Milho: Mercado reflete projeções de produtividade das lavouras nos EUA e amplia perdas
Ao longo das negociações desta quarta-feira (20), as principais posições do milho negociadas ampliaram as perdas na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 12h32 (horário de Brasília), as cotações do cereal exibiam perdas entre 4,50 e 5,50 pontos e o vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,58 por bushel.
O mercado recua pressionado pelos números reportados pela expedição Pro Farmer, que percorre todo o Meio-Oeste dos EUA. Nesta segunda-feira, a comitiva já reportou um aumento na produtividade das lavouras de milho de Ohio, que deverá colher 192,75 sacas por hectare, e na Dakota do Sul, o rendimento esperado é de 161,62 sacas por hectare.
Ambas as projeções são superiores à média registrada em anos anteriores, de 154,67 e 159,82 sacas por hectare, respectivamente. Em Indiana, a produtividade esperada é de 196,1 sacas por hectare, acima do ciclo passado, de 177,1 sacas por hectare. O mesmo acontece em Nebraska, onde os produtores norte-americanos deverão colher 173,37 sacas por hectare, contra 163,95 sacas por hectare da safra passada.
Nesta quarta-feira, a comitiva deverá percorrer Iowa e Illinois, dois principais estados produtores dos EUA. Porém, até o momento, as projeções reforçam o otimismo de que a produção norte-americana de milho será recorde nesta temporada, estimada em 356,43 milhões de toneladas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
As projeções positivas em relação à safra norte-americana são decorrentes do clima, que tem sido favorável ao desenvolvimento da cultura. E as previsões climáticas apontam para a ocorrência de chuvas em grande parte do Centro-Oeste do país, segundo dados do Serviço Nacional de Meteorologia. Com isso, os preços do cereal já recuaram em torno de 12% desde o início do ano.
Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, que está em Illinois, informou que as lavouras do cereal estão em fase de enchimento de grãos e, em algumas localidades, a colheita deve começar no máximo em um mês. “A safra caminha bem e os números reportados irão se confirmar. Alguns produtores esperam colher até 12.500 mil quilos por hectare. Tivemos um período de seca, em torno de 4 a 5 semanas, mas o solo do Meio-Oeste dá condições de manter a cultura, sem perdas, pois os produtores investiram em tecnologia e garantindo o final de safra satisfatório”, afirma.
Comercialização da safra dos EUA
Em relação à comercialização da safra de milho, o consultor destaca que os produtores norte-americanos estão mais cautelosos, assim como os brasileiros. “Na Bolsa, os corretores apostam que o movimento de comercialização gira em torno de 20% a 25%, enquanto que, a média é de 45%. Os agricultores estadunidenses investiram nos dois últimos anos e tem parcelas para pagar, e o milho nesses níveis de US$ 3,50 por bushel, deixa ao produtor um prejuízo de mais ou menos US$ 250,00 por hectare”, explica Brandalizze.