Avicultores e serviços de vigilância estaduais precisam trabalhar nas medidas de prevenção à influenza aviária

Publicado em 02/10/2015 17:48
Muitos avicultores ainda não se adequaram à Instrução Normativa 56/2007 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que estabelece medidas de biosseguridade em suas propriedades rurais

Brasília (02/10/2015) – As medidas de biossegurança (normas utilizadas na prevenção da introdução no Brasil de Influenza Aviária e Newcastle) estabelecidas pela Instrução Normativa (IN) 56/2007 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) não estão sendo realizadas em grande parte das granjas comerciais dos estados brasileiros. Essa é a preocupação do Grupo Técnico de Sanidade da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que se reuniu, nesta quarta-feira (30/09), em Brasília.

De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Victor Ayres, são dois fatores que contribuem para essa situação: falta de compreensão de todo o setor sobre a magnitude do problema e dificuldade dos avicultores para a implantação das medidas, seja por dificuldade de acesso ao crédito, seja por imposições da norma inexequíveis para algumas granjas. “A gripe aviária ainda não chegou ao Brasil. Mas o risco é eminente”, comentou. No entanto, reforçou o assessor técnico, caso o vírus chegue no país, o importante é não deixar atingir as aves de produção comercial. “É preciso aumentar ainda mais a vigilância das aves migratórias, modernizar as granjas defasadas e criar fundos indenizatórios para reforçar o plano de contingência criado pelo MAPA para o caso da introdução do vírus”, complementou.

Para a consultora em sanidade agropecuária da CNA, Tania Lyra, os avicultores brasileiros e o serviço de vigilância oficial estão em uma corrida contra o relógio. “Atualmente, a América do Sul é o único continente que o vírus da IA ainda não chegou. Contudo, a rota das aves migratórias que vêm do Norte do continente americano, a vasta fronteira com países que não levam questões sanitárias tão a sério, quanto o Brasil, e a presença natural das aves silvestres no meio ambiente tornam o risco eminente”, explicou.

A consultora acrescentou que a disseminação da doença nas granjas de produção comercial pode gerar uma pandemia com perdas irreversíveis da produção brasileira, barreiras sanitárias às nossas exportações e redução do consumo no mercado doméstico, por aversão do consumidor. “Dessa forma, por mais que o vírus chegue ao país via aves silvestres, a proteção das granjas, com medidas de biosseguridade consolidadas para impedir sua entrada na produção, certamente trará conforto e segurança para o mercado doméstico e internacional”, ressaltou Tania Lyra.

Para a consultora da CNA, é preciso seriedade no trabalho preventivo a ser realizado pelos avicultores para mitigar riscos às enfermidades, como a Influenza Aviária (IA) e Newcastle; além da importância das entidades e órgãos na elaboração de condições técnicas viáveis para que todos os avicultores tenham possibilidade de atender aos requisitos necessários de proteção.

Na reunião, algumas tarefas foram estabelecidas, tais como: as federações devem levantar a situação da defesa sanitária de seus estados quanto ao registro de granjas (preconizado pela IN 56/2007) e à vigilância que é realizada.  A CNA terá que formar uma agenda de trabalho junto à Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) para a realização de workshops e treinamentos para produtores, técnicos e veterinários oficiais nos estados; além de ações para a promoção de fundos indenizatórios e para dar agilidade e acessibilidade a linhas de crédito de inovação, como o INOVAGRO.

Participaram do encontro representantes das federações de agricultura e pecuária estaduais, do MAPA e da ABPA, entidade representativa da indústria de frango. A reunião faz parte do Grupo Técnico de Sanidade, criado pela CNA, que reúne sanitaristas e médicos veterinários vinculados às federações.

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CNA

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