Agravamento da seca no Quênia prejudica produção de café

Publicado em 16/01/2017 09:25

O início tardio da segunda estação chuvosa no Quênia atrasou a floração do café e a seca subsequente prejudicará o tamanho e a qualidade da cultura arábica no país, alertou uma agência governamental.

A nação, que é a maior exportadora mundial de chá preto, já disse que pode falhar no planejamento de elevar a produção de chá em 25% para 500 milhões de kg, caso o período de seca que começou mais cedo em 2016 persista.

"Com essas condições, esperamos que a produção de café diminua", disse Harrison Mugo, diretor do Coffee Research Institute, por telefone, da capital Nairobi.

Enquanto o Quênia cresce muito pouco na produção de café em comparação com outros produtores regionais, como a Etiópia e Uganda, seus grãos são apreciados globalmente e são frequentemente utilizados em blends. Suas exportações tiveram incremento de 15% na safra atual desde setembro de 2016 para 44 mil toneladas.

A agricultura no Quênia é predominantemente irrigada e representa um quarto da economia de US$ 69,2 bilhões. O setor contribuiu com 3,9% de crescimento para o produto interno bruto no terceiro trimestre de 2016, depois de uma queda na produção de chá e café, em comparação com 5,5% no ano anterior, de acordo com o Kenya National Bureau of Statistics.

As chuvas entre novembro e janeiro foram ruins, disse James Oduor, diretor executivo do National Drought Management Authority.

'Situação ruim'

O governo pode gastar mais de 21,5 bilhões de shillings (US$ 208,7 milhões) para dar suporte a 1,3 milhão de pessoas até o final de julho, isso se uma pesquisa neste mês não mostrar que mais pessoas estão necessitadas, disse Oduor.

"A seca será grave", disse ele por telefone de Nairobi. "Estamos preparados com uma situação ruim até o final de julho".

A falta de chuvas na próxima temporada pode ser catastrófica para a economia e se alimenta da inflação passada da meta do governo de 7,5%, com os preços já sob a pressão de uma moeda local em declínio e aumento do valor bruto, de acordo com Faith Atiti, economista sênior do Banco Comercial da África.

Os preços ao consumidor do Quênia permaneceram dentro da meta do governo de 2,5% para 7,5% desde fevereiro de 2016. A taxa de inflação desacelerou para 6,4% em dezembro de 6,7% no mês anterior, de acordo com a agência estatística.

"Mesmo que a inflação tenha caído em dezembro, isso é temporário", disse Atiti por telefone, de Nairobi. "A seca e o shilling mais fraco soa ruim para uma perspectiva de inflação. Os efeitos em cascata vão bater no núcleo da inflação".

Tradução: Jhonatas Simião

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Fonte:
Bloomberg

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