Café: Bolsa de Nova York fecha praticamente estável nesta 3ª feira após testar máximas de 19 meses na semana passada

Publicado em 27/09/2016 17:21

Após oscilarem dos dois lados da tabela, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta terça-feira (27) praticamente estáveis, mas ainda permanecem do lado azul da tabela e próximas do patamar de US$ 1,55 por libra-peso. O mercado segue influenciado pelas incertezas na safra 2017/18 de café do Brasil, realiza ajustes técnicos, mas também é influenciado pelo câmbio, que impacta diretamente nas exportações da commodity.

O contrato dezembro/16 encerrou a sessão desta segunda-feira cotado a 153,70 cents/lb com 15 pontos de avanço, o março/17 registrou 157,00 cents/lb também com 15 pontos de avanço. Já o vencimento maio/17 fechou o dia cotado a 158,85 cents/lb com 10 pontos positivos, enquanto o julho/17 anotou 160,55 cents/lb com 15 pontos de alta.

Para o analista de mercado da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, o fechamento praticamente estável do mercado na sessão de hoje representa um natural movimento de ajuste. "Após testar alta nos últimos dias, quando ficou acima de US$ 1,60 por libra-peso repercutindo a questão climática no Brasil e o dólar, o mercado devolveu um pouco dos ganhos e agora acontece uma acomodação nas cotações", explica o analista.

Na semana passada, os futuros do arábica testaram o patamar de US$ 1,65/lb, máximas de 19 meses, mas depois passaram a recuar diante de ajustes técnicos e com pressão do câmbio, até atingirem US$ 1,50/lb. Apesar da acomodação no mercado na sessão de hoje, o clima no Brasil continua chamando a atenção dos operadores externos. "Com os estoques baixos, o mercado se movimenta diante de qualquer incerteza sobre o próximo ciclo produtivo, que já não começou tão bem", afirma Barabach.

Agências internacionais também confirmam essa preocupação com o clima no terminal externo. "Ainda está muito seco em importantes regiões produtoras do Brasil, onde a florada deve aparecer nos próximos dias. Nas regiões de robusta, ela está muito atrasada", disse Michaela Kuhl, analista do Commerzbank à agência internacional de notícias Reuters. "Levando em conta as quebras de produção nas duas últimas safras isso não é um bom presságio", reportou o site Agrimoney ontem (26).

Após chuvas dispersas no Espírito Santo, Cerrado e Zona da Mata de Minas Gerais no início da semana, mapas climáticos já apontam o retorno do tempo mais seco e altas temperaturas na maioria das áreas produtoras de café do país. Com a chegada de uma frente fria no fim da semana, áreas do Espírito Santo e Minas Gerais podem voltar a ter chuvas.

Para o meteorologista e pesquisador em Agrometeorologia e Climatologia da Embrapa Café (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), Williams Pinto Marques Ferreira, a produção de café do Brasil na safra comercial 2017/18 deverá ser influenciada pelas condições climáticas nos próximos meses e, consequentemente, pelo La Niña.

"Estamos passando por um período de neutralidade, após o encerramento do El Niño e com grande possibilidade de La Niña. Enquanto não há a confirmação desse fenômeno climático, os próximos meses devem ser de muita instabilidade, característica típica da estação da primavera, que é uma estação de transição entre o período mais frio e o mais quente do ano", explica Ferreira.

O dólar comercial, que impacta diretamente nas exportações da commodity brasileira, exerceu pouca influência sobre o mercado do arábica nesta terça-feira, mas ainda assim contribui para dar suporte aos preços externos do grão. Às 15h10, o dólar comercial caía 0,31%, vendido a R$ 3,2371, repercutindo as novidades na corrida política dos Estados Unidos e o relatório de inflação do Banco Central fomentar um corte taxa de juros no Brasil.

Mercado interno

No Brasil, os negócios com café ainda não ganharam ritmo. O produtor brasileiro segue esperando por melhores patamares para voltar às praças de comercialização mais ativamente. "O mercado se firmou em cerca de R$ 500,00 a saca nos cafés melhores. Esse é um preço que já reflete as incertezas na safra 2017/18 de café, mas que poderia estar mais alto não fosse o dólar", explica Barabach.

O tipo cereja descascado fechou o dia com maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 590,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 2,71% e saca a R$ 542,00.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 590,00 a saca e avanço de 0,85% – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,98% e saca a R$ 515,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Araguari (MG) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia ocorreu no Oeste da Bahia (AIBA) com baixa de 1,47% e saca a R$ 502,50.

Na segunda-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 504,65 e queda de 1,66%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, para o café robusta fechou o pregão desta terça-feira com alta expressiva. O contrato setembro/16 anotou US$ 1995,00 por tonelada com alta de US$ 20, o novembro/16 teve US$ 1995,00 por tonelada com avanço de US$ 20 e o janeiro/17 anotou US$ 2015,00 por tonelada com US$ 18 positivos.

Na segunda-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 444,14 com queda de 0,67%.

Segundo Gil Carlos Barabach, a alta nos preços do robusta no Brasil está ligada a oferta limitada do produto. Nos últimos dias, o tipo 7 do grão chegou a R$ 455,00 a saca em Vitória, no Espírito Santo. É o maior valor já registrado pela consultoria na localidade.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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