Milho: Mercado dá continuidade ao movimento de queda e opera nos níveis mais baixos dos últimos quatro anos

Publicado em 22/09/2014 08:29

Na sessão desta segunda-feira (22), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam do lado negativo da tabela. O mercado dá continuidade ao movimento de queda e, por volta das 8h15 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 1,25 e 1,50 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,30 por bushel.

Segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg, os futuros do cereal baixaram para os níveis mais baixos desde 2010, com o avanço da colheita do grão norte-americano. Para essa temporada, a safra dos EUA é projetada em mais de 365 milhões de toneladas de milho e a produtividade em 181,72 sacas por hectare, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

"É provável que nós vamos ter a confirmação desses rendimentos recordes nas próximas semanas, de modo que é realmente o que o mercado está antecipando agora", disse Benjamim Bodart, diretor-gerente da ODA, em entrevista à Bloomberg. "Todos os elementos são a favor de grandes colheitas", completa. 

Ainda hoje, o USDA irá reportar duas importantes informações para o mercado nesta segunda-feira. O primeiro é o boletim de embarques semanais, importante indicador de demanda e depois do fechamento do pregão, o departamento divulga novo boletim de acompanhamento de safras, com números com a evolução da colheita tanto de soja, como de milho.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: No Brasil, semana de poucos negócios e preços estáveis, já na CBOT, cotações acumulam perdas de até 3,50%

Mais uma semana de poucos negócios para o mercado de milho brasileiro. De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, as cotações permaneceram estáveis nas principais praças pesquisadas. Em Cascavel (PR), a semana foi de valorização de 1,12%, com a saca cotada a R$ 18,00. Já em Tangará da Serra (MT), a desvalorização foi de 6,90% e a saca terminou a sexta-feira negociada a R$ 13,50. Em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi menor de 1,91%, com a saca cotada a R$ 15,25, no Porto de Paranaguá, a saca fechou a semana negociada a R$ 22,40, com queda de 0,44%. 

Diante das cotações estáveis, mas ainda em patamares mais baixos, os produtores observaram os valores praticados no Porto de Paranaguá e o comportamento do câmbio. Com isso, os analistas destacam que, os produtores ainda seguram o produto à espera de novas informações e, de outro lado, os compradores estão bem posicionados. 

Entretanto, os agricultores devem estar atentos, especialmente, em relação à armazenagem do milho. Com o início do plantio da soja, após o término do vazio sanitário no último dia 15 de setembro em alguns estados, e o baixo índice de comercialização antecipada, os dois produtos poderão competir espaço nos armazéns. 

E, até o momento, as exportações brasileiras de milho continuam lentas. Nos primeiros 10 dias úteis de setembro, os embarques somaram 865,4 mil toneladas, volume 23,4% mais baixo do que o registrado no mês anterior e, 9% do observado no mesmo período do ano anterior. E a cada é cada vez maior o sentimento de que as exportações brasileiras não alcancem as 21 milhões de toneladas projetadas pela Conab (Companhia Nacional do Abastecimento). 

“A perspectiva é que os embarques não alcancem 21 milhões de toneladas projetadas pela Conab. Com isso, poderemos ter um impacto nos estoques de passagem, que já são estimados em 13 milhões de toneladas de milho”, ratifica a analista de mercado da FCStone,  Ana Luiza Lodi. 

Frente a esse quadro, os analistas sinalizam que não há uma perspectiva de melhor nos preços praticados no mercado interno até o final deste ano. Um fator que pode contribuir com os preços é a instabilidade do câmbio, que pode corrigir a competitividade do produto brasileiro, segundo analistas.  

Enquanto isso, a Conab permanece realizando os leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) para o escoamento da safra. Na última operação, realizada nesta quinta-feira (18), cerca de 93,17% do volume total ofertado, de 1,75 milhão de toneladas, foi negociada. A operação resultou em uma receita de R$ 111.492.624,27. A maior disputa foi registrada na região Sul do Maranhão, e o valor do prêmio caiu de R$ 3,09 para R$ 1,77.

Bolsa de Chicago

Essa foi mais uma semana negativa aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Contabilizando as perdas registradas nos últimos dias, os preços da commodity acumulam quedas entre 3,50% e 2,75%. No pregão desta sexta-feira (19), as principais posições do cereal fecharam o dia com desvalorizações entre 6,25 e 6,75 pontos. O vencimento dezembro/14 fechou a sessão cotado a US$ 3,31 por bushel, número bem abaixo do encerramento da segunda-feira (15), de US$ 3,43 por bushel.

O principal fator de pressão sobre o mercado é o andamento da colheita do milho nos Estados Unidos. Até o momento, os trabalhos nos campos avançam no Sul e na região Central do Centro-Oeste do país e deve se estender para o Norte, conforme informações reportadas pelo site Farm Futures. E, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a colheita atinge 4% da área cultivada nesta safra.

Por enquanto, os analistas destacam que os reportes vindos dos campos confirmam as projeções de safra cheia para essa temporada. Além disso, o clima deverá permanecer favorável nos próximos 7 dias, contribuindo para os trabalhos nos campos. E, os mapas climáticos não apontam possibilidade de geada nas próximas duas semanas.

"Por mais que tivemos geadas em algumas localidades nos EUA, os impactos para as lavouras de cereal foram pequenos. E nas próximas semanas, as temperaturas mais altas e o tempo seco deverão favorecer a fase final de maturação da cultura, assim como, o avanço da colheita do cereal", explica Ana Luiza Lodi, analista de mercado da FCStone. 

Em contrapartida, a demanda tem se mostrado insuficiente para enxugar o excesso de oferta no mercado, conforme destacam os analistas. E o foco do mercado continua na grande safra que em breve será colhida, de acordo com dados da Farm Futures. Nesta quinta-feira, o USDA anunciou as exportações semanais de milho em 659.700 mil toneladas até a semana encerrada no dia 11 de setembro, número acima do esperado pelos participantes do mercado, de 650 mil toneladas.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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