Milho: Em Chicago, mercado inicia sessão desta 5ª feira com ligeira queda, próximo da estabilidade

Publicado em 02/07/2015 08:11

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram a sessão desta quinta-feira (2) com ligeiras perdas. As principais posições do cereal exibiam quedas entre 0,25 e 1,25 pontos, por volta das 7h50 (horário de Brasília). O vencimento julho/15 era cotado a US$ 4,12 por bushel, após encerrar o pregão anterior a US$ 4,13 por bushel.

Depois dos ganhos recentes, o mercado buscou uma acomodação ao longo dos negócios desta quarta-feira. Contudo, é consenso entre os analistas de que o mercado deve voltar a focar o clima nos Estados Unidos. Até o momento, os mapas meteorológicos permanecem a indicar chuvas para o Meio-Oeste do país. Ainda não é possível saber o real impacto das precipitações nas lavouras do cereal, mas as perdas existem, conforme destacam os especialistas.

Nas últimas semanas, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu o índice de lavouras em boas ou excelentes condições de 73% para 68%. Os números serão atualizados na próxima segunda-feira (6). Ainda hoje, o órgão reporta os números das exportações semanais. Na semana anterior, o número ficou em 496,8 mil toneladas de milho da safra 2014/15 e 297,6 mil toneladas referentes à temporada 2015/16.

Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Após dia volátil, mercado encerra sessão desta 4ª feira próximo da estabilidade na CBOT

Em mais uma sessão volátil, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia com ligeiros ganhos, próximos da estabilidade. Ao longo das negociações, as principais posições do cereal chegaram a exibir quedas entre 4,25 e 6,00 pontos, mas no final do pregão os preços da commodity  registraram uma leve recuperação e terminaram com altas entre 0,25 e 0,75 pontos. Apenas o contrato julho/15 encerrou no vermelho, cotado a US$ 4,13 por bushel.

O mercado buscou uma acomodação nesta 4ª feira após os ganhos acentuados registrados no dia anterior. “O mercado operou de forma mais defensiva, devolvendo parte dos ganhos hoje. Os preços da soja e do milho mudaram de patamar e temos a reacomodação do mercado. Precisamos acompanhar e ver em qual nível iremos estabilizar”, diz o consultor da França Junior Consultoria, Flávio França.

Nesta terça-feira, as cotações do milho fecharam as negociações em Chicago com ganhos próximos dos 30 pontos. Cenário decorrente dos números de área cultivada com o grão nesta safra e dos estoques trimestrais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A área semeada com o cereal ficou em 35,89 milhões de hectares e os estoques trimestrais, até 1º de junho, foram indicados em 112,928 milhões de toneladas, ambas as projeções vieram abaixo das expectativas dos participantes do mercado.

Contudo, o editor da Farm Futures, Bob Burgdorfer, destaca que, o foco dos investidores deve voltar ao clima no Meio-Oeste dos EUA. "Até o momento, os mapas meteorológicos mantêm as chuvas no Corn Belt. E a perspectiva para os próximos 7 dias é de que as precipitações mais volumosas ficarão entre o sudeste de Missouri, passando por Mississipi e Ohio", diz.

Chuvas previstas nos próximos 7 dias - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

“No caso do milho não há como replantar, inclusive, a área a ser colhida pode ser ainda menor, por conta dos alagamentos e inundações, são áreas perdidas. Ainda não temos os números, mas já temos perdas efetivas no cereal”, ressalta França.

Nas últimas três semanas, o USDA revisou para baixo os índices de lavouras em boas ou excelentes condições. Até o dia 15 de junho, cerca de 73% das lavouras apresentam boas condições, já no dia 29 de junho, o número chegou a 68%. Isso por conta das chuvas mais volumosas registradas no cinturão produtor de milho, principalmente nas duas últimas semanas.

Ainda na visão do consultor da Carlos Cogo Consultoria, Carlos Cogo, os preços do cereal ainda têm espaço para subir. "Temos estoques com visão de queda nos EUA e em termos globais e deveremos ter uma inversão esse ano, com o consumo mundial maior do que a produção. Então, a relação estoques X consumo está caindo e teremos uma provável recuperação nos preços futuros, bem sustentada acima dos US$ 4,00 por bushel. Isso dará condição para os negócios no Brasil a partir do 2º semestre e no início de 2016", relata o consultor.

Mercado interno

No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega em outubro/15 encerrou a quarta-feira a R$ 30,00. Ontem, devido à forte alta registrada no mercado internacional não houve referência para os preços praticados no porto. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a saca do cereal encerrou o dia a R$ 17,70, com ganho de 1,14%.

Em Jataí (GO), a cotação do milho também exibiu ganho, de 2,78%, com a saca negociada a R$ 18,50. Nas demais praças o dia foi de estabilidade, conforme levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.

Enquanto isso, a colheita da segunda safra de milho avança no Brasil. Somente no Paraná, a colheita chegou a 20% e a perspectiva é de uma safrinha cheia, próxima de 10,78 milhões de toneladas. “Estamos colhendo uma safra de inverno generosa e temos estoques elevados. No milho, estamos em um momento em que não podemos perder boas oportunidades de negócios, pois precisamos enxugar o excedente do mercado interno”, orienta o consultor.

Já as exportações brasileiras de milho fecharam o mês de junho com o volume embarcado de 136,8 mil toneladas do grão, com média diária de 6,5 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, o volume representa uma alta de 235,6%. No comparativo com o mesmo período do ano anterior, o ganho é de 48,7%.

No período, as exportações renderam ao Brasil uma receita de US$ 23,4 milhões, com média diária de US$ 1,1 milhão. Do mesmo modo, o número é equivalente a um ganho de 226,3% em relação a maio e 19,3% em igual período de 2014.

Câmbio

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira em campo positivo, com ganho de mais de 1%, cotado a R$ 3,14 na venda. O patamar foi o maior registrado em quase um mês. Conforme dados da agência Reuters, o câmbio encontrou suporte nas preocupações com a Grécia e os dados sobre o mercado de trabalho nos EUA.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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