Arroz: Preços seguem firmes no RS, apesar de novo leilão

Publicado em 20/01/2014 07:35

Mesmo com as ofertas constantes de arroz em casca no Rio Grande do Sul em janeiro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os preços do cereal fecharam a semana com ligeira alta, segundo o indicador de preços do arroz em casca ESALQ/Bolsa Brasileira
de Mercadorias-BM&FBovespa (50kg – 58x10) para operações à vista. A cotação bateu na casa dos R$ 36,67 nesta sexta-feira, 17/1, segundo este referencial, com valorização de 0,6% no mês, e equivalendo a US$ 15,61 por saca de 50 quilos em casca, pela cotação da moeda estadunidense no dia. No mercado livre gaúcho os preços variam entre R$ 35,80 e R$ 37,00 nas principais praças de comercialização. 

O mercado chegou a sofrer leve estagnação nesta semana, por causa da oferta governamental, e até houve perda de alguns centavos nos preços até a quinta-feira, mas recuperados já na sexta por conta de notícias “altistas”: o dólar apreciado, o bom desempenho das exportações em dezembro e a revalidação da norma estadual gaúcha que prevê vantagens no crédito presumido para as indústrias que adquirirem elevados percentuais do grão dos produtores rio-grandenses. A política cambial também desestimula as importações do Mercosul.

Para a próxima quarta-feira, 22/1, a Conab anunciou novo leilão de 100,2 mil toneladas de arroz em casca, todo ele depositado no Rio Grande do Sul e dois terços do total disponibilizado são da safra 2010/11. O mercado reagiu bem à oferta, considerando que quase 45% do produto estão na Zona Sul, onde as indústrias se concentram no momento em fechar as cargas de navios que devem zarpar para o Oriente Médio, América do Sul e Caribe. Portanto, há demanda na região. Na verdade, a oferta pública vem sendo fundamental para evitar uma elevação ainda mais significativa dos preços e retirar o Brasil do jogo do comércio internacional.

Na operação mais recente da Conab, realizada na última terça-feira (14), foram negociadas 85,2 mil toneladas de arroz em casca, representando 90% do volume total ofertado. O preço médio de fechamento (média ponderada) foi de R$ 34,40/sc, com ágio de 6,4% em relação ao preço de abertura. De maneira geral os analistas acreditam em preços entre estáveis e com ligeira alta até a safra. Embora o próximo possa ser o último leilão da Conab, não está descartada nova intervenção governamental no mercado se os preços tiverem uma pressão de alta nas próximas semanas.

TRIBUTOS 

A boa notícia da semana para a cadeia produtiva gaúcha, que representa 70% da produção nacional, foi o anúncio pelo Governo do Estado da publicação de um decreto que estabelece por tempo indeterminado os benefícios tributários gerados para as indústrias que compram arroz em altos volumes, com percentuais normatizados, e se habilitam ao crédito presumido. Este é um dos fatores que vem determinando a queda das importações pelos polos industriais gaúchos e a valorização do arroz dos produtores do Estado. O benefício se extinguiria em janeiro, mas como o Governo do Estado foi convencido pelas estatísticas desde maio do ano passado de que a redução da carga tributária refletiria em alta da arrecadação, o que se confirmou, a decisão foi prolonga-lo indefinidamente.

EXPORTAÇÕES

As exportações brasileiras de arroz (base casca) entre março e dezembro de 2013, ainda estão 20% menores do que o mesmo período em 2012, mas nos últimos cinco meses mostraram forte recuperação. Em dezembro/2013, foram exportadas 149.296 toneladas, volume 275% superior ao do mês de dezembro de 2012 (40 mil toneladas) e 7,2% acima do volume embarcado em novembro/2013 (139 mil/t). No acumulado até agora no ano comercial 2013/2014 (março/2013 a dezembro/2013), as exportações de arroz atingiram 1.027.648 toneladas, contra 1.288.658 toneladas embarcadas no mesmo intervalo do ano-safra anterior (2011/12). Com isso, o superávit da balança comercial do arroz é de 185 mil toneladas, volume no qual as exportações superam o volume de importação. Mantida a média de embarques do ano, o Brasil deve superar 1,2 milhão de toneladas remetidas ao mercado externo, pois restam ainda janeiro e fevereiro para encerrar este ciclo.

Já as importações brasileiras de arroz recuaram 5% se comparadas à temporada passada, totalizando 843 mil toneladas, contra 888 mil/t no mesmo período de 10 meses. Em dezembro passado o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgou que foram importadas 66,5 mil toneladas de arroz em base casca. Seguindo a média do ano, as importações devem atingir 1,030 milhão/t, 3,4% abaixo das 1,07 milhão de toneladas do ano comercial passado (2012/2013).

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre (RS), indica preços médios estáveis de R$ 36,40 no mercado livre gaúcho, por saca de 50 quilos (58x10) à vista. O produto beneficiado, em sacas de 60kg (branco) é cotado em R$ 74,00 (sem ICMS/FOB). O canjicão segue valorizado, a R$ 40,00 a saca de 60 quilos (FOB/RS). A quirera, no mesmo tipo de embalagem e contrato, manteve-se em R$ 37,00. O farelo de arroz segue cotado a R$ 390,00 a tonelada (FOB/Arroio do Meio – RS).

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Fonte:
Planeta Arroz

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