Suíno Vivo: Semana termina positiva em quase todas as praças, com bom volume de exportações e comercialização
Nesta sexta-feira (28), os preços para o suíno vivo tiveram recuperação em Santa Catarina, seguindo as altas registradas em outras praças, com o quilo cotado a R$ 3,30. A semana foi de recuperação para o mercado, que começou a esboçar reação com uma melhora na comercialização - com frigoríficos precisando repor estoques – e bom volume de exportações.
Segundo o analista da Safras & Mercado, Allan Maia, nas duas últimas semanas as cotações para o suíno vivo começaram reagir, o que trouxe equilíbrio aos estoques. “Tivemos uma boa recuperação de preço na segunda metade do mês em diante, uma situação até atípica, considerando o histórico do setor, por conta do bom volume de carne suína exportada em julho e da boa demanda interna registrada no Dia dos Pais, o que ajudou a enxugar a oferta”, afirma Maia.
Apesar do bom momento, os atuais patamares estão abaixo em comparação com o mesmo período do ano passado, além ter de ocorrido aumento dos custos de produção. Segundo Cepea, houve queda no poder de compra do suinocultor com as altas no farelo de soja e milho, insumos utilizados na alimentação dos animais.
O Rio Grande do Sul é a praça que apresenta maior diferença de preços em relação a agosto do ano passado, com queda de 24,77%, quando o quilo era negociado a R$ 4,36. Santa Catarina também apresenta disparidade significativa, com redução de 19,51% em comparação com o mesmo período de 2014. Atualmente, a bolsa de suínos do estado catarinense tem a referência de R$ 3,30/kg, enquanto em agosto passado estava em R$ 4,10/kg.
Preços na semana
No levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a praça que apresentou maior valorização foi São Paulo, com aumento de 8,84%. No início da semana a praça paulista definiu os preços entre R$ 70 e R$ 72 por arroba suína – valores equivalentes a R$ 3,74 a R$ 3,94/kg. Assim como na semana anterior, já há negócios acima da referência no estado, o que pode indicar uma nova alta para o início da próxima. Em Brotas (SP) foi realizada a venda de 200 animais ao preço de R$ 73/@.
Santa Catarina também teve valorização expressiva, de 6,45%, com a referência de R$ 3,30/kg. A alta já era esperada no estado, segundo o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, devido a uma melhora na comercialização, inclusive com indústrias procurando suinocultores independentes.
Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná também apresentaram recuperação de preços, melhorando a margem de ganhos dos suinocultores, que tem trabalhado com o maior patamar de custos de produção do ano. Veja no gráfico o saldo da semana nas principais praças de comercialização:
Exportações
O ritmo de embarques tem seguido positivo, apesar de não ter atingido os números de julho, quando houve recorde histórico de exportações. Na segunda-feira (24), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou dados de embarques de carne suína in natura para até a terceira semana de agosto (15 dias úteis).
Em volume, as exportações acumulam 29,8 mil toneladas, com média diária de 2 mil toneladas. Comparando com julho deste ano, os números representam queda de 16,7%, enquanto em relação a agosto de 2014 a média diária apresenta alta de 17,8%. Em receita, os embarques somam US$ 77,8 milhões, com média diária de US$ 5,2 milhões. O valor por tonelada ficou em US$ 2.605,9, que em comparação com agosto do ano passado apresenta baixa de 29,1%.
Segundo Allan Maia, os embarques não devem atingir os números de julho, mas se permanecer neste ritmo poderá atingir 40 mil toneladas. “O fator cambial segue como um ponto favorável às exportações do setor, ajudando também a manter a oferta interna ajustada”, disse.