Milho: Com influência do financeiro, preços fecham sessão desta 2ª feira em campo negativo em Chicago

Publicado em 08/02/2016 16:47

O pregão desta segunda-feira (8) foi negativo aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante o dia, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e fecharam a sessão com quedas entre 3,50 e 3,75 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,62 por bushel, enquanto que o maio/16 era negociado a US$ 3,67 por bushel.

Segundo dados das agências internacionais, as cotações do cereal foram pressionadas pelas informações vindas do mercado financeiro. "As ações europeias despencaram hoje para uma mínima de 16 meses, ampliando uma agressiva onda de vendas, enquanto o rendimento de títulos de dívidas e o petróleo também recuavam, com investidores desfazendo-se de ativos de risco em meio à persistente preocupação com o ritmo de crescimento global", reportou a agência Reuters. E na China há a comemoração do feriado do Ano Novo Lunar.

"Temos o mercado de ações para baixo e o clima na Argentina e Brasil que melhorou durante o fim de semana com algumas chuvas benéficas", disse o analista da Price Futures Group, Jack Scoville. Nos últimos dias, as especulações sobre o tempo seco na Argentina ganharam a atenção, uma vez que a perspectiva é que o clima irregular possa ter prejudicado algumas lavouras, especialmente na região nordeste do país.

Além disso, os embarques semanais do milho dos Estados Unidos, mais uma vez, ficaram abaixo das expectativas dos participantes do mercado. De acordo com o boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), na semana encerrada no dia 4 de fevereiro, os embarques do cereal somaram 438,560 mil toneladas, contra as 726,818 mil toneladas da semana anterior.

Os investidores apostavam em número entre 650 mil a 775 mil toneladas do grão. Assim, o total do cereal já embarcado pelo país no acumulado da temporada chega a 12.401,324 milhões de toneladas, bem abaixo das 15.667,258 milhões do mesmo período da campanha 2014/15.

E nem mesmo o anúncio da venda de 100 mil toneladas do cereal ao México, feito pelo USDA, foi o suficiente para dar suporte aos preços do cereal em Chicago. Paralelamente, ao longo do dia, os participantes do mercado também aproveitaram para ajustar suas posições, uma vez que, amanhã será divulgado o novo boletim de oferta e demanda do departamento norte-americano.

Ainda na visão de Scoville, a perspectiva é que o USDA reduza a demanda e eleve os estoques finais de trigo, milho e soja. Em seu último relatório, o órgão revisou para cima os estoques norte-americanos de 45,34 milhões para 45,77 milhões de toneladas. E as exportações passaram de 44,45 milhões para 43,18 milhões de toneladas de milho.

Mercado interno

Devido ao feriado do Carnaval, quase não houve referências e negócios no mercado interno de milho nesta segunda-feira (8). Em Não-me-toque (RS), a saca do cereal subiu 1,49%, cotada a R$ 34,00, já em Cascavel (PR), a cotação permaneceu inalterada em R$ 32,50. E na contramão desse cenário, em São Gabriel do Oeste (MS), o valor recuou 5,88%, com a saca a R$ 32,00. Os negócios deverão ser retomados na próxima quarta-feira (10), depois do meio-dia.

Inclusive, a última semana já foi marcada pelo baixo volume de negócios em relação ao cereal. Depois de registrar altas expressivas, de mais de 15,5% em média nas principais praças do país somente no mês de janeiro, as cotações começam a se acomodar em patamares mais baixos, conforme sinalizam os analistas. Isso porque, além dos leilões de venda de estoques públicos, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o avanço da colheita da safra de verão também contribui para a formação do quadro.

“Com esses dois fatores tivemos uma redução na pressão compradora. Consequentemente, já vemos em algumas praças uma redução nos valores praticados de até R$ 1,00 por saca”, disse o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

E com a evolução dos trabalhos nos campos, os especialistas destacam que os preços têm espaço para recuar mais. "Nos próximos 70 dias as cotações podem ser pressionadas para baixo. Porém, a partir do final de abril e maio a oferta irá reduzir e poderemos ver as cotações subindo novamente, mas não nos patamares que observados em janeiro. O pico do mercado já passou”, completa o consultor de mercado.

Já em relação às exportações, a companhia divulgou na última semana que o país fechou a temporada 2014/15 com o volume embarcado de 30,2 milhões de toneladas de milho. E os analistas ressaltam que os embarques de milho ainda devem seguir em fevereiro e março.

Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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