Ritmo lento de vendas de carnes restringe valorizações das matérias primas

Publicado em 24/10/2016 07:09

Boi Gordo: Mercado diminuiu a força, mas a oferta limitada de animais dificulta queda no preço

Por Felippe Reis, zootecnista da Scot Consultoria

Com o lento escoamento da carne no atacado o mercado do boi gordo perdeu a força dos últimos dias. Porém, a oferta restrita de boiadas tem deixado pouco espaço para quedas.

Em São Paulo, apesar de um mercado menos firme em relação ao início da semana, ainda há frigoríficos ofertando preços acima da referência, a fim de alongar as programações de abate.

Este cenário, de lento escoamento no atacado e oferta limitada de animais terminados, vem mantendo o mercado do boi gordo andando de lado em boa parte das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria.

Contudo, a oferta restrita e a alta ociosidade das indústrias mantêm os estoques enxutos e colabora com um mercado ainda firme, apesar da tentativa de pagar preços menores por parte dos frigoríficos.

A margem das indústrias que não desossam (Equivalente Scot Desossa) teve recuo na semana e está em 20,0%. Queda de 3,8 pontos percentuais na comparação com o fechamento da semana anterior.

Suíno Vivo: Semana encerra com queda de preços em MT, após dias de estabilidade nas principais praças

Por Sandy Quintans

Após semana de estabilidade, as cotações para o suíno vivo registraram queda nesta sexta-feira (21). Em Mato Grosso, a referência de negócios passou de R$ 3,25/kg para R$ 3,23/kg. Nas demais regiões, o cenário de manutenção nas cotações, enquanto as exportações seguem em ritmo positivo na semana.

Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), na semana o mercado registrou lentidão, mesmo com a recuperação da competitividade da proteína diante das carnes de frango e boi.“Segundo colaboradores do Cepea, apesar da maior competitividade, o ritmo de vendas de carne suína está lento, limitando reajustes nos valores. Assim, o preço pago ao produtor também custa a reagir no mercado independente”, explica o boletim.

A Scot Consultoria também aponta que o mercado está andando de lado nos últimos dias, com registro de dificuldades também no atacado, com a carcaça suína valendo R$ 6,00/kg – o que representa uma queda de 13% em um ano."Neste momento do mês, os compradores já começaram a se mostrar mais receosos em suas aquisições, pois o consumo tende a ser prejudicado na segunda quinzena, quando ocorre um declínio no poder aquisitivo da população", aponta a consultoria.

O analista da Safras & Mercado, Allan Maia, explica que a demanda está abaixo das expectativas, impedindo a retomada de preços no cenário doméstico. ”Nem mesmo os excelentes números da exportação são suficientes para a retomada do movimento de alta”, acrescenta.

O presidente da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos), Valdomiro Ferreira, explica que a tendência de preços não é positiva, em que produtores têm encontrado resistência em repassar altas devido aos problemas econômicas do país.

"Em médio a curto prazo, as expectativas não são muito boas. O consumidor final está descapitalizado, trazendo dificuldades para repassar os preços. Por isso devemos ter uma certa estabilidade para o final do ano", explica Ferreira em entrevista divulgada pela ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos).

Preços

Diante deste cenário, o mercado enfrentou mais uma semana de cotações inalteradas em grande parte das praças de comercialização. Segundo o levantamento semanal de preços realizado pelo economista doNotícias Agrícolas, André Lopes, a única mudança de preços ocorreu em Mato Grosso, após o recuo de 0,62% na semana.

Na praça paulista, a definição de preços voltou a fechar entre R$ 77 e R$ 79/@, equivalente a R$ 4,11 a R$ 4,21 pelo quilo do vivo. Em Santa Catarina, a referência seguiu em R$ 3,90/kg, apesar de parte das regiões do estado registrar negócios abaixo deste valor – segundo informações da ACCS.

Já no Rio Grande do Sul, a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou que a média de preços pagos aos produtores independentes permanece em R$ 3,92/kg. Em Minas Gerais, a reunião da bolsa de suínos também manteve a cotação, em R$ 4,20/kg.

Exportações

Enquanto no mercado interno o cenário é de dificuldades, por outro lado, os dados parciais de exportações de carne suína in natura em outubro seguem registrando desempenho superior ao ano passado, segundo divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Até a segunda semana do mês – num total de 9 dias úteis – foram embarcados 27,0 mil toneladas.

Com média diária de 3 mil toneladas, há um acréscimo de 43,4% na comparação com o volume por dia no mesmo período do ano passado e aumento de 0,1% na relação com setembro.  Em receita, os dados apontam para US$ 64,4 milhões, com valor por tonelada em US$ 2.382,2.

Dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) apontam que os embarques registraram alta de 39% em setembro, incluindo todos os produtos (entre in natura e processados). Com isso, foram embarcados 73 mil toneladas no período, totalizando 551,9 mil toneladas nos nove primeiros meses do 2016.

Frango Vivo: Mercado encerra mais uma semana com preços estáveis e com poucas expectativas de reação

Por Sandy Quintans

Nesta sexta-feira (21), o mercado de frango vivo encerra mais uma semana de estabilidade nas principais praças de comercialização. Em todo o mês de outubro e também em setembro não houve mudanças de preços nas granjas e não há perspectivas de acréscimos no curto prazo. No atacado, os preços continuam aquecidos.

Segundo o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, novamente os preços em São Paulo fecham a semana em R$ 3,10/kg e em Minas Gerais a R$ 3,30/kg – região com maior valor praticado. No Rio Grande do Sul, a referência é de R$ 3,00/kg, enquanto Santa Catarina e Paraná trabalham em R$ 2,95/kg.

O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, explica que o mercado registrou mais uma semana de preços acomodados – o que é esperado para o período, quando a demanda pelas proteínas é mais fraca. Apesar disto, o setor espera que na virada do mês uma nova retomada possa acontecer.

Além disto, os atuais patamares de custos de produção – mesmo com reajustes nos últimos meses – trazem a necessidade de repor margens. O último levantamento da Embrapa Suínos e Aves apontou para recuo de 3,55% em relação a agosto, atingindo 211,50 pontos.

Porém no acumulado do ano, a alta é de 6,30% para os custos de produção, enquanto que em 12 meses a variação é de 11,03%. Os dados de nutrição voltam a ser o maior fator de baixa nos gastos de setembro, com recuo de 3,24%.

Por outro lado, no atacado os dados são positivos para a proteína. Segundo o boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os preços de alguns cortes atingiram recordes nominais na série histórica do Centro. “Além da oferta reduzida no mercado doméstico, a demanda externa aquecida contribui para elevar as cotações do produto”, explicam os pesquisadores.

A Scot Consultoria explica que apesar do forte aumento de preços no atacado para o frango abatido, na última semana houve recuo de 8,3% na praça paulista. “Com a retração nas vendas de frango abatido, o que é comum devido ao período do mês, os frigoríficos administram suas aquisições para não acumularem estoque”, aponta o boletim.

Exportações

Os embarques de carne de frango in natura registraram resultado abaixo aos do mês passado nas parciais de outubro, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Até a segunda semana do mês, foram exportados 130,7 mil toneladas, com média diária de 14,5 mil toneladas.

Se compararmos o volume por dia, o resultado atual é inferior em 13,7% ao mês passado, enquanto que em relação a um ano, houve acréscimo de 2,2%. Em receita, os embarques somam US$ 202,3 milhões, com valor por tonelada em US$ 1.547,6.

Para Fernando Henrique Iglesias, o desempenho das exportações está sendo imprescindível para o mercado. “As exportações seguem essenciais na formação dos preços internos, uma vez que quanto maior o volume embarcado, menor a disponibilidade interna”, disse.

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Fonte:
Notícias Agrícolas + Scot

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