Mais uma semana de alta aos preços praticados no mercado interno frente à demanda aquecida

Publicado em 21/11/2014 17:01

Essa foi mais uma semana de altas aos preços do milho praticados no mercado interno brasileiro. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as cotações subiram nas principais praças pesquisadas. Em Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas cidades do Paraná, as cotações terminaram a sexta-feira negociadas a R$ 20,50, com alta de 2,50%.

Em Tangará da Serra (MT), a cotação registrou aumento de 2,86%, cotada a R$ 18,00. Já em Campo Novo do Parecis (MT), o ganho foi de 6,25%, com a saca negociada a R$ 17,00. Em Jataí (GO), o aumento foi de 1,57%, e a saca era cotada a R$ 22,00. Na contramão desse cenário, no Porto de Paranaguá, os preços recuaram 2,83%, com a saca do cereal negociada a R$ 27,50, queda decorrente da desvalorização do dólar.

Na visão do consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, o mercado permanece muito firme e com poucos negócios. "Temos poucas vendas, no Sudoeste de GO, temos preços ao redor de R$ 22,00 a R$ 23,00, em Lucas do Rio Verde (MT), o valor chega a R$ 18,00, no Paraná, a saca é cotada em média a R$ 24,00 e, em Campinas (SP), o valor alcança os R$ 30,00", ressalta.

O levantamento da Scot Consultoria aponta para uma alta de 17,5% nos preços na região de Campinas (SP), que atingiram R$ 27,50 na última quarta-feira. A demanda aquecida tem sido a principal variável de sustentação aos preços do cereal. Paralelamente, as exportações brasileiras do cereal ficaram em 139,3 mil toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior. O volume representa um crescimento de 0,8%, em relação ao mês anterior, de 138,2 mil toneladas.

BM&F Bovespa

As principais posições do milho na BM&F Bovespa terminaram a sessão desta sexta-feira (21) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiram desvalorizações entre 1,15% e 1,90%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 32,01 a saca. Ao longo da semana, as cotações já vieram perdendo forças, com fechamentos mistos nos últimos dias.

Como principal fator, que tem contribuído para a volatilidade no mercado está o dólar, conforme destaca o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes. Após registrar altas expressivas recentemente, o câmbio recuou e nesta sexta-feira terminou cotado a R$ 2,52, uma queda de mais de 2%. A moeda norte-americana caiu frente à expectativa de que a presidente Dilma Rousseff iria anunciar os principais nomes da nova equipe econômica ainda hoje.
Entretanto, segundo informações da agência Reuters, os novos integrantes da equipe serão divulgados nos próximos dias. "A grande função do dólar no caso do milho, é que ele corrige as nossas incompetências, nos torna mais competitivos e diminui o nosso custo internacional", destaca Fernandes.

Ainda assim, a incerteza sobre a produção brasileira da safra 2014/15 também contribui para sustentar os preços. Para a primeira safra, a projeção inicial é de uma redução entre 20% a 25% na área destinada ao cereal. Isso porque, em decorrência da diferença dos preços entre a soja e o cereal, os produtores investiram mais na cultura da oleaginosa. 

Porém, os relatos vindos dos campos indicam preocupações em relação à safra de verão, já que em algumas localidades as lavouras do cereal ainda sofrem com as chuvas irregulares. Por enquanto, as previsões apontam para bons volumes acumulados de chuvas a partir da próxima semana. 

De acordo com dados do NOAA, departamento oficial de clima do governo americano, na semana entre os dias 25 de novembro a 1º dezembro, as precipitações podem alcançar mais 130 mm na região Sudeste, especialmente no estado de Minas Gerais. Já no Centro-Oeste, os acumulados podem chegar a 65 mm. Em algumas regiões, as chuvas podem atingir 105 mm. Para a região Sul, as precipitações não deverão ser significativas durante esse período.

Como consequência da irregularidade climática, nos principais estados brasileiros, o plantio continua a passos mais lentos. No Paraná, a semeadura da soja alcançou 84% da área projetada, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural) reportados essa semana. 

No Mato Grosso do Sul, cerca de 75% da área foi semeada até o dia 14 de novembro, segundo dados do sistema Sigaweb da Aprosoja MS. Já no Mato Grosso, o cultivo da oleaginosa chegou a 84,14% da área estimada para a safra 2014/15, segundo informou o Imea ((Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Nos outros estados, a situação também é semelhante.

Com isso, a perspectiva inicial é que haja uma redução da área cultivada com o milho também na segunda safra. Frente ao cultivo fora da janela ideal, as lavouras acabam ficando mais exportas aos riscos climáticos. Isso sem contabilizar os altos custos de produção.

Bolsa de Chicago

As cotações futuras do milho terminaram o pregão desta sexta-feira (21) em queda. Em uma sessão de muita volatilidade, as principais posições do cereal não conseguiram sustentar os ganhos e fecharam o dia com perdas entre 0,50 e 1,00 pontos. O contrato dezembro/14 era negociado a US$ 3,72 por bushel. A semana também foi negativa aos preços, que acumularam desvalorizações entre 1,72% e 1,86%.

Mesmo com os números vindos da demanda, o mercado terminou a semana do lado negativo da tabela. Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 101.600 mil toneladas de milho para destinos não revelados. Já, hoje o departamento anunciou a venda de mais 132 mil toneladas do cereal para destinos desconhecidos.

Ainda ontem, o departamento norte-americano também reportou venda de 101.600 mil toneladas para destinos não revelados. Cenário que também contribuiu para dar sustentação aos preços da commodity. Além disso, aumento de 80% nas vendas para exportação, que ficaram em 910 mil toneladas, deram o tom positivo ao mercado no dia anterior.

As informações de agências internacionais dão conta que o aumento na produção de etanol nos EUA também ajudam na firmeza para as cotações. E o mercado voltou a subir, após três sessões consecutivas de queda, com acumulado de 5,7% de perdas, pressionadas negativamente, especialmente pela evolução no percentual colhido, que chega a 89%, e a demanda, que estava um pouco mais lenta.

No entanto, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, sinaliza que o mercado está mais próximo do patamar de resistência do que do suporte. "A expectativa é que logo o mercado tente quebrar o suporte de resistência, atualmente nos US$ 4,00 por bushel", finaliza.

Veja como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> MILHO

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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