medo, violência e intimidação não têm lugar em uma democracia”, agregou e instou, em nome de Washington, o Governo de Caracas a “proteger todos os candidatos políticos”.

Além disso, os Estados Unidos pediram ao Conselho Nacional Eleitoral que “garanta que esta campanha seja realizada de forma que se garanta a completa participação dos venezuelanos”.

A condenação de Washington se soma à realizada de pronto pelo secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que também reclamou o fim da violência ante as eleições legislativas.

“O assassinato de um dirigente político é uma ferida de morte à democracia”, advertiu Almagro. “E uma sucessão de fatos de violência política em um processo eleitoral é a morte de muitas democracias”, agregou em um comunicado, no qual lembrou que a morte de Díaz “não é um episódio isolado”.

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Lilian Tintori, em um ato em Guarico nesta quarta-feira. / F. TRUCEIRO (AFP) | VÍDEO: TWITTER @LILIANTINTORI

 

 

Unasul e OEA condenam assassinato em ato; Maduro se defende, e Tintori denuncia planos (em O GLOBO)
 

CARACAS — A OEA condenou nesta quinta-feira o assassinato de um político opositor venezuelano na quarta-feira durante um comício, a poucos dias das eleições parlamentares no país. O secretário-geral Luis Almagro disse que a morte de Luis Manuel Díaz, do partido Ação Democrática (AD), é uma “ferida de morte à democracia”. O dirigente foi atingido por tiros disparados de um carro em movimento enquanto participava de um ato de campanha na cidade Altagracia de Orituco, estado de Guárico, e não resistiu aos ferimentos. Na ocasião, ele estava junto a mulher do líder opositor Leopoldo López, Lilian Tintori, que ofereceu condolências à família da vítima. Ela também foi hostilizada no local e acusou o governo de orquestrar tentativas de matá-la.

— O assassinato de um dirigente político é uma ferida mortal na democracia e uma sucessão de atos de violência política em um processo eleitoral é a morte da democracia. O que ocorreu não é um episódio isolado, mas parte de outros ataques realizados contra dirigentes políticos em uma estratégia que procura amedrontar os opositores — disse Almagro.

 
 

O secretário-geral da OEA disse ainda que não deve haver mais mortos e nem mais ameaças até as eleições.

— Na realidade o temor chega à sociedade inteira e estremece toda a comunidade internacional. Cada morto na Venezuela dói hoje em toda a América.

PAPEL DE PARTIDÁRIOS

Segundo o líder nacional da legenda AD, homens armados em um veículo dispararam contra Luis Díaz, chefe do partido em Altagracia de Orituco. Logo em seguida, ele informou sobre a morte nas redes sociais.

“Ele acaba de ser assassinado por arma de fogo”, disse Henry Ramos Allup no Twitter.

Allup denunciou que partidários do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) estariam envolvidos no crime, mas não apresentou provas para reforçar as acusações. A coligação do governo ainda não fez comentários sobre o caso. Mas na quarta-feira, o presidente do Parlamento e número dois do chavismo, Diosdado Cabello, chamou de “montagens” os ataques denunciados recentemente pela oposição.

— A nova moda é: grupos armados do chavismo atacaram não sei quem. Esta já conhecemos — disse Cabello em seu programa semanal de televisão, onde também repreendeu Macri por pedir a suspensão da Venezuela no Mercosul.

O governo venezuelano já reagiu contra as declarações de Allup: o chefe de campanha do Grande Polo Patriótico (coalizão que apoia Maduro), Jorge Rodríguez, abriu uma ação contra o opositor, dizendo que ele está difamando o governo com as falas.

CONDENAÇÃO E DEFESA

Mais cedo, a missão de observação eleitoral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), instalada na Venezuela desde a semana passada, lamentou em um comunicado a morte do opositor e expressou repúdio a todo tipo de violência que possa afetar o processo eleitoral. A organização também pediu uma investigação do caso, com o objetivo de evitar a impunidade.

Maduro se pronunciou sobre o crime, dizendo que ele se tratou de um "ajuste de conta de criminosos".

— Ontem à noite houve um incidente lamentável em Guárico. Transmito minhas condolências à família do falecido. As investigações começaram, o ministro do Interior já tem elementos que aponta para um ajuste de contas entre bandos criminosos rivais. Testemunhos e a investigação provam que a acusação temerária é falsa — ele disse, antes de chamar de "lixo" as declarações de Almagro.

Em um comunicado, o Departamento de Estado dos EUA mandaram uma mensagem clara à Venezuela por proteção ao processo político.

— Pedimos que o governo garanta a proteção de todos os candidatos e pedimos que o Conselho Nacional Eleitoral assegura o respeito o processo para todo o povo — disse o porta-voz John Kirby. — Campanhas de medo, violencia e intimidação não cabem numa democracia.ópez, participa de ato de campanha no estado de Guarico na quarta-feia. 

TINTORI: 'QUEREM ME MATAR'

A mulher de López, em uma turnê nacional denunciando abusos contra os direitos civis e divulgando o caso de seu marido, deu mais detalhes sobre o “terror, o assédio e a violência”.

— Foi tudo planejado. O encarregado de disparar esperou a imprensa sair antes de fazê-lo. Minha vida se encontra em perigo. O tiroteio aconteceu muito perto de mim. Vou denunciar na Procuradoria-Geral, já que temos as provas.

Tintori afirmou ainda que o avião onde estava acabou pegando fogo porque os freios teriam sido removidos e ele acabou tendo que forçar impacto na fuselagem.

— Se fosse em outro aeroporto, todos a bordo teriam morrido. Não me resta dúvida de que isto foi planejado.

VIOLÊNCIA PERSISTE

Os venezuelanos comparecerão às urnas em 6 de dezembro para escolher os 167 deputados de uma Assembleia unicameral, controlada pelo chavismo há 16 anos. De acordo com várias pesquisas, a opositora MUD - da qual faz parte o partido Ação Democrática - lidera as intenções de voto com uma vantagem de 14 a 35 pontos, mas o presidente Nicolás Maduro afirma ter um “voto firme” de 40%.

“Exigimos una investigação imediata, profunda, profissional e independente”, disse a MUD em um comunicado.

A coligação já havia acusado o governo antes de estimular a violência na campanha. Durante o final de semana, um grupo da oposição foi atacado a tiros por homem encapuzados durante um evento de campanha em Caracas. Os dirigentes apontam que os criminosos seriam simpatizantes do governo. Ja são oito ataques em 12 dias.


 

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Fonte:
Reuters + VEJA + EL PAÍS/O GLOBO

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