O PT tomado pela Polícia e o negro que passa de bicicleta (por REINALDO AZEVEDO)

Publicado em 24/06/2016 03:17
Observem: o PT, com o auxílio de outros partidos, já assaltava o país de maneira organizada, determinada, metódica, profissional nas Petrobras da vida. O crédito consignado, uma das pequenas vantagens obtidas pelos pobres que não dependiam da caridade oficial, poderia, vá lá, com alguma delicadeza da máfia, ter sido preservado da sujeira. (na veja.com.br)

Vejam esta foto, da Agência Brasil...

Lidos seus elementos da maneira como devem, a imagem encerra um pequeno ensaio sobre o nosso tempo.

São Paulo - Polícia Federal faz buscas na sede do PT em São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

São Paulo – Polícia Federal faz buscas na sede do PT em São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Ao fundo, onde se encontra o foco da imagem, a sede do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, em que predomina o vermelho da distopia socialista. À porta, homens fortemente armados. Naquele momento, a Polícia Federal realizava lá um mandado de busca e apreensão. Ali está a sede do partido que, inequivocamente, chefiou o mensalão e o petrolão, etapas distintas de um mesmo assalto ao poder.

No primeiro plano, um jovem negro passa de bicicleta. É uma personagem incidental. Sua imagem é mais veloz, mas está claro: não é ele a personagem da notícia. E, em se tratando de PT, nunca foi.

Dia desses, num de seus discursos detestáveis, Dilma vituperava contra o governo Temer, formado, segundo ela, de brancos, ricos e velhos. Ao PT, sempre bastou decorar a administração com negros e mulheres para passar, enfim, a impressão de que eles estavam no poder.

Mas quais mulheres? Quais negros? Ora, os que se organizam em sindicatos do pensamento, os que carregam bandeira. Sabem aquele negro que passa, aquele negro incidental, aquele negro sem carteirinha, aquele negro sem pedigree ideológico? Ah, esse não tem importância nenhuma. Afinal, se ele não for um negro petista, um negro militante, um negro sem estandarte, Paulo Henrique Amorim, o jornalista do regime que caiu, poderia tachá-lo de “preto de alma branca”.

O negro de bicicleta se foi, o partido ficou. Ali se tramava contra o futuro do Brasil. Ali se organizava uma das formas do assalto aos cofres públicos que agora vêm à luz com clareza inequívoca: o crédito consignado. Foi um instrumento implementado pela equipe econômica ainda de Palocci para azeitar a economia, mas conferindo razoável garantia de pagamento, o que barateava o custo do dinheiro.

Foi uma ideia do excelente Marcos Lisboa, então secretário de Política Econômica. Da cabeça dos companheiros, convenham, é que não sairia. Eles só sabem tratar de pobre com esmolas. Acham que estes não têm nenhuma contribuição a dar à economia.

Pois bem: aquela que foi, sim, uma das boas ideias do governo Lula estava sendo conspurcada pela companheirada. O eventual benefício que poderia trazer ao negro de bicicleta era só um efeito colateral. Ele não estava no centro das preocupações.

Observem: o PT, com o auxílio de outros partidos, já assaltava o país de maneira organizada, determinada, metódica, profissional nas Petrobras da vida. O crédito consignado, uma das pequenas vantagens obtidas pelos pobres que não dependiam da caridade oficial, poderia, vá lá, com alguma delicadeza da máfia, ter sido preservado da sujeira.

Mas nada escapou. Afinal, o negro de bicicleta passa, vai pro seu trabalho, vai cuidar da vida.

Mas o partido, imaginava-se, permaneceria ali, plantado, sólido, a esmagar pra sempre as nossas chances de futuro.

Que nojo dessa gente!

 

“Deus está morto, Nietzsche está morto, Marx está morto…”

Como se chama mesmo a mais recente fase da Operação Lava Jato, que, no entanto, se quer uma operação independente? Custo Brasil. Ela é deflagrada um dia depois de Deltan Dallagnol comparecer a uma audiência na Câmara para defender o polêmico projeto do MP com as 10 medidas de combate à corrupção. Ao longo dos dias, veremos por que polêmico. Não é esse o objeto deste texto.

No discurso que fez na Câmara, Dallagnol ensinou aos deputados que a corrupção é uma “serial killer”, que mata criancinhas, põe buracos nas estradas, leva à falta de medicamentos nos postos, aumenta a pobreza, induz aos crimes de rua. Chegou a citar a morte de uma pessoa na Bahia porque recebeu tardiamente um medicamento, com data vencida e a preço superfaturado. Faltava a moral da história, e Dallagnol deu: “A corrupção mata”.

Ou por outra: um dia depois de o coordenador da Lava-Jato dizer na Câmara que a corrupção responde pelo chamado “Custo Brasil”, é deflagrada, então, a “Custo Brasil”, que prende o peixão mais graúdo do PT até agora: Paulo Bernardo. Pode ter um papel no PT menos estruturante do que Vaccari, mas é o companheiro preso que ficou mais tempo na Esplanada dos Ministérios e serviu tanto a Lula como a Dilma.

Isso quer dizer alguma coisa?

Ah, quer dizer, sim, ora essa! A Operação Lava Jato, nas suas três faces — Ministério Público, Polícia Federal e Justiça (Sergio Moro) —, é a única força política hoje estruturada no país e que consegue atuar com elementos táticos — de curo prazo e apelo midiático — e estratégicos. Os rapazes do MP já deixaram claro que têm uma ideia na cabeça e uma caneta na mão: refundar a República. E estão avançando.

É evidente que, quando se associa o nome da nova fase ao discurso feito no dia anterior, estabelece-se um nexo entre as duas coisas. Estamos diante de um sentido.

A Lava-Jato, por seu turno, vai gerando crias, como é o caso das Operações Turbulência e Custo Brasil. A primeira atinge a campanha de Eduardo Campos-Marina Silva e o PSB. Mesmo que pescado pelo pé e ainda que, por ora ao menos, na periferia do furação, o PSDB também já foi tragado. O PMDB está com múltiplas escoriações.

Lembro-me de uma frase que citávamos muito ali pelo fim dos anos 1980, quando se falava da crise das ideologias. Há variantes. A repetida na minha turma era assim: “Deus está morto, Nietzsche está morto, Marx está morto, e eu mesmo não ando me sentindo muito bem…”. É mais ou menos esse o clima em Brasília e em toda parte.

Até outro dia, aqui e ali, alguns falavam em novas eleições… Pensem na cena, senhoras e senhores! Como indagaria Noel Rosa, “com que roupa?”. A vida, afinal, não está sopa, não é mesmo? Se o candidato não for Dallagnol, podemos considerar as hipóteses de Levi Fidelix, José Maria Eymayel, Eduardo Jorge… Luciana Genro não dá. O PSOL já é establishment demais!!!

Que tempos, né?

Como num conto de Lygia Fagundes Telles, “vivos e mortos, desertaram todos”.

 

O DIA DA CONSAGRAÇÃO DE REINALDO AZEVEDO: VAIADO PELOS DESOCUPADOS DA TV BRASIL!!!

Ah, mas que delícia!

A vida tem chateações, decepções, desalentos, melancolias. Mas pode ter também seus momentos de agradável surpresa, gratidão, esperança, euforia.

Aos 54 anos, aprendi a aprender com as duas faces da vida: com as dores e com as delícias. Prefiro estas àquelas, mas, reitero, procuro fazer com que as duas melhorem a minha compreensão. Só lamento o óbvio: quanto mais sabemos, menos tempo nos resta.

Na terça-feira, houve uma patuscada na Câmara, disfarçada de audiência pública, para debater os caminhos da EBC, em especial da TV Traço, a TV Brasil, que consome R$ 250 milhões por ano para não conquistar um miserável ponto no Ibope.

A mesa era composta só de petistas e esquerdistas, viúvas fanáticas do lulo-petismo. A cada três palavras, pronunciavam a palavra “golpe”. Em suma, a EBC está entregue a uma súcia intelectual que não reconhece a Constituição da República Federativa do Brasil.

Atenção! A mesa era a cara da TV Brasil. Só um lado tinha direito a voz.

Um deputado resolveu fazer o contraditório e citou um texto meu. O vídeo segue abaixo. Vejam a partir de 1h56min. Quando ele pronuncia meu nome, a esquerdalha presente, com medo de perder o leite de pata das tetas oficiais, explode numa vaia, tentando impedir o parlamentar de continuar a falar. Assistam:

Glória
Não pode haver maior glória do que ser vaiado por gente mixuruca, por apaniguados, por aproveitadores, por corporativistas, por seres primitivos.

Este colunista, com quatro empregos na iniciativa privada e um quinto a caminho, sente-se honrado por não depender das tetas oficiais.

Num momento em que ditos jornalistas estão a caminho de se sentar no banco dos réus, eu me sinto especialmente honrado. Até porque a minha opinião nesse caso não é nova: fui contra a criação da TV Brasil e defendo agora o seu fechamento.

Os que me vaiaram, com o endosso evidente da mesa, evidenciam por que aquela porcaria tem de ser fechada. Não porque eu seja eu. Mas porque eu sou as minhas ideias. Fosse a TV Brasil aquilo que diz ser, gente como eu encarnaria uma das vozes da emissora. O que se viu ali foi o clima de intolerância, traduzido, entre outras graças, em salários milionários pagos a penas de aluguel.

Eles são a prova de que usam o dinheiro público em proveito próprio e em favor de uma ideologia.

Custo Brasil, custo PT (EDITORIAL DO ESTADÃO)

Custo Brasil virou assunto de polícia. Graças à bandalheira do PT, o sentido dessa expressão foi enriquecido. Deixou de pertencer apenas ao jargão econômico e passou a integrar também o vocabulário criminal.

Durante muito tempo, custo Brasil foi a denominação de uma porção de entraves enfrentados pelos brasileiros quando competem no mercado internacional. Tributação irracional, ineficiência logística, mau preparo da mão de obra, burocracia excessiva, capital muito caro e insegurança jurídica são alguns desses entraves. Governos incompetentes, aparelhamento e loteamento de cargos e um tsunami de corrupção agravaram esses problemas.

Parte dos estragos foi exposta pela Operação Lava Jato. Cada etapa teve um nome diferente. As ações iniciadas na manhã de quinta-feira pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República foram, enfim, batizadas como Operação Custo Brasil. Essa denominação teria sido perfeita desde o começo das investigações.

Bastariam os estragos causados à Petrobrás para mostrar o forte vínculo entre loteamento, corrupção, ineficiência e custos. As denúncias quase sempre deram destaque à relação entre propinas e contratos. Perdas de bilhões foram reconhecidas em demonstrações financeiras. Mas os danos efetivos foram muito além do dinheiro desviado.

Os aumentos de custos com certeza superaram os desvios comprovados nas investigações policiais. Atrasos em obras, assim como seleção de fornecedores sem critérios econômicos, implicam elevação de custos e redução de produtividade.

O enfraquecimento financeiro resultou em maior dificuldade de financiamento e em diminuição do ritmo de investimentos.

Falta calcular e explicitar boa parte desses prejuízos, assim como falta uma devassa completa, por exemplo, dos atrasos de obras e da elevação de custos da Refinaria Abreu e Lima. Nem sempre é possível separar com clareza os danos causados por decisões meramente erradas e aqueles produzidos pela corrupção, mas o parentesco dos dois problemas é inegável no caso da Petrobrás.

É inegável, também, o parentesco entre loteamento, aparelhamento, corrupção e perda geral da produtividade do País. Para esclarecer esse ponto, vale a pena um pequeno lembrete. O crescimento econômico depende, a longo prazo, da taxa de investimento e da eficiência produtiva de cada real investido. Esses dois fatores, no Brasil, são muito insatisfatórios e com certeza pioraram nos últimos anos.

O mais comentado é a taxa de investimento fixo, indicada pela relação entre os recursos aplicados em capital fixo (máquinas, equipamentos e construções) e o Produto Interno Bruto (PIB). Essa relação tem oscilado há muito tempo entre 17% e 20% do PIB. Em outros emergentes, mesmo na América Latina, frequentemente supera 25%. Em alguns países da Ásia fica acima de 30%.

Muito menos comentada é a questão da produtividade do investimento. Se obras demoram muito além do normal, como é frequente no Brasil, e se a sua qualidade é deficiente, cada real investido se torna muito menos produtivo do que poderia ser. Políticas protecionistas, elevando os preços de máquinas, equipamentos e insumos diversos, produzem dano semelhante.

Em suma, no Brasil investe-se pouco e com muito desperdício de recursos – e parte dessa lambança é explicável pela baixa qualidade da administração, aparelhada, loteada e vulnerável a todo tipo de irregularidade. A Operação Lava Jato, apesar de sua extensão e das muitas condenações, mostra só uma parte da bandalheira instalada no País.

O custo Brasil, velho pesadelo de empresários e assunto há muito debatido por economistas, é muito mais que uma ampla coleção de problemas técnicos.

Mesmo questões técnicas, como a tributação inadequada, podem ser muito desafiadoras, por causa da oposição de interesses, por exemplo, regionais. Mas o caso brasileiro é especial, porque o custo Brasil está associado também à degradação política da gestão pública. Bem poderia, por isso, ser também chamado custo PT.

 

Como o esquema de Paulo Bernardo abastecia o caixa dois do PT

Por Eduardo Gonçalves, na VEJA.com:
O esquema de corrupção montado no Ministério do Planejamento durante a gestão de Paulo Bernardofoi usado para abastecer o caixa do Partido dos Trabalhadores, segundo os autos do inquérito da Operação Custo Brasil deflagrada nesta quinta-feira. Entre os destinatários da propina, aparecem os nomes dos ex-tesoureiros do PT Paulo Ferreira e João Vaccari Neto (um sucedeu ao outro no cargo) e do ex-vereador petista Alexandre Romano, o Chambinho, que fechou acordo de delação premiada com a Lava Jato e cujos depoimentos fundamentam a operação de hoje. De acordo com as apurações, os três eram responsáveis por arrecadar dinheiro em nome do partido. Os tesoureiros tiveram a prisão preventiva decretada, junto com a do ex-ministro, pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

O objeto principal da operação é um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Consist e o Ministério do Planejamento, em 2010. A empresa em questão prestaria assessoria na gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores da pasta. Como taxa de administração, os funcionários pagavam à Consist 1 real em cada parcela, enquanto o custo seria de 30 centavos, conforme os investigadores. Esse sobrepreço, que teria alcançado a cifra de 100 milhões de reais entre 2010 e 2015, era repassado para o bolso de políticos, como os ex-ministros Paulo Bernardo e Carlos Gabas, operadores do esquema e, principalmente, para o PT, por meio de dezenas de empresas-fantasmas.

O dinheiro endereçado ao partido foi intermediado inicialmente pela empresa de fachada CRLS Consultoria e Eventos, depois pela PolitecTecnologia da Informação, e, por fim, pela Jamp – as três teriam sido indicadas por Vaccari. Essa última é ligada ao lobista – e agora delator – Milton Pascowitch, que já disse à Lava Jato ter entregue dinheiro em espécie na sede do PT. Diretores da Consist relataram aos investigadores que “não houve qualquer prestação de serviço” correspondente aos pagamentos. O valor recebido por essas empresas foi de pouco mais de 10 milhões de reais em prol do PT.

Segundo os autos, após deixar o cargo de tesoureiro, Paulo Ferreira teria orientado Romano a “tratar do tema Consist” com Vaccari Neto, que havia assumido o seu lugar. Um dos argumentos que baseiam o pedido de prisão de Ferreira é que ele teria tentado “interferir” no depoimento de Pascowitch, “afinando [com ele] o discurso” a ser dito às autoridades – o que caracteriza, portanto, tentativa de obstrução das investigações.

Alexandre Romano, por sua vez, teria indicado para os repasses as empresas NSG TI Solution, SWR Informática, Instituto João Bastita Romano, Logix 8 Participações, Link Consultoria Empresarial, SX Comunicação e Portanova e Advogados Associados. Segundo o inquérito, parte do dinheiro era remetido a ele “por sua atuação como lobista junto ao Partido dos Trabalhadores”. Em coletiva, o procurador da República Andrey Borges afirmou que 80% da propina destinada a Romano ficava com o PT. Não é possível precisar o valor total do esquema recebido pelo partido, pois o dinheiro passava pela conta de diversas empresas até chegar ao seu destino final.

Paulo Bernardo
Em relação aos pagamentos feitos ao ex-ministro Paulo Bernardo, as evidências colhidas pelos investigadores são mais claras. A PF identificou, por meio de cerca de 100 notas fiscais apreendidas, um repasse de 7.170.031,74 reais para o escritório do advogado Guilherme Gonçalves, que prestou assessoria jurídica às campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-RR), mulher de Paulo Bernardo. Oitenta por cento desse valor seria destinado a pagar despesas do ex-ministro, como, por exemplo, a renumeração de um assessor, do motorista e do próprio advogado.

Segundo a procuradoria, o acerto inicial era de que Paulo Bernardo receberia 9,6% do total do faturamento da Consist. Quando ele deixou o Ministério do Planejamento, em 2011, para assumir o das Comunicações, a propina destinada a ele foi reduzida para 4,8%, e entre 2014 e 2015, baixou novamente para 2,9%. Quem teria assumido o seu posto como mantenedor do esquema foi o então secretário de Gestão do Planejamento, Valter Correia da Silva, que no passado deixou o cargo para ser secretário de Gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). Nesta quinta, ele pediu exoneração do cargo para se defender no caso.

Por Eduardo Gonçalves, na VEJA.com:
O esquema de corrupção montado no Ministério do Planejamento durante a gestão de Paulo Bernardofoi usado para abastecer o caixa do Partido dos Trabalhadores, segundo os autos do inquérito da Operação Custo Brasil deflagrada nesta quinta-feira. Entre os destinatários da propina, aparecem os nomes dos ex-tesoureiros do PT Paulo Ferreira e João Vaccari Neto (um sucedeu ao outro no cargo) e do ex-vereador petista Alexandre Romano, o Chambinho, que fechou acordo de delação premiada com a Lava Jato e cujos depoimentos fundamentam a operação de hoje. De acordo com as apurações, os três eram responsáveis por arrecadar dinheiro em nome do partido. Os tesoureiros tiveram a prisão preventiva decretada, junto com a do ex-ministro, pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

O objeto principal da operação é um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Consist e o Ministério do Planejamento, em 2010. A empresa em questão prestaria assessoria na gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores da pasta. Como taxa de administração, os funcionários pagavam à Consist 1 real em cada parcela, enquanto o custo seria de 30 centavos, conforme os investigadores. Esse sobrepreço, que teria alcançado a cifra de 100 milhões de reais entre 2010 e 2015, era repassado para o bolso de políticos, como os ex-ministros Paulo Bernardo e Carlos Gabas, operadores do esquema e, principalmente, para o PT, por meio de dezenas de empresas-fantasmas.

O dinheiro endereçado ao partido foi intermediado inicialmente pela empresa de fachada CRLS Consultoria e Eventos, depois pela PolitecTecnologia da Informação, e, por fim, pela Jamp – as três teriam sido indicadas por Vaccari. Essa última é ligada ao lobista – e agora delator – Milton Pascowitch, que já disse à Lava Jato ter entregue dinheiro em espécie na sede do PT. Diretores da Consist relataram aos investigadores que “não houve qualquer prestação de serviço” correspondente aos pagamentos. O valor recebido por essas empresas foi de pouco mais de 10 milhões de reais em prol do PT.

Por Eduardo Gonçalves, na VEJA.com:
O esquema de corrupção montado no Ministério do Planejamento durante a gestão de Paulo Bernardofoi usado para abastecer o caixa do Partido dos Trabalhadores, segundo os autos do inquérito da Operação Custo Brasil deflagrada nesta quinta-feira. Entre os destinatários da propina, aparecem os nomes dos ex-tesoureiros do PT Paulo Ferreira e João Vaccari Neto (um sucedeu ao outro no cargo) e do ex-vereador petista Alexandre Romano, o Chambinho, que fechou acordo de delação premiada com a Lava Jato e cujos depoimentos fundamentam a operação de hoje. De acordo com as apurações, os três eram responsáveis por arrecadar dinheiro em nome do partido. Os tesoureiros tiveram a prisão preventiva decretada, junto com a do ex-ministro, pela 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

O objeto principal da operação é um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Consist e o Ministério do Planejamento, em 2010. A empresa em questão prestaria assessoria na gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores da pasta. Como taxa de administração, os funcionários pagavam à Consist 1 real em cada parcela, enquanto o custo seria de 30 centavos, conforme os investigadores. Esse sobrepreço, que teria alcançado a cifra de 100 milhões de reais entre 2010 e 2015, era repassado para o bolso de políticos, como os ex-ministros Paulo Bernardo e Carlos Gabas, operadores do esquema e, principalmente, para o PT, por meio de dezenas de empresas-fantasmas.

O dinheiro endereçado ao partido foi intermediado inicialmente pela empresa de fachada CRLS Consultoria e Eventos, depois pela PolitecTecnologia da Informação, e, por fim, pela Jamp – as três teriam sido indicadas por Vaccari. Essa última é ligada ao lobista – e agora delator – Milton Pascowitch, que já disse à Lava Jato ter entregue dinheiro em espécie na sede do PT. Diretores da Consist relataram aos investigadores que “não houve qualquer prestação de serviço” correspondente aos pagamentos. O valor recebido por essas empresas foi de pouco mais de 10 milhões de reais em prol do PT.

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo, veja.com

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