Milho: Em dia volátil, mercado reverte ganhos e fecha pregão com perdas de mais de 5 pontos nos principais contratos

Publicado em 18/08/2014 17:26

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho terminaram o pregão desta segunda-feira (18) com quedas acentuadas. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity reverteram os ganhos e encerraram o dia com perdas entre 5,00 e 5,50 pontos. O vencimento setembro recuou 1,37% e fechou a sessão cotado a US$ 3,60 por bushel.

Na visão do analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, o mercado passou por um ajuste técnico, após as altas registradas na última semana. Os contratos da commodity terminaram a semana anterior com ganhos entre 2,31% e 2,53%, devido à volta dos compradores ao mercado frente aos preços mais baixos.

Além disso, o analista também destaca que a queda nos preços do trigo, decorrentes da tensão entre Ucrânia e Rússia, influenciaram o movimento negativo no mercado de milho. Os investidores ficaram mais cautelosos, uma vez que a situação pode impactar nas exportações da região do Mar Negro.

"O trigo e o milho são muito dependentes no mercado internacional. Então, as informações acabam impactando diretamente nas cotações de ambos os produtos", explica o analista da New Agro Commodities. 

Outro fator que também exerceu pressão negativa sobre os preços do cereal nesta segunda-feira foi o clima. De acordo com informações reportadas pela agência internacional de notícias Farm Futures, as previsões de chuvas e clima ameno devem favorecer a cultura que se encaminha para a fase final da temporada, em sua maioria, em boa ou excelente condição. 

No final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá divulgar novo boletim de acompanhamento de safras. E a expectativa dos participantes do mercado é que haja a manutenção dos índices das lavouras em boas ou excelentes condições. Na semana anterior, o volume das plantações nessas condições era de 73%. 

Ainda assim, para o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, os preços do cereal não devem buscar os US$ 3,00 por bushel, ou caso chegue a esse patamar o movimento não dure muito tempo. “Nesse nível, temos um estímulo para os compradores. E temos que analisar que em dezembro, as origens norte-americanas irão fazer as suas contas e tomar a decisão de plantar milho ou soja. No atual patamar, será difícil optar por cultivar milho, então os preços do cereal tentarão comprar acres e para isso terão que buscar níveis mais altos”, explica. 

Embarques semanais

O USDA reportou nesta segunda-feira que até o dia 14 de agosto, os embarques semanais de milho totalizaram 970.874 mil toneladas. Na semana anterior, o volume foi de 907.463 mil toneladas, já no mesmo período do ano passado, os embarques somaram 181.988 mil toneladas.

No acumulado do ano safra, com início em 1º de setembro, os embarques totalizam 44.847.927 milhões de toneladas, contra as 16.921.625 milhões de toneladas acumuladas no ano safra anterior.

Mercado interno

Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, o dia foi de estabilidade aos preços do cereal no mercado interno. Em Não-me-toque (RS), as cotações do cereal se mantiveram em R$ 21,00, em Cascavel (PR), o valor também permaneceu inalterado em R$ 18,50 a saca. Em Campo Novo do Parecis (MT) e Luís Eduardo Magalhães (BA), as cotações ficaram estáveis em R$ 12,00 e R$ 19,00, respectivamente. Em São Gabriel do Oeste (MS), a saca registrou recuo de 3,03% e fechou o dia cotada a R$ 16,00, em contrapartida, em Jataí (GO), o preço subiu 0,75%, para R$ 16,07. No Porto de Paranaguá, preço estável em R$ 24,50.

Diante da proximidade do primeiro leilão de Pepro, que deverá ser realizada na quarta-feira (20), os produtores seguram o produto, enquanto que os compradores saíram do mercado, o que resulta no travamento da comercialização da safrinha. Ainda na visão do consultor, o término da colheita da segunda safra também deverá ser um fator favorável para o mercado.

“Com isso, temos uma diminuição da pressão de venda no mercado. E como não temos mais a safrinha para tirar dos campos, vamos ter uma disponibilidade maior de caminhões para que as traders façam as operações para a exportação. Acredito que o menor preço para o milho nós já passamos, mas temos que esperar o leilão e ver qual a regularidade das operações. E lembrando que precisamos exportar mais de 20 milhões de toneladas até 30 de janeiro do ano que vem, para termos saudáveis na próxima safra”, destaca Fernandes.

Exportações brasileiras

Até a terceira semana de agosto, as exportações brasileiras de milho totalizaram 1.369,5 milhão de toneladas, com média diária de 124,5 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o número representa um crescimento de 384%, já em comparação com o mesmo período do ano passado, o percentual embarcado registra uma queda de 10,2%. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram reportados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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