Milho: Em Chicago, demanda impulsiona preços e mercado fecha em alta, já no Brasil preços permanecem estáveis

Publicado em 22/08/2014 17:43

No pregão desta sexta-feira (22), as principais posições do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam com leves altas. Os contratos terminaram o dia com ganhos entre 2,25 e 3,25 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,65 por bushel. Apesar da sessão positiva, no saldo da semana, os contratos acumularam ligeiras quedas.

Segundo o analista de mercado da Jefferies Corretora, Vinicius Ito, as informações do lado demanda sustentaram os preços no cereal em Chicago. "O milho foi o primeiro a registrar uma queda brusca e, essa semana, a maior demanda no mercado físico, o aumento na produção de etanol de milho, as exportações ajudaram a dar suporte ao mercado", afirma.

Ainda assim, o analista destaca que com a projeção de grande safra nos EUA, as cotações não têm espaço para registrar valorizações mais expressivas. "Desde a metade do mês passado, temos visto o mercado andar de lado, tentando se recuperar, mas não tem conseguido", completa Ito.

Com a pressão da colheita da safra norte-americana, os preços do cereal podem baixar ainda mais, conforme destaca o analista. A expectativa é que a maior disponibilidade da oferta não consiga ser absorvida pelo mercado no curto prazo.

"Temos que considerar que a safra global também é boa e os estoques mundiais da safra 2014/15 deverão subir para o nível recorde. O cenário, para o milho, não é altista, ao contrário, teremos uma pressão sazonal até ter um preço de equilíbrio, que para o milho deve ser ao redor de US$ 3,50 por bushel", explica Ito.

Safra de milho dos EUA

De acordo com dados reportados pela expedição Crop Tour, realizada pela Pro Farmer, indicaram bons índices de produtividade para os principais estados produtores nessa semana. Em Ohio, Dakota do Sul, Indiana, Nebraska e Illinois, os rendimentos das plantações deverão ficar acima da média dos últimos anos, assim como, das projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Em Iowa, os produtores norte-americanos deverão colher cerca de 189,2 sacas de milho por hectare. A estimativa está acima do registrado na safra anterior, de 181,97 sacas por hectare, mas é inferior à previsão do departamento, de 195,8 sacas por hectare.

Já em Minnesota, a expectativa de produtividade para a safra 2014/15 é de 180,72 sacas de milho por hectare, abaixo da média do último ano. Porém, a projeção está acima da expectativa do USDA, de 177,8 sacas por hectare.

Mercado interno

Durante essa semana, o mercado interno brasileiro de milho permaneceu travado, sem grandes volumes de negócios. Situação decorrente da expectativa do primeiro leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), realizado na última quarta-feira. A operações negociou cerca de 85,52% do total ofertado, de 1,050 milhão de toneladas. Porém, com a disputa, em muitas regiões, especialmente para o Norte de MT, o valor baixou de R$ 4,062 para R$ 2,27.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) deverá realizar nova operação no dia 28 de agosto, com oferta de 1,750 milhão de toneladas de milho. O estado de MT poderá leiloar 1,450 milhão de toneladas, divididos nas regiões Norte, com 500 mil toneladas, Centro Norte, 550 mil toneladas, Centro Sul, 250 mil toneladas, Nordeste, 100 mil toneladas e Sudeste, 50 mil toneladas.

Em Goiás e Mato Grosso do Sul, a oferta será de 75 mil toneladas para cada estado. Já o Oeste da Bahia participa do leilão com 50 mil toneladas, mesma quantidade das outras regiões participantes, Sul do Maranhão e Sul do Piauí. Os valores dos prêmios ainda não foram reportados pela companhia.

Os analistas ainda sinalizam que é preciso que haja uma melhora no volume exportado pelo país. Com isso, a expectativa é que mercado apresente uma relação de equilíbrio entre a oferta e demanda. Nesta sexta-feira, o preço de fechamento da saca do milho foi de R$ 24,50 no Porto de Paranaguá.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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