Milho: Na CBOT, mercado segue pressionado pela expectativa de boa safra nos EUA

Publicado em 25/07/2014 13:00

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam em queda no pregão desta sexta-feira (25). Pelo segundo dia consecutivo, as cotações do cereal trabalham do lado negativo da tabela e, por volta das 12h34 (horário de Brasília) exibiam perdas entre 1,25 e 2,00 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,59 por bushel.

Com os fundamentos já conhecidos pelos participantes do mercado, os preços dão continuidade à trajetória de queda. Nos últimos meses, as cotações do cereal perderam importantes patamares de suporte em Chicago frente às especulações de grande safra nos EUA na temporada 2014/15. 

E, até o momento, o clima tem se comportado de maneira muito favorável para o desenvolvimento da safra 2014/15 no país. Tanto que, de acordo com informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em torno de 76% das lavouras apresentavam boas ou excelentes condições até o último domingo, a melhor classificação desde 2004.

Com isso, já há especulações de que algumas regiões, como Iowa, o rendimento das lavouras podem ficar acima do esperado, de 174,95 sacas por hectares, conforme informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg. Segundo o consultor de mercado da ODS Serviços em Agronegócio, Ricardo Stasinski, a perspectiva é de queda nos preços, que poderá ser acentuada com o início da colheita da safra norte-americana.

Em contrapartida, o consultor também destaca que os preços em patamares mais baixos acabam estimulando a demanda pelo produto. As exportações norte-americanas permanecem em ritmo firme e, nesta sexta-feira, o USDA anunciou a venda de 269.084 mil toneladas de milho para o México, o volume deverá ser entregue na temporada 2014/15. 

Oferta x consumo

Na última safra, o consultor destaca que a produção global de milho ficou próxima de 984 milhões de toneladas e o consumo em torno de 949 milhões de toneladas. “Nessa relação, um menos o outro, temos uma safra de 35 milhões de toneladas a serem acrescentadas nos estoques. Já para a próxima safra, temos uma produção de 981 milhões de toneladas e um consumo estimado em 966 milhões de toneladas, sobrando 14,7 milhões de toneladas, lógico que ainda temos estoques altos no Brasil e também no mundo. Porém, comparando os números vemos que os preços menores estimulam o consumo”, ratifica Stasinski.

Por outro lado, caso a produção não aumente na mesma proporção, o consulto sinaliza que podemos ter um equilíbrio entre a oferta e a demanda. Consequentemente, o mercado pode registrar uma melhora nos preços praticados na próxima temporada. “Claro que temos que acompanhar a área que será cultivada no Brasil, mas acredito que podemos ter algumas surpresas em relação aos preços do milho”, diz.

Mercado interno

No mercado interno brasileiro, o principal fator de pressão sobre os preços do cereal tem sido o avanço da colheita da safrinha. Com isso, a comercialização segue lenta, especialmente no Centro-Oeste, onde em muitas localidades, as cotações estão abaixo dos valores mínimos fixados pelo Governo.

Enquanto isso, os representantes do setor já solicitaram às autoridades a realização de leilões de Pepro para ajudar no escoamento do produto. Entretanto, em entrevista ao Notícias Agrícolas, o secretário de Políticas Agrícolas do Mapa, Seneri Paludo, afirmou que o assunto está sendo discutido internamente no Ministério, mas não há previsão para a realização das operações.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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