Milho: Mercado fecha pregão com leve alta, mas saldo da semana é negativo

Publicado em 25/07/2014 17:56

Em mais uma sessão volátil, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia com ligeiras altas. As principais posições da commodity fecharam o pregão com ganhos entre 1,50 e 2,25 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,63 por bushel.

Apesar da alta, resultado de ajustes técnicos, o saldo da semana foi negativo para o complexo milho em Chicago. Os contratos mais negociados registraram queda de 0,26% e 0,27% na comparação dos últimos cinco dias. Nos últimos 12 meses, as cotações já acumulam perda de 24%, conforme informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg recentemente.

E as perdas nos preços têm sido acentuadas conforme as confirmações de clima favorável nos Estados Unidos, que tem contribuído com o desenvolvimento da cultura. Até o momento, cerca de 76% das lavouras norte-americanas apresentam boas ou excelentes condições, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), melhor índice dos últimos dez anos.

Com isso, já há especulações de que algumas regiões, como Iowa, o rendimento das lavouras podem ficar acima do esperado, de 174,95 sacas por hectares, conforme informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg. Segundo o consultor de mercado da ODS Serviços em Agronegócio, Ricardo Stasinski, a perspectiva é de queda nos preços, que poderá ser acentuada com o início da colheita da safra norte-americana.

Em contrapartida, o consultor também destaca que os preços em patamares mais baixos acabam estimulando a demanda pelo produto. As exportações norte-americanas permanecem em ritmo firme e, nesta sexta-feira, o USDA anunciou a venda de 269.084 mil toneladas de milho para o México, o volume deverá ser entregue na temporada 2014/15. 

Oferta x consumo

Na última safra, o consultor destaca que a produção global de milho ficou próxima de 984 milhões de toneladas e o consumo em torno de 949 milhões de toneladas. “Nessa relação, um menos o outro, temos uma safra de 35 milhões de toneladas a serem acrescentadas nos estoques. Já para a próxima safra, temos uma produção de 981 milhões de toneladas e um consumo estimado em 966 milhões de toneladas, sobrando 14,7 milhões de toneladas, lógico que ainda temos estoques altos no Brasil e também no mundo. Porém, comparando os números vemos que os preços menores estimulam o consumo”, ratifica Stasinski.

Por outro lado, caso a produção não aumente na mesma proporção, o consulto sinaliza que podemos ter um equilíbrio entre a oferta e a demanda. Consequentemente, o mercado pode registrar uma melhora nos preços praticados na próxima temporada. “Claro que temos que acompanhar a área que será cultivada no Brasil, mas acredito que podemos ter algumas surpresas em relação aos preços do milho”, diz.

Mercado interno

As cotações do milho praticadas no mercado interno brasileiro encerraram a semana com ligeira queda, próximos da estabilidade. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Não-me-toque (RS), a saca do cereal terminou a semana com preço de R$ 21,00 estável, em Ubiratã (PR), a cotação também  se manteve em R$ 18,50, mesmo preço praticado em Cascavel (PR).

Já em Tangará da Serra (MT), o preço do cereal baixou de R$ 13,00 para R$ 12,50 ao longo da semana, em Campo Novo do Parecis (MT), o valor também registrou queda de 4,17%, de R$ 12,00 para R$ 11,50. Em Luis Eduardo Magalhães (BA), o valor ficou estável em R$ 20,00 e em Paranaguá R$ 24,00.

A cada dia a pressão de venda está maior, uma vez que a colheita da safrinha registra bom ritmo nas principais regiões do país. Na contramão desse cenário, as negociações no mercado são lentas em detrimento dos preços mais baixos, nas principais regiões produtoras as cotações são inferiores aos valores mínimos fixados pelo Governo. Do outro lado, os compradores seguem em situação confortável e adquirem o produto sem pressa, da mão-pra-boca.

Com isso, os representantes do setor já solicitaram às autoridades a realização de leilões de Pepro para ajudar no escoamento do produto. Entretanto, em entrevista ao Notícias Agrícolas, o secretário de Políticas Agrícolas do Mapa, Seneri Paludo, afirmou que o assunto está sendo discutido internamente no Ministério, mas não há previsão para a realização das operações.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de milho totalizaram 104,7 mil toneladas, até a terceira semana de julho. A média diária embarcada foi de 7,5 mil toneladas. O volume exportado representa uma alta de 70,7% em relação ao mês anterior. Já em comparação com o mesmo período do ano passado, a quantidade é 76,5% inferior.

De acordo com informações reportadas pela agência Reuters durante essa semana, atualmente, a escala de navios de milho do Brasil para exportação está 60% menor do que o registrado no mesmo período de 2013. As agências marítimas apontam que, no momento, em torno de 35 navios estão deixando os portos do país com 1,8 milhão de toneladas. No ano passado, o número era de 86 navios, com embarque de 4,5 milhões de toneladas.

Veja como fecharam as cotações do milho nesta sexta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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