Em nove dias, arroz desvaloriza mesmo percentual de todo o mês de junho

Publicado em 10/07/2014 11:07

Se o mês de junho apresentou uma retração de 0,84% na cotação da saca de 50 quilos de arroz em casca (58x10) no Rio Grande do Sul, segundo o indicador Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&FBovespa, nos nove primeiros dias de julho o mesmo referencial aponta uma queda de 0,82%. O indicador que apontou preço mínimo de R$ 36,47 em 30 de junho, fechou nesta quarta-feira em R$ 36,17, ou 30 centavos a menos. Em dólar, a saca de 50 quilos equivalia a US$ 16,32 pela cotação do dia.

Para os analistas de mercado, os motivos da desvalorização dos preços do produto em casca ao agricultor são os mesmos: além do “efeito Copa do Mundo”, a formação de preços no Sul do Brasil está sofrendo os seguintes impactos: as indústrias têm dificuldades para repassar as cotações do cereal em casca ao varejo e vêm perdendo margem de lucro. O varejo resiste às altas e força valores mais baixos e concorrência entre as indústrias, especialmente as de pequeno e médio porte. De parte do mercado de exportação, há um desaquecimento natural no segmento industrial e ociosidade pela venda direta do arroz em casca, sem passar pelo beneficiamento na Zona Sul do Estado. 

Além disso, as tradings confirmam que há maior dificuldade nas vendas externas, seja por questões cambiais, pelos preços internos, dificuldades de logística, e preocupação com as obras de ampliação do cais do porto de Rio Grande. O início da safra dos Estados Unidos em 30 dias, também preocupa. A safra norte-americana é considerada boa e já é sentido um avanço dos negociadores estadunidenses sobre o mercado das Américas e Caribe.

O produtor, por sua vez, tem três grandes preocupações no momento: o vencimento do custeio que começa nos próximos dias, o excesso de chuvas e a confirmação de um fenômeno El Niño entre o final do inverno e o início do verão, e o aumento dos custos de produção já identificados pelos novos valores dos insumos nas operações de compra. A alta dos custos afeta todo o Mercosul e já colocou produtores e indústrias em conflito no Uruguai, demandando intermediação do governo na formação de preços. Na Argentina, as indústrias de Corrientes e Entre-Rios, não reagem bem às exportações de arroz em casca, especialmente para a Venezuela.

Já no Brasil, esfriaram as notícias de intervenção do governo federal, que parece ter interesse de manter os níveis dos estoques públicos. Pequenas doações seguem sendo realizados para países em risco de desabastecimento ou para programas sociais, via Programa Mundial de Alimentos, da FAO.

No mercado livre gaúcho a referência de preços médios fica entre R$ 35,00 e R$ 36,00 ao produtor, dependendo da região, o padrão do produto, condição de depósito e/ou relação com a indústria compradora. 

SAFRA

Nesta quarta-feira a Conab divulgou o 10º Levantamento da Safra de Grãos 2013/14. A produção deve alcançar 12,18 milhões de toneladas, com aumento de 3,1% em relação à temporada passada (11,82 milhões t). O Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal do País, colheu 8,11 milhões de toneladas, com avanço de 2,3% em relação à safra passada, de 7,93 milhões t. O aumento da área foi decisivo para este incremento produtivo. A projeção era de uma safra maior, de até 8,5 milhões de toneladas, mas foi observada perda de produtividade no terço final da safra, causada pelas altas temperaturas que persistiram por vários dias e amplitude térmica entre o dia e a noite que causaram quebra e falha de grãos. Parte da área foi semeada fora da melhor época de plantio. 

A estatal acrescenta que o destaque da lavoura de arroz nesta safra ficou por conta do forte crescimento observado da área plantada na Região Centro-Oeste. Os estimulantes preços de algodão, soja e milho estão, desde o ano passado, criaram demanda por área agricultável, que está sendo atendida por pastagens degradadas e antieconômicas na região, reconvertida à produção de grãos. O arroz é a cultura que gera melhor retorno neste processo, antes do cultivo de soja, milho e algodão.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica preços médios de R$ 35,00 para a saca de arroz em casca (58x10) no Rio Grande do Sul. A saca do produto beneficiado, em 60 quilos, tem referencial de preço de R$ 70,00. Há estabilidade nos preços dos quebrados: a saca de 60 quilos de canjicão é cotada a R$ 38,00, a de quirera em R$ 37,00. Já a tonelada de farelo de arroz (Fob/Arroio do Meio – RS) é cotada a R$ 340,00.

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Fonte:
Planeta Arroz

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