Milho: Após feriado nos EUA, mercado opera com ligeiras quedas na manhã desta 3ª feira

Publicado em 26/05/2015 07:53

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta terça-feira (26) em campo negativo. Por volta das 7h43 (horário de Brasília), os contratos do cereal exibiam ligeiras perdas e o vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,59 por bushel, com queda de 0,53 pontos. No último pregão, o contrato fechou a US$ 3,60 por bushel.

Após o final de semana prolongado, devido ao feriado na segunda-feira (25), em comemoração ao Memorial Day, os investidores ainda operam de maneira mais cautelosa nessa manhã, à espera dos novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Ainda hoje, o órgão irá divulgar os números dos embarques semanais do cereal, que na semana anterior, ficaram em 1.108,039 milhão de toneladas do grão.

Além disso, o departamento também reporta o relatório de acompanhamento de safras. A perspectiva é que os produtores norte-americanos já tenham finalizado o plantio do milho da safra 2015/16. "As chuvas no Meio-Oeste do país ainda beneficiam as lavouras. Tivemos algum excesso de frio na porção norte do cinturão produtor, mas não há relatos de perdas, por enquanto", destaca o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.

Veja como fechou o mercado interno nesta segunda-feira:

Milho: No Brasil, mercado permanece lento e perspectiva ainda é de pressão nos preços com início da colheita

Em meio à recente queda nos preços do milho, as negociações com o cereal permanecem lentas no mercado interno brasileiro. E a tendência é de uma pressão maior nas cotações, a partir de agora, com os trabalhos de colheita ganhando ritmo nos principais estados produtores, principalmente no Paraná e no Centro-Oeste, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, conforme destaca o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.

Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, somente na semana anterior, o preço do cereal caiu 11,76% em Campo Novo do Parecis (MT) e terminou a última sexta-feira (22) a R$ 15,00. Outra praça do estado, Tangará da Serra, as cotações também caíram, no mesmo período, em torno de 10,53%, com a saca do grão a R$ 17,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), Jataí (GO) e Não-me-toque (RS), os valores também cederam, 5,56%, 2,78% e 2,27%, respectivamente.

"Os produtores rurais que não realizaram vendas perderam o time das negociações. Nesse momento, temos um mercado pressionado negativamente devido à perspectiva de uma grande segunda safra de milho no país e os estoques de passagem elevados. Safrinha que poderá ficar próxima de 52 milhões de toneladas do grão", afirma Fernandes.

O analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildebrandt, também acredita no mesmo cenário. "Aqui no sul de Mato Grosso, no final do ano passado, as cotações do cereal chegaram a R$ 21,50 e hoje, temos os valores ao redor de R$ 17,00, com entrega em julho e agosto. Para o pagamento setembro, o valor é de R$ 17,50. Nesse momento, o único fator altista ao mercado é o dólar, os demais fundamentos são baixistas", explica.

De acordo com informações reportadas nesta segunda-feira (25) pelo Cepea indicam que os preços médios de algumas localidades dos estados de Mato Grosso do Sul, parte norte e noroeste de Mato Grosso e do oeste da Bahia já estão abaixo do valor mínimo fixado pelo Governo. No MS, o valor mínimo é de R$ 17,67 a saca de 60 kg do cereal, no MT, o preço é de R$ 13,56/sc e no estado da Bahia, a cotação é de R$ 24,99/sc.

O levantamento também destacou que em algumas regiões do Paraná e Rio Verde (GO), as cotações já estão próximas dos valores mínimos. Inclusive, há especulações no mercado, sobre uma possível intervenção do Governo do mercado, já que a informação é de contenção de gastos.

Na região de Cascavel (PR), os preços da saca do cereal recuaram e, atualmente, estão ao redor de R$ 19,00. "Essa valor não cobre os custos de produção, precisaríamos de um valor entre R$ 24,50 a R$ 25,00, com uma produtividade ao redor de 100 sacas do grão por hectare. Com isso, faz parte da estratégia do produtor segurar o produto para negociar mais adiante", ressalta o produtor rural do município, Jurandir Lamb.

Além disso, Fernandes ainda sinaliza que, além da pressão da colheita, o movimento de venda por parte de alguns produtores também pode pesar ainda mais nas cotações. "Nós sabemos que, os produtores precisam quitar as dívidas, entre os meses de julho e agosto, e também temos a questão da armazenagem. Então, com esse movimento de comercialização, podemos ter mais um fator de pressão negativa nos preços", acredita o consultor.

Contudo, é consenso entre os analistas que, a partir de outubro, os produtores brasileiros poderão ter novas oportunidades de comercialização do cereal. Fator decorrente, especialmente do aquecimento das exportações brasileiras.

"O Brasil conquistou um mercado internacional e, é um player importante hoje no mercado de milho, aliado a um câmbio favorável às exportações. Nessa temporada, precisaremos embarcar em torno de 26 milhões de toneladas do grão, volume próximo do registrado em 2013. Não será fácil, os estoques mundiais do cereal só tem crescido desde 2013. Se exportarmos 20 milhões de toneladas, ainda assim, teremos 11 milhões de toneladas de estoque de passagem", sinaliza Hildebrandt.

Ainda segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e reportados pela Secretaria de Comércio Exterior nesta segunda-feira, as exportações brasileiras de milho somaram 6,1 mil toneladas até a terceira semana de maio. A média diário ficou em 0,4 mil toneladas do grão, um recuo de 94,9% em comparação com o mesmo período de abril, de 8,0 mil toneladas.

Os embarques do cereal renderam ao país uma receita de US$ 1,4 milhão, com média diária de US$ 0,1 milhão. Em relação com igual período do mês anterior, o número representa uma queda de 94%.

Preços nos Portos

No Porto de Paranaguá, a saca do milho, para entrega em outubro, encerrou a segunda-feira estável em R$ 28,50. Mesmo com a alta do dólar, que terminou a sessão a US$ 3,10, com ganho de 0,32%, sem a referência de Chicago, os preços mantiveram a estabilidade.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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