Milho: Mercado foca no clima nos EUA e opera com volatilidade nesta quinta-feira

Publicado em 24/04/2014 13:16

Nesta quinta-feira (24), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com volatilidade. As principais cotações da commodity já operaram em alta e em baixa no pregão, mas, por volta das 12h29 (horário de Brasília) registravam ganhos entre 1,75 e 2,75 pontos. O vencimento maio/14 era cotado a US$ 5,05 por bushel.

Segundo o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro, as previsões de clima chuvoso nos EUA tem dado sustentação aos preços futuros em Chicago. Até o momento, as previsões indicam precipitações até meados da próxima semana em importantes estados produtores do Corn Belt, como Iowa e Illinois.

De acordo com informações divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a semeadura do grão no país atingiu até o dia 20 de abril, 6% da área projetada. O número está bem abaixo da média dos últimos cinco anos, de 14%.

"Com esse atraso no plantio do milho, a perspectiva dos investidores é que os produtores norte-americanos possam optar por cultivar mais soja, ao invés do cereal. Com isso, o grão poderia perder mais área para a oleaginosa", afirma o analista.

Do lado fundamental, a tendência também é positiva aos preços do cereal. Frente ao recuo na área que será cultivada na safra 2014/15 nos EUA, a demanda pelo produto norte-americano segue firme. Ainda nesta quinta-feira, o USDA reportou as exportações da safra 2013/14 em 618.900 toneladas, na semana encerrada em 17 de abril. Na semana anterior, o número divulgado foi de 601.900 toneladas. 

O índice representa uma evolução de 15% em relação à última semana, entretanto, uma queda de 30% sobre a média das últimas quatro semanas. A Coreia do Sul foi o principal destino do milho norte-americano, com 185.000 toneladas.

Para a safra 2014/15, houve um crescimento expressivo, de 192.600 toneladas para 382.900 toneladas, no mesmo período. O principal comprador do produto dos EUA foi o México, com 240.00 toneladas. No acumulado no ano safra, os EUA já venderam em torno de 42.567,3 milhões de toneladas de milho, contra 44.450,0 milhões de toneladas projetadas pelo departamento norte-americano.

Diante desse quadro, a expectativa é que os preços do cereal se mantenham próximos de US$ 5,00 por bushel, no curto prazo, até que se tenha uma definição da área cultivada nos EUA e também do clima, conforme relata Ribeiro. 

Mercado interno

O cenário no mercado interno brasileiro segue sem grandes modificações. Com preços estáveis em importantes praças no país, os produtores seguem cautelosos nas vendas. Ainda na visão do analista, os agricultores estão capitalizados e esperam cotações melhores pelo produto.

Na ponta compradora, os negócios também seguem mais lentos, com os compradores adquirindo o milho de maneira pontual. “Os compradores esperam, pois sabem que no momento da colheita da safrinha, os produtores terão que ofertar parte do milho, uma vez que a capacidade de armazenagem no país é limitada”, diz o analista.

Nesta quarta-feira, a saca de milho é negociada em Campinas (SP) CIF em R$ 31,70, mesmo valor praticado no dia anterior. As praças de Campo Mourão (PR), Uberlândia (MG) e Cristalina (GO), mantiveram a estabilidade em R$ 27,00, R$ 27,50 e R$ 24,50, respectivamente. Em Lucas do Rio Verde (MT), as cotações recuaram de R$ 18,50 para R$ 17,50 a saca. 

Na BMF&Bovespa, os contratos do milho operam com leves quedas nesta quinta-feira. A situação é reflexo, segundo o analista, da redução das compras por parte das indústrias, que, nesse momento, evitam fazer estoques para não pressionar o mercado. “Ainda assim, a tendência para os vencimentos é que se mantenham acima dos R$ 30,00”, ressalta Ribeiro. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário