Milho: Em sessão volátil, mercado busca direcionamento em Chicago

Publicado em 30/07/2014 13:07

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com volatilidade no pregão desta quarta-feira (30). Ao longo da sessão, as principais posições do cereal já operaram do lado negativo da tabela, mas voltaram a registrar ganhos. Por volta das 12h22 (horário de Brasília), os preços exibiam altas entre 1,25 e 1,50 pontos. O contrato setembro/14 era cotado a US$ 3,62 por bushel.

De acordo com o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações do cereal são influenciadas pela alta registrada nos contratos do trigo. Frente às sanções à Rússia, os compradores retornaram com mais força ao mercado, situação que tem dado suporte aos preços da commodity. Nesta quarta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 205,5 mil toneladas do produto para a Nigéria.

Apesar da tentativa de recuperação, os futuros do milho continuam precificando as estimativas de produção cheia nos Estados Unidos. Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira pela agência internacional de notícias Bloomberg, os preços já acumulam perda de 13%, somente no mês de julho.

E frente às cotações próximas dos menores patamares dos últimos quatro anos, os compradores retornaram ao mercado, o que fez com que os preços exibissem uma reação no início dessa semana. Entretanto, o movimento não é forte o suficiente para ocasionar uma recuperação mais expressiva nos valores praticados em Chicago.

Safra de milho norte-americana

Depois da recente preocupação com o clima nos EUA, o Centro-Oeste norte-americano deve voltar a receber chuvas no final de semana, conforme dados da Bloomberg. Ainda assim, as culturas de milho e soja apresentam bom desenvolvimento e registram a melhor condição dos últimos 10 anos, segundo informação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Consequentemente, a cada dia é maior o sentimento por parte dos participantes do mercado de que a safra norte-americana deve ficar próxima de 353,97 milhões de toneladas, número da última estimativa do USDA. A dúvida fica por conta da projeção de produtividade das lavouras, que segundo o departamento deve ficar em 174,95 sacas por hectare, no entanto, há especulações no mercado de que o rendimento pode ficar acima dessa estimativa.

Análise técnica

Para ao analista de mercado da Smartquant Fundos Investimentos, Antônio Domiciano, a tendência é de queda forte para os preços do cereal. Após perder o patamar de suporte de US$ 4,00 por bushel, o vencimento setembro/14 alcançou o nível de US$ 3,50, preço que tem se mantido nos últimos seis pregões.

“Mas se perder o nível de US$ 3,50, deve buscar os US$ 3,20 e em seguida os US$ 3,00 por bushel. Só aí pode oferecer uma reação maior de longo prazo, o que observamos nos últimos 3 meses, sempre que o mercado tentou exibir uma reação, o movimento durou no máximo 2 ou 3 dias e novamente tivemos uma pressão vendedora. Nesse momento, o mercado não consegue subir e precisará de um período de acomodação, entre os US$ 3,50 a US$ 3,80 por bushel, para depois iniciar uma tendência de alta”, afirma Domiciano.

BMF&Bovespa

Os futuros do milho na BMF&Bovespa operam em campo misto nesta quarta-feira. As principais posições do cereal tentam esboçar uma recuperação e o vencimento setembro/14 é cotado a R$ 23,36 por saca, com valorização de 0,43%. Já no mercado interno, as cotações continuam pressionadas negativamente, em algumas praças, os preços estão estáveis, porém, abaixo dos custos de produção e do valor mínimo fixado pelo Governo.

Além dos fundamentos negativos no mercado internacional, o bom da colheita da segunda safra no Brasil, com relatos de boa produtividade, também são fatores de pressão nos preços do cereal no mercado doméstico. Enquanto isso, apesar dos representantes do setor já terem solicitado ao Governo a realização de leilões de Pepro para dar ritmo ao escoamento e comercialização do produto, nenhuma medida foi divulgada até o momento.

Nesta quarta-feira, a saca do cereal é cotada a R$ 23,00 em Campinas CIF (SP), em Campo Mourão (PR) o valor é de R$ 20,50 a saca. Já em Cristalina (GO), o valor de venda é de R$ 18,00, enquanto que em Lucas do Rio Verde (MT), a cotação gira em torno de R$ 13,00 pela saca. Em Chapadão do Sul (MS), o preço é de R$ 15,50 a saca. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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