Milho: Dólar mais forte pode impactar positivamente os preços praticados nos Portos brasileiros

Publicado em 29/09/2014 13:15

No mercado interno brasileiro, o cenário permanece inalterado. Com a pressão sobre os preços, boa parte dos agricultores ainda segura o produto à espera de melhores oportunidades, enquanto isso, observando o grande volume colhido na safrinha, mais de 47 milhões de toneladas, os compradores adquirem o produto da mão pra boca.

Segundo o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, não há pressão interna de compras, consequentemente, a saída para o mercado são as exportações. “O que pode despertar o interesse dos compradores. E a demanda interna vai continuar crescendo em 2015, principalmente com o setor de rações. Continuaremos como líderes nas exportações de carnes e vamos precisar de grandes volumes de milho”, destaca.

Em contrapartida, o consultor também ressalta que, os agricultores devem estar atentos ao câmbio nesse momento. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana é cotada a R$ 2,44, mas com a proximidade das eleições, no próximo final de semana, pode chegar a R$ 2,50, conforme relata o consultor.

“Essa situação aliada a um momento de revisão nos preços em Chicago, que caminham na linha positiva, poderemos sair do atual patamar de R$ 22,50 nos portos brasileiros, para R$ 24,00. Com isso, algumas regiões começam a dar sinais que podem liquidar o milho na exportação. A perspectiva é que terminemos setembro com volume próximo de 2,7 milhões de toneladas embarcadas e para outubro poderemos ter um bom volume”, explica Brandalizze. 

A Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) informou nesta segunda-feira que, o país deverá embarcar entre 2 milhões a 2,7 milhões de toneladas de milho nos próximos meses até o final do ano. Ainda assim, o volume pode não ser suficiente para que seja alcançada a projeção feita pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), de 21 milhões de toneladas. 

Para o consultor de mercado, cerca de 5,7 milhões de toneladas de milho já foram asseguradas através dos leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor). “Não é um grande volume, apenas serviu para evitar novas quedas, especialmente no MT. E, agora o Governo ainda tem em torno de 1,2 milhão de toneladas para realizar a próxima operação. Ao todo, foram programados R$ 300 milhões para a realização dos leilões”, diz.

Além disso, a situação já tem influenciado a decisão de plantio dos produtores rurais na safra de verão 2014/15. Na maioria das regiões consultadas, os agricultores deverão reduzir ainda mais a área destinada ao cereal, para dar lugar à soja. “Isso irá impactar em menor volume disponível no primeiro semestre do próximo ano e, podendo até a chegar a falta o produto até a chegada da próxima safrinha, que ainda está indefinida”, acredita Brandalizze.

Bolsa de Chicago

Ao longo das negociações nesta segunda-feira (29) na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho trabalham com preços quase inalterados. Desde o início da sessão, as principais posições da commodity operam em campo positivo, próximos da estabilidade. Por volta das 12h32 (horário de Brasília), os vencimentos do cereal registravam ganhos entre 1,25 e 1,50 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,24 por bushel, mesmo valor observado no começo do pregão. 

O mercado tenta se manter em campo positivo nesta segunda-feira, após as perdas registradas nas últimas semanas. Somente na semana anterior, os futuros do cereal terminaram a sexta-feira com perdas acumuladas entre 1,99% e 2,12%, conforme levantamento do Notícias Agrícolas. Nesse momento, o principal fator de pressão sobre o mercado é a evolução da colheita do grão nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá atualizar os números do acompanhamento de safras.

E com o clima favorável, a expectativa dos participantes do mercado é que o número fique entre 15% a 17%. De acordo com as previsões reportadas pelo site Farm Futures, nos próximos sete dias, as chuvas deverão se deslocar através das planícies do Noroeste e deverão atingir o centro do Corn Belt. Para esta safra, a projeção é que os produtores norte-americanos colham ao redor de 365,65 milhões de toneladas, mas a perspectiva dos participantes do mercado é que a safra fique acima do projetado.

Já a demanda pelo milho dos EUA permanece firme e nesta segunda-feira, o USDA divulgou os embarques semanais em 601.825 mil toneladas até a semana encerrada no dia 25 de outubro, a expectativa do mercado era um número entre 940 mil a 1,09 milhão de toneladas. Na semana anterior, o volume indicado foi de 1.054.237 milhão de toneladas.

No mesmo período do ano passado, o total embarcado foi de 558.054 mil toneladas. E no acumulado do ano safra, iniciado em 1º de setembro, os embarques somam 3.141.838 milhões de toneladas, contra 1.734.941 milhão de toneladas no acumulado do ano safra anterior.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário