Café: Cotações do arábica na Bolsa de Nova York avançam mais de 100 pts nesta manhã de 6ª feira

Publicado em 22/01/2016 08:22

As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estendem os ganhos da sessão anterior nesta manhã de sexta-feira (22). O mercado registra recompras de fundos, após cair mais de 400 pontos na quarta-feira acompanhando o cenário macroeconômico e a divulgação da Conab para a safra 2016/17 do Brasil.

Por volta das 09h15, o vencimento março/16 tinha 115,80 cents/lb com alta de 140 pontos, o maio/16 registrava 118,10 cents/lb com avanço de 150 pontos. Já o contrato julho/16 operava com 119,95 cents/lb, enquanto o setembro/16 anotava 121,90 cents/lb, ambos com valorização de 130 pontos.

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Os contratos futuros do café arábica fecharam com alta acima de 200 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), após despencarem mais de 400 pontos na sessão anterior. Mesmo com mais um dia marcado pelo mau humor no cenário macroeconômico – fator que pressionou o mercado ontem –, as cotações encontraram suporte técnico e os operadores também voltaram a se basear mais em fundamentos.

Os lotes com vencimento para março/16 registraram 114,40 cents/lb com avanço de 280 pontos, o maio/16 teve 116,60 cents/lb com avanço de 270 pontos. Já o contrato julho/16 registrou 118,65 cents/lb com alta de 230 pontos e o setembro/16 teve 120,60 cents/lb com valorização de 265 pontos.

De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, apesar de toda essa indefinição no cenário macroeconômico, o café vem se comportando de maneira inteligente. "Na semana passada, quando o mercado internacional 'derreteu', o mercado caiu junto tanto em Nova York quanto em Londres. Mas hoje isso não aconteceu, o que mostra que o café é um dos poucos ativos que ainda tem força", explica o analista. Ele ainda pondera que no cenário fundamental o café tem demanda forte e os estoques estão baixos – o que poderia dar suporte às cotações.

Apesar da recuperação nas cotações do arábica hoje, segundo agências internacionais, os fundamentos de mercado – safra 2016/17 alta para o Brasil – e o câmbio ainda repercutem entre os operadores. O dólar teve o maior patamar de fechamento na história do real e chegou a bater R$ 4,1737 na máxima da sessão, após a decisão do Copom de manter os juros em 14,25% ao ano e as dúvidas em relação a política monetária do Brasil. A moeda estrangeira encerrou a sessão cotada R$ 4,1655 na venda com avanço de 1,47%.

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Com relação a forte queda registrada na Bolsa de Nova York ontem, que fez o mercado tocar os níveis mais baixos em dois anos, de acordo com o diretor de commodities do Banco Société Générale, Rodrigo Costa, os investidores "reduziram posições diante de alguns acontecimentos no começo do ano, como a desvalorização da moeda chinesa, a queda do petróleo, o fim do embargo ao Irã – que irá exportar mais petróleo – e uma perspectiva de crescimento mundial abaixo do esperado", explica.

Outra informação que também acabou pressionando os preços foram os dados de exportação recorde no Brasil, que, para os operadores, apontam abundância de oferta. "O câmbio favorável desencadeou uma negociação de café mais acentuada, sinalizando que o País ainda tem um estoque razoável para ser comercializado, e refletindo em venda por parte dos hedgers", ressalta Rodrigo Costa.

Ontem também houve a divulgação da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para a safra 2016/17 do Brasil. A Instituição estima produção de até 51,94 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, podendo ser um recorde para o País.

Com relação ao desenvolvimento da safra 2016/17 do Brasil, o clima continua beneficiando as lavouras de arábica. De acordo com mapas climáticos da Somar Meteorologia, uma frente fria e instabilidades tropicais no interior do Brasil causam chuva forte nesta quinta-feira no Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais, sul da Bahia e em parte do Cerrado Mineiro.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as chuvas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras de arábica em Minas Gerais e São Paulo. Já no Paraná, os produtores têm relatado problemas com os tratos os culturais por conta das fortes precipitações. Para o robusta, a situação melhorou um pouco nos últimos dias, com chuvas neste final de semana no Espírito Santo, maior estado produtor da variedade no Brasil.

Mercado interno

No físico, os negócios com café foram isolados nesta quinta-feira. Mas de acordo com Marcus Magalhães, os preços seguem firmes em reais para o produtor por conta da alta do dólar.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 551,00 e alta de 0,92%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com alta de 5,45% e saca a R$ 542,00.

O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 553,00 a saca e avanço de 0,91%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 4,47% e R$ 514,00.

O tipo 6 duro teve maior valor de negociação na cidade de Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca e alta de 0,99%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com avanço de 4,60% e saca cotada a R$ 500,00.

Na quarta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 475,22 com queda de 1,75%.

Bolsa de Londres

As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, tiveram leve queda nesta quinta-feira, após o tombo de ontem em meio a expectativa de ampla oferta do maior produtor da variedade, o Vietnã, e pela fraqueza generalizada das commodities.

O contrato março/16 registrou US$ 1362,00 por tonelada com baixa de US$ 4, o maio/16 teve US$ 1395,00 por tonelada com recuo de US$ 4 e o vencimento julho/16 anotou US$ 1423,00 por tonelada com desvalorização de US$ 8.

Na quarta-feira (20), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 389,30 com avanço de 0,58%.

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Tags:
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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