Onda de calor, pouca chuva e inverno ameaçam as lavouras de milho em MS

Publicado em 19/04/2016 07:46

Um fenômeno imediato e uma possibilidade de risco futuro começam a tirar o sono dos agricultores que plantaram o milho safrinha no Estado. A realidade hoje é que Mato Grosso do Sul enfrenta uma onda de calor e sem chuvas (as precipitações de quinta e sexta foram mínimas), o que, de alguma forma, já atinge negativamente as lavouras de milho. Porém, outras, nem tanto, dependendo da fase em que se encontram, em função do momento em que foram plantadas.

O segundo fator preocupante – este ainda apenas uma possibilidade – é a ameaça de geadas e de temperaturas muito baixas a partir da segunda quinzena de maio, as quais também podem causar algum prejuízo às lavouras de milho. 

É importante enfatizar que muitas áreas foram semeadas depois de 10 de março, o prazo final recomendado pelo Zoneamento Agroecológico de MS. Isso ocorreu em função do atraso na colheita da soja, provocado pelo excesso de chuvas em quase todo o Estado na hora de colher.

MAPA DA SECA E DO CALOR

Uma onda de calor, segundo Carlos Ricardo Fietz, da Embrapa Agropecuária Oeste, se caracteriza por período de 10 ou mais dias consecutivos de temperaturas acima dos 33 graus. “E estamos vivendo esse fenômeno na região de Dourados, em Campo Grande e também em outras regiões. A situação de Três Lagoas é a mais grave: até quinta-feira, eram 18 dias de altas temperaturas, sem chuvas, com a máxima de 38,3ºC”, esclareceu Fietz. Em Dourados, a onda de calor começou dia 30 de março e, em Campo Grande, no dia 1º de abril, com temperaturas acima de 33ºC consecutivamente. 

No Estado, pelo menos 23 municípios registram essa onda de calor. São eles: Água Clara, Amambai (choveu 9 mm quinta-feira), Aquidauana, Bataguassu, Bela Vista, Campo Grande (chuva de 1,6 mm), Cassilândia, Costa Rica, Dourados, Itaquiraí, Ivinhema, Juti, Miranda, Nhumirim, Paranaíba, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste, Sete Quedas, Sidrolândia, Sonora e Três Lagoas.

GRANDE DOURADOS

A Embrapa Agropecuária Oeste possui duas estações meteorológicas na região da Grande Dourados: uma em Dourados e outra em Rio Brilhante. Nos dados das estações, a média dos primeiros 14 dias deste mês é de 27,8ºC. “Estamos bem acima da média de temperatura para o mês de abril, que é de 23,1ºC para a região”, diz Ricardo Fietz.

Além do calor, faz 20 dias que não chove na região – de 26 de março até a última sexta-feira. “Só houve um ano sem chuva em abril na região da Grande Dourados, que foi em 2009. A média mensal para abril é de 115 mm. Mas é bom destacar que o mês de abril ainda não terminou e, de acordo com a previsão do tempo do Ceptec/Inpe, estava prevista chuva para o meio da semana passada, o que acabou não se confirmando na região sul”, disse o pesquisador. Apenas na região central e em Amambai, ocorreram leves e esparsas precipitações de quinta para sexta. 

Já a sensação térmica desse período de onda de calor é de muita atenção, ficando entre 32,1ºC e 41ºC, com base no critério da NOAA (National Weather Service Office, dos Estados Unidos).

O MILHO DO OUTONO

Na última safra da soja, 2015/16, a estiagem em outubro atrasou o plantio da soja e a chuva no período de desenvolvimento e na colheita da oleaginosa foi em excesso. Consequentemente, houve atraso no plantio do milho de outono-inverno.

O milho tolera variação de temperatura de 10ºC a 30ºC. No período de desenvolvimento do milho, da emergência à floração, o cereal precisa de temperaturas entre 24ºC e 30ºC. Temperaturas elevadas, como as registradas em Mato Grosso do Sul, especialmente nas áreas produtoras do cereal, diminuem o ciclo da planta e prejudicam a produção de grãos.

O milho é uma planta que exige muita água. Segundo informações da Embrapa Milho e Sorgo, durante seu ciclo completo, a cultura consome cerca de 600 mm de água. Em regiões quentes e secas, chega a consumir até, no máximo, 2,5 mm/dia em seu período de crescimento. No período que vai da formação de espigas até a maturação dos grãos, o milho exige entre 5 mm a 10 mm/dia.

“Nas condições atuais de temperatura e chuva, o milho já está sentindo a ausência de umidade e o excesso de calor. Ainda não está grave, porque choveu bastante em março. E no outono, a evapotranspiração (evaporação do solo e transpiração da planta) não é tão intensa como em janeiro”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.

A quantidade de chuva necessária para cada lavoura de milho pode variar. Nos experimentos no campo da Embrapa Agropecuária Oeste, por exemplo, são necessárias precipitações pluviométricas entre 30 mm e 40 mm para que o solo atinja uma condição ideal para o desenvolvimento do milho.

Leia a notícia na íntegra no site Correio do Estado.

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Correio do Estado

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