Milho: Com foco na safra dos EUA, preços recuam e caminham para maior queda mensal desde 2011

Publicado em 31/07/2014 12:52

Durante as negociações do pregão desta quinta-feira (31), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas. Por volta das 12h25 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam quedas entre 3,00 e 3,75 pontos. A posição setembro/14 era cotada a US$ 3,58 por bushel. 

De acordo com informações da agência internacional de notícias Bloomberg, os preços futuros do milho já acumulam perdas de 13%, somente em julho. A terceira queda mensal seguida desde o mês de setembro de 2011.

O mercado permanece pressionado frente às perspectivas de maior disponibilidade da oferta decorrente da expectativa de grande safra nos Estados Unidos na temporada 2014/15. As culturas do milho estão amadurecendo em sua maioria em boas condições aumentando as perspectivas de que a produção pode alcançar a previsão do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de 353,97 milhões de toneladas, a segunda maior safra da história, conforme dados da agência.

As chuvas deverão aumentar em agosto, após as preocupações com a seca em algumas localidades do Centro-Oeste. "O clima é perfeito nas áreas de cultivo do Centro-Oeste dos EUA, o que significa que altos rendimentos são antecipados", afirmou o analista do Commerzbank AG, Carsten Fritsch, em entrevista à Bloomberg. "O que é mais, a chuva está prevista para os próximos dias, o que deve dissipar quaisquer receios de que o rendimento das culturas pode ser prejudicada por condições excessivamente secas", completa.

Cerca de 75% das lavouras de milho apresentavam boas ou excelentes condições, conforme último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado no início da semana. Apesar do recuo em relação à última semana, que o índice era de 76%, a classificação das plantações ainda é a melhor desde 2004.

Frente a esse cenário, na análise técnica, a tendência de pressão nos preços do cereal. Se o setembro/14 romper o patamar de US$ 3,50 por bushel, poderá chegar a US$ 3,20 e depois a US$ 3,00 por bushel, conforme apontam os gráficos.

Segundo o analista de mercado da Smartquant Fundos Investimentos, Antônio Domiciano, por enquanto, o mercado não consegue exibir um movimento de recuperação expressivo. "O mercado precisará de um período de acomodação, entre US$ 3,50 a US$ 3,80 por bushel, para depois iniciar uma tendência de alta", explica.

Vendas para exportação

Nesta quinta-feira, o USDA reportou novo boletim de vendas para exportação. Até a semana encerrada no dia 24 de julho, as vendas de milho referentes à safra 2013/14 totalizaram 173,9 mil toneladas, número pouco abaixo do registrado anteriormente, de 291,5 mil toneladas.

A Coreia do Sul foi o principal comprador do produto norte-americano, com 136,6 mil toneladas. Para a safra 2014/15, as vendas somaram no mesmo período 1.093,2 milhão de toneladas do milho, também inferior ao reportado na semana anterior, de 1.143,2 milhão de toneladas. Com a aquisição de 431,5 mil toneladas, o México foi o principal destino do produto.

Até o momento, no acumulado no ano safra, as vendas somam 48.615,0 milhões de toneladas, contra 48.260,0 milhões de toneladas projetadas pelo departamento norte-americano.

BMF&Bovespa

Na contramão desse cenário, os futuros do milho negociados na BMF&Bovespa exibem um movimento positivo nesta quinta-feira. Na manhã de hoje, o vencimento setembro/14 era cotado a R$ 23,60, com valorização de 1,29%.

Já no mercado interno, o cenário permanece sem grandes modificações, uma vez que, a colheita da segunda safra permanece sendo o principal fator de pressão nas cotações. Em muitas praças, os preços estão estáveis, porém abaixo do valor mínimo indicado pelo Governo, situação que resulta em comercialização lenta. 

No Oeste da Bahia, por exemplo, com os preços do milho a R$ 20,50, os agricultores reduziram o ritmo dos negócios, segundo o engenheiro agrônomo da região, Armando Ayres de Araújo. "A expectativa é que a comercialização seja retomada nos meses de setembro e outubro", afirma.

Enquanto isso, apesar das entidades e representantes do setor já terem solicitado a realização de leilões de Pepro, para contribuir no escoamento e comercialização da safra, nenhuma medida concreta foi divulgada pelo Governo. O secretário de Política Agrícola do Mapa, Seneri Paludo, informou à imprensa que as negociações avançaram, porém o volume das operações e os valores ainda não podem ser antecipados.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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