Milho: Mercado reflete clima favorável nos EUA e registra mais um dia de queda em Chicago

Publicado em 24/07/2014 18:13

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão desta quinta-feira (24) do lado negativo da tabela. Durante as negociações, as posições da commodity até esboçaram uma reação, porém, o movimento não foi sustentado e as cotações do cereal fecharam o dia com perdas entre 0,75 e 1,25 pontos. O contrato setembro/14 era cotado a US$ 3,61 por bushel.

Com o foco nos fundamentos, o mercado registrou mais um pregão de baixa. Nos últimos 12 meses, as cotações do cereal já acumulam perda de 24%, conforme informações da agência internacional de notícias Bloomberg. O movimento que foi acentuado nos últimos meses frente às boas condições das lavouras norte-americanas, situação que aumenta as projeções de safra cheia nos EUA nesta temporada.

De acordo com informações de institutos de meteorologia, o clima deverá permanecer favorável ao desenvolvimento das plantas nos próximos dois meses. A estimativa, se confirmada, afasta as preocupações dos participantes do mercado em relação às plantações norte-americanas de milho, que enfrentam durante o mês de julho o período mais importante de crescimento.

Até o último domingo, cerca de 76% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições. Classificação considerada a melhor dos últimos 10 anos, conforme informações dos especialistas. As plantações norte-americanas estão em fase de polinização, estágio mais importante de desenvolvimento. Os analistas destacam a safra deve apresentar uma definição até a segunda quinzena de agosto, entretanto, o mercado já tem precificado a perspectiva de uma grande produção.

A incerteza está em relação à produtividade das lavouras, uma vez que, com o clima favorável, as especulações é que o número fique acima do projetado inicialmente. De acordo com informações divulgadas por sites internacionais essa semana, em algumas regiões produtoras dos EUA, o rendimento médio das plantações pode alcançar até 204,5 sacas por hectare, número superior à última estimativa do USDA, de 174,95 sacas por hectare.

Exportações semanais dos EUA

Nesta quinta-feira, o departamento norte-americano reportou novo boletim de vendas para a exportação. Para a safra 2013/14, as vendas ficaram em 291,5 mil toneladas até o dia 17 de julho. O percentual representa uma queda de 49% em relação ao número da última semana, na qual, foram vendidas 573,7 mil toneladas, e de 21% sobre a média das últimas quatro semanas. 

No mesmo período, as vendas da safra 2014/15 somaram 1.143,4 milhão de toneladas, contra 494,9 mil toneladas divulgadas anteriormente. Já no acumulado no ano safra, com início em 1º de setembro, as vendas de milho totalizam 48.441,2 milhões de toneladas. A estimativa do departamento é de 48.260,0 milhões de toneladas.

Mercado interno

As cotações do milho também estão pressionadas no mercado interno brasileiro. Frente ao cenário internacional, com perspectiva de maior disponibilidade na oferta, a evolução da colheita ajuda a exercer pressão negativa nos preços. Com isso, em muitas regiões os valores estão abaixo do preço mínimo fixado pelo Governo.

Diante desse cenário, a comercialização do cereal no mercado ainda em ritmo mais lento. De um lado, parte dos produtores tenta segurar o produto e de outro, os compradores estão adquirindo o produto sem pressa. 

“Com o milho, temos um problema de colheita concentrada em agosto e estamos com fretes altos no Centro-Oeste. E nos níveis de R$ 24,00 a R$ 25,00 nos Portos não viabilizam a exportação do MT, assim como, o dólar mais baixo, que deveria estar próximo de R$ 2,40. Talvez, se tivéssemos Paranaguá a R$ 30,00, o valor resultaria em R$ 16,00 no MT e não precisaríamos dos leilões”, explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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