Milho: Diante da safra cheia nos EUA, mercado amplia perdas ao longo dos negócios

Publicado em 19/09/2014 12:56

Ao longo dos negócios nesta sexta-feira (19), os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas. Pela terceira sessão consecutiva o mercado recua e, por volta das 12h03 (horário de Brasília) exibiam quedas entre 4,00 e 4,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,34 por bushel, queda de 0,89% em relação ao valor praticado da manhã de hoje, de US$ 3,37 por bushel.

Na visão da analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, os investidores permanecem focados na safra de milho dos EUA, fator que tem pesado sobre os preços futuros. Além disso, a colheita do cereal já teve início no país, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) cerca de 4% da área já foi colhida até o momento, e os reportes vindos dos campos confirmam as projeções do mercado.

A perspectiva é que os produtores norte-americanos colham em torno de 365,65 milhões de toneladas de milho nesta safra. E o rendimento médio deve ficar em 181,72 sacas por hectares. As informações foram reportadas no último boletim de oferta e demanda do departamento.

Após as especulações sobre o clima no país, as previsões climáticas indicam clima favorável nos próximos 7 dias, que deverão contribuir para os trabalhos nos campos, conforme dados de agências internacionais. E, os mapas climáticos não apontam possibilidade de geada nas próximas duas semanas.

"Por mais que tivemos geadas em algumas localidades nos EUA, os impactos para as lavouras de cereal foram pequenos. E nas próximas semanas, as temperaturas mais altas e o tempo seco deverão favorecer a fase final de maturação da cultura, assim como, o avanço da colheita do cereal", explica Ana Luiza.

Ainda de acordo com a analista, outro fator que também trouxe oscilação ao mercado esta semana foi a informação de uma agência do USDA que, indicou que a área cultivada pode ser menor do que projetada inicialmente. O departamento reportou a área plantada com o grão em 37,07 milhões de hectares. "E mesmo que essa previsão se confirme ainda teremos uma safra recorde no país nesta temporada", destaca. 

Paralelo a esse cenário, a demanda ainda tem sido modesta e insuficiente para enxugar o excesso de oferta no mercado, segundo acreditam os analistas. Nesta quinta-feira, o USDA anunciou as exportações semanais de milho em 659.700 mil toneladas até a semana encerrada no dia 11 de setembro, número acima do esperado pelos participantes do mercado, de 650 mil toneladas.

Mercado interno

Mais uma semana de poucos negócios para o mercado de milho brasileiro. Diante dos preços estáveis, mas ainda pressionados, os produtores observaram as cotações praticadas no Porto de Paranaguá e o câmbio. Os analistas sinalizam que os produtores ainda seguram o produto à espera de novas informações e, de outro lado, os compradores estão bem posicionados. 

Apesar da situação, os produtores devem estar atentos, especialmente, em relação à armazenagem do milho. Com o início do plantio da soja, com o término do vazio sanitário no dia 15 de setembro em alguns estados, e o baixo índice de comercialização antecipada, os dois produtos poderão competir espaço nos armazéns, conforme ressaltam os analistas. 

Em contrapartida, as exportações do milho ainda permanecem lentas. “A perspectiva é que os embarques não alcancem 21 milhões de toneladas projetadas pela Conab. Com isso, poderemos ter um impacto nos estoques de passagem, que já são estimados em 13 milhões de toneladas de milho”, diz Ana Luiza. 

Por outro lado, a Conab permanece realizando os leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) para o escoamento da safra. Na última operação, realizada nesta quinta-feira (18), cerca de 93,17% do volume total ofertado, de 1,75 milhão de toneladas, foi negociada. A operação resultou em uma receita de R$ 111.492.624,27. A maior disputa foi registrada na região Sul do Maranhão, e o valor do prêmio caiu de R$ 3,09 para R$ 1,77.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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