Milho: Com clima favorável nos EUA, mercado tem mais uma sessão de queda

Publicado em 21/07/2014 12:46

Na sessão desta segunda-feira (21), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam em queda. As principais posições da commodity dão continuidade ao movimento de baixa e, por volta das 11h42 (horário de Brasília) exibiam perdas entre 5,00 e 5,50 pontos. O contrato setembro/14 era cotado a US$ 3,65 por bushel.

Segundo o analista de mercado da Agrogt Corretora de Cereais, Gilberto Messias Toniolo, o mercado tem recuado à medida que o clima tem sido próximo do ideal nos EUA, situação que tem contribuído para o desenvolvimento da safra 2014/15. Até a última semana, cerca de 76% das lavouras de milho apresentavam boas ou excelentes condições, conforme estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

O órgão deve atualizar os números do boletim de acompanhamento de safras na tarde desta segunda-feira. “A expectativa é que o departamento mantenha a projeção ou até mesmo revise para cima o percentual de plantações em boas condições. Então, as cotações do cereal já precificam o relatório de hoje”, explica Toniolo.

De acordo com informações divulgadas em agências internacionais nesse início de semana, o clima no país permanece favorável ao crescimento das plantações, tanto de milho, como de soja. “A estação de crescimento continua em forma quase perfeita aqui nos EUA e em grande parte do Canadá”, afirmou o economista Dennis Gartaman, segundo informação da agência Bloomberg. 

Com isso, a expectativa é que haja uma recomposição dos estoques norte-americanos de milho e, consequentemente, os preços futuros do cereal baixem ainda mais. “Com a confirmação da safra dos EUA, até a segunda quinzena de agosto, podemos ver o contrato dezembro/14 trabalhando entre US$ 3,50 e US$ 3,60 por bushel. E, mesmo que tenhamos um adicional para o setor de etanol e demanda, devido às cotações em patamares mais baixos, ainda não será suficiente para ocasionar uma mudança no quadro”, acredita o analista.

Embarques semanais de milho

Os embarques semanais de milho dos EUA totalizaram 939.791 mil toneladas na semana encerrada no dia 17 de julho, segundo dados do USDA.  O volume é pouco menor do que divulgado na semana anterior, de 946.313 mil toneladas, mas superior ao registrado no mesmo período de 2013, de 262.271 mil toneladas.

Até o momento, no acumulado no ano safra, com início em 1º de setembro, os embarques somam 41.010.793 milhões de toneladas. No acumulado do ano safra anterior, o volume foi de 15.661.245 milhões de toneladas.

Importações da China

Em junho, os compradores chineses adquiriram cerca de 27,25 mil toneladas de milho, uma alta de 248,25% frente ao mesmo período do ano passado. A informação foi divulgada pela Administração Geral de Portos e Alfândegas do país.

Do volume adquirido no mês, 6,5 mil toneladas foram compradas dos EUA. O número representa um crescimento de 800% em relação a junho de 2013. Até o momento, os americanos foram responsáveis pelo abastecimento de 939 mil toneladas, uma queda de 37,7% frente ao mesmo período do ano passado. 

Somente nos seis primeiros meses do ano, a China comprou em torno de 1,377 milhão de toneladas do produto. Em comparação com igual período do ano anterior, o percentual representa uma queda de 9,5%. 

Mercado interno

No Brasil, as cotações também seguem em patamares mais baixos frente ao avanço da colheita da safrinha. Em muitas regiões produtoras, os preços não cobrem os custos de produção, cenário que, a cada dia preocupa ainda mais os produtores rurais. Na região de Chapadão do Sul (MS), os preços já recuaram de R$ 19,00 para R$ 15,00, valor que deixa a margem de lucros ajustada, considerando o aumento nos custos de produção e a produtividade das lavouras.

Nesta segunda-feira, a Famasul divulgou uma nota, na qual, informa que já solicitou ao Mapa a realização de leilões de Pepro, com a finalidade de garantir o preço mínimo de milho aos produtores do estado. Segundo o coordenador técnico da entidade, Lucas Galvan, a medida é necessária para dar ritmo ao escoamento e a comercialização do produto.

O mecanismo também já foi solicitado por outros estados, uma vez que os valores, em muitas vezes, estão abaixo dos preços mínimos estipulados pelo Governo. Frente a esse cenário, faz parte da parte da estratégia de parte dos produtores brasileiros segurar o produto à espera de melhores oportunidades de negociação.

“Mas, tem parte dos agricultores que precisará pagar as contas e vender nos atuais patamares. Nesse momento, o produtor deve fazer as contas e optar pela melhor estratégia de comercialização”, orienta Toniolo. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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