Milho: Com alta do dólar, preço segue sustentado em R$ 32,00/sc no Porto de Paranaguá nesta 2ª feira

Publicado em 31/08/2015 12:21

No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega outubro/15 permanece estável, cotada a R$ 32,00. Somente na semana anterior, o ganho foi de 1,59% na cotação do cereal. Os analistas destacam que o principal fator de suporte aos valores é a alta do dólar frente ao real, que eleva a competitividade do grão no cenário internacional.

Nesta segunda-feira (31), o câmbio opera em forte alta. Por volta das 11h30 (horário de Brasília), o dólar era cotado a R$ 3,6503 na venda, com ganho de 1,81%. Durante a sessão, a moeda norte-americana chegou a R$ 3,68, maior nível intradia em mais de 12 anos.

De acordo com informações reportadas pelo Cepea, os preços registrados no terminal são os maiores desde março de 2014. Apesar da perspectiva de uma safra recorde e, consequentemente, estoques de passagem elevados. Na temporada 2014/15, os produtores brasileiros deverão colher 84.304,3 milhões de toneladas de milho, entre primeira e segunda safra, conforme dados oficiais da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

"A perspectiva ainda é de crescimento dos negócios externos e também de que a maior parte dos contratos realizados até o momento seja direcionada ao mercado internacional. Por enquanto, os registros de line-up apontam para grande número de navios chegando aos portos brasileiros para o carregamento de milho", informou o Cepea em nota.

A analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, confirma os números dos line-ups elevados. "Porém, as exportações ainda não ganharam força. Precisamos acompanhar os números que serão reportados nesta segunda-feira", destaca.

Até a terceira semana de agosto, as exportações brasileiras de milho chegaram a 1,41 milhão de toneladas de milho. O volume ainda está abaixo do observado no mesmo período do ano passado, de 2,46 milhões de toneladas do cereal. As informações reportadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

BM&F Bovespa

A alta do dólar também tem influenciado o andamento dos negócios na bolsa brasileira. As principais posições do milho exibiam valorizações entre 0,17% e 1,59%, por volta das 11h52 (horário de Brasília). O vencimento setembro/15 era cotado a R$ 29,45/saca.

Bolsa de Chicago

Durante as negociações desta segunda-feira (31), as cotações futuras do milho ampliaram as quedas na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 11h52 (horário de Brasília), as cotações exibiam perdas entre 2,50 e 3,75 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,60 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,63 por bushel.

Ainda na visão da analista de mercado da FCStone, o mercado é pressionado pelas informações vindas do mercado financeiro. Nesta segunda-feira (31), as bolsas asiáticas voltaram a recuar antes de dados que poderão sinalizar quando os Estados Unidos irão elevar a taxa de juros e pesquisas que devem apontar mais fraqueza na China, conforme dados reporte da agência Reuters.

Paralelamente, o mercado também foca a consolidação da safra norte-americana. Até a semana anterior, cerca de 85% das plantas ainda estavam em fase de enchimento de grãos, segundo divulgou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão atualiza os números no final da tarde de hoje, em seu novo boletim de acompanhamento de safras.

Outro fator que também contribui para dar o tom negativo aos preços é o clima nos EUA. "Temos previsões climáticas favoráveis à maturação das lavouras de milho no Corn Belt", ressalta Ana Luiza.

Conforme informações reportadas pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, nesta segunda-feira, no intervalo dos próximos 6 a 10 dias, as chuvas deverão ficar entre 33% até 50% acima da média no Meio-Oeste. Já as temperaturas deverão permanecer elevadas, no mesmo período.

Chuva prevista nos EUA entre os dias 5 a 9 de setembro - Fonte: NOAA

Chuva prevista nos EUA entre os dias 5 a 9 de setembro - Fonte: NOAA

Temperatura prevista nos EUA entre os dias 5 a 9 de setembro - Fonte: NOAA

Temperatura prevista nos EUA entre os dias 5 a 9 de setembro - Fonte: NOAA

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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