Milho volta a cair nesta 3ª feira com foco nas condições das lavouras dos EUA

Publicado em 29/07/2014 10:30 e atualizado em 29/07/2014 11:15

No pregão desta terça-feira (29), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham em campo negativo. Por volta das 10h13 (horário de Brasília), os contratos exibiam perdas entre 2,75 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,65 por bushel.

Na última sessão, a perspectiva da retomada da demanda diante da queda nos preços do cereal impulsionou o mercado. Nesta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 147 mil toneladas de milho para a Colômbia. O volume deverá ser entregue na safra 2014/15.

Ainda assim, a expectativa de maior disponibilidade a partir da colheita da safra norte-americana, que é estimada em 353,97 milhões de toneladas pelo USDA, permanece sendo fator de pressão sobre os preços. Nesta segunda-feira, o USDA informou que o índice de lavouras em boas ou excelentes condições recuou de 76% para 75%. 

Cerca de 19% das plantações estão em situação regular e 6% em condições ruins ou muito ruins, na semana anterior o percentual era de 5%. O departamento também informou que em torno de 78% das lavouras estão em fase de espigamento e 17% em fase de enchimento de grãos.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Com recuperação técnica, mercado fecha mais um pregão em alta em Chicago

As principais posições do milho terminaram o pregão desta segunda-feira (28) do lado positivo da tabela. Durante as negociações, os futuros do cereal negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram os ganhos e encerraram a sessão com ganhos entre 4,75 e 5,50 pontos. O contrato setembro /14 subiu 1,3% e fechou o dia cotado a US$ 3,67 por bushel.

A perspectiva da retomada da demanda frente à recente queda nos preços, na última semana as cotações alcançaram o menor patamar dos últimos quatro anos, impulsionou as cotações do cereal, conforme informações divulgadas pela agência internacional de notícias Bloomberg. Recentemente, as cotações recuaram expressivamente, diante das projeções de safra cheia nos EUA e as boas condições das lavouras norte-americanas até o momento.

"O mercado de grãos precificou muito rapidamente as expectativas de uma safra maior do que se esperava. Assim, dada a extensão das perdas e dos movimentos de vendas das últimas semanas, vemos os preços tentando se estabilizar no curto prazo ou, pelo menos, até a divulgação do novo relatório mensal de oferta e demanda do USDA, em 12 de agosto", disse Paul Deane, um analista internacional à agência de notícias Bloomberg. 

Ainda assim, as boas condições das lavouras norte-americanas limitam uma reação mais consistente de recuperação nos preços. Até a última semana, cerca de 76% das plantações apresentavam boas ou excelentes condições, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão deve reportar novo boletim de acompanhamento de safras no final da tarde desta segunda-feira.

Embarques semanais de milho

Ainda nesta segunda-feira, o USDA informou que os embarques semanais de milho totalizaram 805.365 mil toneladas até a semana encerrada no dia 24 de julho. O número é inferior ao registrado na semana anterior, de 941.977 mil toneladas. No entanto, o volume é maior do que embarcado no mesmo período do ano passado, de 293.333 mil toneladas.

No acumulado do ano safra, com início em 1º de setembro, os embarques somam 41.818.344 milhões de toneladas, contra 15.954.578 milhões de toneladas acumuladas no ano safra anterior.

BMF&Bovespa

A sessão desta segunda-feira também é positiva para os contratos do cereal negociados na BMF&Bovespa. Na tarde de hoje, o vencimento setembro/14 era cotado a R$ 23,45, com valorização de 1,30%. Além da queda no mercado internacional, os preços praticados no mercado interno brasileiro têm sido pressionados negativamente pelo avanço da colheita da segunda safra, estimada em 46,19 milhões de toneladas pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

Segundo o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, no momento, o produtor brasileiro ainda está bastante envolvido com a colheita e ofertou pouco no mercado. “A oferta é pequena e o que está sendo negociado é para a indústria. E o preço de paridade de exportação que viabiliza os negócios na exportação está cerca de R$ 1,00 ou R$ 1,50 abaixo das indicações que temos. No Oeste do PR, os preços da saca do milho giram em torno de R$ 20,00 a R$ 21,50”, explica.

Com isso, o economista destaca que os preços do milho podem recuar ainda mais à medida que o agricultor voltar a ofertar maiores volumes. Ainda na visão de Motter, a única saída para os preços são as exportações, que deverão enxugar o mercado. 

“E com a realização dos leilões, de Pepro, vai ajudar as exportações. Porém, a tendência é de preços pressionados para o milho, a não ser que haja uma correção das cotações no mercado internacional ou que câmbio suba, para dar folga nos preços”, afirma Motter.

Preços no mercado interno

De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, o preço da saca do cereal terminou a segunda-feira estável em Não-me-toque (RS) a R$ 21,00. Em Ubiratã (PR), a cotação também se manteve estável em R$ 18,50. Já em Campo Novo do Parecis (MT), o preço da saca apresentou uma alta de 4,35%, cotada a R$ 12,00, mesma situação registrada em São Gabriel do Oeste (MS), com valorização de 9,68%, cotada a R$ 17,00. O valor praticado no Porto de Paranaguá também subiu 2,08%, negociada a R$ 24,50. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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