Com 76% das lavouras em boas condições nos EUA, milho opera em queda na manhã desta 3ª feira na CBOT

Publicado em 19/07/2016 08:16

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (19) do lado negativo da tabela. Por volta das 7h41 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 5,00 e 5,25 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,51 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,58 por bushel. Já o maio/17 era negociado a US$ 3,71 por bushel.

As cotações voltaram a trabalhar em queda após os ganhos registrados no dia anterior. Esse é um momento de intensa volatilidade aos preços do cereal, uma vez que a safra norte-americana está em pleno desenvolvimento. Com isso, os participantes do mercado estão ainda mais atentos ao comportamento do clima e a possibilidade de confirmação de uma safra de mais de 369 milhões de toneladas na safra 2016/17, segundo indicam as projeções oficiais.

Por enquanto, as previsões climáticas alongadas ainda indicam um clima mais quente e seco nos próximos dias no Meio-Oeste dos EUA. "O USDA projeta uma grande safra e um evento climático ainda poderia cortar alguns hectares, mas é muito cedo para dizer se isso irá acontecer. Previsões indicam um período mais quente nesta e na próxima semana, porém, as chuvas poderiam diminuir o stress das lavouras", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures.

Ainda na no final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou seu novo boletim de acompanhamento de safras. O órgão manteve em 76% o percentual de lavouras em boas ou excelentes condições, 19% têm condições regulares e 5% apresentam condições ruins ou muito ruins. O departamento também informou que em torno de 56% das plantações estão em fase de espigamento, contra 32% da semana passada e 47% registrado no mesmo período do ano passado.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: No mercado interno, preços têm nova alta nesta 2ª feira com quebra na safrinha e retração vendedora

No mercado interno, os preços do milho registraram oscilações positivas nesta segunda-feira (18). Em Sorriso (MT), o valor subiu 13,33%, com a saca do cereal a R$ 34,00, já em Assis (SP), a valorização foi de 5,90%, com a saca do grão a R$ 35,17. Na região de Itapeva (SP), a saca fechou o dia a R$ 40,05, com ganho de 5,12%. No Paraná, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a alta foi de 1,47%, com a saca a R$ 34,50. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro/16 subiu 2,94% e encerrou o dia a R$ 35,00.

Em contrapartida, em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, o valor caiu 3,33%, com a saca do milho a R$ 29,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), o recuou foi de 2,86%, com a saca a R$ 34,00. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.

Na visão do consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, as cotações voltaram a subir basicamente pela questão dos baixos estoques de passagem. No início do mês, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou os estoques no final desta temporada em 4,47 milhões de toneladas, abaixo do consumo mensal do país estimado em 4,5 milhões de toneladas, segundo reportam os analistas.

O consultor ainda reforça que a quebra na safrinha de milho, que pode chegar a 20%, também contribui para o cenário. À medida que os trabalhos nos campos evoluem, os produtores ressaltam a quebra na produtividade, que em muitas regiões está acima do esperado inicialmente.

"Dados da Conab e do USDA vêm confirmando as perdas expressivas na produtividade. Com isso, vendedores, que já estavam com baixo interesse em negociar, se retraíram ainda mais, à espera de preço maior", informou o Cepea em seu boletim semanal sobre a cultura.

Ainda de acordo com informações reportadas pelo centro, os produtores têm limitado a oferta de milho no mercado de lotes e deixado a liquidez baixas. Na outra ponta da tabela, os compradores estão mais flexíveis nos preços de compra. Com isso, os negócios são pontuais e em quantidades suficientes apenas para curto e médio prazo.

BM&F Bovespa

Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho fecharam o pregão desta segunda-feira (18) do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,51% e 2,40%. O setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 46,90 a saca. Já o novembro/16 era cotado a R$ 48,14 a saca, o março/16 fechou o dia a R$ 46,30 a saca.

Dólar

Enquanto isso, o dólar fechou a segunda-feira cotado a R$ 3,2517 na venda, com queda de 0,08%. Segundo a agência Reuters, a moeda acompanhou a movimentação dos mercados externos, com investidores avaliando que o impacto na tentativa fracassada de golpe na Turquia sobre os mercados emergentes deve ser limitado. 

Bolsa de Chicago

A sessão desta segunda-feira (18) foi positiva aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 4,75 e 6,00 pontos, uma valorização de mais de 1,4%. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,57 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,63 por bushel. Já o março/17 encerrou o dia a US$ 3,71 por bushel.

De acordo com os analistas de mercado, os preços continuam sendo direcionados pelo comportamento do clima nos Estados Unidos. Inclusive, esse é um período de intensa volatilidade aos preços, uma vez que a safra americana está se consolidando. No caso do milho, as lavouras estão na fase mais importante de desenvolvimento que é a polinização. Até a semana passada, 76% das plantações apresentavam boas ou excelentes condições, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Contudo, as previsões climáticas ainda indicam temperaturas mais altas no Meio-Oeste dos EUA, que pode se estender para a próxima semana. Ainda hoje, o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - divulgou novos mapas apontando ainda a continuidade do clima mais quente e com chuvas abaixo da média entre os dias 25 a 31 de julho, conforme indicado abaixo.

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 25 a 31 de julho - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 25 a 31 de julho - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 25 a 31 de julho - Fonte: NOAA

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 25 a 31 de julho - Fonte: NOAA

Para essa semana, o site internacional Accuweather destaca que um sistema de alta pressão se desloca diretamente para Kansas e Oklahoma. "Acredito que haja uma real possibilidade de que, entre quinta e sexta-feira (22), uma grande área poderá registrar temperaturas alcançando quase 38ºC (100ºF)", explica Bernie Rayno, meteorologista do instituto norte-americano.

Em entrevista ao site internacional Agriculture.com, Pete Meyer, analista da PIRA Energy, destacou que "qualquer liquidação de posições parece encontrar compradores. No entanto, sazonalmente, esse é momento difícil para qualquer espécie de rally. Então, a menos que o calor dessa semana se transforme em um evento prolongado, os mercados permanecerão na defensiva. O contrato dezembro/16 no milho parece ter um apoio em torno de US$ 3,50 por bushel".

Ainda hoje, o USDA indicou os embarques semanais de milho em 1.327,509 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 14 de julho. O volume ficou ligeiramente abaixo do registrado na semana anterior, de 1.359,886 milhão de toneladas.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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